sexta-feira, 7 de junho de 2013

Esquema de Ponzi, Marketing Mult Nível ou piramidal - tudo igual

O sistema piramidal é insustentável. A maneira mais simples de entender isso é estudando o conceito matemático da progressão geométrica, pelo qual não há população em quantidade suficiente (ou que procrie feito coelhos) e principalmente economicamente ativa, para alimentar o esquema.
Algumas pessoas até podem ganhar algo,  mas uma hora o sistema não vai ter novas vítimas (entrantes, adeptos) para sustentar os primeiros “investidores”. A prática desonesta a atrai vítimas com potencial de influenciar parentes e amigos (formadores de opinião), sob a promessa de ganhar dinheiro fácil e rápido.
Ademais, o sistema tem um forte indício de envolver atividades ilegais, como: Estelionato, Formação de Quadrilha, Evasão de Divisas, Crime contra o Sistema Financeiro Nacional e Lavagem de Dinheiro (origem ilícita: tráfico, sequestro, sonegação, corrupção...).
Pessoas têm contraído dívidas bancárias, vendido seu patrimônio, sacado suas economias, sob o pretexto de “investir” no esquema, que promete retorno melhor que a mais rentável das aplicações.
Abaixo, mais detalhes sobre o tema, com farto material disponível na internet sobre o esquema, que funciona sobre vários nomes, e tem sido a nova febre no Brasil.
Vale a pena ler. O texto é uma adaptação (quase literal do material da Wikipedia)
Joserrí de Oliveira Lucena – MBA em Gestão Financeira (PUC-Rio).
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Esquema Ponzi                             Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um esquema Ponzi é uma sofisticada operação fraudulenta de investimento do tipo esquema em pirâmide que envolve o pagamento de rendimentos anormalmente altos ("lucros") aos investidores, às custas do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real. O nome do esquema refere-se ao criminoso financeiro italo-americano Charles Ponzi (ou Carlo Ponzi).

História

Embora sistemas semelhantes a este já existissem anteriormente, o nome deste esquema é devido ao italo-americano Charles Ponzi, autor de uma gigantesca fraude na década de 1920, a qual conseguiu ter maiores repercussões do que outras fraudes anteriores.

Charles Ponzi era um emigrante italiano, que se crê ter chegado aos Estados Unidos na década de 1910. De muito baixos recursos, como a maior parte dos emigrantes que chegavam a esse país, "descobriu" pouco tempo depois da chegada e graças a correspondência que recebeu de Espanha que os selos de resposta de correio internacional se podiam vender nos Estados Unidos mais caros que no estrangeiro pelo que este tipo de negócio acabaria por produzir lucros. Assim começou o rumor e muitas pessoas não quiseram ficar fora do negócio e entregaram capitais a Ponzi.

Mas embora Ponzi estivesse a recolher somas astronômicas de dinheiro, e houvesse filas para lhe entregar mais, na realidade não comprou selos. Pagava rendimentos de até 100% em três meses, com o capital dos sucessivos novos investidores.

Ponzi convenceu amigos e parceiros do novo negócio a apoiarem o seu sistema no início, oferecendo um retorno de 50% num investimento a 45 dias. Algumas pessoas investiram e obtiveram o prometido no intervalo temporal combinado. O esquema alargou-se, e Ponzi contratou agentes, pagando generosas comissões por cada dólar que pudessem trazer. Em Fevereiro de 1920, Ponzi obteve cerca de 5000 dólares americanos, uma grande quantia nesse tempo.

Em Março já tinha 30000 dólares. A histeria coletiva cresceu e Ponzi começou a expandir-se para a Nova Inglaterra e Nova Jersey. Os que investiam obtinham grandes benefícios e estes motivavam outros a investir.

Já em Maio de 1920 tinha conseguido recolher 420000 dólares. Ponzi começou a depositar o seu dinheiro no Hanover Trust Bank of Boston (um pequeno banco italo-americano na Hanover street, a norte do bairro italiano), esperando que depois se pudesse converter no presidente do banco ou pudesse impor as suas decisões. Na realidade conseguiu controlar o banco ao comprar as suas ações.

Em Julho de 1920 já tinha milhões de dólares. Muitas pessoas venderam ou hipotecaram as suas casas com a esperança de ganhar quantias muito grandes. No dia 26 de Julho grande parte do esquema começou a colapsar depois de o Boston Post questionar as práticas da empresa de Ponzi. 


