Os textos de Dilson Cunha são tão bons, que nesses dias crio, nesse blog, um mecanismo prá reproduzir automaticamente todos...
... super atualizado e contundente o texto abaixo. Daqueles que vale a pena ler e replicar...
Joserrí
Ave Anuradha! Bendita és tu entre as estupradas...
Por Dilson Cunha
A pesquisa divulgada na quinta-feira passada pelo Ipea, dando conta da tolerância social à violência contra a mulher, onde 58,5% dos entrevistados concordam que o estupro decorre do mau comportamento da mulher e 65,1% concordam que mulheres que usam roupas provocantes merecem ser estupradas, é reveladora. Trágica e vergonhosamente reveladora.
Estupro seria, assim, uma legítima defesa masculina às provocações dos seus instintos sexuais primevos e incontroláveis.
O que espanta e agrava a coisa é saber que dos 3.810, 65,2% entrevistados são mulheres.
A violência e o autoritarismo de nossa sociedade patriarcal de matriz cristão-escravocrata estão tão entranhados na nossa mentalidade social que nem nos damos conta. Nessa cultura, ainda que não confessemos, vadia é a mulher. A política, a cultura, a religião e a média moral social ponderada não me deixa mentir.
É muito peso para a mulher ter que arcar com o peso de domesticar a bestialidade masculina. Já chega tantos outros que ela carrega pelo simples fato de ser a maldita entre os gêneros.
Historicamente, nossa relação com as mulheres sempre foi horrorosa. Sempre foi opressora e ambígua. Sempre foi uma relação covarde de poder. Faz parte do establishment masculino a negação da mulher, inclusive de sua sexualidade. Já é mais que sabido que em quaisquer convulsões sociais, a mulher sofre mais que o homem.
O poder masculino é tanto que se criou no mês de março o "dia da mulher". Há qualquer coisa nisso, menos sutileza.
Homem que é homem demonstra ser homem pela expressão de sua sexualidade. Mulher, não. Sexualidade só "suja" a figura feminina, desde Eva, pelo menos no imaginário popular.
Na divisão dos papéis, homem é o predador insaciável e justificadamente cínico. Mulher é naturalmente materna e grave. Só as putas tem licença para pecar, mas, ainda assim, é bom apedrejá-las vez ou outra para deixar claro quem é que manda.
Chocou aos fariseus e hipócritas religiosos a equivalência que Jesus fez deles à prostituta que, em nome dos "bons costumes", queriam apedrejar. Os prostitutos ficaram "putos"!
Por falar em putos, a expressão "filho da puta" é mais um indicador do abuso fálico de poder. Ofende-se alguém chamá-lo disso porque é mais feio ser filho de uma vadia, a quem não se dá o direito de anonimato, por isso é mãe, do que de um pai bastardo que não se assume enquanto pai. Ou você já viu se ofender alguém com um "filho do puto"?
Anuradha
Do outro lado do mundo, no Nepal, vive Anuradha, uma mulher de aparência frágil mas de extremadas força e coragem. Anuradha é a fundadora da Maiti Nepal, uma organização que resgata e acolhe mulheres, geralmente meninas, que são raptadas e submetidas à escravidão sexual.
Lá, como aqui, as meninas - mesmo que "muito bem vestidas" - são as responsáveis pela violência que sofrem. Menos para Anuradha. Boa parte das meninas violentadas são rejeitadas pela família depois de resgatadas, tornando-se párias.
O belíssimo, corajoso e terno trabalho de Anuradha é prevenir, resgatar e denunciar ao mundo o drama das meninas nepalesas. Defender a mulher, nesse universo "naturalmente" masculino, é tarefa de mulher. Anuradha é uma santa. Daquelas que só nos daremos conta quando virar tema de filme Hollywoodiano. Uma pena! Ela é daquelas mulheres franzinas que derruba muito macho covarde e frouxo.
Em tempos de pesquisa do Ipea, de encoxadores em metrôs, de Pussy Riots e do Femen, do reforço dos discursos machistas, Anuradha é uma bendita entre as mulheres, especialmente as estupradas.
