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domingo, 27 de março de 2011

A Escola e o massacre dos Gênios

Toda criança é um gênio em potencial... até que a família, a sociedade e a escola a transforme em "normal", pela pedagogia do NÃO!

O processo massacrante de mediocrização das crianças, com esse sistema de enquadramento em faixa etária, despreza o desenvolvimento individual, as vocações naturais e a capacidade criativa (por que todos temos de conhecer os mesmos temas e estudar as mesmas disciplinas durante 15, 20 anos da vida?).

A revista VEJA inova ao mostrar uma entrevista com a reitora de Harvard (a despeito de não sermos americanófilos, não somos xenófobos). Desprezemos a "resistência do ar e tenhamos a gravidade como padrão", para pegar emprestados termos da Física, e leiamos a entrevista como uma oportunidade de perceber a necessidade de formar cidadãos mais criativos.

Link: VEJA


Entrevista: Drew Faust

'As universidades precisam formar sábios'

A reitora de Harvard diz que instituições devem resolver questões práticas, mas não podem ignorar a marca do próprio DNA: produzir conhecimento

Nathalia Goulart
Drew Gilpin Faust, reitora da Harvard University
Drew Gilpin Faust, reitora da Harvard University (Fernando Cavalcanti)
Primeira mulher a ocupar o posto de reitora da Universidade Harvard, considerada a melhor do mundo em vários campos de pesquisa, a historiadora americana Drew Gilpin Faust é constantemente instada a fazer com que a instituição que dirige apresente soluções práticas para todos os males que afligem o planeta – do desemprego ao aquecimento global. Harvard não se furta a abordar esses problemas. Mas a reitora faz um alerta. A demanda por respostas instantâneas não pode afastar as instituições de ensino superior de uma missão mais elevada: a produção de conhecimento puro, aquele cuja aplicação muitas vezes não se faz de forma imediata. "A sociedade nos pede soluções. Mas a universidade não deve se preocupar apenas com o bem estar imediato dos seres humanos, precisa fazer também com que eles sejam sábios", diz.  A acadêmica esteve no Brasil nesta semana para discutir parcerias com universidades locais. "As instituições brasileiras e americanas têm muito o que aprender umas com as outras", afirma. Na entrevista a seguir, ela explica como Harvard mantém a excelência em ensino e pesquisa, como seleciona seus talentos entre milhares de estudantes e conta como o cargo de reitora alterou sua vida pessoal.
Esta é sua primeira visita ao Brasil e a universidades brasileiras, com as quais a senhora discute parcerias. O que Harvard, considerada a melhor universidade do mundo, pode fazer por nossas universidades? Vejo nossa relação como uma parceria. O Brasil é uma das economias mais dinâmicas do mundo, tem crescido muito rapidamente e, ao mesmo tempo, enfrenta desafios em áreas pelas quais nos interessamos, como meio ambiente. As instituições brasileiras e americanas têm muito o que aprender umas com as outras.
Segundo João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo, a mais prestigiada instituição do país, o ensino superior local se encontra na mesma situação que o americano há cem anos. O que as universidades brasileiras têm a oferecer a Harvard? O Brasil tem ótimos pesquisadores e estudantes com perspectivas diferentes daquelas a que estamos habituados. Temos muito o que aprender com essa diferença.
Harvard recebeu mais de 30.000 inscrições de estudantes ano passado, para preencher cerca de 1.600 vagas. Como escolher os melhores? É preciso ir atrás deles? Sim. Nossos escritórios de admissão visitam escolas dentro e fora dos Estados Unidos para falar sobre Harvard e sobre nosso generoso programa de ajuda de custo. Esse esclarecimento é importante porque a tendência é que o estudante pense que Harvard jamais se interessará por ele ou que ele jamais conseguirá pagar integralmente seus estudos. Por isso, vamos aos estudantes mostrar quem somos, como selecionamos nossos alunos e que apoiamos aqueles oriundos de famílias modestas.
No Brasil, a seleção de alunos é feita a partir de uma única prova. Ao contrário dos Estados Unidos, aqui, não são levados em conta o desempenho dos estudantes no ensino médio ou demais aptidões ou projetos. O sistema brasileiro de seleção prejudica a eficiência de nossas universidades? Eu não ousaria julgar o processo seletivo das universidades brasileiras, mas posso explicar como fazemos em Harvard. Nosso sistema de seleção também está baseado em exames de qualificação, como o SAT. Além disso, avaliamos ensaios que os candidatos nos enviam. Eles servem para avaliar a escrita e as ideias de cada jovem. Também estamos interessados no histórico escolar do aluno, em como ele evoluiu ao longo do ensino médio, e nas atividades extra-curriculares. É importante mostrar liderança, caráter e diversidade de interesses. A convivência no campus é algo muito valorizado e saber que cada estudante vai contribuir de forma enriquecedora é uma força que nos motiva na hora de selecionar nossos estudantes.
Uma pergunta simples: o que faz de Harvard a melhor universidade do mundo? Além de Harvard ter uma longa tradição de excelência, nos preocupamos em atrair os melhores talentos. E acredito que isso seja parte significativa do que leva Harvard ocupar e sustentar essa posição de liderança. As pessoas sabem que ali é um lugar que nutre talentos e excelência, e todos querem fazer parte disso. Também fomos, ao longo dos anos, recebendo a ajuda generosa de famílias, apoiadores e ex- alunos, pessoas que continuam a contribuir com Harvard mesmo depois de terem deixado a universidade. Essa ajuda é muito importante para nós.
O caráter multinacional do campus, com pessoas de diversos países e culturas, contribui para a inovação e excelência? Certamente. Durante minha estadia aqui em São Paulo, conversei com brasileiros que estudaram em Harvard. Eles me falaram sobre esse caráter multinacional e sobre como isso torna animador o ambiente. Somados todos os níveis de graduação, Harvard conta hoje com de 20% de estrangeiros. Isso torna constante o processo de descoberta. Os estudantes vão buscar no mapa onde seus companheiros vivem, começam a se preocupar com o que está acontecendo no mundo e aguçam suas curiosidades por outras culturas. Também incentivamos nossos estudantes a embarcar em experiências fora dos Estados Unidos enquanto estão cursando a graduação. Continue a ler a entrevista
Divulgação/Universidade de Harvard
Drew Faust, reitora de Harvard, encontra estudantes brasileiros durante sua passagem por São Paulo
Drew Faust (ao centro) encontra estudantes brasileiros durante sua passagem por São Paulo