Finalmente a empresa foi intervencionada pelo estado que congelou todas as novas captações de dinheiro. Muitos dos investidores reclamaram furiosamente o seu dinheiro, e nesse momento Ponzi devolveu o capital a quem o solicitou, o que causou um aumento considerável da sua popularidade, havendo muitos que lhe pediam para se candidatar a um cargo político público. As promessas de Ponzi cresceram ainda mais já que planejava criar um novo tipo de banco, no qual os lucros se repartissem de igual modo entre os acionistas e aqueles que investissem dinheiro no banco. Até planejou reabrir a sua empresa sob o nome "Charles Ponzi Company", cujo principal objetivo era o de investir em empresas em todo o mundo.

Graças ao seu esquema Ponzi começou a viver uma vida cheia de luxos: comprou uma mansão com ar condicionado e um aquecedor para a sua piscina, e trouxe a sua mãe de Itália em primeira classe. Rapidamente este emigrante de baixos recursos obteve não só uma grande quantidade de dinheiro como se rodeou dos luxos mais extravagantes para a sua família e para si mesmo.


Em Agosto de 1920 os bancos e meios de comunicação declararam Ponzi em bancarrota. Este confessou que em 1908 tinha sido participante de uma fraude muito parecida no Canadá, que oferecia aos investidores grandes rendimentos.

O governo federal dos Estados Unidos interveio finalmente descobrindo a megafraude, e Ponzi foi detido mas teve que ser liberto pois pagou a fiança. Decidiu continuar com o seu sistema, convencido que o poderia sustentar. Rapidamente o sistema caiu e os aforristas perderam o seu dinheiro. A maior parte das pessoas não obteve benefícios, e muitos dos quais reinvestiram o seu dinheiro na fraude. Ponzi, embora tenha sido enviado de volta para Itália e apesar de se descobrir a fraude, foi aclamado por muitos como um beneficente.


Características

Os esquemas Ponzi oferecem aos investidores grandes juros num curto período, e o sistema pode funcionar apenas a curto prazo, tudo dependendo da quantidade de novos investidores que integrem o negócio.

O sistema Ponzi degenera sempre em bancarrota, já que a maioria esmagadora dos investidores perde todo o seu dinheiro. As características típicas da propaganda para recrutar novos investidores são:
  • Promessa de altos rendimentos a curto prazo.
  • Obtenção de rendimentos financeiros que não estão bem documentados.
  • Dirigido a um público não financeiramente esclarecido.
  • Um único promotor ou uma única empresa.
  • Falta de Produto à ser consumido ou então um produto que é vendido a um preço muito maior que o preço de mercado. Porém a venda do produto é algo secundário, já que o mais importante é recrutar novas pessoas.
  • Movimentação apenas de dinheiro.
  • Nenhum vinculo com Leis Trabalhistas e de Arrecadação de Impostos Federais. Em geral, os participantes acabam "pagando para trabalhar".
Torna-se evidente que o risco de investimento nas operações que fazem uso desta prática é elevadíssimo. O risco é cada vez mais alto ao crescer o número de subscritores, já que cada vez se vai tornando mais difícil encontrar novos seguidores.
Em muitos países, esta prática é um crime.


Os "artistas" mais famosos (Ponzi e Madoff)


Charles Ponzi

Charles Ponzi (Lugo, 3 de Março de 1882 — Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 1949) , também conhecido por Carlo Ponzi, Charles Ponei, Charles P. Bianchi e Carl, foi um italiano que imigrou para os Estados Unidos em 1903 depois de abandonar os estudos na Università La Sapienza em Roma. Mudou-se para o Canadá onde foi condenado a 3 anos de prisão por falsificação de cheque bancário. Retornou aos Estados Unidos onde se tornou um dos maiores trapaceiros de toda a história estadunidense.

Depois de ser deportado para a Itália, Ponzi imigrou novamente para o Rio de Janeiro, Brasil, onde terminou seus dias na miséria.


A fraude por ele inventada, o "esquema Ponzi", continua a ser aplicado em versões repaginadas, como, por exemplo, o "ganhe dinheiro rápido na Internet" e o "ganhe dinheiro com imóveis na planta".


