No dia a dia dos ambientes de trabalho vemos diversas incoerências como a falta de isonomia, a falta de dignidade previdenciária e o não enfrentamento das questões de gênero, que têm como uma das consequências pessoas fazendo a mesma atividade, mas recebendo salários diferentes.
O Sindicato dos servidores do Ministério Público da União mapeou cenário de trabalho bancário, cujo resultado resume em cartilha em que destaca que os alvos mais frequentes de assédio são mulheres e trabalhadores doentes (se forem mulheres doentes, então...).
O forte componente cultural machista é um problema mundial, o que torna mais difícil e menos atraente certos ambientes de trabalho para as mulheres - principalmente nos cargos de comando.
Da recente pesquisa que fiz sobre Assédio Moral no segmento bancário no RN, destaco um dos depoimentos que faz um alerta para parte desse fenômeno silencioso; embora não seja uma regra, posto que se trata de depoimento pessoal, é sentido pelas colegas que o sofrem no ambiente de trabalho:
"... há duas maneiras de ser mulher:
ou você é a mulher fraca, que só leva na cabeça e ouve piadas e cantadas
ou você é "forte como homem"...
Discursos são e serão insuficientes para quebrar o paradigma das regras não escritas.
A foto abaixo é um desses exemplos e estampa praticamente unânime nos registros dos eventos, comuns no quotidiano das empresas:
a inexpressiva representatividade feminina nos cargos de gestão; nesse caso, há 01 mulher dentre 09 gestores do médio/alto escalão da empresa.
É preciso respeitar a decisão de colegas que optam por ser mães, companheiras, que preferem fugir dos holofotes;
Mas também precisamos da contribuição feminina com um olhar Humano para as Pessoas, nas empresas.
É imprescindível permitir, de fato, o encarreiramento e empoderamento da mulher, com oportunidades que reflitam o seu real potencial para gerir processos e pessoas.
Sei que corro o risco de também estar emitindo uma opinião machista, mas também gosto de criar meus filhos, de fazer atividades com eles, também me emociono e choro, também tenho medo de errar, mas sinto que em certos momentos o fato de ser homem significa uma vantagem (e não deveria significar).
A estrada é a mesma para todos, mas os instrumentos e oportunidades ainda são muito desiguais; a realidade atesta.
Joserrí de Oliveira Lucena
Bancário
Bel. Direito
Bel. História
MBA Gestão Financeira