Em artigo recente para o jornal The New York Times, a senhora afirma que as universidades vivem uma crise de propósitos. Poderia explicar essa ideia? Um debate frequente de nossos dias é acerca de como as universidades podem contribuir com as necessidades mais imediatas da sociedade. Algumas delas são necessidades econômicas, e os estudantes vão às universidades de forma a serem treinados e qualificados para futuros empregos. Outras são descobertas e inovações e outros tipos de intervenções que podem ter um efeito imediato no mundo, como a cura de uma doença. Mas as universidades têm outros propósitos, que são de longo prazo e que são mais difíceis de mensurar, mas que são extremamente importantes para todos nós. No encontro que tive com os reitores brasileiros, ouvi uma frase que resume esse pensamento: a sociedade nos pede soluções para problemas práticos. Mas a universidade não deve se preocupar apenas com o bem estar imediato dos seres humanos, precisa fazer também com que eles sejam sábios. As universidades têm esse propósito humano, histórico, antropológico, que nos faz transcender o momento presente. Não nos preocupamos apenas se nossos alunos terão emprego amanhã. Precisamos garantir que eles tenham conhecimento.
Os Estados Unidos e o mundo enfrentam grandes desafios, como superar a crise econômica, combater o aquecimento global, garantir o suprimento de energia, entre outros. Como as universidades, do Brasil e dos Estados Unidos, podem ajudar seus cidadãos? As respostas para esses problemas estão relacionadas ao conhecimento. Portanto, as pesquisas e a educação que as universidades oferecem têm um grande impacto. No ano passado, eu estava em Botsuana e um dos cientistas desenvolveu uma técnica para bloquear a transmissão do vírus da HIV da mãe para o bebê. Foi muito comovente ver como o conhecimento e a pesquisa fizeram uma enorme diferença na vida daquelas crianças. Exemplos como esse mostram como as pesquisas realizadas nas universidades podem realmente fazer a diferença no combate a problemas mundiais.
A crise econômica americana afetou as finanças de Harvard? O que foi feito para superar isso? Com a crise, uma das nossas maiores fontes de renda – as doações vindas de ex-alunos e outros doadores – foi severamente reduzida. Responsável pelo pagamento de 35% das nossas despesas operacionais, as doações sofreram uma queda de 27,5%. Diante desse cenário, tivemos que reduzir nossos gastos, cortando imediatamente custos que identificamos como desnecessários. Em um segundo momento, começamos a identificar mudanças de longo prazo. Fizemos uma análise sistemática da maneira como estamos organizados e buscamos formas de poupar despesas. Ao mesmo tempo, tomamos muito cuidado para identificar prioridades, cuja manutenção deveria ser assegurada. Uma delas é a ajuda financeira que damos aos nossos estudantes. Protegemos áreas como essas, que julgamos vitais para a universidade.
A senhora é a primeira mulher reitora de Harvard. Quais os efeitos disso entre as mulheres, dentro e fora da universidade? Acredito que esse cargo tem uma simbologia muito forte. Quando fui nomeada, recebi muitas cartas e e-mails, particularmente de jovens mulheres, que me diziam que fazia diferença para elas saber que uma mulher podia ocupar o cargo. Lembro-me de ter recebido uma carta de um pai que dizia: "Agora, sei que minha filha pode fazer qualquer coisa."
A senhora é uma pesquisadora, especialista na história da Guerra Civil americana, além de mãe de duas filhas. O cargo de reitora de uma das mais prestigiadas universidades do mundo certamente alterou sua rotina, não? Sim, mudou bastante. Ao menos não precisei contratar uma babá, porque minhas filhas já estão crescidas! Mas meu trabalho atualmente me ocupa integralmente. Vivo em uma casa dentro do campus e, a todo minuto, sinto que a universidade está presente na minha vida. Harvard está sempre no meu pensamento e também está nas minhas atividades. Então, minha vida é completamente diferente hoje. 
Leia também:

