quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ofender-se e ofender; Por quê?

Semana passada reencontrei uma colega de Faculdade, que não via há algum tempo (estudamos juntos nos últimos anos da década de 1980).

Comentou que uma parente dela, muito emocionada, havia lido o depoimento de meu filho Jesiel, acerca do Ciências Sem Fronteiras - e que ela disse que havia estudado com o pai desse rapaz lá em Caicó...

Microempresária, lamentou-se ainda que só a duras penas consegue manter-se no mercado, pois "ESTE" governo não ajuda os empresários... que a carga tributária é alta demais... e que A Candidata não merecia receber nossos votos...

Na breve conversa, ficou claro que seus problemas mais graves são a concorrência dos produtos da China, o fato de suas clientes atualmente preferirem fazer compras nos Estados Unidos... e, o pior dos pesadelos: não consegue mais sonegar nadinha, pois hoje tudo está informatizado!

Passado o pleito, eis que recebo sua visita, hoje, no meu local de trabalho, de forma aparentemente não planejada. Disse que estava ali para me trazer uma mensagem de Parabéns (mais ou menos com as seguintes palavras - que narro de forma bem resumida):

- Muito bem! Você está feliz, não é? Seus candidatos foram Todos eleitos...
Agora se prepare: os juros vão "desembestar", vai tudo subir... tudo por culpa sua! Cadê? Prá quanto já subiu os juros???

Fiquei surpreso. Não esperava essa atitude da parte dela... que ainda continuou:

- Eu que tanto carreguei bandeira do PT um dia, nunca imaginei que o povo ia eleger aquela VAGABUNDA da Fátima como Senadora, enquanto nós, empresários, temos que dar um duro danado prá sustentar esses VA-GA-BUN-DOS do PT!!!

E foi ainda mais ofensiva - dessa vez no particular:
- Olhe, quem quer ter filho no exterior, tem que TRA-BA-LHAR, como eu trabalho, prá sustentar ele morando lá...

Jamais esperava ouvir tantos impropérios AO VIVO, E À CORES... bem ali, na minha frente.

Gesticulando, dedo em riste e falando alto, ela disse bem mais do que o narrado acima... sem qualquer reação de minha parte. Fiquei em estado de choque.

Deixei-a ir-se com sua indignação, e voltei pro meu Trabalho, que é atender demandas de empresários (dela inclusive) com acesso a crédito subsidiado, em condições que proporcionam a viabilidade sustentável de empreendimentos, ante um cenário internacional desfavorável...

Só eu sei como fiquei por dentro, remoendo aquelas palavras o restante do dia, e imaginando como uma pessoa é capaz de ofender-se tanto com a escolha do outro, a ponto de também ofendê-la. Por quê?

Joserrí de Oliveira Lucena

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Dilma e os votos que ganhou...

Conforme disse antes do primeiro turno, não estava confortável para votar em Dilma (e ainda continuo).

Entretanto, por acreditar que a Democracia se faz de forma construtiva, não ficarei omisso no segundo turno, nem muito menos ferirei meus princípios e coerência.

Jesiel (meu filho mais velho), conforme disse há poucos dias, lamenta não estar no Brasil, para votar em Dilma. A família, entretanto, vota por ele; não é por dívida, nem medo, nem cabresto: é por entender que é a opção que mais se assemelha a nossa forma de pensar.

Entretanto, não é um voto passivo; continuaremos voz ativa no sentido de denunciar as injustiças e brigar por um país com oportunidades reais para todos.

O depoimento dele expressa uma trajetória de nossas vidas e o orgulho de ter ido mais longe do que sonhávamos.

Ficamos orgulhosos de ver que o Instituto Lula e a página do ex-presidente no Facebook postaram seu depoimento (clique aqui e leia).


Obrigado pelas milhares de repostagens do depoimento de Jesiel, que exerce sua cidadania de forma plena e democrática.

Joserrí de Oliveira Lucena

Ps.: Após perder a eleição de 1989, Lula fez uma caravana pelo país; quando de sua passagem por Caicó, onde morávamos, fomos vê-lo (fomos do Comitê Evangélico Pró-Lula em todas as candidaturas dele)... naquela noite cumprimentei o candidato e fiz este registro histórico...



sábado, 4 de outubro de 2014

Dilma e os votos que perdeu...

Eu votei no PT durante 25 anos, mas quero mais mudanças na forma de fazer política.

Meu filho Jesiel Lucena, por sua vez, votaria em Dilma, se estivesse no Brasil: está nos Estados Unidos, pelo Ciências Sem Fronteiras.

Nas razões dele, há uma leitura lúcida da trajetória que nos trouxe até aqui. E foi uma luta árdua.

Dilma perdeu muitos votos como o meu e o dele (por razões diferentes).

Mas, se houver um segundo turno, levarei a opinião dele em conta na hora de decidir minha posição.

Joserrí

Jesiel, em Worcester - EUA


Dilma merece meu voto - por Jesiel Lucena

Dilma Rousseff merece meu voto. Principalmente por que no próximo dia 5 de Outubro eu não poderei votar nela.

