terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Transborde do que te sobra.


Amar a Deus sobre todas as coisas, é ver Deus no próximo e amá-lo como a si mesmo


Tinha acabado de fazer esta postagem no Facebook, Darquinha chega em casa relatando que viu na rua uma mãe com seus filhos, menores, pedindo algo.
De pronto tivemos a iniciativa de ir lá deixar algo prá eles.
Não estavam mais no mesmo trecho de rua…
… inquieto, saí percorrendo as ruas vizinhas, até encontrar apenas a mãe e o filho mais novo nos braços - um bebê.

Tivemos o seguinte diálogo com ela:
- Vocês que estavam agora há pouco na rua tal? Ela: sim.
- Cadê os outros?
- O Juizado mandou prá casa. Queriam tomar meus filhos e saí correndo com esse… os outros foram embora.
- E este, quantos meses tem?
- 2 meses.
- Como chama-se?
- Lucas Emanuel.
Vi Emanuel, como Jesus na manjedoura; bem aconchegado ao colo da mãe, sentada num latão de tintas vazia, comendo algo que tinha acabado de receber de outra pessoa.
Continuei...
- Onde a senhora mora?
- No Planalto.
- E se eu te der algo, como levará para casa?
- Pego um ônibus bem aqui, na esquina. Passa pertinho lá de casa.
Entreguei o que levei. Estava no porta malas desde a manhã, quando fiz a feira, e meu coração me pediu para comprar, mesmo sem fazer a menor idéia de a quem dar.
Ela me agradeceu tanto… gratidão em sua pureza mais sincera. Ela não sabe que nós podemos fazer mais (eu e você que me lê).
Eu disse a ela:
- Dê a seus filhos a chance de estudar. O estudo pode mudar vidas, e a minha é um testemunho disso.
Ela disse:
- Eu não pude estudar… agora está sem jeito.
E eu disse: - Mesmo para você, a educação tem oportunidades.
Fiz pouco. Fazemos muito menos do que podemos. O juizado agiu certo, mas sem opção, a quem esses pequeninos recorrerão?
Esta não foi uma experiência isolada em nossas vidas. Tem se tornado comum, e é mote de vida pessoal, sem a necessidade de publicidade; nada em troca; é do que nos sobra.

Saí dali com a convicção de que não há evangelho maior do que esse, não há cristianismo mais autêntico do que esse, não participei de culto com momento mais abençoado do que esse, em 2013.

Juntos, podemos muito mais. Mas decidimos não ficar esperando um despertar coletivo. Sentir compaixão é importante, mas Agir é mais que sentir.

Transborde do que te sobra.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Os Suicidados pela Ditadura

Estamos na Era dos desenterros, reais e morais, para remontagem de biografias afetadas pela Ditadura.

 

Muita gente famosa será declarada "suicidada" pelo regime de exceção.

 

Não podemos esquecer, entretanto, das milhares de outras vítimas (inocentes mesmo) que foram torturados e que tiveram seus futuros comprometidos, em função da violência sofrida.

 

Replico abaixo uma matéria que foi divulgada no R7 em 18/02/2013, com relativa repercussão nas redes sociais... pena que seus protagonistas não estejam recebendo os mesmos holofotes de Jango e JK.

 

 

Joserrí de Oliveira Lucena

Historiador

Torturado pela Ditadura Militar ainda bebê, filho de jornalista Dermi Azevedo morre em São Paulo

Carlos Alexandre Azevedo, espancado quando tinha quase dois anos, se suicidou com remédios

Do R7

O MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (18) para lamentar a morte de Carlos Alexandre Azevedo, filho do jornalista Dermi Azevedo, que foi torturado pela Ditadura Militar quando ainda era um bebê. Carlos Alexandre se suicidou na madrugada do último sábado (16).

A nota oficial diz que "a ditadura militar concluiu a morte de Carlos iniciada em tão tenra idade, este acontecimento entristece a todos nós, profundamente e fortalece nosso empenho na luta por Memória, Verdade e Justiça, de forma que a impunidade não continue se perpetuando".

