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A série abaixo respondeu as dúvidas que ainda tinha...
Um abraço,
Joserrí de Oliveira Lucena
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Entendendo o Caminho da Graça (postagem na página do Caminho, Interlagos-SP)
PERGUNTAS e RESPOSTAS
1.
Ser evangélico é ser seguidor do Evangelho. Então, como o senhor
diz que não é mais evangélico?
Meu
querido irmão,
Ser
evangélico deveria significar ser seguidor do Evangelho de Jesus,
mas não é o que significa atualmente. O termo “evangélico”
tornou-se a identificação de um grupo religioso; quando você diz
que é evangélico, logo as pessoas o identificam como membro de
alguma igreja evangélica e não como seguidor dos princípios de
amor, misericórdia e graça do Evangelho.
Infelizmente, em geral, os evangélicos são o oposto daquilo que Jesus ensinou; portanto, uma vez que os evangélicos são uma deturpação do Evangelho, já não posso mais aceitar o título de evangélico.
Podemos identificar três grupos distintos no movimento evangélico (neo-pentecostal, pentecostal e tradicional) e todos eles se afastaram do verdadeiro e simples Evangelho de Jesus:
O grupo neo-pentecostal representa a pior corrupção do Evangelho de Jesus desde o início do Cristianismo, que já representou um desvio na sua fundaçao nos dias do Imperador Constantino. O que os neo-pentecostais praticam hoje, faria a Igreja Católica da idade média corar de vergonha.
Formado pela Igreja Universal do Reino de Deus e outras similares, esse grupo se enquadra naquilo que Paulo chamou de falso evangelho; chamam o que pregam de evangelho, mas não é Evangelho; seus líderes se disfarçam de discípulos de Cristo, mas são obreiros fraudulentos, discípulos do Diabo; e não é de se estranhar que eles finjam ser discípulos de Jesus, já que o próprio Diabo se disfarça em anjo de luz, conforme Paulo alerta aos coríntios.
Negam a graça, estabelecendo a necessidade de sacrifícios, normalmente monetários, para se conquistar o favor de Deus, normalmente identificados como bençãos materiais.
O grupo pentecostal mantém a pregação do Evangelho e anuncia a mensagem de salvação através do sacrifício de Jesus. Contudo, exercem um controle moral rigoroso sobre seus membros, que faz o aperfeiçoamento espiritual depender do esforço próprio do crente, que merecerá o amor de Deus, se mantiver uma conduta moral de acordo com as regras estabelecidas pela igreja e cumprir deveres religiosos, como presença em cultos e entrega de dízimos.
Representado pelas igrejas Assembléia de Deus e Deus é Amor e suas similares, esse grupo é identificado com os fariseus no tempo de Jesus, os quais impunham fardos pesados sobre as costas das pessoas, os quais eles próprios não conseguiam suportar. Tal controle moral legalista, não tem qualquer poder sobre o pecado; pelo contrário, acrescenta mais pecado, gera crentes hipócritas, estabelece o julgamento do diferente e adoece as pessoas.
Tal posição pentecostal é negação da Graça e é combatida veementemente por Jesus, contra os fariseus; como disse Paulo a respeito dos Gálatas, esse grupo começa na Graça e pensa que pode se aperfeiçoar pelo cumprimento da Lei.
O grupo tradicional, também conhecido como histórico, também prega o Evangelho de Jesus, mas enfatiza seus sistemas teológicos, os quais são tidos como se fossem o próprio Evangelho, como se Deus tivesse posto sua chancela nas teologias dessas igrejas, as quais se dividem por causa delas. Embora de forma mais suave, os tradicionais seguem os pentecostais em seu legalismo.
Representado pelas Igreja Presbiteriana e Batista e suas similares, esse grupo se identifica com os escribas e mestres da Lei do tempo de Jesus, também combatidos por ele. Agem como se fosse possível dissecar os caminhos de Deus pela sabedoria humana, seguindo princípios da filosofia grega para desenvolverem suas teologias.
Nas igrejas tradicionais, enfatiza-se a Graça, contudo facilmente se observa que ela é apenas teoria para ser discutida em suas salas de escola dominical e compêndios teológicos, mas que não alcança os relacionamentos entre eles e com os de fora.
Lamentavelmente, o grupo neo-pentecostal tem influenciado as igrejas pentecostais e tradicionais, as quais adotam práticas deles em busca de crescimento numérico rápido.
Fiz
apenas um relato superficial sobre o desvio desses grupos; um exame
mais detalhado demonstraria que no movimento evangélico predomina o
comércio e a corrupção, a hipocrisia, o legalismo, o controle da
moral alheia, a divisão, as disputas e o orgulho teológico.
Uma vez que estou buscando viver somente o Evangelho, fazendo o caminho de volta à simplicidade do ensino de Jesus, não posso mais me identificar como evangélico. Prefiro apenas dizer que sou seguidor de Jesus, filho do Evangelho; isso basta!
Creio que o momento é extremamente grave e exige de todos os que ainda não dobraram seus joelhos ao Baal da hora, que abandonem tudo aquilo que é distintivo de sua religião e siga tão somente o Evangelho e insistam em semear a boa semente das boas novas de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, como nos ensina o apóstolo Paulo.
Este é o meu convite a você e a todos os que lerem esse blog; não tenham medo nem vergonha de fazer essa ruptura radical e seguir a Jesus, somente a Jesus. É um caminho fascinante!
Receba
meu abraço!
Em
Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton
César
2. Nas igrejas que se desviaram do Evangelho não existem pessoas salvas?
Existem
pessoas salvas, sim, pois a salvação é obra da graça de Deus. Por
esta Graça, existem pessoas salvas nos grupos neo-pentecostais,
pentecostais e tradicionais, tanto quanto existem salvos entre os
católicos, espíritas, budistas, prostitutas, alcoólatras, viciados
em drogas, ladrões e entre aqueles que vivem em lugares onde jamais
a “igreja” chegou ou chegará!
3. Pr. Adailton, o senhor aceitaria voltar para a Igreja Presbiteriana do Brasil?
Não! Eu
aceito pregar o Evangelho e colaborar no ministério em qualquer
Igreja Presbiteriana, só não pretendo me tornar membro dela
novamente, muito menos freqüentar reuniões de conselhos,
presbitérios, sínodos e supremo concílio.
4.
Um rapaz da minha igreja engravidou a noiva dele; sexo antes do
casamento é pecado, não é? E eles ainda nem foram disciplinados. O
que o senhor acha disso?
Meu querido irmão(ã),
O rapaz só engravidou a noiva dele se a tiver forçado; do contrário, eles se engravidaram!
O que é "sexo antes do casamento"? É o sexo praticado antes de assinar os documentos no cartório? Ou, talvez, antes do ofício religioso?
Para alguns evangélicos, nem mesmo o casamento civil "casa" de fato se não vier acompanhado do ofício religioso; sem casar na "igreja", sem a benção da "mãe de todos nós", o casal tá "danado"; os crentes vão ter um olhar meio torto para eles.
Têm pais evangélicos que não podem nem sonhar com os filhos não se casando na "igreja". Nao estou dizendo que os casais deveriam deixar de realizar uma cerimônia onde amigos e familiares se unissem para orar e abençoar o casal.
Apenas afirmo que ofício civil e religioso nada tem a ver com casamento do ponto de vista de Deus, do Evangelho. Estes ofícios são convenções humanas, as quais foram assumidas pela "igreja", como instrumento de poder sobre o povo, especialmente exercido pela "Igreja Católica" durante muito tempo, e como representação de autoridade espiritual sobre os membros das "igrejas", especialmente no caso dos evangélicos. Autoridade da "igreja" exercida por um sacerdote-pastor, especialmente ordenado e autorizado a celebrar o ofício religioso, embora nada disso se possa encontrar no Evangelho.
Diante de Deus, a união de um casal em amor é o casamento; logo, se o casal se une sexualmente em amor, não há sexo antes do casamento. Só vêem sexo antes do casamento nesses casos e prática pecaminosa, aqueles que aceitam viver sob o domínio de convenções humanas, tabús, e moralismos.
Sexo sem amor é pecado.
Sexo sem amor é pecado, mesmo que haja uma certidão de casamento que "una" o casal. Se o amor não os une, não há casamento diante de Deus; há um contrato!
Sexo sem amor é pecado, mesmo que esteja debaixo da unção de uma "igreja", pois não há ritual religioso que possa estabelecer o amor.
Sexo sem amor é pecado, pois sem amor nada é, nada vale diante de Deus.
Portanto, quem tem que respoder se o relacionamento sexual deste casal de noivos é pecado, é somente o casal.
Se o relacionamento deles é fruto de amor, de entrega madura um ao outro, capazes e dispostos a assumirem as responsabilidades de tal ato, não vejo pecado.
Vejo apenas imprudência, pois entrarão no relacionamento conjugal sem poderem desfrutar de um bom tempo sós, experimentando tudo o que lhes for possível do prazer da companhia da pessoa amada; esse tempo ficará prejudicado logo no início com as implicações físicas, e também emocionais, da gravidez e da chegada do nenê, mas será compensado pela grande alegria de ter um filho!
Oro para que tenham maturidade para curtirem ao máximo a gravidez nesse momento, curtirem ao máximo um ao outro na medida do possível, terem paciência um com o outro e saberem esperar o tempo mais favorável para desfrutarem um ao outro.
Sobre a disciplina eclesiástica... dis-ci-pli-na é irmã do dis-ci-pu-la-do.
Quando há pecado, a disciplina vem de Deus para seus filhos amados, quando eles precisam ser tomados pela mão e guiados no caminho do Evangelho.
Quando há pecado, a disciplina da "igreja" só é disciplina quando for cheia de misericórdia e amor, como a que vem de Deus. A "igreja" só disciplina quando ela discipula, tomando pela mão quem caiu e indo com ele até a cruz de Cristo, onde os pecados são perdoados e onde há restauração.
Há disciplina quando os que tomam o ferido pela mão são pessoas que se sabem feridos-curados pela mesma graça que agora dispensam ao outro e assim não se esquecem que carregam marcas de pedaços de pau nos olhos.
Há disciplina quando não se expõe o pecador para execração pública, antes o protege e cuida dele.
Há disciplina quando se cura a ferida com lágrimas e abraços.
E tal disciplina acontece na caminhada do dia-a-dia, quando todos nós sujamos os pés pelo caminho. Não acontece em concílios. Não acontece em reuniões de juízes eclesiásticos, onde o processo disciplinar toma prevalência sobre os princípios simples do Evangelho.
Se não é conforme a simplicidade e o amor e misericórdia do Evangelho, então não é disciplina, é castigo.
Esse casal deveria ser apenas amado, a gravidez festejada e dada a benção da união conjugal aos dois! Só isso!
Misericórdia quero, diz o Senhor, e não sacrifícios!
E quanto a você? Esta questão te incomoda? Por que? Suas questões sobre esse assunto são motivados por amor? Ou por legalismo? Ou por inveja do casal?
Por que não cuida da sua própria vida e dos seus pecados?
Que Deus tenha misericórida de todos nós.
Em Cristo, nosso querido salvador,
Adailton César
Meu querido irmão(ã),
O rapaz só engravidou a noiva dele se a tiver forçado; do contrário, eles se engravidaram!
O que é "sexo antes do casamento"? É o sexo praticado antes de assinar os documentos no cartório? Ou, talvez, antes do ofício religioso?
Para alguns evangélicos, nem mesmo o casamento civil "casa" de fato se não vier acompanhado do ofício religioso; sem casar na "igreja", sem a benção da "mãe de todos nós", o casal tá "danado"; os crentes vão ter um olhar meio torto para eles.
Têm pais evangélicos que não podem nem sonhar com os filhos não se casando na "igreja". Nao estou dizendo que os casais deveriam deixar de realizar uma cerimônia onde amigos e familiares se unissem para orar e abençoar o casal.
Apenas afirmo que ofício civil e religioso nada tem a ver com casamento do ponto de vista de Deus, do Evangelho. Estes ofícios são convenções humanas, as quais foram assumidas pela "igreja", como instrumento de poder sobre o povo, especialmente exercido pela "Igreja Católica" durante muito tempo, e como representação de autoridade espiritual sobre os membros das "igrejas", especialmente no caso dos evangélicos. Autoridade da "igreja" exercida por um sacerdote-pastor, especialmente ordenado e autorizado a celebrar o ofício religioso, embora nada disso se possa encontrar no Evangelho.
Diante de Deus, a união de um casal em amor é o casamento; logo, se o casal se une sexualmente em amor, não há sexo antes do casamento. Só vêem sexo antes do casamento nesses casos e prática pecaminosa, aqueles que aceitam viver sob o domínio de convenções humanas, tabús, e moralismos.
Sexo sem amor é pecado.
Sexo sem amor é pecado, mesmo que haja uma certidão de casamento que "una" o casal. Se o amor não os une, não há casamento diante de Deus; há um contrato!
Sexo sem amor é pecado, mesmo que esteja debaixo da unção de uma "igreja", pois não há ritual religioso que possa estabelecer o amor.
Sexo sem amor é pecado, pois sem amor nada é, nada vale diante de Deus.
Portanto, quem tem que respoder se o relacionamento sexual deste casal de noivos é pecado, é somente o casal.
Se o relacionamento deles é fruto de amor, de entrega madura um ao outro, capazes e dispostos a assumirem as responsabilidades de tal ato, não vejo pecado.
Vejo apenas imprudência, pois entrarão no relacionamento conjugal sem poderem desfrutar de um bom tempo sós, experimentando tudo o que lhes for possível do prazer da companhia da pessoa amada; esse tempo ficará prejudicado logo no início com as implicações físicas, e também emocionais, da gravidez e da chegada do nenê, mas será compensado pela grande alegria de ter um filho!
Oro para que tenham maturidade para curtirem ao máximo a gravidez nesse momento, curtirem ao máximo um ao outro na medida do possível, terem paciência um com o outro e saberem esperar o tempo mais favorável para desfrutarem um ao outro.
Sobre a disciplina eclesiástica... dis-ci-pli-na é irmã do dis-ci-pu-la-do.
Quando há pecado, a disciplina vem de Deus para seus filhos amados, quando eles precisam ser tomados pela mão e guiados no caminho do Evangelho.
Quando há pecado, a disciplina da "igreja" só é disciplina quando for cheia de misericórdia e amor, como a que vem de Deus. A "igreja" só disciplina quando ela discipula, tomando pela mão quem caiu e indo com ele até a cruz de Cristo, onde os pecados são perdoados e onde há restauração.
Há disciplina quando os que tomam o ferido pela mão são pessoas que se sabem feridos-curados pela mesma graça que agora dispensam ao outro e assim não se esquecem que carregam marcas de pedaços de pau nos olhos.
Há disciplina quando não se expõe o pecador para execração pública, antes o protege e cuida dele.
Há disciplina quando se cura a ferida com lágrimas e abraços.
E tal disciplina acontece na caminhada do dia-a-dia, quando todos nós sujamos os pés pelo caminho. Não acontece em concílios. Não acontece em reuniões de juízes eclesiásticos, onde o processo disciplinar toma prevalência sobre os princípios simples do Evangelho.
Se não é conforme a simplicidade e o amor e misericórdia do Evangelho, então não é disciplina, é castigo.
Esse casal deveria ser apenas amado, a gravidez festejada e dada a benção da união conjugal aos dois! Só isso!
Misericórdia quero, diz o Senhor, e não sacrifícios!
E quanto a você? Esta questão te incomoda? Por que? Suas questões sobre esse assunto são motivados por amor? Ou por legalismo? Ou por inveja do casal?
Por que não cuida da sua própria vida e dos seus pecados?
Que Deus tenha misericórida de todos nós.
Em Cristo, nosso querido salvador,
Adailton César
5.
Este "Caminho da Graça" é uma nova igreja que o senhor
abriu?
Não! Eu não tenho nenhuma "igreja" para abrir, plantar ou inaugurar.
A única Igreja que existe foi "inaugurada" por Jesus e no único lugar onde ela pode ser estabelecida: no coração!
O Caminho da Graça é uma pessoa, e seu nome é Jesus! Portanto, não há nada para abrir, pois ele já abriu o novo e vivo caminho da graça pelo seu sangue!
Quero apenas caminhar nessa graça sem ter que construir nada, abrir nada, inaugurar nada; apenas receber com alegria aquilo que está sendo construído em mim a cada dia, por obra da Graça de Deus.
Beijo!
Em Cristo, nosso querido Salvador,
Adailton César
6. Por que o senhor rejeita a Teologia Reformada?
Querido irmão,
Eu não rejeito a Teologia Reformada; rejeito a teologia, a idéia te se poder discernir os caminhos de Deus pela via da sabedoria humana, do raciocínio.