Quinta-feira, dia 27 de março de 2014, menos de três semanas depois dos nossos afagos às fêmeas com o infame Dia Internacional da Mulher, deu uma vergonha danada ser macho. Ah, sim, eu sei o espanto e as críticas que tal afirmação suscita numa sociedade em que nunca se deve ter vergonha de ser macho. Há, naturalmente, vergonhas em se ser fêmea, nunca em se ser macho. Mas eu acredito piamente que para sermos homens carecemos que tenhamos vergonha das inúmeras expressões que nos designam "machos".
Dia 27 de março - pelo menos nesse país chamado Brasil, que vem de braseiro, onde homens abrasados estupram ou justificam o estupro como uma modalidade de auto preservação - deveria ser instituído o Dia da Vergonha do Homem.
Tínhamos - nós, os homens - que sermos machos pelo menos para isso. Pois, de resto, temos sido só pênis e pose.
Dilson Cunha
30/03/14
domingo, 30 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
segunda-feira, 24 de março de 2014
Liberdade de Expressão? (texto de Dilson Cunha)
"Liberdade de expressão?
Quem apóia a ditadura deveria ter espaço na democracia?
Não seria como um ateu ter espaço na celebração de uma missa?
A isso seria correto chamarmos de liberdade de expressão?
Ver, como vimos, o insano deputado Bolsonaro defendendo a tortura a plenos pulmões em praça pública, é liberdade de expressão? Isso não configuraria, antes, quebra de decoro parlamentar de um parlamentar democraticamente eleito?
A liberdade de expressão pode ser contra a liberdade?
Assim como quem apóia a democracia não tem espaço numa ditadura - senão não é uma ditadura - quem apóia a ditadura deveria não ter espaço na democracia. Usufruir da democracia contra a democracia é, no mínimo, falsidade intelectual. Clamar democraticamente por uma ditadura é o cúmulo do contrasenso. É a estupidez em estado bruto.
Já não basta a questionável anistia dada aos criminosos do regime golpista civil-militar?
Liberdade de expressão coaduna com liberdade de repressão?
A mistura de Bolsonaro com os precedentes discursos do Feliciano, somados a setores ultra-conservadores católicos e evangélicos é qualquer coisa, menos democrática.
Os "vermelhos" - não tão vermelhos assim, salvo pela ignorância filosófica dos seus detratores - como a eles se referem os insatisfeitos, estão no poder há doze anos. Eles nao têm minha simpatia por motivos mais pragmáticos e acho mesmo que para o bem da democracia e de sua saúde política, está na hora de novos ares, novas gerações políticas, mas com os parâmetros da liberdade democrática. Com a coragem dessa aposta e todas as suas implicações.
À falta de alternativas, não cabem golpismos e discursos conspiratórios. Nao há alternativas à democracia. Senão a covardia. Como é covardia a tortura defendida por Bolsonaro e, surpreendentemente (seria surpreendente mesmo?) por setores religiosos.
Então, fica a questão: quem apóia a ditadura deveria ter espaço na democracia? Quem é contra a liberdade deveria gozar dela?
Democracia, na acepção do termo, pressupõe limites e parâmetros. Os pressupostos dos intolerantes não são democráticos. Portanto, é uma incongruência que gente da estirpe de um Bolsonaro permaneça deputado. Se os parâmetros fossem mais rígidos, sua cassação seria peremptória.
Mas a democracia, por princípio, é mais leniente, por isso ela não é tão tolerada pelos intolerantes, ainda que eles mesmos se beneficiem da tolerância.
A saída para uma democracia em xeque é o aprofundamento mesmo da democracia (se bem que geralmente quem põe em xeque a democracia são expoentes não democráticos). Isso se faz com educação, cidadania, informação, promoção de paz social, cultura da liberdade etc.
A falta disso faz com que grande parte dos que defedem bandeiras antidemocráticas não têm noção da própria idiotice."
Dilson Cunha
24/03/14
Quem apóia a ditadura deveria ter espaço na democracia?
Não seria como um ateu ter espaço na celebração de uma missa?
A isso seria correto chamarmos de liberdade de expressão?
Ver, como vimos, o insano deputado Bolsonaro defendendo a tortura a plenos pulmões em praça pública, é liberdade de expressão? Isso não configuraria, antes, quebra de decoro parlamentar de um parlamentar democraticamente eleito?
A liberdade de expressão pode ser contra a liberdade?