Ainda quando tinha um ano e oito meses em 1974 e era, portanto, um bebê, Carlos Alexandre Azevedo foi preso e torturado pela Ditadura Militar "no DEOPS paulista, pela "equipe" do delegado Sérgio Fleury, onde se encontrava preso com sua mãe", explica Dermi Azevedo em comentário pela rede social Facebook.

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Dermi explica ainda em seu post na rede social que "Cacá, como carinhosamente o chamávamos, foi levado depois a São Bernardo do Campo, onde, em plena madrugada, os policiais derrubaram a porta e o jogaram no chão, tendo machucado a cabeça". 

— Nunca mais se recuperou. Como acontece com os crimes da ditadura de 1964/1985, o crime ficou impune. O suicídio é o limite de sua angústia.

Leia na íntegra a nota do MNDH

"É com pesar que o Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH emite essa Nota de Solidariedade para com a família do jornalista e cientista político Dermi Azevedo, militante aguerrido dos ideais libertários e um dos construtores do MNDH, pela morte de seu filho Carlos Alexandre Azevedo, o qual foi preso e torturado durante a ditadura militar, com apenas um ano e oito meses e não conseguiu se restabelecer, o que culminou com sua morte.

Hoje a ditadura militar concluiu a morte de Carlos iniciada em tão tenra idade, este acontecimento entristece a todos nós, profundamente e fortalece nosso empenho na luta por Memória, Verdade e Justiça, de forma que a impunidade não continue se perpetuando."

Veja o post do jornalista Dermi Azevedo na rede social Facebook

"Aos meus amigos e às minhas amigas, LUTO Meu coração sangra de dor. O meu filho mais velho, Carlos Alexandre Azevedo, suicidou-se na madrugada de hoje, com uma overdose de medicamentos. Com apenas um ano e oito meses de vida, ele foi preso e torturado, em 14 de janeiro de 1974, no DEOPS paulista, pela "equipe" do delegado Sérgio Fleury, onde se encontrava preso com sua mãe. Na mesma data, eu já estava preso no mesmo local. Cacá, como carinhosamente o chamávamos, foi levado depois a São Bernardo do Campo, onde, em plena madrugada, os policiais derrubaram a porta e o jogaram no chão, tendo machucado a cabeça. Nunca mais se recuperou. Como acontece com os crimes da ditadura de 1964/1985, o crime ficou impune. O suicídio é o limite de sua angústia.

Conclamo a todos e a todas as pessoas que orem por ele, por sua mãe Darcy e por seus irmãos Daniel, Estevao e Joana, para que a sua/nossa dor seja aliviada.

Tenho certeza de que Cacá encontra-se no paraíso, onde foi acolhido por Deus. O Senhor já deve ter-lhe confiado a tarefa de consertar alguns computadores do escritório do céu e certamente o agradecerá pela qualidade do serviço. Meu filhinho, você sofreu muito. Só Deus pode copiosamente banhar-te com a água purificadora da vida eterna. 

Seu pai

Dermi"

 

Aviões não pilotados: a violação mais covarde dos direitos humanos. Artigo de Leonardo Boff

Leonardo Boff

Aviões não pilotados: a violação mais covarde dos direitos humanos

Vivemos num mundo no qual os direitos humanos são violados, praticamente em todos os níveis, familiar, local, nacional e planetário.

O Relatório Anual da Anistia Internacional de 2013 com referência a 2012 cobrindo 159 países faz exatamente esta dolorosa constatação. Ao invés de avançarmos no respeito à dignidade humana e aos direitos das pessoas, dos povos e dos ecossistemas estamos regredindo a níveis de barbárie. As violações não conhecem fronteiras e as formas desta agressão se sofisticam cada vez mais.