Os religiosos buscam sinais e os filósofos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os religiosos, que querem conhecer a Deus pelo esforço próprio, e loucura para os sábios que querem conhecer a Deus pela via do raciocínio, elaborando sistemas humanos que expliquem os caminhos e os pensamentos de Deus.
Pela teologia, o homem pensa poder definir como Deus age, como Deus opera, tenta explicar os caminhos dele, quando não consegue enxergar nem seu próprio umbigo.
A teologia segue princípios da filosofia grega, departamentalizando o "conhecimento de Deus", dividindo-o e subdivindo-o, esquematizando-o, sistematizando-o; pensa com isso fazer-nos entender os caminhos de Deus, mas faz o contrário. Apenas o torna ainda mais "escondido" de nós, coloca mais pedras no caminho, mais dúvidas a respeito dele.
Deus só se conhece pelo relacionamento pessoal com Cristo; quem o vê, vê o Pai. A Palavra é uma pessoa e não as letras registradas num livro.
No movimento Caminho da Graça, não rejeitamos o pensamento de outros irmãos no decorrer da história; somente não os transformamos em pacotes de doutrinas que precisam ser aceitos por todos, como um corpo fechado. Infelizmente, o que vejo na igreja evangélica é que a confissão de fé de cada denominação, na prática, é tida como Palavra de Deus. Discordar da confissão é discordar de Deus.
A tal ponto é assim, que o fato de eu ter escrito que não posso mais andar com o Evangelho numa mão e com a Confissão de Westminster na outra, fez com que colegas cortassem as relações comigo; já não posso mais ser amigo deles, porque virei um herege por não adotar a Confissão, mesmo que o conteúdo das minhas mensagens não possam ser classificadas como heréticas; ou seja, abandonando nossa amizade, estes irmãos reafirmam a Confissão e negam o amor do Evangelho. É a Teologia tomando o lugar do Evangelho.
Noutro texto escrevi o seguinte:
No Evangelho, a verdade é simples e poderosa para libertar e revolucionar a vida, e todo filho do Evangelho pode comer e beber dela para si e por si mesmo na Palavra viva que é Jesus, a partir dos registros das Escrituras, nas quais se ouve a Palavra, guiado pelo Espírito Santo que faz fluir do seu interior rios de água viva; na igreja dos homens, não basta o Evangelho; as pessoas se tornam dependentes de pregadores e de sistemas teológicos complexos que as impedem de ver e viver a beleza e leveza do Evangelho, uma vez que ele não é daqui, mas de Deus, não podendo ser discernido pela mente humana, mas apenas crido e recebido em fé, produzindo ele mesmo a vida naquele que assim crê; em Jesus, que é a Palavra, todas as palavras e raciocínios humanos se calam.
No Evangelho, o único dogma é o próprio Evangelho, com os termos e temas do Evangelho, estando a interpretação do dogma no próprio Jesus, pelo qual Deus fala; à luz da sua vida e ensino, o filho do Evangelho interpreta a verdade do Evangelho, no Velho e Novo Testamentos; a igreja dos homens se esquece de Jesus no Evangelho, interpreta letra com letra e cria sistemas teológicos, nos quais Jesus é apenas mais um tópico, e que não podem conter o Evangelho e rotulam os tais sistemas e brigam por eles; e os filhos das igrejas dos homens se definem orgulhosamente pelo sistema que seguem (calvinismo ou reformado, arminianismo, luteranismo, pentecostalismo, catolicismo, etc...); enquanto rotulam e gastam-se nas discussões dos "profundos" temas teológicos, deixam a graça, o amor e a misericórdia do Evangelho abandonados no canto da gaveta.
Repetir o Evangelho, com as palavras, os temas, os termos do Evangelho! Este é o desafio e meu desejo mais sincero!
O que o Evangelho não explica, eu não tento explicar; o que Evangelho não sistematiza, eu não sistematizo, o que ele não defende, eu não defendo.
Diante da corrupção do movimento evangélico, os reformados insistem que devemos voltar aos pilares da reforma; não! Nós devemos voltar aos pilares do Evangelho! Aí vem um pastor reformado e me diz: "e não é a mesma coisa?"; já ouvi isto diversas vezes de membros da IPB depois que me uni ao movimento Caminho da Graça.
Não é a mesma coisa! Aquilo no que o pensamento reformado concorda com o Evangelho não é doutrina reformada, é Evangelho; naquilo que não concorda, não é Evangelho. Portanto, resta apenas o Evangelho e querer reduzí-lo e denominá-lo "teologia reformada" é presunçào e negação do Evangelho.
O Evangelho liberta e une, a teologia divide e escraviza. Cria guetos, subculturas, denominações, enquadra Deus e é a união dos iguais, que devem pensar a mesma coisa, que devem ser moldados conforme a teologia do grupo.
Heresias não se combatem com sistemas teológicos, mas com a insistência em pregar e viver o Evangelho simples e claro, sem as elaborações complexas da teologia. O pensar teológico, imaginando poder dissecar e explicar Deus, o nega!
Diante da beleza do Evangelho, qualquer sistema teológico perde o brilho. O Evangelho é maravilhoso e simples!
No Natal de 1522, Martinho Lutero disse:
"Ah! Se Deus permitisse que minha interpretação e a de todos os outros mestres desaparecessem, e que cada cristão pudesse chegar diretamente à Escritura apenas, e à pura Palavra de Deus!"
"Percebe-se já por esta tagarelice minha, a incomensurável diferença entre a palavra de Deus e todas a palavras humanas e como homem algum pode, com todas as suas palavras, adequadamente alcançar e explicar uma única palavra de Deus".
"Trata-se de uma palavra eterna e deve ser compreendida e meditada com uma mente silenciosa. Ninguém é capaz de compreendê-la a não ser a mente que a contempla em silêncio".
"Para qualquer um capaz de fazê-lo sem comentário ou interpretação, meus comentários e os de todos os outros não seriam apenas inúteis, mas um estorvo".
"Vão para a própria Bíblia, caros cristãos, e não permitam que as minhas exposições e as de outros estudiosos sejam mais do que uma ferramenta que capacite a edificar de forma eficaz, de modo que sejamos capazes de compreender, experimentar e habitar a simples e pura Palavra de Deus, pois apenas Deus habita em Sião".
Não precisamos de sistemas teológicos, o Espírito Santo sabe fazer seu trabalho e a teologia e sua hermenêutica autorizada são um estorvo, como disse Lutero.
Assim, querido irmão, sinto-me num momento de maior alegria em minha caminhada no Evangelho; amo a IPB, amo seus pastores e teólogos, dentre os quais tenho muitos amigos e sei de seu compromisso verdadeiro com o Evangelho; usei muito a Confissão de Fé de Westminster, mas hoje não preciso mais dela a não ser como um documento histórico para referência!
O Evangelho me basta e me alimenta! Como do pão vivo que desceu do céu; aí quando chego nos livros de teologia, estou saciado, farto; e dá aquele fastio!
Bebo da fonte da vida, que não é um livro, mas uma pessoa, e seu nome é Jesus!
Receba meu abraço!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
7. Vocês não têm uma linha doutrinária no "Caminho da Graça", que defina o conteúdo de fé de vocês?
Temos linha doutrinária, sim! Mas nenhum sistema teológico fechado, nenhum esquema de cinco ou dez pontos. Nenhuma fragmentação, nenhuma sistematização, nenhuma dissecação, pois o Evangelho não se presta a sistemas humanos.
Queremos os temas e os termos do Evangelho, com as palavras expressas e vividas por Jesus e seus apóstolos. Uma vez que Jesus seja a chave hermenêutica, os sistemas teológicos perdem completamente seu valor.
A nossa doutrina, o nosso dogma, é o amor do Evangelho! Os temas e termos do Evangellho, conforme encarnado em Jesus. E isto nos basta!
Receba meu abraço!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
8. Tendo Jesus como chave de interpretação da Bíblia, você rejeita a exegese dos textos bíblicos?
Querido irmão,
Graça e paz!
Quando iniciei o mestrado, depois de inúmeras aulas de hermenêutica, resolvi que faria minha tese sobre o tema “A Hermenêutica dos Apóstolos”, pois eu não conseguia perceber neles o uso da interpretação gramático-histórico que aplicávamos na teologia reformada. Para mim, alguma coisa estava errada, pois se os próprios apóstolos não usavam este critério hermenêutico, nós também não deveríamos utilizar.
Outra coisa me intrigava: Paulo disse que o Evangelho não se discerne pela sabedoria humana; os gregos pedem sabedoria, mas nós pregamos a Cristo, disse ele.
Se assim era, por que utilizávamos um método grego para fazer teologia, dissecando o conhecimento de Deus, compartimentalizando-o, sistematizando-o? Serviria bem para Aristóteles e para René Descartes, mas não serviria para nenhum dos apóstolos, que não sistematizaram nem esquematizaram nada. Para mim, alguma coisa estava errada, mas eu nao sabia dizer o quê.
Por isto resolvi fazer tal tese, pois queria ir atrás da resposta. Um dia, lendo Caio Fábio, ele disse que o único princípio hermenêutico que abre as portas para o entendimento de toda Escritura e que era o único utilizado pelos apóstolos é Jesus como a Palavra encarnada.
Um novo mundo se abriu. Nada de sistemas teológicos baseados em elaborações do raciocínio humano, nada de interpretação centrada na letra e na história: OLHE PARA JESUS, VEJA COMO ELE VIVEU, COMO ENCARNOU A PALAVRA – VELHO E NOVO TESTAMENTO SE UNEM NELE – E VOCÊ ENTENDERÁ AS ESCRITURAS SEM AS DOENÇAS DA RELIGIÃO.
Não são mais a gramática e a história as bases para a interpretação; muda-se o fundamento: É JESUS, SOMENTE JESUS.
Muitos perguntam: no meio deste emaranhado de igrejas, de doutrinas, de sistemas, onde está a verdade, onde está o Evangelho puro e simples?
Ora, a resposta é uma só: no próprio Jesus!
Como saber o que é certo ou errado, verdade ou mentira, como saber que doutrina é correta?
A resposta mais uma vez é: olhe para Jesus e você entenderá tudo!
JESUS É CHAVE HERMENÊUTICA NÃO SOMENTE DAS ESCRITURAS, MAS DE TODA A EXISTÊNCIA
A Palavra se fez carne, a Palavra não é uma idéia, não é a letra de um livro, mas sim uma pessoa; sendo a Palavra que se fez carne, Jesus se torna a única chave hermenêutica para que possamos compreender as Escrituras, a nós mesmos, o próximo e a criação, ou seja, a realidade toda.
O Evangelho diz que ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito que está junto do Pai, o tornou conhecido; afirma que a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.
Jesus diz que as palavras dele são espírito e vida e Pedro diz que somente ele tem as palavras de vida eterna! O Evangelho nos diz em Hebreus que há muito tempo Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos antepassados por meio de profetas, mas nestes últimos dias nos falou pelo Filho!
Veja, é Jesus quem revela o Pai; ele é a expressão exata do seu Ser; tudo o que queremos saber de Deus e dos seus caminhos está em Jesus! Tudo o que precisamos saber está revelado nele! O que não está expresso nele e através dele é porque não precisamos saber.
Nossos temas devem ser os temas de Jesus! Devemos nos calar onde Jesus se cala! Não devemos discutir o que Jesus não discute! Não devemos sistematizar o que Jesus não sistematiza! Não devemos tentar explicar o que Jesus não explica, mas apenas afirma como vida!
Em Jesus, tudo é para ser experimentado na caminhada e não para ser discutido nas cátedras; a vida de Jesus em nós se dá no dia a dia, nas ruas, nos becos, nos guetos, nas casas.
O Evangelho, conforme nos apresentam os evangelhos e os demais escritos apostólicos, nos basta e Jesus é o seu intéprete, a chave hermenêutica que nos permite reconhecer a verdade viva e para a vida, e no qual tudo o mais que nele não se encontra é porque foi feito obsoleto!
Nesta caminhada que tenho empreendido para fora da religião evangélica há anos, este foi o princípio mais elucidativo para o encontro com o Evangelho puro e simples!
Este é o princípio que provém da compreensão das citações do Evangelho que apresentei acima, que faz cessar as disputas dogmáticas e as polarizações, uma vez que em Jesus não existem tais preocupações.
Tendo Jesus como a chave hermenêutica cessam os problemas com as diferenças textuais, com os paradoxos, pois não estamos atrás da letra, mas de Jesus, a Palavra viva! Não temos que ficar lutando com a inerrância da letra, pois Jesus é perfeito e o espírito do Evangelho é que nos alcança. Não precisamos ficar nos preocupando com a autoria, com datas e lugares, pois a Palavra está em nós, ou melhor É em nós!
Não precisamos ficar lutando com o decorar a letra, como se fosse algo mágico, pois a Palavra a ser decorada é Jesus vivendo em mim. O texto é apenas registro e não Deus! O texto é a letra, mas a Palavra é Jesus, e ela se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e verdade.
Mantenho e utilizo comentários dos livros da Bíblia, especialmente aqueles que trazem explicações do contexto cultural e das línguas originais. Não me importa qual a orientação teológica do autor, pois não estou atrás da interpretação dele, mas apenas do significado gramatical do texto e da cultura da época. A interpretação eu farei olhando para Jesus; é ele quem interpreta; a exegese gramático-histórica é apenas uma ferramenta e nada mais.
Tendo Jesus como a chave hermenêutica, é ELE quem interpreta a Bíblia toda e não o contrário; é preciso olhar tudo o que é ensinado na Lei e nos Profetas, e nos apóstolos, a partir de Jesus, conferindo como tudo se traduzia na vida e ensino dele.
Martinho Lutero já havia dito: "Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes".
Portanto, para nos desintoxicarmos de todo este entulho, o caminho é irmos ao encontro de Jesus no Evangelho puro e simples! Lê-lo, ouví-lo!, sem os olhos da nossa religião (sistemas teológicos e estruturas administrativas), mas com os olhos em Cristo!
Como você pode perceber, não nego a exegese, a interpretação gramatico-histórica; porém, tudo o que for entendido gramatical e historicamente, sem a correspondência em Jesus, será mera presunção acadêmica, exercício da letra que mata; o conteúdo deve encontrar em Jesus sua vivência e ensino; do contrário, não havendo em Cristo tal correspondência, deve ser deixado de lado como cumprido, obsoleto ou desnecessário!
Deve-se fugir da tentação de criar sistemas fechados, pois isto é religião! A verdade do Evangelho é vida e não se presta a sistemas lógicos de entendimento humano! O único entendimento possível do Evangelho é na vida, comendo-o!
Então, insisto com todos para que leiam o Evangelho todo, de coração aberto, em fé, ouvindo aquele que é a Palavra falando, buscando a correspondência de tudo nele e seguindo-o, com toda a alegria e paixão, na sua caminhada diária!
Incentivo a todos a lerem tudo, de Gênesis a Apocalipse, olhando para Jesus e seguirem a simplicidade daquilo que está ensinado e vivido por ele, clamando ao Espírito que aplique a Verdade ao coração para que se viva por intermédio dela; creio na obra do Espírito Santo e sei que ele guiará o seu povo a toda a verdade.
Assim se expressou o Pr. Caio Fábio sobre isto:
“1. Deve-se ler existêncialmente a Bíblia como tendo seu espirito realizado em Cristo. Ele veio para cumprir tudo. Cumpriu? Sim! Está consumado! Mas cumpriu de uma maneira legal-aos-sentidos? Não! Prova disso que o cumprimento da Palavra em Jesus era justamente aquilo que os mestres da Lei em Seus dias chamavam de transgressão. Assim, há um espírito até na Lei. Jesus cumpriu esse espírito, não suas materializações!
2. Deve-se ler as "falas" de Jesus e não somente fazer (quando se faz) exegese do texto. Antes disso, deve-se perguntar: qual o significado desse ensino de Jesus para Jesus? E a resposta é uma só: veja como Ele lidou com a vida, com as pessoas, com os fatos! Conferindo uma coisa com a outra fica-se livre da construção de dois seres irreconciliáveis: o Jesus que viveu cheio de amor e graça, e o Jesus que ensinou coisas que só os interpretes autorizados conseguem "captar".
3. Desse modo, então, não se faz jamais uma interpretação textual que não coincida com o comportamento e com a atitude de Jesus na questão, conforme o Evangelho. Eu confiro tudo com o espírito de Jesus, conforme o Evangelho.
4. Só assim Jesus não fica esquizofrênico ante os nossos sentidos: o que Ele disse, Ele viveu; e o que Ele viveu, é o que Ele disse.
É mais simples que pensar. Basta olhar para Jesus. Veja como Ele tratou a vida, as pessoas, a religião, os políticos, os pobres, os ricos, os doentes, os párias, os segregados, os esquecidos, os seres proibidos, os publicanos, as meretrizes, os santarrões, e o que mais você quiser...
Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e Nele estão TODOS os tesouros da sabedoria e do conhecimento. O resto é invenção de quem não quer lidar com gente e prefere lidar com letras.
A Verdade não existe como Explicação, mas tão somente como Encarnação. A Verdade só pode ser vivida, não pensada. Todo pensamento acerca dela decorre da experiência; ou seja: do processo de encarnação. Assim, para enxergar a Verdade tem-se que vê-la na Única Vida na qual ela habitou cheia de Graça, e também tem-se que vivê-la.
E o Verbo se fez carne. Por isto é que posso discernir a Verdade em Jesus, mas ainda assim só posso discernir se eu mesmo a experimentar na vida.
A Verdade que vejo em Jesus--Encarnada Nele--eu mesmo tenho que conhecer na minha própria vida, ou encarnação, que é o único estado de existência que eu tive até hoje.
Quando vejo Jesus, eu vejo a Verdade. Quando eu vivo, sabendo que Ele é a Verdade, mesmo que minha existência não encarne toda a Verdade que vejo Nele, até nos meus movimentos contra ela, eu a conheço; visto que não tenho mais como não conhecê-la, mesmo que a negasse.
Foi assim com Pedro. Ele conheceu a Verdade em Jesus, e teve que experimentá-la em si mesmo. E, provavelmente, o dia no qual ele negou a Jesus, tenha sido um dia, para ele, de muito mais verdade que a noite da Transfiguração.
Assim, Jesus é a chave hermenêutica para se discernir a Palavra, mas mesmo assim, eu só a conhecerei como Verdade, se eu mesmo a provar na minha carne; e isto é o que acontece quando a gente anda no Caminho; e assim é mesmo quando a gente tropeça.
Desse modo, a Encarnação é a chave hermenêutica, mas essa chave tem que abrir antes o meu coração. E isto só acontece no encontro entre a Verdade e a Vida. Ora, tal encontro só se dá no Caminho.
A primeira vez que expressei essa noção por escrito foi no meu livro ‘Seguir Jesus: o mais fascinante projeto de vida’. Se puder leia”.
Se possível, assista ao vídeo da mensagem que preguei sobre esse assunto: A Palavra Viva e a Letra Morta. É só ir na seção “Vídeos” deste blog. Se a conexão não for banda larga, pode ouvir essa mensagem na seção “Áudio”.
Em Cristo, nosso querido Salvador
Adailton César
9. Ouvi dizer que para o senhor não existe mais pecado; que pode tudo: beber, dançar e fumar, por exemplo. É verdade?
Não é verdade!
Existe pecado sim, embora grande parte daquilo que é definido pela igreja como pecado, não passa de moralismo hipócrita.
Quem quiser beber e dançar, beba sabendo o que está bebendo e dance bem ou fique só olhando! Faça tudo com bom senso e moderação. Quem quiser "beber" coca-cola, saiba que estará tomando veneno; quem quiser "beber" cerveja, escolha uma bem gelada, e não se embriague. Quem quiser "beber" café, saiba que vai se viciar com a cafeína.
E quem quiser fumar, assuma os riscos de contrair várias doenças e não fume em lugares fechados nem prejudique outros com sua fumaça.
10. Pr. Adailton, depois de tantos anos na Igreja Presbiteriana do Brasil, o que mudou nela para que o senhor a deixasse? Ou foi o senhor que mudou?
Não mudou nada na IPB! Eu mudei bastante.
11. Pastor, o senhor não acha que ficou muito claro que todas as perguntas, inclusive a de numero 4, foram feitas pelo senhor?
Obrigado pela sua sinceridade!
Não!
Todas as perguntas foram feitas por outras pessoas!
A 1, foi feita por um senhor idoso; a 2, por um jovem em nossa reunião; a 3, já me foi feita pessoalmente inúmeras vezes e enviada por um anonimo; a 4, foi enviada por um anonimo; a 5, foi feita por uma senhora; a 6 foi feita por um presbítero de Minas Gerais, a 7 e a 8, por um pastor do nordeste; a 9 foi feita por um anônimo; a 10 foi feita por uma senhora em nossa reunião; para as duas perguntas feitas na reunião, foi pedido autorização para publicá-las no blog; e a 11 foi feita por você, também anônimo!
Algumas pessoas preferem não utilizar o formulário de envio de perguntas, e remetem um e-mail, onde têm mais espaço para escrever. Por causa disso, eu aumentei o espaço para a pergunta no formulário para 450 caracteres.
Em todas as perguntas, a única coisa que eu faço é dar uma redação mais clara à pergunta quando isso é necessário, mantendo o conteúdo dela.
Permita-me ponderar, que você não deveria ficar preocupado(a) com quem faz as perguntas, mas sim considerar o conteúdo da pergunta em si e se a resposta é coerente com o espírito do Evangelho.
Fique à vontade para perguntar; nenhuma pergunta deixará de ser publicada, a menos que o conteúdo seja ofensivo a alguém diretamente.
Muito obrigado mais uma vez!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton
12. No "Caminho da Graça" vocês não tem pastores? O mentor faz o papel de "pastor"? Na ausência dele alguma outra pessoa que não tenha sido ordenada poderá substituí-lo em sua funções?
Não temos pastores oficialmente ordenados após estudos regulares em faculdade de teologia.
Temos pastores que pastoreiam, como mentores daqueles que aceitam seu pastoreio.
Tudo acontece de forma simples e conforme os dons distribuídos pelo Espírito Santo; assim, pastor é todo aquele que tem o dom do pastoreio, do cuidado misericordioso com o outro.
13. No "Caminho da Graça" tem recolhimento de dízimos e ofertas? Como vocês entendem essa questão?
Meu querido irmão,
Esta é uma questão que semmpre fazem; segue uma resposta do Caio a alguém que lhe perguntou se devia dar o dízimo e onde; espero que lhe seja útil!
Em Cristo,
Adailton César
Devo Dar o Dízimo e Onde? - Por Caio Fábio
A idéia de que o “dizimo” é devido à “igreja” é uma tentativa de fazer do mero ajuntamento cristão algo pesado, legal, estatal, religioso, como era o “Templo de Jerusalém”.
No entanto, essa perversão não aconteceu desde o princípio. Os primeiros discípulos contribuíam, primeiro, para ajudarem-se uns aos outros (“...a família da fé...”; como diz Paulo); e, depois, a fim de criar meios e fundos a fim de ajudarem no sustento dos que vivem apenas para pregar e ensinar a Palavra.
Se você ler II Co 8 e 9 você entenderá qual era o espírito mediante o qual as ofertas em dinheiro eram feitas no ajuntamento dos primeiros discípulos.
Jesus disse aos judeus que eles deveriam dar o dízimo de seus bens e alimentos (era assim que era feito no Templo; e, descobertas arqueológicas feitas nas ruínas da casa de Caifás, o sumo sacerdote, revela como eram medidos e coletados esses “dízimos”), mas sem esquecer que a verdadeira lei de Deus é feita de justiça, misericórdia e verdade.
No entanto, já foi a perversão da fé original, desfigurando-se naquilo que chamamos de “Religião Cristã” ou de “Igreja”, o que evocou para si esse papel oficial de “Novo Templo” de Deus na Terra.
Ou seja: para o “Cristianismo” e para a “Igreja” a representação legal de Deus na Terra agora tem neles sua oficialidade. Todavia, essa é uma perversão que fundiu a idéia do Templo como lugar de oficialidade e poder (“chapa branca” de Deus no mundo), mais a oficialidade política e religiosa que os romanos, via Constantino, criaram.
Assim, “os evangélicos”, por exemplo, brigam pela “igreja” como detentora do “poder fiscal de recolhimento os impostos de Deus”, sem saber que tanto a interpretação legal de Malaquias não cabe nessa nova dispensação da consciência na Graça, conforme o Evangelho; como também não sabem que estão ainda vivendo sob os auspícios da Lei e não da Graça; visto que se colocaram sob o comando de algo que foi instituído para a “igreja” quando ela foi deixando de ser apenas Igreja, conforme a leveza do Evangelho; e conforme o poder que Constantino instituiu, chamando-o de “Cristianismo”.
Esta é a razão pela qual o texto de Malaquias 3, sobre os dízimos, ser o favorito da “igreja” nas questões de contribuições financeiras. Sim, ele supostamente se transfere para a “igreja”, a qual, tendo CGC e Estatuto, vira o “Banco do Dinheiro de Deus”; e o pastor, líder, apostolo, bispo, ou seja lá o que for..., torna-se o “Dono do Banco”; ou, na melhor das hipóteses, no caso de uma gestão menos centrada num homem, então surge o “Conselho Bancário”, que faz gestão do dinheiro de Deus na “igreja”. Ora, eles dizem que se o dinheiro de Deus não passar por eles, tal dinheiro não serve a nenhuma causa divina; não sendo, portanto, segundo eles, “abençoado”.
Tudo engano e manipulação!
O que não percebemos é que o N.T. não se utiliza de Malaquias 3 como Lei da Graça quando se trata de dinheiro. Como já disse, o texto de Malaquias fala do Templo-Estado. A Igreja não é assim!
Ao escolhermos, seletivamente, Malaquias como o Santo das Contribuições, sem o sabermos, estamos dizendo quatro coisas:
1) Nosso desejo de que a Igreja esteja para a sociedade assim como o Templo-Estado estava para a população de Israel.
2) Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente.
3) Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça em II Co 8 e 9. E sem maldiçoes; evocando a alegria, não o medo.
4) Nossa ênfase na idéia de que aquele que não contribui é ladrão, põe aqueles que “cobram” no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra.
Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja! Dar sem desejar, ou dar mentindo, gera morte, não vida!
Ananias e Safira foram exemplarmente disciplinados pela Liberdade que nasce da Verdade; e não a fim de gerar medo legalista na Igreja. Eles morreram por terem traído a Graça de dar ou não dar; de ser ou não. Eram livres para não dar; e, assim, não para mentir ao Espírito Santo!
Dar não os tornaria “maiores”! Não dar não os tornaria “menores”! Mentir a Deus, todavia, os destruiria! Porém, dar com alegria, abriria para eles um mundo de riquezas interiores e de retornos de bênçãos que são apenas o fruto da própria semeadura feita como generosidade na forma de dinheiro ou bens.
Deus ama a quem dá com alegria!
O que passar disso é "negócio" feito em nome de Deus e que se alimenta da culpa que se põe sobre os ombros ignorantes de quem não sabe que em Cristo tudo já está Consumado!
Portanto, não há barganhas a fazer!
Todavia, como eu disse ao “Jovem Honesto”, o dizimo é parte de todo culto racional e grato. Sua base, todavia, não é a Lei, mas sim a Lei da Graça, da gratidão, da alegria, do reconhecimento do amor e da providencia, do desejo de contribuir para ajudar outros, e, sobretudo, como manifestação de culto a Deus, no qual a alegria grata oferece como culto aquilo que é um “deus” na terra: o dinheiro!
Para mim, dar o dízimo, além de ser tudo o que há pouco lhe disse, é também um ato de vindicação da soberania de Deus sobre nossa existência. O dinheiro é uma Potestade espiritual. Foi a única realidade que Jesus usou para apresentar como um “deus” competindo pelo amor dos homens. Por isso Jesus chamou o dinheiro (Mamon) de “senhor”; e disse que ninguém poderia servir a Deus e às riquezas. Desse modo, quando alguém dá pelo menos 10% do que ganha, tal pessoa está confessando sua gratidão, sua confiança na Provisão, e, também, sua libertação em relação ao poder que os bens tendem a exercer sobre toda alma humana, reclamando um papel divino e de obediência e serviço, como faz todo senhor espiritual.
O interessante é que Jesus não atribuiu esse poder ao diabo, mas o atribuiu ao dinheiro.
Na Graça de Deus o dizimo é assim: filho da Lei da Graça, pois, é fruto da gratidão alegre; e não é uma obrigação legal. Todavia, mesmo não sendo uma obrigação legal, é, entretanto, um principio espiritual, o qual carrega em si as bênçãos que correspondem ao significado de um ser um humano ofertar suas posses a Deus, através de bens e serviços aos homens; e fazendo isto com alegria, conforme a Lei da Graça acerca desse assunto, a qual pode ser lida em II Coríntios 8-9.
Quanto a sua questão, digo-lhe o seguinte:
1o Minha prioridade nas minhas contribuições é dar para causas que divulguem o Evangelho como ele é, com pureza de propósitos e conteúdos. Isso pode ser numa “igreja”, pode ser numa missão séria, pode ser a alguém que carregue sozinho o compromisso de fazer algo importante e sério, mas que não conta com ajuda suficiente.
2o Além disso, ajudo pessoas em necessidade; ou, simplesmente, obedeço o impulso interior na alegria que nasce da possibilidade de ajudar alguém que está em necessidade. “Quem dá ao pobre, a Deus empresta”, diz o Provérbio.
3o Também faço isso sem deixar de me comprometer com aquelas coisas, causas, ou meios mediante os quais minha vida é enriquecida espiritualmente. Aliás, Paulo diz que aquele que recebe benefícios espirituais deve fazer beneficiário, com bens materiais, aquele que sobre ele ministra riquezas da Graça; seja como apoio, palavra, ensino ou atenção espiritual.
No entanto, eu nunca brinco com dinheiro, pois sei que ele é uma Potestade. O lugar mais seguro e útil para o dinheiro, portanto, é sendo usado como parte do culto racional e grato; mediante cujo gesto consciente a gente declara o Senhorio de Cristo sobre Mamon em nossa vida.
“Dar”, não só é espiritualmente melhor do que receber; mas também carrega em si o principio da vida: a vida é um permanente dar.
Além disso, Jesus disse que o ato livre, amoroso, carinhoso, responsável e devocional do “doar”, abre comportas espirituais de bem em nosso favor.
Ou seja: o ato de dar gere uma sincronia de nosso ser com as forças invisíveis e poderosas da generosidade.
Pr isso, é que Ele disse que o ‘retorno’ do ‘dar’ em alegria é desproporcional; posto que você semeia um dízimo de seu ganho, ou, para sua felicidade, até mais que o dízimo; e, como resultado, abrem-se galerias invisíveis de uma graça que sempre se manifesta em favor dos generosos.
Assim, eu não dou o dízimo por causa de Malaquias, nem tampouco com medo de ser “ladrão”, ou de ser vitimado pelo “devorador”. Todas essas coisas morreram com Jesus na Cruz. Nele todos os devoradores foram despojados na Cruz.
Todavia, não dando por medo, dou, entretanto, em razão da gratidão e da alegria da Graça em mim.
Portanto, nunca darei uma única oferta se minha motivação for medo (pois, desse modo, o que eu faço de nada vale; sem amor nada aproveita para mim).
Entretanto, não é porque não temo o devorador que deixarei agora de doar.
Não! Eu dôo por amor; e por saber que nada é meu; e por crer que tudo o que me vem às mãos, pagas as responsabilidades da vida, o mais deve ganhar significação espiritual filiada à gratidão e ao amor solidário e responsável.
Escolha causas que promovem o Evangelho e abençoam vidas e contribua com alegria; posto que isto é agradável a Deus.
Jesus disse que até mesmo o “administrador infiel” (Lc 16) pôde fazer bom uso do dinheiro que um dia ele havia ganho com esperteza e até desonestidade. Sim, Jesus recomendou que esse dinheiro seja usado para que se faça “amizades espirituais”, as quais, pela gratidão, sempre haverão de nos socorrer na hora da necessidade.
O “administrador infiel” foi “elogiado pelo Senhor” porque apostou em capitais imponderáveis (gratidão semeada na alma de outros), e não no dinheiro. Sim, ele preferiu ficar sem nada, mas semear a bondade e a gratidão, do que guardar o dinheiro e não contar a gratidão de ninguém nem na terra e nem no céu.
De fato, há um livreto meu chamado “Uma Graça que Poucos Desejam”, o qual eu pedirei que para seja posto aqui no site para se possa “baixar” de graça, para todos; posto que creio que o que escrevi em 1986 é hoje mais essencial que seja compreendido do jamais antes, desde que foi escrito. É só clicar e ler ( http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=03194 )
Espero que tenha ajudado você!
Caio
14. Dez questões respondidas rapidamente por Carlos Bregantim...
Logo que chegamos no ABC Paulista, muitos enviaram questões aos do Caminho.
Na época, quando o Alexandre (Dinho) me mandou, respondi sem me deter muito deste modo:
1. Quem pode participar das reuniões?
O Caminho da Graça é para todos. Os perdoáveis e os imperdoáveis.
2. Vocês são parecidos com qual denominação e qual doutrina?
Não somos parecidos com nenhuma denominação.
Nem desejamos nos parecer com uma ou ser uma.
O alvo de um ser humano é se parecer com Cristo.
"...até que todos cheguemos à Sua estatura..."
3. Quer dizer que a falida seita do Caio Fábio chegou ao ABC?
Sim. A falida seita do falido Caio.