Assim como quem apóia a democracia não tem espaço numa ditadura - senão não é uma ditadura - quem apóia a ditadura deveria não ter espaço na democracia. Usufruir da democracia contra a democracia é, no mínimo, falsidade intelectual. Clamar democraticamente por uma ditadura é o cúmulo do contrasenso. É a estupidez em estado bruto.
Já não basta a questionável anistia dada aos criminosos do regime golpista civil-militar?
Liberdade de expressão coaduna com liberdade de repressão?
A mistura de Bolsonaro com os precedentes discursos do Feliciano, somados a setores ultra-conservadores católicos e evangélicos é qualquer coisa, menos democrática.
Os "vermelhos" - não tão vermelhos assim, salvo pela ignorância filosófica dos seus detratores - como a eles se referem os insatisfeitos, estão no poder há doze anos. Eles nao têm minha simpatia por motivos mais pragmáticos e acho mesmo que para o bem da democracia e de sua saúde política, está na hora de novos ares, novas gerações políticas, mas com os parâmetros da liberdade democrática. Com a coragem dessa aposta e todas as suas implicações.
À falta de alternativas, não cabem golpismos e discursos conspiratórios. Nao há alternativas à democracia. Senão a covardia. Como é covardia a tortura defendida por Bolsonaro e, surpreendentemente (seria surpreendente mesmo?) por setores religiosos.
Então, fica a questão: quem apóia a ditadura deveria ter espaço na democracia? Quem é contra a liberdade deveria gozar dela?
Democracia, na acepção do termo, pressupõe limites e parâmetros. Os pressupostos dos intolerantes não são democráticos. Portanto, é uma incongruência que gente da estirpe de um Bolsonaro permaneça deputado. Se os parâmetros fossem mais rígidos, sua cassação seria peremptória.
Mas a democracia, por princípio, é mais leniente, por isso ela não é tão tolerada pelos intolerantes, ainda que eles mesmos se beneficiem da tolerância.
A saída para uma democracia em xeque é o aprofundamento mesmo da democracia (se bem que geralmente quem põe em xeque a democracia são expoentes não democráticos). Isso se faz com educação, cidadania, informação, promoção de paz social, cultura da liberdade etc.
A falta disso faz com que grande parte dos que defedem bandeiras antidemocráticas não têm noção da própria idiotice."
Dilson Cunha
24/03/14
sábado, 15 de março de 2014
"Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata." Hamilton Werneck
Durante o curso do Magistério, em 1989, li um livro interessantísimo do professor Hamilton Werneck:
APRESENTAÇÃO
"SE A BOA ESCOLA É A QUE REPROVA, O BOM HOSPITAL É QUE MATA!"
Não podemos generalizar que todos os docentes pensam do mesmo modo, mas há aqueles que se envaidecem de reprovar, como forma de serem reconhecidos como durões ou até apenas para serem notados, valorizando sua cadeira como maior que as outras... uma pena.
O diálogo aluno-professor é fundamental para a TROCA que é a aprendizagem, pois, como dizia Paulo Freire, "Ninguém ensina ninguém; ninguém aprende sozinho; as pessoas aprendem juntas".
Pois bem, nessa TROCA, o professor (prefiro facilitador) tem um importante papel, e sua "avaliação" pode ser feita inclusive a partir do reflexo das NOTAS dos alunos - que é, em resumo, uma forma tosca de medir o quanto foi exitoso/frustrante atrair a atenção dos alunos para "se apaixonarem" pelo tema...
Há os professores que se orgulham, sim, de maltratar os alunos com o poder da tinta vermelha, e, quando possível, reprová-los por motivos extra-aula... para tais, sugiro lerem a obra supra, da qual reproduzo um resumo abaixo (o trabalho é da internauta Mayara Lopes, e já foi replicado por outras pessoas).
Entre outras coisas, o autor assevera: "A reprovação é sempre mais um problema de “ensinagem” do que de aprendizagem."
O problema é que, diferente de um paciente, que pode optar não ser tratado por um médico que é famoso por matar seus pacientes, a maioria dos alunos não pode escolher seus professores...
Joserrí de Oliveira Lucena
"Se
a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata."
Resumo
feito por Mayara Lopes
"Triste
não é mudar de idéia.