A forma mais covarde é a ação dos “drones”, aviões não pilotados que a partir de alguma base do Texas, dirigidos por um jovem militar diante de uma telinha de televisão, como se estivesse jogando, consegue identificar um grupo de afegãos celebrando um casamento e dentro do qual, presumivelmente deverá haver algum guerrilheiro da Al Qaeda. Basta esta suposição para com um pequeno clique lançar uma bomba que aniquila todo o grupo, com muitas mães e crianças inocentes.

É a forma perversa da guerra preventiva, inaugurada por Bush e criminosamente levada avante pelo Presidente Obama que não cumpriu as promessas de campanha com referência aos direitos humanos, seja ao fechamento de Guantánamo, seja à supressão do “Ato Patriótico”(antipatriótico) pelo qual qualquer pessoa dentro dos USA pode ser detida por suspeita de terrorismo, sem necessidade de avisar a família. Isso significa sequestro ilegal que nós na América Latina conhecemos de sobejo. Verifica-se em termos econômicos e também de direitos humanos uma verdadeira latino-americanização dos USA no estilo dos nossos piores momentos da época de chumbo das ditaduras militares. Hoje, consoante o Relatório da Anistia Internacional, o país que mais viola direitos de pessoas e de povos são os Estados Unidos.

Com a maior indiferença, qual imperador romano absoluto, Obama nega-se a dar qualquer justificativa suficiente sobre a espionagem mundial que seu Governo faz a pretexto da segurança nacional, cobrindo áreas que vão de trocas de e-mails amorosos entre dois apaixonados até dos negócios sigilosos e bilionários da Petrobrás, violando o direito à privacidade das pessoas e à soberania de todo um país. A segurança anula a validade dos direitos irrenunciáveis.

O Continente que mais violações sofre é a África. É o Continente esquecido e vandalizado. Terras são compradas (land grabbing) por grandes corporações e pela China para nelas produzirem alimentos para suas populações. É uma neocolonização mais perversa que a anterior.

Os milhares e milhares de refugiados e imigrantes por razões de fome e de erosão de suas terras são os mais vulneráveis. Constituem uma subclasse de pessoas, rejeitadas por quase todos os países, “numa globalização da insensibilidade”, como a chamou o Papa Francisco. Dramática, diz o Relatório da Anistia Internacional, é a situação das mulheres. Constituem mais da metade da humanidade, muitíssimas delas sujeitas a violências de todo tipo e em várias partes da África e da Ásia ainda obrigadas à mutilação genital.

A situação de nosso país é preocupante dado o nível de violência que campeia em todas as partes. Diria, não há violência: estamos montados sobre estruturas de violência sistêmica que pesa sobre mais da metade da população afrodescendente, sobre os indígenas que lutam por preservar suas terras contra a voracidade impune do agronegócio, sobre os pobres em geral e sobre os LGBT, discriminados e até mortos. Porque nunca fizemos uma reforma agrária, nem política, nem tributária assistimos nossas cidades se cercarem de centenas e centenas de “comunidades pobres”(favelas) onde os direitos à saúde, educação, à infraestrutura e à segurança são deficitariamente garantidos. A desigualdade, outro nome para a injustiça social, provoca as principais violações.

O fundamento último do cultivo dos direitos humanos reside na dignidade de cada pessoa humana e no respeito que lhe é devido. Dignidade significa que ela é portadora de espírito e de liberdade que lhe permite moldar sua própria vida. O respeito é o reconhecimento de que cada ser humano possui um valor intrínseco, é um fim em si mesmo e jamais meio para qualquer outra coisa. Diante de cada ser humano, por anônimo que seja, todo poder encontra o seu limite, também o Estado.

O fato é que vivemos num tipo de sociedade mundial que colocou a economia como seu eixo estruturador. A razão é só utilitarista e tudo, até a pessoa humana, como o denuncia o Papa Francisco é feita “um bem de consumo que uma vez usado pode ser jogado fora”. Numa sociedade assim não há lugar para direitos, apenas para interesses. Até o direito sagrado à comida e à bebida só é garantido para quem puder pagar. Caso contrário, estará ao pé da mesa, junto aos cães esperando alguma migalha que caia da mesa farta dos ‘epulões’.