Tomara tanta falência nos aproxime daquEle que tudo revive e revivamos todos com Ele.
4. Como é a cerimônia de vocês, liturgia, ordem do culto?
Não temos. Nos encontramos e a partir dai, tudo é bom.
5. O que vocês dizem aos que estão em pecado?
Pecado se resolve com perdão. É isto que dizemos.
6. É verdade que vocês fazem troca de casais e aceitam adúlteros?
Não somos partidários desta pratica, isto é, troca de casais.
Trocamos fardos pesados da religiosidade pelo fardo leve de Jesus.
Aceitamos entre nós "pecadores que pecam porque são pecadores", portanto, aceitamos adúlteros, mentirosos, fofoqueiros, vaidosos, orgulhosos, trapaceiros etc. entre eles eu, você e quem chegar...
7. O que vocês acham da igreja evangélica contemporânea, e de seus líderes que, porventura, cairam?
Da igreja evangélica não achamos nada. Não fazemos parte dela. Somos seguidores de Jesus.
Dos líderes que caíram, bem,
"TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS" e "NÃO HÁ CONDENAÇÃO SOBRE OS QUE ESTÃO EM CRISTO JESUS" e "QUEM ACHA QUE ESTÁ EM PE, CUIDA PRA QUE NÃO CAIA"
8. O ministério de louvor de vocês toca qualquer música, como vocês podem dirigir o louvor do povo, como vocês têm a capacidade de profanar o templo de DEUS?
Que "ministério de louvor"? O que é qualquer música? Quem dirige o louvor do povo? Que templo? Nossa, sobre que "deus" você está falando? O Deus encarnado em Cristo é que não é.
9. Como líderes adúlteros conseguem conviver com vocês ai no Caminho da Graça? Incrível como todos que caíram se unam!
É incrível mesmo. Eles convivem juntos com todos os outros pecadores. É normal. Leprosos convivem com leprosos.
Todos vivem disputando quem chega primeiro aos pés da Cruz.
10. O que pensam em fazer com os adúlteros do Caminho da Graça, e cada vez chegando mais no ABC; inclusive o Fulano de Tal?
O que se faz e o que devem fazer todos, isto é, nos expormos ao Evangelho de Jesus e deixamos que o Evangelho produza os efeitos que só o Evangelho pode produzir.
Graça, paz, & todo bem a voce e sua casa.
Bjs reverentes.
Carlos Bregantim
(Casado com a Laudiceia a quase 31 anos. Residente em São Paulo a 46 anos. Carolina e Filipe são meus filhos e residem comigo aqui no Alto da Lapa. Moro nesta região a 19 anos. )
Caminho da Graça
Estação São Paulo
15. Como me libertar dos tabús da sexualidade? Vale a pena pecar para ter uma mente sadia? Quais são os sintomas de um comportamento sexual neurótico?
Perguntas sobre sexualidade são recorrentes; abaixo publico três perguntas respondidas pelo Caio a uma mesma pessoa:
Pastor Caio....
Muitas vezes eu fico bastante dividido entre os pontos discutidos na questão da sexualidade pelos diversos pastores... E a razão para isso?... Não tenho opinião formada...e tenho dúvidas... Vamos lá:
Pergunta 1: O que fazer para me libertar dos Tabus com relação a sexualidade? Até aonde eu posso ir? (Jovem na faixa dos 20 a 25 anos)
Pergunta 2: Vale a pena pecar para ter uma mente sadia, ou resistir duramente, independente das conseqüências psicológicas, para agradar a Deus? Deus não capacita?
Pergunta 3: Quais são os sintomas de um comportamento neurótico quanto a questão sexual? O que fazer neste caso? E como preveni-lo?
Espero ter sido mais claro, sem enrolação e não repetitivo...
Respostas:
Meu querido amigo:
Graça e Paz sobre sua alma! Responderei suas perguntas em ordem.
Pergunta 1: O que fazer para me libertar dos Tabus com relação a sexualidade? Até aonde eu posso ir? (Jovem na faixa dos 20 a 25 anos)
Resposta: Uma coisa é se libertar dos tabus em relação à sexualidade; outra, completamente diferente, é pensar que uma vida sem tabus implica em falta de limite e em libertinagem. Uma coisa nada tem a ver com a outra.
Tabu é o que as sociedades criam a fim de impedir que certas coisas aconteçam em coletividade; e, nesse caso, a produção cultural e coletiva, cria “conseqüências de natureza mágica e moral” (psicológica), a fim de que a transgressão ao valor instituído, seja punida; e a fim de que o valor seja mantido pela via do medo a algo que tem o poder divino-satânico de punir horrivelmente os implicados; ou ainda: uma vez que algum membro do grupo seja apanhado, então, em nome do Tabu, ele será imolado, ou exilado, ou banido, disciplinado, ou feito anátema no meio de todos aqueles com quem convive ou convivia.
Ora, usar tabus para impedir a sexualidade, é, em si, neurose. Tudo aquilo que não acontece em razão de impedimentos vinculados ao medo, vira neurose.
Ora, você pergunta: até onde eu posso ir?
Minha resposta é simples: “A fé que tu tens, tem-na para ti mesmo...”... “pois tudo o que não provém de fé é pecado...” ... “bem-aventurado é todo aquele que não se condena naquilo que aprova”.
Ou seja: quem quer que lhe diga faça ou não faça, está pecando contra a sua consciência. Você é quem tem que decidir; e fazer isso com bom senso, com consciência tranqüila e pacificada, seja qualquer for direção. Tudo aquilo que não é fruto de amor e de consciência tranqüila, não vale a pena ser feito.
No entanto, vale aprender a diferença entre culpa real por algo que não se deve fazer; e culpa neurótica, que é filha do medo e dos tabus, a qual, não existe como persuasão da Palavra e do Espírito, mas sim como fobias e medos produzidos pelos ídolos-tabus da religião e de sua moral de tribos antigas: onde sexo ainda é tema para apedrejamento; mesmo que seja moral, psicológico ou social.
Pergunta 2: Vale a pena pecar para ter uma mente sadia, ou resistir duramente, independente das conseqüências psicológicas, para agradar a Deus? Deus não capacita?
Resposta: Nunca vale a pena deliberar pecar. E sexualidade e pecado nada tem a ver um com o outro. A religião dos tabus é que inventou tal conexão. Obedecer a Deus em qualquer área da vida não adoece a alma. Portanto, se as leis da religião estão adoecendo almas, é porque elas nada têm a ver com o espírito do Evangelho.
O Evangelho é Boa Nova para a sexualidade também, para a totalidade do ser; e, sobretudo, é o patrocinador de Vida em Abundancia. O que vejo é que você é um menino entre 20 e 25 —suponhamos, com 24 anos—, e que está louco para namorar, amar e conhecer alguém sexualmente, mas que se sente culpado caso isso aconteça antes do casamento formal.
Por outro lado, você também se neurotiza porque não se segura, e “sai na mão”. O lugar psicológico onde você está é ruim, e danoso à alma. Minha sugestão é que você leia mais o site, nas minhas opiniões sobre sexo antes do casamento, e, também sobre sexualidade em geral. Creio que por elas você mesmo poderá encontrar o “seu caminho” pessoal nessa área.
Sempre creio em equilíbrio. Para mim tudo o que tira o equilíbrio é maligno, ainda que venha travestido com os tabus da moral cristã. Mas fique sabendo: sexo sem amor faz mal; assim como ser adulto e responsável, amar alguém, desejar e ser desejado, e poder se relacionar com a pessoa visando algo maior pros dois, mas, em razão de tabus, não realizar a entrega e o encontro, apenas por medo, culpa oriundos do tabu— ora, isso igualmente faz mal, e cria toda sorte de doenças da sensualidade na alma; conforme Paulo em Colossenses 2: “... não proves... não toques... não... não... tem aparência de sabedoria; mas é falsa humildade; e não tem nenhum valor contra a sensualidade”.
A vida, porém, por vezes é ambígua. Assim é que o Pródigo foi salvo de seu pecado pela experiência do pecado, o que o levou de volta aos braços do Pai. Já o Irmão mais Velho nunca “pecou” os pecados convencionais, no entanto, estava em estado permanente de pecado em razão de sua inveja do “pecado do irmão”, e de sua raiva neurótica em relação a isso, a qual, no caso dele, se disfarçava de moralidade e boa gestão dos bens do Pai.
Assim, às vezes, a fim de sermos curados, temos que ser quebrados(o pródigo); e, antes de sermos curados, temos que ser chocados (o irmão mais velho)—Lucas 15.
Pergunta 3: Quais são os sintomas de um comportamento neurótico quando a questão sexual? O que fazer neste caso? E como preveni-lo?
Resposta:
Eu disse antes que usar tabus para impedir a sexualidade, é, em si, neurose. Todo aquilo que não acontece em razão de impedimentos vinculados ao medo, vira neurose.
Portanto, você não tem que fazer e nem fazer nada por medo, mas apenas em razão de acordos de sua consciência com a verdade do amor, seguida de bom senso.
No amor não existe neurose porque nele não existe fobia, medo. Pessoas adultas de alma e que se amam responsavelmente, nunca se sentem em pecado quando estão livres para fazer amor; sem deixar para trás uma transgressão, uma traição, um adultério, etc...
Assim, é no amor que está a saúde para tudo; e, fora dele, tudo acaba por virar doença, dependência, vício, ou neurose.
Receba meu carinho e reverencia pela sua alma.
Nele, em Quem até o louco não erra o caminho,
Caio
16. Como vocês entendem a Santa Ceia? Crianças podem participar? Qualquer pessoa pode ministrar?
Querido irmão,
Graça e paz do Senhor Jesus Cristo sobre sua vida!
Um dos desvios que mais me entristece na igreja cristã é referente à Ceia do Senhor. Como em tudo, devemos buscar a simplicidade e clareza do ensino de Jesus e deixarmos os acréscimo da igreja.
Contudo, quantos aceitam o desafio de romper com a rleigiao e seguir a simplicidade do Evangelho nesse caso, quando o ritual da Ceia e o exclusivismo praticado pela "igreja" tem dominado por milênios?
Antes de continuar a leitura deste texto, leia os textos bíblicos a respeito da Ceia do Senhor; leia todos eles com atenção; não leia a letra, ouça a Palavra! Considere as respostas que estes textos dão às suas perguntas a respeito da Ceia: Mateus 26.17-35; Marcos 14.12-31; Lucas 22.7-34; João 13.1-30; I Coríntios 10.14-22 e I Coríntios 11.17-34.
Faça uma leitura livre de tudo o que você já ouviu e viu a respeito da Ceia. Ouça Jesus e o apóstolo Paulo; creia no que eles ensinaram a respeito. É bem simples!
Eis algumas questoes que me tem sido feitas e que trataremos aqui:
Como deve ser ministrada a Ceia?
Quem deve ministrar?
O pao e o vinho são sagrados?
Quem está em pecado pode participar da ceia?
Crianças podem participar da Ceia?
O que dizer de participar indignamente?
O que é tomar e beber condenação para si mesmo?
Antes de mais nada, lamento que tantas questões tenham se levantado a respeito da Ceia do Senhor, a ponto de perdermos a essência dela, a sua beleza, a Graça revelada nela.
Na noite em que foi traído...
Foi nesta noite que Jesus instruiu os apóstolos a respeito do pão e do vinho. Portanto, uma noite de despedidas, de tristeza, de agonia. E Jesus ansiava por comer a refeição da páscoa com seus discípulos antes de completar sua obra. No dia seguinte, ele estaria morto na cruz por causa dos nossos pecados, cumprindo a justiça e recebendo em si mesmo a maldição da Lei; e para sempre nos lembraríamos desta Graça ao comermos o pão e tomarmos o vinho.
Foi nesta mesma refeição, também, que João reclinou a cabeça no peito de Jesus.
Foi nesta noite que Jesus lavou os pés dos discípulos e disse a eles que seguissem seu exemplo.
Foi nesta noite que Jesus prometeu enviar o Consolador que estaria para sempre conosco.
Foi nesta noite que Jesus deu inúmeras orientações ao discípulos... ele estava se despedindo desta terra.
Foi nesta noite que Pedro negou...
A Ceia do Senhor nos fala de realidades tão maravilhosas, tão superiores às questões que os homens colocaram no centro das discussões, que me desgosta ter que tratar delas, me desgosta saber que os homens brigam por causa delas, se dividem.
Se todos nós nos preocupássemos tão somente em receber o pão e o vinho na Ceia do Senhor, com o mesmo espírito de amor e ternura do Senhor Jesus, ansiando por sua volta quando participaremos da Ceia com Ele na glória, sem nos preocuparmos com quem deve ministrar, quem deve participar, qual a forma certa e todas as demais questões levantadas, viveríamos um vida mais frutífera de comunhão com o Pai , com o Filho e com o Espírito Santo.
Isto posto, vamos as questões:Como deve ser ministrada a Ceia?
Nos textos que leu, você viu Jesus ou Paulo dando alguma instrução sobre a forma de se ministrar a Ceia?
A única instrução tem a ver com o pão, comida básica na refeição, e o vinho, bebida também comum, ambos usados regularmente nas refeições da Páscoa, recebendo novos significados: o pão simboliza a carne de Cristo, o Cordeiro santo que foi sacrificado, e o vinho simboliza o sangue dele derramado.
Paulo diz que a forma deve priorizar a participação conjunta de todos os presentes no momento. No mais, nada é dito; portanto, ninguém deve estabelecer uma forma como sendo a certa. A Igreja de Atos participava da Ceia regularmente e nunca se diz de qual forma se utilizavam.
A questão toda está no coração e não na forma!Quem deve ministrar a Ceia?
Nos textos lidos você encontrou alguma instrução sobre quem deve ministrar a Ceia? Em algum lugar se diz que deve ser uma pessoa autorizada para isto? Uma pessoa ordenada?
Não se diz apenas para que eles fizessem isto “sempre, em memória de mim”?
A Páscoa judaica, de onde procede a Ceia do Senhor, era feita em família; o pai reunia a esposa e os filhos e, dependendo do tamanho da família, outras se uniam a ela. Era o pai o “ministro”.
Com a instituição do sacerdócio, o cordeiro pascal passou a ser sacrificado pelos sacerdotes. O ofício sacerdotal já passou, conforme instruções de Paulo e do escritor aos Hebreus. Jesus, o perfeito sumo-sacerdote realizou a última e perfeita oferta, ele próprio.
Todos os filhos de Deus são sacerdotes! Todos podem partilhar a Ceia, estando dois ou três reunidos em nome de Jesus. Uma família pode partilhar a Ceia do Senhor, irmãos em viagem podem partilhar a Ceia do Senhor. Pela fé, qualquer grupo pode se reunir e receber o pão e o vinho, alimentando-se de Cristo.
Este é um privilégio de todo aquele que pertence a Cristo e deve ser exercido enquanto se caminha e se encontra com outros e não como parte de um ritual religioso, ministrado somente em reuniões religiosas por sacerdotes da religião.
Deve ser como na Igreja de Atos: eles se reuniam de casa em casa e partilhavam a Ceia! Alguém imagina, lendo Atos, que os apóstolos e outros líderes estavam em todos os lugares para ministrar a Ceia?
Logo, repito, a Ceia é um privilégio do filho de Deus e ninguém deve ficar sem participar dela simplesmente por não haver uma pessoa autorizada a ministrá-la. No evangelho, todo filho de Deus, servo de Jesus Cristo, está autorizado!
Os pais deveriam reunir toda a família e partilhar com ela a Ceia do Senhor, no espírito do Evangelho que é de amor, ternura, compaixão, comunhão! Você já pensou que maravilha, pais e filhos reunidos em torno da Ceia do Senhor, como parte da vida com Cristo e não como algo restrito aos ofícios religiosos?O PÃO E O VINHO SÃO SAGRADOS?
Esta pergunta tem a ver com o fato de alguns pastores enterrarem o pão e o vinho que sobram após a Ceia e com o entendimento católico de que o pão se transforma em corpo de Cristo e o vinho em sangue.
Bem, você viu alguma coisa parecida nos textos? O pão é pão e o vinho é vinho; simbolizam realidades espirituais, as quais são recebidas pela fé. Não há nada de especial no pão e no vinho. Nem antes nem durante nem depois da Ceia. Não ha nenhuma magia envolvida!
Tudo está no coração e não nos elementos!
Quem está em pecado pode participar da ceia?
O que significa “está em pecado”? Quem conhece o coração para julgar alguém a este respeito?
A quem Jesus ofereceu a ceia? A Judas, que o iria trair (embora alguns neguem que ele tenha participado); mesmo que Judas não tenha participado, Pedro participou, e foi quem negou a Jesus. Os demais apóstolos participaram e todos o abandonaram; Tomé era incrédulo, Tiago e João queriam mandar queimar os samaritanos.