Triste é
não ter idéia para mudar".
Francis
Bacon
APRESENTAÇÃO
A
obra possui dezesseis capítulos, com tendência multidisciplinar,
constatando que sem auto-estima, há maior dificuldade de se
assimilar conceitos, ainda mais conceitos novos que o sistema
educacional vem propondo.
CAPÍTULO I: “A
FALÁCIA DA CURVA DE GAUSS”
Inicia avaliando o uso da curva de
Gauss como sitematizadora da situação dos alunos na qual os bem
dotados estão acima, e, os menos dotados abaixo. O que embasa que em
avaliações normais há reprovação para os abaixo da curva.
Tal
processo avaliativo dito normal não averigua fatores como a
criatividade do sujeito, o tempo gasto, e o ser humano envolvido na
situação.
A postura científica da curva de Gauss não deve se
aplicar a educação, pois tende a coisificá-la e a justificar o
conceito de “reprovar com justiça”.
A pessoa humana martela a
curva com suas diversas virtudes, diversos tipos de inteligência.
CAPÍTULO II:
“AMASSANDO A CURVA”
Sugere que a competição começa com o
professor no objetivo e classificar o aluno ao invés de tentar levar
a todos a atingir o conhecimento. Mostrando a problemática de pouco
tempo para a grande carga de conteúdo.
Expõe que a educação
vem sendo enterrada pela normatização e uniformização com padrões
rígidos quanto à temporalidade da formação.
Faz uma analogia
com o tempo de aprendizado e tempo de cura, mostrando que ambos os
casos contam com diferenças individuais e que tanto a convalescença
quanto o aprendizado não obedecem a padrões de tempo
pré-estipulados.
O importante é chegar ao destino e não o tempo
que se gasta para tal. O importante é tentar várias vias, várias
formas de aprender, mas sempre tentar.
Cita o sistema do
escotismo, criado por Baden Pawel em que o grupo fica livre, mas que
em determinada hora o estabelecido deveria estar pronto para a
inspeção do campo e formatura para a bandeira. Considera que
estabelecer competição é dizer que independente do esforço,
grupos de menor experiência não tem premiação, ou mesmo, não tem
tanto valor quanto os bons. Esse tipo de padrão competitivo é uma
fábrica de desanimados.
Quem ensina deve centrar no aprendizado
da maior parte do grupo possível.
CAPÍTULO III: “O
CURRÍCULO MATA”
A vivência profissional não envolve somente o
currículo escolar, mas a experiência de vida. Segundo o dito
latino: “Non scholae sed vitae discimus”, não aprendemos para a
escola, mas para a vida.
O grande problema da escola é que se
decora para testes, aprendem-se macetes, dribla-se a avaliação.
Preparar-se para a vida fica em plano secundário ou mesmo
esquecido.
Nas palavras do autor: “... estudou coisas enormes,
quantidades que não cabiam em cadernos e quantos livros você foi
obrigado a comprar e nunca usou...”
A maioria dos assuntos
pesquisados não tem oportunidade de ser usado na vida, e quanto
tempo é perdido enquanto poderia estar se estudando o que se
gosta.
Os pilares da escola são: currículo, programa e nota; Em
detrimento ao saber e ao deleite humano.
Chega-se a necessitar de
um bisturi pedagógico que corte fundo. O currículo tem que abranger
leitura, visitas, relatórios, observações e movimento.
É
importante o cuidado de perceber a necessidade de disciplinas novas,
lecionando coisas diferentes.
Transcrevendo literalmente: “Cada
disciplina é ministrada para atender à corporação dos docentes,
enquanto a sociedade é muito maior que a corporação de
docentes”.
A educação tem que servir à sociedade.
CAPÍTULO IV: “A
QUANTIDADE SATURA”
Ministrar muito conteúdo leva ao desanimo e
a completa entrega diante das dificuldades, pois as mesmas parecem
impossíveis de serem superadas.
O estudo que deve ser um processo
de renovação pessoal passa a ser uma tortura da inteligência.
Observa-se o aluno a aprender o que gosta e o que não gosta, o que é
necessário e o absolutamente desnecessário, o atualizado e o
desatualizado.
A função de enxugar o conteúdo é do professor.
