A propaganda incompleta é aquela que utiliza de subterfúgios duvidosos para validar sua "verdade" que vende.
É algo mais ou menos como o silogismo (que veio da grégia antiga), que por definição significa concluir por meio de premissas (dedução).
Para exercício, imagine a seguinte lista de verdades:
Deus é amor.
O amor é cego.
Steve Wonder é cego.
Logo... Steve Wonder é Deus.
Um absurdo impossível mas que apresenta coerência lógica.
Daí que por definição as pessoas tendem a aceitar tudo sem questionar, o que permite essa onda de propagandas incompletas no Brasil: é a publicidade que carece de fundamentação.
Quantas vezes não já ouvimos expressões como:
- 9 entre 10 dentistas recomendam produto X;
- Este produto é X vezes mais eficiente;
Cadê a base que ampara estas afirmações?
Os conselhos regionais de odontologia deveriam se manifestar, seja cobrando a apresentação da pesquisa (feita com todos os dentistas) que comprove esta afirmação, seja requerendo participação por uso de seus profissionais (referência a todos eles)... não é mesmo?
Observei que, na Argentina, o rigor da publicidade é maior: lá, quando um shampoo diz que é mais eficiente, tem que dizer em relação a quem (ou que produto)... e são em letras bem legíveis e não nesse disparate de sopa de letrinhas aos milhares que vemos em propaganda de lojas de eletrodomésticos a de automóveis...
Se temos um órgão que deveria disciplinar isso, o que está faltando aqui?
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