Logo após a Ceia passaram a discutir sobre qual deles era o maior. Pedro deu uma de bom, superior ao próprio Jesus. Foi esta gente que participou da Ceia.
E se estivessem ali outros “publicanos e pecadores” teriam participado também.
A Ceia é para pecadores! Ela anuncia aquele que morreu pelos pecados, por todos eles! Logo, qualquer pecador que no momento da Ceia, pela fé reconhece Jesus como seu salvador, sendo atraído pela Graça que salva, que perdoa, que aceita, que inclui, deve participar.
E cada um deve examinar a si mesmo, Paulo repete isto duas vezes! Portanto, ninguém deve ser juíz de ninguém; deve apenas receber a ceia e se alegrar pelo outro que a recebe também. Somos todos pecadores diante da Ceia do Senhor, o qual se entregou por nós, pela nossa redenção!
Publicanos e pecadores, prostitutas e ladrões, mentirosos e desonestos, você e eu... todos são bem-vindos à Ceia! Ali há Graça para o pior pecador. Só não há lugar para o que pensa estar em condições de participar dela e que despreza o outro. Este comerá e beberá condenação para si.E O QUE DIZER DO “BEBER INDIGNAMENTE” E “BEBER CONDENAÇÃO”?
Paulo diz: “Aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo”.
Você observou que nas duas vezes em que Paulo fala de beber indignamente e beber condenação, imediatamente ele conclama cada um a examinar a si mesmo? Normalmente quando as pessoas se preocupam com o beber indignamente, além de não saberem do que Paulo está falando, estão apontando para outros e não para si mesmos. Estão querendo razões para impedir alguém de participar da Ceia, razões para a liderança da “igreja” afastar alguém da Ceia por este ter um comportamento “pecaminoso”.
Quanto a esta questão de beber indignamente e beber condenação, cada um olhe para si mesmo. Paulo não está falando aqui de coisas exteriores, mas do coração. Cada um que se enxergue, se examine, diante do Senhor e seja julgado por Ele e somente por Ele.
Ao participar da Ceia, cada um deve se examinar diante do Senhor, deve considerar a presença do Senhor Jesus, deve considerar seu corpo e sangue, diante da cruz, onde nossos pecados foram carregados.
Deve abrir-se para este trabalho disciplinador da Graça de Deus em Cristo. Cada um deve, diante desta realidade do corpo e do sangue de Jesus, oferecidos por causa dos nossos pecados, para nossa redenção, examinar sua vida e então participar da Ceia, dando sempre razão a Deus, aceitando o julgamento de Deus de que se é pecador, de que seus atos merecem a condenação e, pela fé, aceitar o perdão que vem da cruz, onde toda condenação foi abolida.
Quando nos examinamos e reconhecemos nossa culpa pelo pecado que SOMOS, e também, pelo pecado que cometemos, não importa qual seja ele, e aceitamos o sacrificio de Jesus, então já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus ( Romanos 8.1); é só comer o pão e beber o cálice!
Na continuação do texto em I Co 11, Paulo diz: “Portanto, meus irmãos, quando vocês se reunirem para comer, esperem uns pelos outros. Se alguém estiver com fome, coma em casa, para que, quando vocês se reunirem, isso não resulte em condenação”.
Observe que Paulo volta a falar da condenação. Todo o texto de I Coríntios 11.17-34, nos mostra o que é. Paulo está falando das divisões e intrigas que haviam na igreja de Corinto, dos exageros, da orgia com o comer e beber (v.21) . Eles estavam participando indignamente e estavam recebendo condenação.
Comer e beber indignamente e receber condenação não é beber “estando em pecado”, conforme a lista da “igreja”, pois todo pecado encontra perdão na cruz e não há condenação, como já disse acima; comer indignamente é comer e beber a Ceia sem amor e reverência pelo próximo; ao invés de examinar-se diante do Senhor, examina o próximo, cuida da vida do próximo, é ser juiz do outro, é comer de um banquete que divide. É participar com orgulho e presunção. É não considerar que na noite em que foi traido, Jesus ceou com seus discípulos, tendo lavado os pés até do traidor. A Ceia deve ser recebida por nós, cada um pronto a lavar os pés uns dos outros, até dos traídores entre nós.
Participa indignamente da Ceia todo aquele que se acha digno de participar.
CRIANÇAS PODEM PARTICIPAR DA CEIA?
Nos textos bíblicos lidos, há alguma indicação de que criança não possa participar? Jesus disse alguma coisa proibindo a criança de participar? Não foi ele mesmo quem disse que das crianças é o Reino de Deus? Não foi ele quem disse para deixarmos as crianças irem a ele?
Ora se a Ceia do Senhor é alimento espiritual, é união com Cristo, o que impede uma criança de ir a Ele ao comer e beber o cálice?
Se a Ceia do Senhor está relacionada à Páscoa do Velho Testamento, então as crianças devem participar; na Páscoa, todas as crianças participavam. Os pais deveriam orientar os filhos sobre o significado do que estavam fazendo.
Da mesma forma, como já foi dito acima, a participação na Ceia do Senhor não deveria ser restrita aos ofícios religiosos; ao contrário, deveria ser uma prática comum na família, onde os pais reunem os filhos e partilham com eles a Ceia, explicando o significado do pão e do vinho.
Assim, as crianças não apenas são alimentadas de Cristo, vão a ele e são por ele abençoadas, como também crescem vivendo a verdade da morte e ressurreição de Cristo, ao participarem da Ceia regularmente.
Além disto, aprendem que este não é um ritual da “igreja”, mas uma experiência da vida, da família, do filho de Deus enquanto caminha; onde esta criança estiver quando crescer, poderá receber pela fé, os elementos da Ceia, sem a intermediação de um “sacerdote”; é privilégio dela, como filho de Deus, em qualquer lugar e a qualquer hora.
Jesus prometeu partilhar conosco a Ceia quando ele voltar. O irmão Beto (Carlos Alberto) lembrou bem que no céu haverá crianças e certamente elas participarão da Ceia! Ou alguém diria que não? Pode ser que alguém diga: “Mas no céu é diferente”. Respondo: Vivamos a realidade do céu agora!
Ou será que alguém diria que não temos apoio bíblico para deixar nossas crianças participarem?
Alguns usam a orientação de Paulo sobre “examinar-se a si mesmo”, como motivo para a criança não participar, já que ela não pode examinar-se; ora, a criança não precisa examinar-se; sua infância confirma isto; Jesus chegou a dizer que se não nos tornarmos como crianças não herdaremos o Reino de Deus. Ela precisa apenas saber o significado do que está comendo.
Além do mais, já explicamos que o “examinar-se” relaciona-se com o cuidado de não examinar o outro quanto à dignidade dele em participar ou não da Ceia e quanto a ver seus pecados na cruz, onde a condenação foi cumprida. A criança não precisa deste exame; não há nela esse julgamento do alheio.
Que benção maravilhosa nossos filhos crescerem participando da Ceia; Jesus as toma nos braços e as abençoa!
Para concluir, não deixemos que todas estas questões nos roubem a simplicidade da comunhão na Ceia do Senhor. Não nos preocupemos com estas coisas; apenas participemos e deixemos todos os outros participarem com alegria e devoção, com reverência a cada um em suas tragédias e lutas espirituais, sem exercermos juízo sobre ninguém; somente Deus conhece o coração; ao invés de vigiarmos o outro, adoremos a Deus em nosso coração ao recebermos o pão e o vinho.
Enquanto caminhamos nessa vida, sujamos os pés; às vezes atolamos no barro; Jesus se apresenta para lavar nossos pés. Se amamos a Jesus e o seguimos, crendo na sua obra consumada, já estamos limpos; basta lavar os pés; a Ceia é um momento precioso em que Jesus nos lava os pés.
Reconhecendo que todos temos os pés sujos e dispostos a lavar os pés uns dos outros, participemos da Ceia em memória dEle todas as vezes! Foi o que ele nos pediu!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
Fonte e créditos: http://interlagos-perg-resp.blogspot.com.br/
Não! Eu não tenho nenhuma "igreja" para abrir, plantar ou inaugurar.
A única Igreja que existe foi "inaugurada" por Jesus e no único lugar onde ela pode ser estabelecida: no coração!
O Caminho da Graça é uma pessoa, e seu nome é Jesus! Portanto, não há nada para abrir, pois ele já abriu o novo e vivo caminho da graça pelo seu sangue!
Quero apenas caminhar nessa graça sem ter que construir nada, abrir nada, inaugurar nada; apenas receber com alegria aquilo que está sendo construído em mim a cada dia, por obra da Graça de Deus.
Beijo!
Em Cristo, nosso querido Salvador,
Adailton César
6. Por que o senhor rejeita a Teologia Reformada?
Querido irmão,
Eu não rejeito a Teologia Reformada; rejeito a teologia, a idéia te se poder discernir os caminhos de Deus pela via da sabedoria humana, do raciocínio.
Os religiosos buscam sinais e os filósofos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os religiosos, que querem conhecer a Deus pelo esforço próprio, e loucura para os sábios que querem conhecer a Deus pela via do raciocínio, elaborando sistemas humanos que expliquem os caminhos e os pensamentos de Deus.
Pela teologia, o homem pensa poder definir como Deus age, como Deus opera, tenta explicar os caminhos dele, quando não consegue enxergar nem seu próprio umbigo.
A teologia segue princípios da filosofia grega, departamentalizando o "conhecimento de Deus", dividindo-o e subdivindo-o, esquematizando-o, sistematizando-o; pensa com isso fazer-nos entender os caminhos de Deus, mas faz o contrário. Apenas o torna ainda mais "escondido" de nós, coloca mais pedras no caminho, mais dúvidas a respeito dele.
Deus só se conhece pelo relacionamento pessoal com Cristo; quem o vê, vê o Pai. A Palavra é uma pessoa e não as letras registradas num livro.
No movimento Caminho da Graça, não rejeitamos o pensamento de outros irmãos no decorrer da história; somente não os transformamos em pacotes de doutrinas que precisam ser aceitos por todos, como um corpo fechado. Infelizmente, o que vejo na igreja evangélica é que a confissão de fé de cada denominação, na prática, é tida como Palavra de Deus. Discordar da confissão é discordar de Deus.
A tal ponto é assim, que o fato de eu ter escrito que não posso mais andar com o Evangelho numa mão e com a Confissão de Westminster na outra, fez com que colegas cortassem as relações comigo; já não posso mais ser amigo deles, porque virei um herege por não adotar a Confissão, mesmo que o conteúdo das minhas mensagens não possam ser classificadas como heréticas; ou seja, abandonando nossa amizade, estes irmãos reafirmam a Confissão e negam o amor do Evangelho. É a Teologia tomando o lugar do Evangelho.
Noutro texto escrevi o seguinte:
No Evangelho, a verdade é simples e poderosa para libertar e revolucionar a vida, e todo filho do Evangelho pode comer e beber dela para si e por si mesmo na Palavra viva que é Jesus, a partir dos registros das Escrituras, nas quais se ouve a Palavra, guiado pelo Espírito Santo que faz fluir do seu interior rios de água viva; na igreja dos homens, não basta o Evangelho; as pessoas se tornam dependentes de pregadores e de sistemas teológicos complexos que as impedem de ver e viver a beleza e leveza do Evangelho, uma vez que ele não é daqui, mas de Deus, não podendo ser discernido pela mente humana, mas apenas crido e recebido em fé, produzindo ele mesmo a vida naquele que assim crê; em Jesus, que é a Palavra, todas as palavras e raciocínios humanos se calam.
No Evangelho, o único dogma é o próprio Evangelho, com os termos e temas do Evangelho, estando a interpretação do dogma no próprio Jesus, pelo qual Deus fala; à luz da sua vida e ensino, o filho do Evangelho interpreta a verdade do Evangelho, no Velho e Novo Testamentos; a igreja dos homens se esquece de Jesus no Evangelho, interpreta letra com letra e cria sistemas teológicos, nos quais Jesus é apenas mais um tópico, e que não podem conter o Evangelho e rotulam os tais sistemas e brigam por eles; e os filhos das igrejas dos homens se definem orgulhosamente pelo sistema que seguem (calvinismo ou reformado, arminianismo, luteranismo, pentecostalismo, catolicismo, etc...); enquanto rotulam e gastam-se nas discussões dos "profundos" temas teológicos, deixam a graça, o amor e a misericórdia do Evangelho abandonados no canto da gaveta.
Repetir o Evangelho, com as palavras, os temas, os termos do Evangelho! Este é o desafio e meu desejo mais sincero!
O que o Evangelho não explica, eu não tento explicar; o que Evangelho não sistematiza, eu não sistematizo, o que ele não defende, eu não defendo.
Diante da corrupção do movimento evangélico, os reformados insistem que devemos voltar aos pilares da reforma; não! Nós devemos voltar aos pilares do Evangelho! Aí vem um pastor reformado e me diz: "e não é a mesma coisa?"; já ouvi isto diversas vezes de membros da IPB depois que me uni ao movimento Caminho da Graça.
Não é a mesma coisa! Aquilo no que o pensamento reformado concorda com o Evangelho não é doutrina reformada, é Evangelho; naquilo que não concorda, não é Evangelho. Portanto, resta apenas o Evangelho e querer reduzí-lo e denominá-lo "teologia reformada" é presunçào e negação do Evangelho.
O Evangelho liberta e une, a teologia divide e escraviza. Cria guetos, subculturas, denominações, enquadra Deus e é a união dos iguais, que devem pensar a mesma coisa, que devem ser moldados conforme a teologia do grupo.
Heresias não se combatem com sistemas teológicos, mas com a insistência em pregar e viver o Evangelho simples e claro, sem as elaborações complexas da teologia. O pensar teológico, imaginando poder dissecar e explicar Deus, o nega!
Diante da beleza do Evangelho, qualquer sistema teológico perde o brilho. O Evangelho é maravilhoso e simples!
No Natal de 1522, Martinho Lutero disse:
"Ah! Se Deus permitisse que minha interpretação e a de todos os outros mestres desaparecessem, e que cada cristão pudesse chegar diretamente à Escritura apenas, e à pura Palavra de Deus!"
"Percebe-se já por esta tagarelice minha, a incomensurável diferença entre a palavra de Deus e todas a palavras humanas e como homem algum pode, com todas as suas palavras, adequadamente alcançar e explicar uma única palavra de Deus".
"Trata-se de uma palavra eterna e deve ser compreendida e meditada com uma mente silenciosa. Ninguém é capaz de compreendê-la a não ser a mente que a contempla em silêncio".
"Para qualquer um capaz de fazê-lo sem comentário ou interpretação, meus comentários e os de todos os outros não seriam apenas inúteis, mas um estorvo".
"Vão para a própria Bíblia, caros cristãos, e não permitam que as minhas exposições e as de outros estudiosos sejam mais do que uma ferramenta que capacite a edificar de forma eficaz, de modo que sejamos capazes de compreender, experimentar e habitar a simples e pura Palavra de Deus, pois apenas Deus habita em Sião".
Não precisamos de sistemas teológicos, o Espírito Santo sabe fazer seu trabalho e a teologia e sua hermenêutica autorizada são um estorvo, como disse Lutero.
Assim, querido irmão, sinto-me num momento de maior alegria em minha caminhada no Evangelho; amo a IPB, amo seus pastores e teólogos, dentre os quais tenho muitos amigos e sei de seu compromisso verdadeiro com o Evangelho; usei muito a Confissão de Fé de Westminster, mas hoje não preciso mais dela a não ser como um documento histórico para referência!
O Evangelho me basta e me alimenta! Como do pão vivo que desceu do céu; aí quando chego nos livros de teologia, estou saciado, farto; e dá aquele fastio!
Bebo da fonte da vida, que não é um livro, mas uma pessoa, e seu nome é Jesus!
Receba meu abraço!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
7. Vocês não têm uma linha doutrinária no "Caminho da Graça", que defina o conteúdo de fé de vocês?
Temos linha doutrinária, sim! Mas nenhum sistema teológico fechado, nenhum esquema de cinco ou dez pontos. Nenhuma fragmentação, nenhuma sistematização, nenhuma dissecação, pois o Evangelho não se presta a sistemas humanos.
Queremos os temas e os termos do Evangelho, com as palavras expressas e vividas por Jesus e seus apóstolos. Uma vez que Jesus seja a chave hermenêutica, os sistemas teológicos perdem completamente seu valor.
A nossa doutrina, o nosso dogma, é o amor do Evangelho! Os temas e termos do Evangellho, conforme encarnado em Jesus. E isto nos basta!
Receba meu abraço!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
8. Tendo Jesus como chave de interpretação da Bíblia, você rejeita a exegese dos textos bíblicos?
Querido irmão,
Graça e paz!