Mas, o professor também está marcado pela saturação das
quantidades, ele foi formado em um sistema onde o mestre é o agente
de uma sociedade a favor de uma elitização.
Perpetua-se os
erros, porque assim que foram ensinados e nunca se ensinou a respeito
do questionamento que é feito.
O limite humano é dado pelo
tamanho das idéias.
CAPÍTULO V: “O QUE É
QUALIDADE?”
Segundo o autor qualidade é a linguagem da moda que
incorpora conceitos e depois critica-os. Alguns ainda usam o termo
reciclagem profissional como que a aproveitar o lixo intelectual.
O
grande problema da quantidade é a insuficiência das ferramentas
disponíveis. Não adianta conceituação e sistematização sem a
presença do elemento humano.
Um grande acontecimento educacional
é quando dois seres se encontram e suas idéias se chocam, tais
seres se tornam diferentes e é imprevisível o que poderá suceder a
cada um. A excelência humana é mais completa que a excelência
acadêmica. E, a verdadeira qualidade em educação depende é da
qualidade humana. Se eficiência é fazer bem feito, eficácia é
fazer o que deve ser feito. Só eficiência não basta, é preciso
ter eficácia, fazer o que deve ser feito.
CAPÍTULO VI: “A
UTILIDADE ANIMA”
Quando alguém percebe que faz coisas úteis,
melhora sua auto-estima e a alegria anima todo o seu organismo.
O
amargor não cura, a vida tem seus dissabores, mas aumentar os que já
existem é um contra-senso.
Deve-se tirar o que não é útil do
programa para proporcionar um conhecimento com prazer.
CAPÍTULO
VII: “A ATUALIZAÇÃO MOTIVA”
Estudar conteúdos atuais é
motivador porque existe uma relação imediata com a realidade da
vida.
O autor denomina os professores arcaicos de “professauros”
e usa a máxima: “Quem não se atualiza, fossiliza-se”.
CAPÍTULO
VIII: “A REPROVAÇÃO COMPROMETE A INSTITUIÇÃO”
Diante da
reprovação o aluno é colocado como grande culpado do seu
fracasso.
Com a reprovação como tradição, a escola serve mais
para impedir o sujeito do que para promovê-lo. Tal fato deixa a
libertação proposta por diversos sistemas de educação restrita ao
papel, pois não efetiva mudanças no curriculum ou no
programa.
Mediante a visão da escola, não importa o tipo de
cidadão que é capaz de formar, mas a capacidade que tem de promover
um estudante, mesmo que ele passe por cima dos demais, de acordo com
uma competitividade selvagem aprendida entre muros, entre os muros da
escola.
Segundo a obra: “A reprovação está dentro de um
contexto, não se trata de um fato isolado. São culpa da escola, do
aluno, da família e do sistema.”
O grande problema da maioria
dos professores é que a matéria prima pode não reagir porque não
tem vontade, mas os alunos são seres humanos e podem dizer que
concordam ou não. Se o aluno diz não a algum conteúdo é sempre
culpado por não aprender, por não querer aprender. Os demais
isentam-se da culpa que é toda lançada nele.
A reprovação é
sempre mais um problema de “ensinagem” do que de
aprendizagem.
CAPÍTULO IX: “OS PONTOS FORTES DOS ALUNOS”
“O
papel do professor é buscar os pontos fortes dos alunos.” –
Santo Agostinho;
Quando o professor busca o ponto fraco do aluno,
ele mesmo se sente frustado. É preciso promover mais e recriminar
menos.
Os professores, de um modo geral, assinalam o erro e
rabiscam bem o que está errado com canetas especiais para chamar
atenção sobre o erro. Tal método perde a força de fixação
acerca do acerto. Até a família foi sugestionada de tal forma, e
querem que o professor marque o erro e corrija.
O professor deve
apenas escrever a forma correta.
Ninguém precisa aprender
sofrendo.
CAPÍTULO X: “A ESCOLA DO FUTURO”
Terá que
lidar com a questão do virtual e uma possível redução das
manifestações humanas. Com o mundo virtual também será mais fácil
aprender.
Deve-se humanizar o novo contexto para não haver perda
da que existe de precioso na humanidade: a capacidade de distinção
entre o ser e o não ser.