Neste sistema econômico, político e comercial se assentam as causas principais, não exclusivas, que levam permanentemente à violação da dignidade humana. O sistema vigente não ama as pessoas, apenas sua capacidade de produzir e de consumir. De resto, são apenas resto, óleo gasto na produção.

A tarefa além de humanitária e ética é principalmente política: como transformar este tipo de sociedade malvada numa sociedade onde os humanos possam se tratar humanamente e gozar de direitos básicos. Caso contrário a violência é a norma e a civilização se degrada em barbárie.

Leonardo Boff é teólogo e professor emérito de ética da UERJ.

Fonte: http://www.mercadoetico.com.br/arquivo/os-avioes-nao-pilotados-a-violacao-mais-covarde-dos-direitos-humanos/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Orçamento doméstico

Nesta postagem, abordaremos o Orçamento Doméstico como tema.

 

O Orçamento, deve estar limitado a nosso salário (e não a nossos desejos), e se divide basicamente em RECEITAS e DESPESAS. Receitas é o quanto a gente ganha; Despesas, como a gente gasta, que pode ser dividido em alguns grupos:

1)      Custos Fixos Mensais obrigatórios:

a)      Moradia e serviços básicos – aluguel, água, luz, internet, telefone (comunicação em geral);

b)      Alimentação – feira, lanches,

c)       Educação – escola, livros, cursos (dos pais e filhos);

d)      Saúde – plano de saúde, farmácia, higiene e limpeza;

e)      Locomoção – transportes, gasolina, emplacamento, seguro (conforme o bolso e necessidades da pessoa) – para o trabalho;

f)       Estética – vestuário, cabelo, unha, etc.

g)      Lazer – esportes, academia, viagens e hospedagem, etc.

 

Não há hierarquia nessa lista, mas cada pessoa tem gastos fixos mensais com a maioria desses itens.

Podemos acrescentar uma série de itens, conforme o gosto da pessoa... tem coisas que são essenciais para uns e supérfluos para outros.

 

2)      Custos esporádicos, por bem estar ou por impulso:

a)      Presentes – aniversários, casamentos, datas comemorativas e festas de fim de ano) – amigos secretos, etc;

b)      Lojas e Shopping Centers – aquela entradinha “só prá olhar” e a gente sai cheio de sacolas (e dívidas em 10, 12 parcelas);

Desse modo, podemos dizer, resumidade, que o orçamento se divide entre:

1)      O dinheiro que já está comprometido no primeiro dia do ano (custos fixos) e que a gente vai trabalhar prá pagar. Não somos mais donos dele; somos apenas o caixa, mas esse dinheiro vai passar de nossas mãos para os seus verdadeiros donos;

2)      O dinheiro que a gente dispõe, se sobrar, depois de pagos os custos fixos, e que a gente usa para poupar, planejar uma viagem etc;

Um bom planejamento imprescinde de conhecer o tamanho de suas possibilidades e adequar seus gastos.

 

Artifício perigoso à Margem Consignável.

Utilização de até 30% do salário bruto para prestações de longo prazo – que somente deveriam ser utilizadas para aquisição de imóvel próprio, um veículo de trabalho (prioritariamente, e não um carrão, prá mostrar aos outros).

Tem até empresas que emprestam fora da Margem Consignável e sem consultas a quaisquer órgãos. Pode ser “corda prá pessoa se enforcar”, pois a taxa de juros beira os 20% ao mês.

 

Equivale a pagar apenas o mínimo do cartão de crédito. É uma bola de neve, que consome o seu salário, e pode até tirar boa parte de seu conforto (a pessoa não ter como pagar por saúde, moradia, educação... lazer!).

 

SE a pessoa chegar a esse nível, deve procurar ajuda imediatamente.