Quando iniciei o mestrado, depois de inúmeras aulas de hermenêutica, resolvi que faria minha tese sobre o tema “A Hermenêutica dos Apóstolos”, pois eu não conseguia perceber neles o uso da interpretação gramático-histórico que aplicávamos na teologia reformada. Para mim, alguma coisa estava errada, pois se os próprios apóstolos não usavam este critério hermenêutico, nós também não deveríamos utilizar.
Outra coisa me intrigava: Paulo disse que o Evangelho não se discerne pela sabedoria humana; os gregos pedem sabedoria, mas nós pregamos a Cristo, disse ele.
Se assim era, por que utilizávamos um método grego para fazer teologia, dissecando o conhecimento de Deus, compartimentalizando-o, sistematizando-o? Serviria bem para Aristóteles e para René Descartes, mas não serviria para nenhum dos apóstolos, que não sistematizaram nem esquematizaram nada. Para mim, alguma coisa estava errada, mas eu nao sabia dizer o quê.
Por isto resolvi fazer tal tese, pois queria ir atrás da resposta. Um dia, lendo Caio Fábio, ele disse que o único princípio hermenêutico que abre as portas para o entendimento de toda Escritura e que era o único utilizado pelos apóstolos é Jesus como a Palavra encarnada.
Um novo mundo se abriu. Nada de sistemas teológicos baseados em elaborações do raciocínio humano, nada de interpretação centrada na letra e na história: OLHE PARA JESUS, VEJA COMO ELE VIVEU, COMO ENCARNOU A PALAVRA – VELHO E NOVO TESTAMENTO SE UNEM NELE – E VOCÊ ENTENDERÁ AS ESCRITURAS SEM AS DOENÇAS DA RELIGIÃO.
Não são mais a gramática e a história as bases para a interpretação; muda-se o fundamento: É JESUS, SOMENTE JESUS.
Muitos perguntam: no meio deste emaranhado de igrejas, de doutrinas, de sistemas, onde está a verdade, onde está o Evangelho puro e simples?
Ora, a resposta é uma só: no próprio Jesus!
Como saber o que é certo ou errado, verdade ou mentira, como saber que doutrina é correta?
A resposta mais uma vez é: olhe para Jesus e você entenderá tudo!
JESUS É CHAVE HERMENÊUTICA NÃO SOMENTE DAS ESCRITURAS, MAS DE TODA A EXISTÊNCIA
A Palavra se fez carne, a Palavra não é uma idéia, não é a letra de um livro, mas sim uma pessoa; sendo a Palavra que se fez carne, Jesus se torna a única chave hermenêutica para que possamos compreender as Escrituras, a nós mesmos, o próximo e a criação, ou seja, a realidade toda.
O Evangelho diz que ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito que está junto do Pai, o tornou conhecido; afirma que a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.
Jesus diz que as palavras dele são espírito e vida e Pedro diz que somente ele tem as palavras de vida eterna! O Evangelho nos diz em Hebreus que há muito tempo Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos antepassados por meio de profetas, mas nestes últimos dias nos falou pelo Filho!
Veja, é Jesus quem revela o Pai; ele é a expressão exata do seu Ser; tudo o que queremos saber de Deus e dos seus caminhos está em Jesus! Tudo o que precisamos saber está revelado nele! O que não está expresso nele e através dele é porque não precisamos saber.
Nossos temas devem ser os temas de Jesus! Devemos nos calar onde Jesus se cala! Não devemos discutir o que Jesus não discute! Não devemos sistematizar o que Jesus não sistematiza! Não devemos tentar explicar o que Jesus não explica, mas apenas afirma como vida!
Em Jesus, tudo é para ser experimentado na caminhada e não para ser discutido nas cátedras; a vida de Jesus em nós se dá no dia a dia, nas ruas, nos becos, nos guetos, nas casas.
O Evangelho, conforme nos apresentam os evangelhos e os demais escritos apostólicos, nos basta e Jesus é o seu intéprete, a chave hermenêutica que nos permite reconhecer a verdade viva e para a vida, e no qual tudo o mais que nele não se encontra é porque foi feito obsoleto!
Nesta caminhada que tenho empreendido para fora da religião evangélica há anos, este foi o princípio mais elucidativo para o encontro com o Evangelho puro e simples!
Este é o princípio que provém da compreensão das citações do Evangelho que apresentei acima, que faz cessar as disputas dogmáticas e as polarizações, uma vez que em Jesus não existem tais preocupações.
Tendo Jesus como a chave hermenêutica cessam os problemas com as diferenças textuais, com os paradoxos, pois não estamos atrás da letra, mas de Jesus, a Palavra viva! Não temos que ficar lutando com a inerrância da letra, pois Jesus é perfeito e o espírito do Evangelho é que nos alcança. Não precisamos ficar nos preocupando com a autoria, com datas e lugares, pois a Palavra está em nós, ou melhor É em nós!
Não precisamos ficar lutando com o decorar a letra, como se fosse algo mágico, pois a Palavra a ser decorada é Jesus vivendo em mim. O texto é apenas registro e não Deus! O texto é a letra, mas a Palavra é Jesus, e ela se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e verdade.
Mantenho e utilizo comentários dos livros da Bíblia, especialmente aqueles que trazem explicações do contexto cultural e das línguas originais. Não me importa qual a orientação teológica do autor, pois não estou atrás da interpretação dele, mas apenas do significado gramatical do texto e da cultura da época. A interpretação eu farei olhando para Jesus; é ele quem interpreta; a exegese gramático-histórica é apenas uma ferramenta e nada mais.
Tendo Jesus como a chave hermenêutica, é ELE quem interpreta a Bíblia toda e não o contrário; é preciso olhar tudo o que é ensinado na Lei e nos Profetas, e nos apóstolos, a partir de Jesus, conferindo como tudo se traduzia na vida e ensino dele.
Martinho Lutero já havia dito: "Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes".
Portanto, para nos desintoxicarmos de todo este entulho, o caminho é irmos ao encontro de Jesus no Evangelho puro e simples! Lê-lo, ouví-lo!, sem os olhos da nossa religião (sistemas teológicos e estruturas administrativas), mas com os olhos em Cristo!
Como você pode perceber, não nego a exegese, a interpretação gramatico-histórica; porém, tudo o que for entendido gramatical e historicamente, sem a correspondência em Jesus, será mera presunção acadêmica, exercício da letra que mata; o conteúdo deve encontrar em Jesus sua vivência e ensino; do contrário, não havendo em Cristo tal correspondência, deve ser deixado de lado como cumprido, obsoleto ou desnecessário!
Deve-se fugir da tentação de criar sistemas fechados, pois isto é religião! A verdade do Evangelho é vida e não se presta a sistemas lógicos de entendimento humano! O único entendimento possível do Evangelho é na vida, comendo-o!
Então, insisto com todos para que leiam o Evangelho todo, de coração aberto, em fé, ouvindo aquele que é a Palavra falando, buscando a correspondência de tudo nele e seguindo-o, com toda a alegria e paixão, na sua caminhada diária!
Incentivo a todos a lerem tudo, de Gênesis a Apocalipse, olhando para Jesus e seguirem a simplicidade daquilo que está ensinado e vivido por ele, clamando ao Espírito que aplique a Verdade ao coração para que se viva por intermédio dela; creio na obra do Espírito Santo e sei que ele guiará o seu povo a toda a verdade.
Assim se expressou o Pr. Caio Fábio sobre isto:
“1. Deve-se ler existêncialmente a Bíblia como tendo seu espirito realizado em Cristo. Ele veio para cumprir tudo. Cumpriu? Sim! Está consumado! Mas cumpriu de uma maneira legal-aos-sentidos? Não! Prova disso que o cumprimento da Palavra em Jesus era justamente aquilo que os mestres da Lei em Seus dias chamavam de transgressão. Assim, há um espírito até na Lei. Jesus cumpriu esse espírito, não suas materializações!
2. Deve-se ler as "falas" de Jesus e não somente fazer (quando se faz) exegese do texto. Antes disso, deve-se perguntar: qual o significado desse ensino de Jesus para Jesus? E a resposta é uma só: veja como Ele lidou com a vida, com as pessoas, com os fatos! Conferindo uma coisa com a outra fica-se livre da construção de dois seres irreconciliáveis: o Jesus que viveu cheio de amor e graça, e o Jesus que ensinou coisas que só os interpretes autorizados conseguem "captar".
3. Desse modo, então, não se faz jamais uma interpretação textual que não coincida com o comportamento e com a atitude de Jesus na questão, conforme o Evangelho. Eu confiro tudo com o espírito de Jesus, conforme o Evangelho.
4. Só assim Jesus não fica esquizofrênico ante os nossos sentidos: o que Ele disse, Ele viveu; e o que Ele viveu, é o que Ele disse.
É mais simples que pensar. Basta olhar para Jesus. Veja como Ele tratou a vida, as pessoas, a religião, os políticos, os pobres, os ricos, os doentes, os párias, os segregados, os esquecidos, os seres proibidos, os publicanos, as meretrizes, os santarrões, e o que mais você quiser...
Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e Nele estão TODOS os tesouros da sabedoria e do conhecimento. O resto é invenção de quem não quer lidar com gente e prefere lidar com letras.
A Verdade não existe como Explicação, mas tão somente como Encarnação. A Verdade só pode ser vivida, não pensada. Todo pensamento acerca dela decorre da experiência; ou seja: do processo de encarnação. Assim, para enxergar a Verdade tem-se que vê-la na Única Vida na qual ela habitou cheia de Graça, e também tem-se que vivê-la.
E o Verbo se fez carne. Por isto é que posso discernir a Verdade em Jesus, mas ainda assim só posso discernir se eu mesmo a experimentar na vida.
A Verdade que vejo em Jesus--Encarnada Nele--eu mesmo tenho que conhecer na minha própria vida, ou encarnação, que é o único estado de existência que eu tive até hoje.
Quando vejo Jesus, eu vejo a Verdade. Quando eu vivo, sabendo que Ele é a Verdade, mesmo que minha existência não encarne toda a Verdade que vejo Nele, até nos meus movimentos contra ela, eu a conheço; visto que não tenho mais como não conhecê-la, mesmo que a negasse.
Foi assim com Pedro. Ele conheceu a Verdade em Jesus, e teve que experimentá-la em si mesmo. E, provavelmente, o dia no qual ele negou a Jesus, tenha sido um dia, para ele, de muito mais verdade que a noite da Transfiguração.
Assim, Jesus é a chave hermenêutica para se discernir a Palavra, mas mesmo assim, eu só a conhecerei como Verdade, se eu mesmo a provar na minha carne; e isto é o que acontece quando a gente anda no Caminho; e assim é mesmo quando a gente tropeça.
Desse modo, a Encarnação é a chave hermenêutica, mas essa chave tem que abrir antes o meu coração. E isto só acontece no encontro entre a Verdade e a Vida. Ora, tal encontro só se dá no Caminho.
A primeira vez que expressei essa noção por escrito foi no meu livro ‘Seguir Jesus: o mais fascinante projeto de vida’. Se puder leia”.
Se possível, assista ao vídeo da mensagem que preguei sobre esse assunto: A Palavra Viva e a Letra Morta. É só ir na seção “Vídeos” deste blog. Se a conexão não for banda larga, pode ouvir essa mensagem na seção “Áudio”.
Em Cristo, nosso querido Salvador
Adailton César
9. Ouvi dizer que para o senhor não existe mais pecado; que pode tudo: beber, dançar e fumar, por exemplo. É verdade?
Não é verdade!
Existe pecado sim, embora grande parte daquilo que é definido pela igreja como pecado, não passa de moralismo hipócrita.
Quem quiser beber e dançar, beba sabendo o que está bebendo e dance bem ou fique só olhando! Faça tudo com bom senso e moderação. Quem quiser "beber" coca-cola, saiba que estará tomando veneno; quem quiser "beber" cerveja, escolha uma bem gelada, e não se embriague. Quem quiser "beber" café, saiba que vai se viciar com a cafeína.
E quem quiser fumar, assuma os riscos de contrair várias doenças e não fume em lugares fechados nem prejudique outros com sua fumaça.
10. Pr. Adailton, depois de tantos anos na Igreja Presbiteriana do Brasil, o que mudou nela para que o senhor a deixasse? Ou foi o senhor que mudou?
Não mudou nada na IPB! Eu mudei bastante.
11. Pastor, o senhor não acha que ficou muito claro que todas as perguntas, inclusive a de numero 4, foram feitas pelo senhor?
Obrigado pela sua sinceridade!
Não!
Todas as perguntas foram feitas por outras pessoas!
A 1, foi feita por um senhor idoso; a 2, por um jovem em nossa reunião; a 3, já me foi feita pessoalmente inúmeras vezes e enviada por um anonimo; a 4, foi enviada por um anonimo; a 5, foi feita por uma senhora; a 6 foi feita por um presbítero de Minas Gerais, a 7 e a 8, por um pastor do nordeste; a 9 foi feita por um anônimo; a 10 foi feita por uma senhora em nossa reunião; para as duas perguntas feitas na reunião, foi pedido autorização para publicá-las no blog; e a 11 foi feita por você, também anônimo!
Algumas pessoas preferem não utilizar o formulário de envio de perguntas, e remetem um e-mail, onde têm mais espaço para escrever. Por causa disso, eu aumentei o espaço para a pergunta no formulário para 450 caracteres.
Em todas as perguntas, a única coisa que eu faço é dar uma redação mais clara à pergunta quando isso é necessário, mantendo o conteúdo dela.
Permita-me ponderar, que você não deveria ficar preocupado(a) com quem faz as perguntas, mas sim considerar o conteúdo da pergunta em si e se a resposta é coerente com o espírito do Evangelho.
Fique à vontade para perguntar; nenhuma pergunta deixará de ser publicada, a menos que o conteúdo seja ofensivo a alguém diretamente.
Muito obrigado mais uma vez!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton
12. No "Caminho da Graça" vocês não tem pastores? O mentor faz o papel de "pastor"? Na ausência dele alguma outra pessoa que não tenha sido ordenada poderá substituí-lo em sua funções?
Não temos pastores oficialmente ordenados após estudos regulares em faculdade de teologia.
Temos pastores que pastoreiam, como mentores daqueles que aceitam seu pastoreio.
Tudo acontece de forma simples e conforme os dons distribuídos pelo Espírito Santo; assim, pastor é todo aquele que tem o dom do pastoreio, do cuidado misericordioso com o outro.
13. No "Caminho da Graça" tem recolhimento de dízimos e ofertas? Como vocês entendem essa questão?
Meu querido irmão,
Esta é uma questão que semmpre fazem; segue uma resposta do Caio a alguém que lhe perguntou se devia dar o dízimo e onde; espero que lhe seja útil!
Em Cristo,
Adailton César
Devo Dar o Dízimo e Onde? - Por Caio Fábio
A idéia de que o “dizimo” é devido à “igreja” é uma tentativa de fazer do mero ajuntamento cristão algo pesado, legal, estatal, religioso, como era o “Templo de Jerusalém”.
No entanto, essa perversão não aconteceu desde o princípio. Os primeiros discípulos contribuíam, primeiro, para ajudarem-se uns aos outros (“...a família da fé...”; como diz Paulo); e, depois, a fim de criar meios e fundos a fim de ajudarem no sustento dos que vivem apenas para pregar e ensinar a Palavra.
Se você ler II Co 8 e 9 você entenderá qual era o espírito mediante o qual as ofertas em dinheiro eram feitas no ajuntamento dos primeiros discípulos.
Jesus disse aos judeus que eles deveriam dar o dízimo de seus bens e alimentos (era assim que era feito no Templo; e, descobertas arqueológicas feitas nas ruínas da casa de Caifás, o sumo sacerdote, revela como eram medidos e coletados esses “dízimos”), mas sem esquecer que a verdadeira lei de Deus é feita de justiça, misericórdia e verdade.
No entanto, já foi a perversão da fé original, desfigurando-se naquilo que chamamos de “Religião Cristã” ou de “Igreja”, o que evocou para si esse papel oficial de “Novo Templo” de Deus na Terra.
Ou seja: para o “Cristianismo” e para a “Igreja” a representação legal de Deus na Terra agora tem neles sua oficialidade. Todavia, essa é uma perversão que fundiu a idéia do Templo como lugar de oficialidade e poder (“chapa branca” de Deus no mundo), mais a oficialidade política e religiosa que os romanos, via Constantino, criaram.
Assim, “os evangélicos”, por exemplo, brigam pela “igreja” como detentora do “poder fiscal de recolhimento os impostos de Deus”, sem saber que tanto a interpretação legal de Malaquias não cabe nessa nova dispensação da consciência na Graça, conforme o Evangelho; como também não sabem que estão ainda vivendo sob os auspícios da Lei e não da Graça; visto que se colocaram sob o comando de algo que foi instituído para a “igreja” quando ela foi deixando de ser apenas Igreja, conforme a leveza do Evangelho; e conforme o poder que Constantino instituiu, chamando-o de “Cristianismo”.