Bernard Madoff
Bernard Madoff, responsável por um dos maiores esquemas fraudulentos do sistema financeiro, reconheceu que os fundos de investimentos que ele geria eram um esquema inspirado em Charles Ponzi de proporções gigantes.

Bernard Lawrence "Bernie" Madoff  (Nova Iorque, 29 de abril de 1938) foi o presidente de uma sociedade de investimento que tem o seu nome e que fundou em 1960. Esta sociedade foi uma das mais importantes de Wall Street. Madoff também foi uma das principais figuras da filantropia judaica. Em Dezembro de 2008 Madoff foi detido pelo FBI e acusado de fraude. O juiz federal Louis L. Stanton congelou os activos de Madoff. Suspeita-se que a fraude tenha alcançado mais de 65 000 milhões (português europeu) ou 65 bilhões (português brasileiro) de dólares, o que a torna numa das maiores fraudes financeiras levadas a cabo por uma só pessoa.


Vida pessoal

Madoff nasceu em 1938 no seio de uma família judia e é casado com Ruth Madoff. Foi membro ativo da National Association of Securities Dealers (NASD), organização autorregulada na indústria de ativos financeiros norte-americanos. A sua empresa esteve entre as cinco que impulsionaram o desenvolvimento do NASDAQ, e o próprio Bernard trabalhou como coordenador-chefe do mercado de valores.

O grupo incluía duas áreas separadas: Bernard Madoff Investment Securities LLC, com as funções de corretor de bolsa (broker) e formador de mercado em ações norte-americanas (market maker), onde trabalhava a maioria do pessoal, e a área de Investment Advisory, foco de toda a fraude.

Nesta última Bernard Madoff realizava os investimentos para hedge funds como o Fairfield Sentry, Kingate ou Optimal (grupo banco Santander).

Apesar do êxito histórico dos resultados dos fundos geridos pela sua empresa, desde 1992 a gestão recebeu algumas criticas isoladas. Veio-se a descobrir posteriormente como os auditores da Madoff trabalhavam num pequeno escritório sem praticamente terem pessoal.


Vítimas de Madoff

Madoff, com fama de filantropo, não só enganou entidades bancárias e grupos de investimento, como também são vítimas da sua fraude fundações e organizações caritativas.

A Securities Investor Protection Corporation (SIPC) está em processo de liquidação da brokerage da empresa de Madoff, com Irving Picard a atuar como trustee. A SIPC assegura até 500 000 dólares para dinheiro em falta em contas de brokerage individuais, mas não protege contra maus investimentos.

Stephen Harbeck, presidente da SIPC afirmou que os registos financeiros do departamento de gestão de investimentos demorarão seis meses a analisar. “Há alguns ativos, mas não tenho ideia de qual a relação com os pedidos sobre eles. Os registos são altamente suspeitos neste caso.”

De acordo com o The Wall Street Journal os investidores com maiores perdas incluíam:
  • Fairfield Greenwich Advisors, 7,5 bilhões de dólares
  • Tremont Capital Management, 3,3 bilhões de dólares
  • Banco Santander, 2,87 bilhões de dólares
  • Bank Medici, 2,1 bilhões de dólares
  • Ascot Partners, 1,8 bilhão de dólares
  • Access International Advisors,1,4 bilhão de dólares
  • Fortis, 1,35 bilhão de dólares
  • Union Bancaire Privée, 1 bilhão de dólares
  • HSBC, 1 bilhão de dólares
As potenciais perdas destes nove investidores totalizam 22,32 bilhões de dólares. Outros investidores, com perdas potenciais entre 100 milhões de dólares e 1 bilhão de dólares incluem as seguintes entidades: Natixis SA, Carl J. Shapiro, Royal Bank of Scotland Group PLC, BNP Paribas, BBVA, Man Group PLC, Reichmuth & Co., Nomura Holdings, Aozora Bank , Maxam Capital Management, EIM SA, e AXA SA.

O total de perdas potenciais segundo o The Wall Street Journal é de 65 bilhões de dólares, o que faz de Madoff o autor da maior fraude financeira de todos os tempos.

Numerosas entidades estrangeiras foram afetadas. Supõe-se que haja só de fundos portugueses cerca de 76 milhões de euros aplicados no esquema fraudulento de Madoff.

Em 29 de Junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por um tribunal de New York.

Em 11 de dezembro de 2010 seu filho Mark Madoff se suicidou.


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