segunda-feira, 21 de março de 2011

Obama, Senhor de Engenhos, fala à Veja (revista dos vassalos)


Excelente estocada de Paulo Henrique Amorim, após tentativa de marcar entrevista com Obama... O Senhor de Engenhos...

Obama preferiu a VEJA

    Publicado em 20/03/2011

Por instrução do departamento de jornalismo da TV Record, este ansioso pediu uma entrevista com Obama.

Recorreu ao serviço de imprensa da embaixada, em Brasília.

Na antevéspera da chegada de Obama, recebeu a informação de que não haveria entrevista exclusiva nem coletiva.

Nada.

Tudo bem. 

Se não tem para a Record, não tem para a Globo também ?

Ninguém vai ter ?

Exatamente, não tem para Globo também – informou a funcionária da embaixada.

Qual não foi a surpresa deste ansioso blogueiro, quando, nesta manhã de domingo, num super-mercado paulistano, na gôndola de papel higiênico, encontrou um exemplar da revista VEJA.

A VEJA, como se sabe, das duas, uma: ou é a última flor do Fascio, ou detrito de maré baixa.

A VEJA não se qualifica, sequer, para figurar no elenco do PiG (*).

Lá está na capa: “Exclusivo – Barack Obama fala a Veja”.

Interessante. 

Ou a embaixada americana em Brasília considera a VEJA “ninguém”…

Ou rompeu o trato.

A entrevista em si é irrelevante.

Não há consideração que mereça ser levada para casa.

Clique aqui para ler “Discurso da Dilma dá de 10 a 0 no de Obama”.

Trata-se de uma entrevista por escrito.

E quem respondeu às perguntas foi o sub-do-sub-do-sub-do-sub.

O que merece registro é que os americanos preferem ouvir os colonistas (**) do PiG (*) – clique aqui para ver a notável colaboração do Julian PigLeaks.

E preferem falar ao sub-PiG (*).

Depois reclamam.


Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 18 de março de 2011

Revista Veja em cheque-mate

Post é do Eduguim, no Blogdacidadania:


Entrevista de Arruda põe Veja sob suspeita



No começo da noite de quinta-feira, a versão digital da revista Veja publicou em seu site uma bombásticaentrevista do governador cassado de Brasília, José Roberto Arruda, concedida enquanto ainda estava preso, em setembro do ano passado. O ex-governador acusa seus ex-aliados de estarem todos envolvidos no mesmo esquema criminoso que ele próprio.
Vários ex-aliados de Arruda citados – e acusados – por ele na entrevista que concedeu em pleno processo eleitoral, tais como José Agripino Maia (atual presidente do DEM) ou Rodrigo Maia (presidente do partido à época em que a entrevista foi concedida), entre outros demos e tucanos, reelegeram-se em 3 de outubro passado.
A pergunta mais imediata é sobre se teriam sido eleitos caso a Veja não tivesse escondido a entrevista do ex-governador de Brasília. E a suposição mais imediata é a de que a revista escondeu as acusações de Arruda para não atrapalhar a eleição de políticos que protege há muito. São conclusões inescapáveis.
Todavia, não se entende por que a Veja publicou a entrevista. Não teria sido mais fácil escondê-la? E como a revista pretende explicar por que ocultou acusações que poderiam ter impedido que vários  dos demos e tucanos citados na entrevista fossem reeleitos?
Mas não é só isso. A ocultação da entrevista de Arruda pode ter atrapalhado as investigações sobre o “mensalão” de Brasília. A menos que as denúncias de Arruda à Veja também tenham sido feitas à polícia, o que é bem provável que tenha ocorrido. Ainda assim, resta a questão eleitoral.
A sociedade e a Justiça têm que discutir se ficam passivas diante de um meio de comunicação que publicou reportagens no período eleitoral acusando todo o governo Lula com base em nada e que escondeu graves acusações de um escroque do calibre de Arruda que qualquer órgão de imprensa sério teria obrigação de divulgar.
Quem, que autoridade, que político terá coragem de cobrar a Veja publicamente? Aliás, não seria dever do Ministério Público (eleitoral?) fazer esse questionamento à revista? Afinal, se as acusações de Arruda se confirmarem, seus ex-companheiros corruptos terão sido eleitos graças à censura que a Veja impôs a matéria de interesse público.
Como a “grande imprensa” tratará o assunto? Sairá na primeira página de Globos, Folhas e Estadões? O Jornal Nacional vai noticiar? Os acusados por Arruda serão expostos, como aconteceria se fossem do PT? Ou a entrevista ficará restrita à Veja e sumirá nos dias posteriores? A forma como a mídia tratará o caso deve virar um escândalo à parte.
—–
Reproduzo, abaixo, a entrevista de Arruda publicada pela Veja On Line
Arruda diz que ajudou líderes do DEM a captar dinheiro
Veja On Line, 17 de março de 2011
José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país. Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.
Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:
O senhor é corrupto?
Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.
O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?
Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.
Como o senhor ajudou o partido?
Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.
O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?
Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.
E o financiamento?
Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).
De que modo o senhor conseguia o dinheiro?
Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.
Esse dinheiro era declarado?
Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.
Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?
A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.
O senhor ajudou mais algum deputado?
O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.
Mais algum?
Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.
Por exemplo?
Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.
Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?
Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A tomografia da fita crepe. Por Paulo Nogueira


Eleitor tradicional do PSDB diz que campanha de Serra é repulsiva

Tradicionais eleitores do PSDB começam a abandonar o barco da candidatura Serra em função dos rumos tomados pela campanha tucana. Um exemplo disso é o texto publicado pelo jornalista Paulo Nogueira, ex-editor assistente da Veja e ex-diretor de redação da Exame, em seu blog Diário do Centro do Mundo. Vivendo atualmente em Londres, Paulo Nogueira qualifica a campanha de Serra de “repulsiva” e diz esperar que o ex-governador de São Paulo saia de cena para que os tucanos possam se renovar. Ele escreve:
NÃO SEI SE alguém se surpreendeu com as últimas pesquisas, que parecem consolidar a caminhada de Dilma rumo ao Palácio do Planalto.


Eu não.
A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.
O episódio de ontem no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serras. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.
Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.

Serra quer muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja. (A íntegra do texto de Paulo Nogueira)
Créditos:
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