Esta é a razão pela qual o texto de Malaquias 3, sobre os dízimos, ser o favorito da “igreja” nas questões de contribuições financeiras. Sim, ele supostamente se transfere para a “igreja”, a qual, tendo CGC e Estatuto, vira o “Banco do Dinheiro de Deus”; e o pastor, líder, apostolo, bispo, ou seja lá o que for..., torna-se o “Dono do Banco”; ou, na melhor das hipóteses, no caso de uma gestão menos centrada num homem, então surge o “Conselho Bancário”, que faz gestão do dinheiro de Deus na “igreja”. Ora, eles dizem que se o dinheiro de Deus não passar por eles, tal dinheiro não serve a nenhuma causa divina; não sendo, portanto, segundo eles, “abençoado”.
Tudo engano e manipulação!
O que não percebemos é que o N.T. não se utiliza de Malaquias 3 como Lei da Graça quando se trata de dinheiro. Como já disse, o texto de Malaquias fala do Templo-Estado. A Igreja não é assim!
Ao escolhermos, seletivamente, Malaquias como o Santo das Contribuições, sem o sabermos, estamos dizendo quatro coisas:
1) Nosso desejo de que a Igreja esteja para a sociedade assim como o Templo-Estado estava para a população de Israel.
2) Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente.
3) Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça em II Co 8 e 9. E sem maldiçoes; evocando a alegria, não o medo.
4) Nossa ênfase na idéia de que aquele que não contribui é ladrão, põe aqueles que “cobram” no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra.
Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja! Dar sem desejar, ou dar mentindo, gera morte, não vida!
Ananias e Safira foram exemplarmente disciplinados pela Liberdade que nasce da Verdade; e não a fim de gerar medo legalista na Igreja. Eles morreram por terem traído a Graça de dar ou não dar; de ser ou não. Eram livres para não dar; e, assim, não para mentir ao Espírito Santo!
Dar não os tornaria “maiores”! Não dar não os tornaria “menores”! Mentir a Deus, todavia, os destruiria! Porém, dar com alegria, abriria para eles um mundo de riquezas interiores e de retornos de bênçãos que são apenas o fruto da própria semeadura feita como generosidade na forma de dinheiro ou bens.
Deus ama a quem dá com alegria!
O que passar disso é "negócio" feito em nome de Deus e que se alimenta da culpa que se põe sobre os ombros ignorantes de quem não sabe que em Cristo tudo já está Consumado!
Portanto, não há barganhas a fazer!
Todavia, como eu disse ao “Jovem Honesto”, o dizimo é parte de todo culto racional e grato. Sua base, todavia, não é a Lei, mas sim a Lei da Graça, da gratidão, da alegria, do reconhecimento do amor e da providencia, do desejo de contribuir para ajudar outros, e, sobretudo, como manifestação de culto a Deus, no qual a alegria grata oferece como culto aquilo que é um “deus” na terra: o dinheiro!
Para mim, dar o dízimo, além de ser tudo o que há pouco lhe disse, é também um ato de vindicação da soberania de Deus sobre nossa existência. O dinheiro é uma Potestade espiritual. Foi a única realidade que Jesus usou para apresentar como um “deus” competindo pelo amor dos homens. Por isso Jesus chamou o dinheiro (Mamon) de “senhor”; e disse que ninguém poderia servir a Deus e às riquezas. Desse modo, quando alguém dá pelo menos 10% do que ganha, tal pessoa está confessando sua gratidão, sua confiança na Provisão, e, também, sua libertação em relação ao poder que os bens tendem a exercer sobre toda alma humana, reclamando um papel divino e de obediência e serviço, como faz todo senhor espiritual.
O interessante é que Jesus não atribuiu esse poder ao diabo, mas o atribuiu ao dinheiro.
Na Graça de Deus o dizimo é assim: filho da Lei da Graça, pois, é fruto da gratidão alegre; e não é uma obrigação legal. Todavia, mesmo não sendo uma obrigação legal, é, entretanto, um principio espiritual, o qual carrega em si as bênçãos que correspondem ao significado de um ser um humano ofertar suas posses a Deus, através de bens e serviços aos homens; e fazendo isto com alegria, conforme a Lei da Graça acerca desse assunto, a qual pode ser lida em II Coríntios 8-9.
Quanto a sua questão, digo-lhe o seguinte:
1o Minha prioridade nas minhas contribuições é dar para causas que divulguem o Evangelho como ele é, com pureza de propósitos e conteúdos. Isso pode ser numa “igreja”, pode ser numa missão séria, pode ser a alguém que carregue sozinho o compromisso de fazer algo importante e sério, mas que não conta com ajuda suficiente.
2o Além disso, ajudo pessoas em necessidade; ou, simplesmente, obedeço o impulso interior na alegria que nasce da possibilidade de ajudar alguém que está em necessidade. “Quem dá ao pobre, a Deus empresta”, diz o Provérbio.
3o Também faço isso sem deixar de me comprometer com aquelas coisas, causas, ou meios mediante os quais minha vida é enriquecida espiritualmente. Aliás, Paulo diz que aquele que recebe benefícios espirituais deve fazer beneficiário, com bens materiais, aquele que sobre ele ministra riquezas da Graça; seja como apoio, palavra, ensino ou atenção espiritual.
No entanto, eu nunca brinco com dinheiro, pois sei que ele é uma Potestade. O lugar mais seguro e útil para o dinheiro, portanto, é sendo usado como parte do culto racional e grato; mediante cujo gesto consciente a gente declara o Senhorio de Cristo sobre Mamon em nossa vida.
“Dar”, não só é espiritualmente melhor do que receber; mas também carrega em si o principio da vida: a vida é um permanente dar.
Além disso, Jesus disse que o ato livre, amoroso, carinhoso, responsável e devocional do “doar”, abre comportas espirituais de bem em nosso favor.
Ou seja: o ato de dar gere uma sincronia de nosso ser com as forças invisíveis e poderosas da generosidade.
Pr isso, é que Ele disse que o ‘retorno’ do ‘dar’ em alegria é desproporcional; posto que você semeia um dízimo de seu ganho, ou, para sua felicidade, até mais que o dízimo; e, como resultado, abrem-se galerias invisíveis de uma graça que sempre se manifesta em favor dos generosos.
Assim, eu não dou o dízimo por causa de Malaquias, nem tampouco com medo de ser “ladrão”, ou de ser vitimado pelo “devorador”. Todas essas coisas morreram com Jesus na Cruz. Nele todos os devoradores foram despojados na Cruz.
Todavia, não dando por medo, dou, entretanto, em razão da gratidão e da alegria da Graça em mim.
Portanto, nunca darei uma única oferta se minha motivação for medo (pois, desse modo, o que eu faço de nada vale; sem amor nada aproveita para mim).
Entretanto, não é porque não temo o devorador que deixarei agora de doar.
Não! Eu dôo por amor; e por saber que nada é meu; e por crer que tudo o que me vem às mãos, pagas as responsabilidades da vida, o mais deve ganhar significação espiritual filiada à gratidão e ao amor solidário e responsável.
Escolha causas que promovem o Evangelho e abençoam vidas e contribua com alegria; posto que isto é agradável a Deus.
Jesus disse que até mesmo o “administrador infiel” (Lc 16) pôde fazer bom uso do dinheiro que um dia ele havia ganho com esperteza e até desonestidade. Sim, Jesus recomendou que esse dinheiro seja usado para que se faça “amizades espirituais”, as quais, pela gratidão, sempre haverão de nos socorrer na hora da necessidade.
O “administrador infiel” foi “elogiado pelo Senhor” porque apostou em capitais imponderáveis (gratidão semeada na alma de outros), e não no dinheiro. Sim, ele preferiu ficar sem nada, mas semear a bondade e a gratidão, do que guardar o dinheiro e não contar a gratidão de ninguém nem na terra e nem no céu.
De fato, há um livreto meu chamado “Uma Graça que Poucos Desejam”, o qual eu pedirei que para seja posto aqui no site para se possa “baixar” de graça, para todos; posto que creio que o que escrevi em 1986 é hoje mais essencial que seja compreendido do jamais antes, desde que foi escrito. É só clicar e ler ( http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=03194 )
Espero que tenha ajudado você!
Caio
14. Dez questões respondidas rapidamente por Carlos Bregantim...
Logo que chegamos no ABC Paulista, muitos enviaram questões aos do Caminho.
Na época, quando o Alexandre (Dinho) me mandou, respondi sem me deter muito deste modo:
1. Quem pode participar das reuniões?
O Caminho da Graça é para todos. Os perdoáveis e os imperdoáveis.
2. Vocês são parecidos com qual denominação e qual doutrina?
Não somos parecidos com nenhuma denominação.
Nem desejamos nos parecer com uma ou ser uma.
O alvo de um ser humano é se parecer com Cristo.
"...até que todos cheguemos à Sua estatura..."
3. Quer dizer que a falida seita do Caio Fábio chegou ao ABC?
Sim. A falida seita do falido Caio.
Tomara tanta falência nos aproxime daquEle que tudo revive e revivamos todos com Ele.
4. Como é a cerimônia de vocês, liturgia, ordem do culto?
Não temos. Nos encontramos e a partir dai, tudo é bom.
5. O que vocês dizem aos que estão em pecado?
Pecado se resolve com perdão. É isto que dizemos.
6. É verdade que vocês fazem troca de casais e aceitam adúlteros?
Não somos partidários desta pratica, isto é, troca de casais.
Trocamos fardos pesados da religiosidade pelo fardo leve de Jesus.
Aceitamos entre nós "pecadores que pecam porque são pecadores", portanto, aceitamos adúlteros, mentirosos, fofoqueiros, vaidosos, orgulhosos, trapaceiros etc. entre eles eu, você e quem chegar...
7. O que vocês acham da igreja evangélica contemporânea, e de seus líderes que, porventura, cairam?
Da igreja evangélica não achamos nada. Não fazemos parte dela. Somos seguidores de Jesus.
Dos líderes que caíram, bem,
"TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS" e "NÃO HÁ CONDENAÇÃO SOBRE OS QUE ESTÃO EM CRISTO JESUS" e "QUEM ACHA QUE ESTÁ EM PE, CUIDA PRA QUE NÃO CAIA"
8. O ministério de louvor de vocês toca qualquer música, como vocês podem dirigir o louvor do povo, como vocês têm a capacidade de profanar o templo de DEUS?
Que "ministério de louvor"? O que é qualquer música? Quem dirige o louvor do povo? Que templo? Nossa, sobre que "deus" você está falando? O Deus encarnado em Cristo é que não é.
9. Como líderes adúlteros conseguem conviver com vocês ai no Caminho da Graça? Incrível como todos que caíram se unam!
É incrível mesmo. Eles convivem juntos com todos os outros pecadores. É normal. Leprosos convivem com leprosos.
Todos vivem disputando quem chega primeiro aos pés da Cruz.
10. O que pensam em fazer com os adúlteros do Caminho da Graça, e cada vez chegando mais no ABC; inclusive o Fulano de Tal?
O que se faz e o que devem fazer todos, isto é, nos expormos ao Evangelho de Jesus e deixamos que o Evangelho produza os efeitos que só o Evangelho pode produzir.
Graça, paz, & todo bem a voce e sua casa.
Bjs reverentes.
Carlos Bregantim
(Casado com a Laudiceia a quase 31 anos. Residente em São Paulo a 46 anos. Carolina e Filipe são meus filhos e residem comigo aqui no Alto da Lapa. Moro nesta região a 19 anos. )
Caminho da Graça
Estação São Paulo
15. Como me libertar dos tabús da sexualidade? Vale a pena pecar para ter uma mente sadia? Quais são os sintomas de um comportamento sexual neurótico?
Perguntas sobre sexualidade são recorrentes; abaixo publico três perguntas respondidas pelo Caio a uma mesma pessoa:
Pastor Caio....
Muitas vezes eu fico bastante dividido entre os pontos discutidos na questão da sexualidade pelos diversos pastores... E a razão para isso?... Não tenho opinião formada...e tenho dúvidas... Vamos lá:
Pergunta 1: O que fazer para me libertar dos Tabus com relação a sexualidade? Até aonde eu posso ir? (Jovem na faixa dos 20 a 25 anos)
Pergunta 2: Vale a pena pecar para ter uma mente sadia, ou resistir duramente, independente das conseqüências psicológicas, para agradar a Deus? Deus não capacita?
Pergunta 3: Quais são os sintomas de um comportamento neurótico quanto a questão sexual? O que fazer neste caso? E como preveni-lo?
Espero ter sido mais claro, sem enrolação e não repetitivo...
Respostas:
Meu querido amigo:
Graça e Paz sobre sua alma! Responderei suas perguntas em ordem.
Pergunta 1: O que fazer para me libertar dos Tabus com relação a sexualidade? Até aonde eu posso ir? (Jovem na faixa dos 20 a 25 anos)
Resposta: Uma coisa é se libertar dos tabus em relação à sexualidade; outra, completamente diferente, é pensar que uma vida sem tabus implica em falta de limite e em libertinagem. Uma coisa nada tem a ver com a outra.
Tabu é o que as sociedades criam a fim de impedir que certas coisas aconteçam em coletividade; e, nesse caso, a produção cultural e coletiva, cria “conseqüências de natureza mágica e moral” (psicológica), a fim de que a transgressão ao valor instituído, seja punida; e a fim de que o valor seja mantido pela via do medo a algo que tem o poder divino-satânico de punir horrivelmente os implicados; ou ainda: uma vez que algum membro do grupo seja apanhado, então, em nome do Tabu, ele será imolado, ou exilado, ou banido, disciplinado, ou feito anátema no meio de todos aqueles com quem convive ou convivia.
Ora, usar tabus para impedir a sexualidade, é, em si, neurose. Tudo aquilo que não acontece em razão de impedimentos vinculados ao medo, vira neurose.
Ora, você pergunta: até onde eu posso ir?
Minha resposta é simples: “A fé que tu tens, tem-na para ti mesmo...”... “pois tudo o que não provém de fé é pecado...” ... “bem-aventurado é todo aquele que não se condena naquilo que aprova”.
Ou seja: quem quer que lhe diga faça ou não faça, está pecando contra a sua consciência. Você é quem tem que decidir; e fazer isso com bom senso, com consciência tranqüila e pacificada, seja qualquer for direção. Tudo aquilo que não é fruto de amor e de consciência tranqüila, não vale a pena ser feito.
No entanto, vale aprender a diferença entre culpa real por algo que não se deve fazer; e culpa neurótica, que é filha do medo e dos tabus, a qual, não existe como persuasão da Palavra e do Espírito, mas sim como fobias e medos produzidos pelos ídolos-tabus da religião e de sua moral de tribos antigas: onde sexo ainda é tema para apedrejamento; mesmo que seja moral, psicológico ou social.
Pergunta 2: Vale a pena pecar para ter uma mente sadia, ou resistir duramente, independente das conseqüências psicológicas, para agradar a Deus? Deus não capacita?
Resposta: Nunca vale a pena deliberar pecar. E sexualidade e pecado nada tem a ver um com o outro. A religião dos tabus é que inventou tal conexão. Obedecer a Deus em qualquer área da vida não adoece a alma. Portanto, se as leis da religião estão adoecendo almas, é porque elas nada têm a ver com o espírito do Evangelho.
O Evangelho é Boa Nova para a sexualidade também, para a totalidade do ser; e, sobretudo, é o patrocinador de Vida em Abundancia. O que vejo é que você é um menino entre 20 e 25 —suponhamos, com 24 anos—, e que está louco para namorar, amar e conhecer alguém sexualmente, mas que se sente culpado caso isso aconteça antes do casamento formal.
Por outro lado, você também se neurotiza porque não se segura, e “sai na mão”. O lugar psicológico onde você está é ruim, e danoso à alma. Minha sugestão é que você leia mais o site, nas minhas opiniões sobre sexo antes do casamento, e, também sobre sexualidade em geral. Creio que por elas você mesmo poderá encontrar o “seu caminho” pessoal nessa área.
Sempre creio em equilíbrio. Para mim tudo o que tira o equilíbrio é maligno, ainda que venha travestido com os tabus da moral cristã. Mas fique sabendo: sexo sem amor faz mal; assim como ser adulto e responsável, amar alguém, desejar e ser desejado, e poder se relacionar com a pessoa visando algo maior pros dois, mas, em razão de tabus, não realizar a entrega e o encontro, apenas por medo, culpa oriundos do tabu— ora, isso igualmente faz mal, e cria toda sorte de doenças da sensualidade na alma; conforme Paulo em Colossenses 2: “... não proves... não toques... não... não... tem aparência de sabedoria; mas é falsa humildade; e não tem nenhum valor contra a sensualidade”.