 

Tem gente que gosta tanto de comprar, que ao sair da loja nem lembra o que comprou... Tem gente que compra, guarda e nunca usa. É um vício, que precisa de tratamento. Primeiro admitir, depois se tratar.

 

Há até um grupo chamado devedores anônimos, que reúne compradores compulsivos...

 

Ferramenta de apoio, que não funciona sozinha (Se você comprar uma bicicleta, mas não usar, não vai conseguir efeito nenhum, só mais uma dívida)...

 

Eu recomendo algumas: a planilha do IDEC, é mais completa, a da Febraban (que é mais objetiva)....

A pessoa pesquisa no Google “orçamento familiar” , e vai clicando nos links, para visualizar os modelos disponíveis.

Se precisar, busque ajuda com alguém que entenda de informática, mas não se obrigue a isso, pois um caderno e caneta, já são mais do que suficientes, para quem quer fazer registros e conseguir um bom planejamento familiar.

 

Um site muito interessante é o www.meubolsoemdia.com.br . Lá tem várias outras dicas de como se organizar financeiramente; tem um link lá, chamado “contas na ponta do lápis”... esse site é nota 10!

A pessoa baixa a planilha mais adequada a seu perfil: família, estudante, aposentado...

 

Entretanto, seja qual for a ferramenta escolhida, o importante é você colocar as receitas e despesas mensais e ir juntando os comprovantes dos pagamentos (coisa muito importante, para não pagar uma conta mais de uma vez).

 

E todo ano usa uma agenda nova, um caderno novo... vai se organizando, para adequar seu estilo de vida ao seu orçamento... e paralelo a isso...

... Estuda muito prá conseguir um emprego que tenha a renda de seu estilo de vida desejado.

 

Ou então, vai empreender, que é mais difícil ainda, na área de afinidade de seus talentos... e fazer isso profissionalmente, cobrando um preço justo...

 

Não há solução mágica, nem rápida para a organização das finanças pessoais. Mas, com esforço e determinação, qualquer um pode conseguir seus objetivos.

 

O controle orçamentário visa conhecer nossa capacidade financeira para honrar os compromissos, mas a decisão é pessoal, e por isso, nem a melhor das ferramentas pode ajudar quem não respeita os limites.

 

Joserrí de Oliveira Lucena

MBA em Gestão Financeira

joserrilucena@gmail.com

 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quem tem muito dentro, precisa ter pouco fora

Quando leio um texto bem escrito, releio e já imagino que devo levá-lo a outras pessoas.

 

O microblog é um bom auxílio, pois a gente pode multiplicar, registrar e deixa de ser dono.

 

É assim que compartilho o texto muito bem escrito abaixo.

 

Um abraço,

 

Joserrí de Oliveira Lucena

 

ENVELHECER

 

 

(Pachecão - Prof. de Física e Matemática,B. Horizonte)

 

Não importa sua idade. Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos! De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural. É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. Essa lei diz que: A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar.

 

Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo, os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.   Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: "A morte é o alvo de tudo que vive". É isso que acontece a nós.

 

O conselho é: Viva! Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos a sua esposa: "me use, estou acabando!". Hilário, porém realista.    

 

Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi. Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. Já viveu essa fase. Reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado. Esse é o pré-requisito da felicidade. "O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto", como já dizia Cícero. Abra  mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho, pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida. Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarde os bisturis e toque a vida.

 

Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança. Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza.  Na verdade, ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem. Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas. Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.

Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos. Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena à ruína sua própria vida.         

 

Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase. Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida, o melhor a fazer é esquecer. A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua. Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido. Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa; concentre-se nisso. A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.

 

Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível. Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida. Agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não, o processo vai continuar. Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence.

 

Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto. O que importa é o que está dentro de nós. A velha máxima continua atual como nunca: "quem tem muito dentro precisa ter pouco fora".
Esse é o segredo de uma boa vida.

Forte abraço

 

 

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