Leituras e percepções de mundo
Há pessoas que só lêem o que gostam e massageia seu ego.
Acreditam que assim fortalecem suas opiniões e conseguem argumentos para
convencer os outros que seu ponto de vista é o mais acertado.
Também é comum que alguns leiam aquilo que faz parte de seu
objeto de desejo, como um estilo de vida, um ideal de consumo ou até um
imaginário utópico de futuro.
Há outros que lêem tudo; até bula de remédio. Mesmo que não
tenham um objetivo definido na leitura especificamente. As vezes até a leitura
de anúncios, rodapés, letrinhas miúdas… tudo!
Desde menino sou desse terceiro grupo.
Foi assim que comecei a ler, por volta dos 4 anos. Morávamos
próximos ao comércio do Sr Paizinho Rangel, em Caicó-RN. Era hábito naqueles
idos de 1972 que as mercearias utilizavam os jornais velhos para embrulhar
barras de sabão (era comum, naquela época a compra de quase tudo em frações,
que a gente chamava de “mercado”: café, óleo, e temperos – alguns, artigos de
luxo).
Em casa eu ficava “desenhando” as letras grandes e depois perguntava a minha mãe que nomes
eram aqueles… rapidamente aprendi as letras e comecei a selecionar as que
podiam ser incorporadas ao meu uso freqüente, como as letras do meu próprio
nome.
Certamente por influência daquelas primeiras “leituras” que eu
me identifiquei com notícias de política, religião e economia (as vezes as três
numa mesma matéria, como no caso dos conflitos no Oriente Médio e a Guerra
Fria) - creio que isso contribuiu em muito para minha percepção de mundo, e me "empurrou" para cursar História no ensino superior.
De tão viciado em leitura, lia tudo que era rótulo de
shampoo, de creme dental, de caixas de sabão… de tudo mesmo. Logo em seguida
descobri as palavras cruzadas, e as consumi (mesmo na privada) por anos a fio,
até achar que não havia mais níveis de dificuldade ou assuntos suficientes que
me atraíssem para gastar aqueles minutos de meu tempo. A gente não devia, mas
vai ficando exigente e seletivo.
Num mundo transbordante de informação, em que se tornou o
século 21, com o advento das redes sociais, evidentemente que é importante ser
seletivo, como forma de melhor aplicar os conhecimentos a que se tem acesso;
por isso atualmente eu evito leituras eivadas de conteúdo manipulado ou com
mensagens subliminares em excesso.
Entendo, entretanto, que a gente não deve ler só o que gosta,
até como forma de ter argumentos nos assuntos que os nossos pares gostam e
dominam, e que por vezes antagonizam com nossas crenças, princípios e valores.
Quando não é assim, os debates viram embates.
Tenho o hábito de ler algumas obras anualmente, e foi assim
que li os clássicos na minha juventude – as bibliotecas públicas, hoje
esquecidas, me ajudaram muito com a técnica do “empréstimo”.
Para este ano de 2012, propus como meta pessoal ler as obras
abaixo:
* Coração de Pastor, de John Sittema;
* Oficina de Casamentos, de Adão Carlos Nascimento;
* O que todo Presbiteriano inteligente deve saber, de Adão
Carlos Nascimento e Alderi Sousa de Matos;
* Pensamentos e conceitos dos Sermões de Vieira, de Francisco
de Assis Medeiros; e,
* A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.
O primeiro livro foi presente do meu pastor Edinaldo Gilmar
Melo, o segundo foi presente de minha irmã Josita e os dois últimos foram
presentes de meu colega conterrâneo de Seridoense, Nivaldon Cleber, da empresa
de Tranportes 6 (Caicó-Natal-Caicó).
Obrigado pelos presentes e Feliz 2012 prá todos vocês.
Joserrí de Oliveira Lucena
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