A vida, porém, por vezes é ambígua. Assim é que o Pródigo foi salvo de seu pecado pela experiência do pecado, o que o levou de volta aos braços do Pai. Já o Irmão mais Velho nunca “pecou” os pecados convencionais, no entanto, estava em estado permanente de pecado em razão de sua inveja do “pecado do irmão”, e de sua raiva neurótica em relação a isso, a qual, no caso dele, se disfarçava de moralidade e boa gestão dos bens do Pai.
Assim, às vezes, a fim de sermos curados, temos que ser quebrados(o pródigo); e, antes de sermos curados, temos que ser chocados (o irmão mais velho)—Lucas 15.
Pergunta 3: Quais são os sintomas de um comportamento neurótico quando a questão sexual? O que fazer neste caso? E como preveni-lo?
Resposta:
Eu disse antes que usar tabus para impedir a sexualidade, é, em si, neurose. Todo aquilo que não acontece em razão de impedimentos vinculados ao medo, vira neurose.
Portanto, você não tem que fazer e nem fazer nada por medo, mas apenas em razão de acordos de sua consciência com a verdade do amor, seguida de bom senso.
No amor não existe neurose porque nele não existe fobia, medo. Pessoas adultas de alma e que se amam responsavelmente, nunca se sentem em pecado quando estão livres para fazer amor; sem deixar para trás uma transgressão, uma traição, um adultério, etc...
Assim, é no amor que está a saúde para tudo; e, fora dele, tudo acaba por virar doença, dependência, vício, ou neurose.
Receba meu carinho e reverencia pela sua alma.
Nele, em Quem até o louco não erra o caminho,
Caio
16. Como vocês entendem a Santa Ceia? Crianças podem participar? Qualquer pessoa pode ministrar?
Querido irmão,
Graça e paz do Senhor Jesus Cristo sobre sua vida!
Um dos desvios que mais me entristece na igreja cristã é referente à Ceia do Senhor. Como em tudo, devemos buscar a simplicidade e clareza do ensino de Jesus e deixarmos os acréscimo da igreja.
Contudo, quantos aceitam o desafio de romper com a rleigiao e seguir a simplicidade do Evangelho nesse caso, quando o ritual da Ceia e o exclusivismo praticado pela "igreja" tem dominado por milênios?
Antes de continuar a leitura deste texto, leia os textos bíblicos a respeito da Ceia do Senhor; leia todos eles com atenção; não leia a letra, ouça a Palavra! Considere as respostas que estes textos dão às suas perguntas a respeito da Ceia: Mateus 26.17-35; Marcos 14.12-31; Lucas 22.7-34; João 13.1-30; I Coríntios 10.14-22 e I Coríntios 11.17-34.
Faça uma leitura livre de tudo o que você já ouviu e viu a respeito da Ceia. Ouça Jesus e o apóstolo Paulo; creia no que eles ensinaram a respeito. É bem simples!
Eis algumas questoes que me tem sido feitas e que trataremos aqui:
Como deve ser ministrada a Ceia?
Quem deve ministrar?
O pao e o vinho são sagrados?
Quem está em pecado pode participar da ceia?
Crianças podem participar da Ceia?
O que dizer de participar indignamente?
O que é tomar e beber condenação para si mesmo?
Antes de mais nada, lamento que tantas questões tenham se levantado a respeito da Ceia do Senhor, a ponto de perdermos a essência dela, a sua beleza, a Graça revelada nela.
Na noite em que foi traído...
Foi nesta noite que Jesus instruiu os apóstolos a respeito do pão e do vinho. Portanto, uma noite de despedidas, de tristeza, de agonia. E Jesus ansiava por comer a refeição da páscoa com seus discípulos antes de completar sua obra. No dia seguinte, ele estaria morto na cruz por causa dos nossos pecados, cumprindo a justiça e recebendo em si mesmo a maldição da Lei; e para sempre nos lembraríamos desta Graça ao comermos o pão e tomarmos o vinho.
Foi nesta mesma refeição, também, que João reclinou a cabeça no peito de Jesus.
Foi nesta noite que Jesus lavou os pés dos discípulos e disse a eles que seguissem seu exemplo.
Foi nesta noite que Jesus prometeu enviar o Consolador que estaria para sempre conosco.
Foi nesta noite que Jesus deu inúmeras orientações ao discípulos... ele estava se despedindo desta terra.
Foi nesta noite que Pedro negou...
A Ceia do Senhor nos fala de realidades tão maravilhosas, tão superiores às questões que os homens colocaram no centro das discussões, que me desgosta ter que tratar delas, me desgosta saber que os homens brigam por causa delas, se dividem.
Se todos nós nos preocupássemos tão somente em receber o pão e o vinho na Ceia do Senhor, com o mesmo espírito de amor e ternura do Senhor Jesus, ansiando por sua volta quando participaremos da Ceia com Ele na glória, sem nos preocuparmos com quem deve ministrar, quem deve participar, qual a forma certa e todas as demais questões levantadas, viveríamos um vida mais frutífera de comunhão com o Pai , com o Filho e com o Espírito Santo.
Isto posto, vamos as questões:Como deve ser ministrada a Ceia?
Nos textos que leu, você viu Jesus ou Paulo dando alguma instrução sobre a forma de se ministrar a Ceia?
A única instrução tem a ver com o pão, comida básica na refeição, e o vinho, bebida também comum, ambos usados regularmente nas refeições da Páscoa, recebendo novos significados: o pão simboliza a carne de Cristo, o Cordeiro santo que foi sacrificado, e o vinho simboliza o sangue dele derramado.
Paulo diz que a forma deve priorizar a participação conjunta de todos os presentes no momento. No mais, nada é dito; portanto, ninguém deve estabelecer uma forma como sendo a certa. A Igreja de Atos participava da Ceia regularmente e nunca se diz de qual forma se utilizavam.
A questão toda está no coração e não na forma!Quem deve ministrar a Ceia?
Nos textos lidos você encontrou alguma instrução sobre quem deve ministrar a Ceia? Em algum lugar se diz que deve ser uma pessoa autorizada para isto? Uma pessoa ordenada?
Não se diz apenas para que eles fizessem isto “sempre, em memória de mim”?
A Páscoa judaica, de onde procede a Ceia do Senhor, era feita em família; o pai reunia a esposa e os filhos e, dependendo do tamanho da família, outras se uniam a ela. Era o pai o “ministro”.
Com a instituição do sacerdócio, o cordeiro pascal passou a ser sacrificado pelos sacerdotes. O ofício sacerdotal já passou, conforme instruções de Paulo e do escritor aos Hebreus. Jesus, o perfeito sumo-sacerdote realizou a última e perfeita oferta, ele próprio.
Todos os filhos de Deus são sacerdotes! Todos podem partilhar a Ceia, estando dois ou três reunidos em nome de Jesus. Uma família pode partilhar a Ceia do Senhor, irmãos em viagem podem partilhar a Ceia do Senhor. Pela fé, qualquer grupo pode se reunir e receber o pão e o vinho, alimentando-se de Cristo.
Este é um privilégio de todo aquele que pertence a Cristo e deve ser exercido enquanto se caminha e se encontra com outros e não como parte de um ritual religioso, ministrado somente em reuniões religiosas por sacerdotes da religião.
Deve ser como na Igreja de Atos: eles se reuniam de casa em casa e partilhavam a Ceia! Alguém imagina, lendo Atos, que os apóstolos e outros líderes estavam em todos os lugares para ministrar a Ceia?
Logo, repito, a Ceia é um privilégio do filho de Deus e ninguém deve ficar sem participar dela simplesmente por não haver uma pessoa autorizada a ministrá-la. No evangelho, todo filho de Deus, servo de Jesus Cristo, está autorizado!
Os pais deveriam reunir toda a família e partilhar com ela a Ceia do Senhor, no espírito do Evangelho que é de amor, ternura, compaixão, comunhão! Você já pensou que maravilha, pais e filhos reunidos em torno da Ceia do Senhor, como parte da vida com Cristo e não como algo restrito aos ofícios religiosos?O PÃO E O VINHO SÃO SAGRADOS?
Esta pergunta tem a ver com o fato de alguns pastores enterrarem o pão e o vinho que sobram após a Ceia e com o entendimento católico de que o pão se transforma em corpo de Cristo e o vinho em sangue.
Bem, você viu alguma coisa parecida nos textos? O pão é pão e o vinho é vinho; simbolizam realidades espirituais, as quais são recebidas pela fé. Não há nada de especial no pão e no vinho. Nem antes nem durante nem depois da Ceia. Não ha nenhuma magia envolvida!
Tudo está no coração e não nos elementos!
Quem está em pecado pode participar da ceia?
O que significa “está em pecado”? Quem conhece o coração para julgar alguém a este respeito?
A quem Jesus ofereceu a ceia? A Judas, que o iria trair (embora alguns neguem que ele tenha participado); mesmo que Judas não tenha participado, Pedro participou, e foi quem negou a Jesus. Os demais apóstolos participaram e todos o abandonaram; Tomé era incrédulo, Tiago e João queriam mandar queimar os samaritanos.
Logo após a Ceia passaram a discutir sobre qual deles era o maior. Pedro deu uma de bom, superior ao próprio Jesus. Foi esta gente que participou da Ceia.
E se estivessem ali outros “publicanos e pecadores” teriam participado também.
A Ceia é para pecadores! Ela anuncia aquele que morreu pelos pecados, por todos eles! Logo, qualquer pecador que no momento da Ceia, pela fé reconhece Jesus como seu salvador, sendo atraído pela Graça que salva, que perdoa, que aceita, que inclui, deve participar.
E cada um deve examinar a si mesmo, Paulo repete isto duas vezes! Portanto, ninguém deve ser juíz de ninguém; deve apenas receber a ceia e se alegrar pelo outro que a recebe também. Somos todos pecadores diante da Ceia do Senhor, o qual se entregou por nós, pela nossa redenção!
Publicanos e pecadores, prostitutas e ladrões, mentirosos e desonestos, você e eu... todos são bem-vindos à Ceia! Ali há Graça para o pior pecador. Só não há lugar para o que pensa estar em condições de participar dela e que despreza o outro. Este comerá e beberá condenação para si.E O QUE DIZER DO “BEBER INDIGNAMENTE” E “BEBER CONDENAÇÃO”?
Paulo diz: “Aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo”.
Você observou que nas duas vezes em que Paulo fala de beber indignamente e beber condenação, imediatamente ele conclama cada um a examinar a si mesmo? Normalmente quando as pessoas se preocupam com o beber indignamente, além de não saberem do que Paulo está falando, estão apontando para outros e não para si mesmos. Estão querendo razões para impedir alguém de participar da Ceia, razões para a liderança da “igreja” afastar alguém da Ceia por este ter um comportamento “pecaminoso”.
Quanto a esta questão de beber indignamente e beber condenação, cada um olhe para si mesmo. Paulo não está falando aqui de coisas exteriores, mas do coração. Cada um que se enxergue, se examine, diante do Senhor e seja julgado por Ele e somente por Ele.
Ao participar da Ceia, cada um deve se examinar diante do Senhor, deve considerar a presença do Senhor Jesus, deve considerar seu corpo e sangue, diante da cruz, onde nossos pecados foram carregados.
Deve abrir-se para este trabalho disciplinador da Graça de Deus em Cristo. Cada um deve, diante desta realidade do corpo e do sangue de Jesus, oferecidos por causa dos nossos pecados, para nossa redenção, examinar sua vida e então participar da Ceia, dando sempre razão a Deus, aceitando o julgamento de Deus de que se é pecador, de que seus atos merecem a condenação e, pela fé, aceitar o perdão que vem da cruz, onde toda condenação foi abolida.
Quando nos examinamos e reconhecemos nossa culpa pelo pecado que SOMOS, e também, pelo pecado que cometemos, não importa qual seja ele, e aceitamos o sacrificio de Jesus, então já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus ( Romanos 8.1); é só comer o pão e beber o cálice!
Na continuação do texto em I Co 11, Paulo diz: “Portanto, meus irmãos, quando vocês se reunirem para comer, esperem uns pelos outros. Se alguém estiver com fome, coma em casa, para que, quando vocês se reunirem, isso não resulte em condenação”.
Observe que Paulo volta a falar da condenação. Todo o texto de I Coríntios 11.17-34, nos mostra o que é. Paulo está falando das divisões e intrigas que haviam na igreja de Corinto, dos exageros, da orgia com o comer e beber (v.21) . Eles estavam participando indignamente e estavam recebendo condenação.
Comer e beber indignamente e receber condenação não é beber “estando em pecado”, conforme a lista da “igreja”, pois todo pecado encontra perdão na cruz e não há condenação, como já disse acima; comer indignamente é comer e beber a Ceia sem amor e reverência pelo próximo; ao invés de examinar-se diante do Senhor, examina o próximo, cuida da vida do próximo, é ser juiz do outro, é comer de um banquete que divide. É participar com orgulho e presunção. É não considerar que na noite em que foi traido, Jesus ceou com seus discípulos, tendo lavado os pés até do traidor. A Ceia deve ser recebida por nós, cada um pronto a lavar os pés uns dos outros, até dos traídores entre nós.
Participa indignamente da Ceia todo aquele que se acha digno de participar.
CRIANÇAS PODEM PARTICIPAR DA CEIA?
Nos textos bíblicos lidos, há alguma indicação de que criança não possa participar? Jesus disse alguma coisa proibindo a criança de participar? Não foi ele mesmo quem disse que das crianças é o Reino de Deus? Não foi ele quem disse para deixarmos as crianças irem a ele?
Ora se a Ceia do Senhor é alimento espiritual, é união com Cristo, o que impede uma criança de ir a Ele ao comer e beber o cálice?
Se a Ceia do Senhor está relacionada à Páscoa do Velho Testamento, então as crianças devem participar; na Páscoa, todas as crianças participavam. Os pais deveriam orientar os filhos sobre o significado do que estavam fazendo.
Da mesma forma, como já foi dito acima, a participação na Ceia do Senhor não deveria ser restrita aos ofícios religiosos; ao contrário, deveria ser uma prática comum na família, onde os pais reunem os filhos e partilham com eles a Ceia, explicando o significado do pão e do vinho.
Assim, as crianças não apenas são alimentadas de Cristo, vão a ele e são por ele abençoadas, como também crescem vivendo a verdade da morte e ressurreição de Cristo, ao participarem da Ceia regularmente.
Além disto, aprendem que este não é um ritual da “igreja”, mas uma experiência da vida, da família, do filho de Deus enquanto caminha; onde esta criança estiver quando crescer, poderá receber pela fé, os elementos da Ceia, sem a intermediação de um “sacerdote”; é privilégio dela, como filho de Deus, em qualquer lugar e a qualquer hora.
Jesus prometeu partilhar conosco a Ceia quando ele voltar. O irmão Beto (Carlos Alberto) lembrou bem que no céu haverá crianças e certamente elas participarão da Ceia! Ou alguém diria que não? Pode ser que alguém diga: “Mas no céu é diferente”. Respondo: Vivamos a realidade do céu agora!
Ou será que alguém diria que não temos apoio bíblico para deixar nossas crianças participarem?
Alguns usam a orientação de Paulo sobre “examinar-se a si mesmo”, como motivo para a criança não participar, já que ela não pode examinar-se; ora, a criança não precisa examinar-se; sua infância confirma isto; Jesus chegou a dizer que se não nos tornarmos como crianças não herdaremos o Reino de Deus. Ela precisa apenas saber o significado do que está comendo.
Além do mais, já explicamos que o “examinar-se” relaciona-se com o cuidado de não examinar o outro quanto à dignidade dele em participar ou não da Ceia e quanto a ver seus pecados na cruz, onde a condenação foi cumprida. A criança não precisa deste exame; não há nela esse julgamento do alheio.
Que benção maravilhosa nossos filhos crescerem participando da Ceia; Jesus as toma nos braços e as abençoa!
Para concluir, não deixemos que todas estas questões nos roubem a simplicidade da comunhão na Ceia do Senhor. Não nos preocupemos com estas coisas; apenas participemos e deixemos todos os outros participarem com alegria e devoção, com reverência a cada um em suas tragédias e lutas espirituais, sem exercermos juízo sobre ninguém; somente Deus conhece o coração; ao invés de vigiarmos o outro, adoremos a Deus em nosso coração ao recebermos o pão e o vinho.
Enquanto caminhamos nessa vida, sujamos os pés; às vezes atolamos no barro; Jesus se apresenta para lavar nossos pés. Se amamos a Jesus e o seguimos, crendo na sua obra consumada, já estamos limpos; basta lavar os pés; a Ceia é um momento precioso em que Jesus nos lava os pés.
Reconhecendo que todos temos os pés sujos e dispostos a lavar os pés uns dos outros, participemos da Ceia em memória dEle todas as vezes! Foi o que ele nos pediu!
Em Cristo, nosso querido Salvador!
Adailton César
Fonte e créditos: http://interlagos-perg-resp.blogspot.com.br/