Sou dos que defendem que a Educação, antes de se ramificar em quaisquer das especialidades, deve focar na formação da Cidadania.
É por esse paradigma que me pauto, e por isso não desisti do pó e do giz (é minha contribuição para um mundo menos injusto). Desde 1987, quando lecionei minha primeira aula, tento apaixonar meus alunos pela leitura e pelo descortinar das coxias (o que acontece por trás do palco?). Não estou na Educação para ensinar respostas, mas para treinar meus alunos a fazerem perguntas. Como um eterno aluno, busco a Sabedoria de aprender a perguntar. É nas perguntas desconcertantes que o desequilíbrio cognitivo se instala e nos tira (a mim e ao outro) da zona de conforto do saber pasteurizado, obrigando-nos a ELABORAR respostas ao labirinto apresentado.
O que ganho como professor, com vínculo de 30 horas, é R$ 1.800,00 (todo mundo sabe o piso, e é isso que os governos – TODOS – pagam; no nosso caso, proporcionais às 30 horas, já que o piso nacional é para um vínculo de 40 horas). Não é por dinheiro que uma pessoa dedica mais de 20 anos de sua carreira ao Magistério.
Por mim, a maior greve da Educação que esse país poderá ter, será no dia que os professores forem às praças públicas, às favelas, às feiras livres, e ministrarem aulas em cima de caixotes, de carros de som, em trios elétricos (se puderem)...
A maior contribuição para tirar um povo da ignorância é compartilhar informações. Se elas não forem compreendidas pelas massas (e certamente não o serão, por absoluta falta de capacidade de absorção), serão, ainda assim, o mote para alimentar as rodas de conversas nas quermesses, novenas, jogos de porrinha (ou seja lá o que for). Muito melhor do que o que vemos: as pessoas “debatendo” programas fúteis, como Fazenda, Big Bunda, e outros...
... quiçá no dia em que as pessoas forem encharcadas com informação de qualidade, teremos um país em que publicações viciadas não mais servirão para manipular: no máximo, serão classificadas como HUMOR.
Nesse dia, poderemos não ter aprendido a responder todas as perguntas; mas certamente teremos aprendido que podemos fazer tantas perguntas quanto queiramos, acerca de qualquer assunto.
Isso é Cidadania.
Um abraço,
Joserrí de Oliveira Lucena
"Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam." Martin Luther King
“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem carácter, nem dos sem moral. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons". Martin Luther King
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