Estou nos Estados Unidos fazendo um mestrado em Desenvolvimento de Jogos, a área que eu sempre sonhei estudar, com tudo pago pelo meu governo.

Nasci um menino do interior do Rio Grande do Norte. Minhas perspectivas de passar no vestibular eram mínimas. Ter um curso superior era considerado luxo na minha infância. Algumas noites meus pais não sabiam com que dinheiro iam comprar comida pra mim no dia seguinte, e comer vem antes de estudar. Nunca passei fome: meus pais (Joserrí e Joana Darc) lutaram muito pra não me deixar sofrer com as condições precárias que minha família enfrentou durante os anos 90. O Bolsa Família não existia na época, mas teria evitado muitos apertos e momentos difíceis.

O improviso e a precariedade deram lugar ao conforto na década de 2000. Meus pais passaram em concursos públicos (e eles trabalham muito, não me venham com a falácia de que ser concursado é moleza). A essa altura, minha família já estava bem localizada na classe média. Vi a vida de muitas pessoas no Nordeste mudando junto, durante as gestões do presidente Lula.

Consegui passar no vestibular aos 17 anos, e me mudei pra Natal. Cursei Engenharia da Computação e comecei a trabalhar cedo, no meu segundo semestre. Nunca me faltou emprego. Testemunhei a UFRN dobrando de tamanho em número de alunos e instalações durante meu curso superior. Tive uma educação gratuita e de qualidade. Vi grandes investimentos no Prouni, Projovem, Pronatec, institutos técnicos federais, ENEM, bolsas da CAPES, FIES e mais um monte de programas ajudarem pessoas que não tinham as mesmas oportunidades que eu.

Acompanhei o nascimento do Ciência sem Fronteiras. Bolsas de graduação-sanduíche em universidades incríveis ao redor do mundo. Não pude me inscrever por que estava muito próximo de concluir meu curso superior. Apesar disso, participei do primeiro edital de bolsas pra Mestrado Profissional do CsF. Passei, e hoje estudo Interactive Media & Game Development noWorcester Polytechnic Institute (WPI), uma das melhores universidades particulares dos EUA. O governo pagou U$ 130.000,00 adiantados pra a faculdade. Em troca, eu voltarei para o Brasil depois dessa pós-graduação com bastante experiência pra fomentar o mercado de Games, e o farei com imensa gratidão.

Não consigo descrever em palavras o quão grato eu sou por ter vivido numa época em que pude não só vislumbrar, mas participar do desenvolvimento econômico e educacional do meu país. Nunca, nos últimos 514 anos, ninguém se importou tanto com todos os brasileiros. Nunca, aos 10 anos de idade vivendo em Caicó/RN, eu me imaginaria nesse lugar, tendo as oportunidades que eu tenho hoje.

Eu sou infinitamente grato a Lula, Dilma e os governos do PT por terem me tirado daquela falta de perspectiva e me posto onde estou hoje. Se eu tivesse que descrever minha vida em uma palavra, eu falaria "inimaginável".

No próximo dia 5 de Outubro eu não poderei votar. Votaria em Dilma se pudesse. Se você ainda estiver lendo esse texto até aqui, espero que compartilhe da imensa alegria que sinto quando penso em tudo que mudou durante meus 23 anos de vida. Dilma merece o meu voto, e o de vocês também.
 — em Worcester Polytechnic Institute (WPI).

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A gente pode mudar o mundo... um pouco de cada vez!

Um dia pensei em dar minha contribuição como candidato, uma opção para pessoas que, como eu, estão cansados de ser enganados pela megaestrutura político-partidária.

Cheguei a escolher um partido político; na pressa, me filiei ao que me pareceu conveniente (muito rápido descobri que nossas ideologias não se afinavam) mas dei um stand by antes de tornar a relação mais profunda.

Sou coerente com minhas posições, e fiquei feliz em ver que me identifiquei, ao longo dessa campanha, com outro partido, de pessoas como Luciana Genro (presidente), Robério Paulino (Governador pelo RN), Marcos Tinoco (Federal) e alguns outros.

É bom descobrir que há pessoas que pensam parecido com a gente, no aspecto ideológico, e que se dispõem a nos OUVIR e nos representar.

Me prometi conhecer mais de perto as propostas do PSOL ao longo dos próximos anos, por que ainda teremos muitas outras oportunidades de manifestar a opinião, através do Voto, e de escolher porta-vozes que constroem o debate de idéias por uma Sociedade mais justa, não apenas em 3 meses de campanha eleitoral, mas ao longo da vida.

Entre desistir e ter esperança, eu escolho continuar lutando para mudar a realidade, para melhor. Sei que mundo Justo é um sonho distante; por isso comemoro parar a Injustiça, sendo a representação um instrumento pelo qual as minorias se inserem nas megaestruturas para implodí-las e construir algo novo.

Leva tempo, mas a gente consegue mudar o mundo, com um voto de cada vez.


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