O Roubo dos patos de Rui Barbosa
Como uma das histórias que se atribuem a Rui Barbosa, para enaltecer o domínio da língua culta, O Roubo dos Patos é quase um trava-línguas.
Consta que ao chegar em casa numa certa ocasião, Rui Barbosa ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Surpreendeu o indivíduo, que já estava prestes a pular o muro com uns patos debaixo do suvaco:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinqüagésima potência que o vulgo denomina nada.
O ladrão, confuso que só você e eu depois dessa sopa de letrinhas, diz:
- Dotô, resumino, eu levo ou deixo os pato?
texto adaptado por
Joserrí de Oliveira Lucena
professor e bancário
historiador, financista e bacharel em Direito
Nenhum comentário:
Postar um comentário