O autor relata que a escola do futuro
vai requerer dos educadores uma transformação na linha da
humanização. As inteligências múltiplas deverão ser
desenvolvidas para embasar as pessoas para lidarem com situações
imprevisíveis.
CAPÍTULO XI: “MUDANDO PARADIGMAS”
Os
paradigmas dão segurança em relação ao passado e criam o medo em
relação ao novo.
É a ótica do negativo que justifica o título
da obra. O fato de considerarem a reprovação como meta, de não
cultivar o prazer de estar na escola.
Existem muitos paradigmas em
relação à educação, que se instalaram e não auxiliam o
aprendizado.
Alguns deles são: seriação, nota, bimestre letivo,
dependência, recuperação, dentre outros.
Há professores que se
realizam nesse conceito para pagar, sem perceber, tributos aos
paradigmas do passado.
Nas palavras do autor: “O que serve fica
de lado, o que não serve e ajuda nas reprovações, retenções e
dependências são usadas à larga porque muitos ainda pensam que a
boa escola é a que reprova, como se o bom hospital fosse aquele que
matasse”.
A escola não pode mais depender dos medrosos que
fogem da ousadia de viver.
CAPÍTULO XII:
“SOMBREAMENTO”
Algumas instituições classificam os
acadêmicos de acordo com o nível do que deixou de aprende, o que é
entendido como sobreamento.
Não basta ser humano, o código
lingüístico tem que acompanhar, pois como se pensa influi em como
se fala e o modo de falar é a expressão da própria vida.
CAPÍTULO
XIII: “ABATIMENTO”
Um professor não pode se mostrar abatido,
pois, abatimento é um sintoma grave que acaba sendo transferido para
o aluno, que por sua vez, transfere para o conteúdo
ministrado.
Assim, os alunos passam a achar sem saber as razões,
que a escola é insuportável, chata, um lugar a ser evitado.
Uma
postura de desânimo expulsa os alunos da escola, pois os mesmos se
entediam com a lamúria.
CAPÍTULO XIV: “PROSTRAÇÃO”
“Abracei
o vento como último momento na praia e fui dormir tendo o nada como
companhia”.
Cada profissão tem seu padrão de realização,
assim como o circense se nutre com a platéia. O professor não pode
e não deve nutrir-se no nada, deve nutrir-se do prazer de ver o que
ensinou; De perceber que preparou os seres humanos para o
imprevisível do amanhã, ensinando pessoas a entender as demais em
busca de soluções.
CAPÍTULO XV: “ÂNIMO E
PERSISTÊNCIA”
“Temos primeiro que compreender que não há
vida sem risco – e que quando nossa alma é forte, tudo mais é
secundário, até os riscos”. – Elie Wiesel (sobrevivente do
Holocausto).
O autor defende a necessidade da existência e adoção
de valores, ressaltando que é fundamental focar em um objetivo.
Pois, sem valores não se chega à parte alguma, ou ainda aonde o
vento levar se houver vento.
Uma solução diante da divergência
de opiniões é a democracia por possibilitar a vida de forma mais
harmônica em meio ao pluralismo. Viver o plural não precisa ser uma
guerra de oponentes, mas uma resultante de sensatez.
O capitalismo
termina com a sentença: “A escola precisa ser pensada na linha da
informação, da criatividade, da intuição e do sonho”.
CAPÍTULO
XVI: “EDUCAÇÃO GERADA NA ESPERANÇA”
A esperança dá a
certeza, a certeza de que os problemas podem ser superados mediante a
uma postura de metas claras.
Uma saída para os problemas
educacionais está em estabelecer metas claras e saber os valores nos
quais embasar-se e escolher os valores adotados que guiarão as
ações.
A alegria deve aliar-se a felicidade que é capaz de
promover a realização.
Segundo Einstein, se o sujeito faz parte
do universo, quando o mesmo cresce, o universo todo cresce com ele.
REFERÊNCIA:
WERNECK, Hamilton. "Se
a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata". 8
edição. Rio de Janeiro: DPeA, 2002.
Fonte:
sexta-feira, 7 de março de 2014
Nascemos geniais...
Nascemos geniais (as crianças são prova disso).
A pedagogia do "NÃO" vai nos transformando em medíocres...
A pedagogia do "NÃO" vai nos transformando em medíocres...
quinta-feira, 6 de março de 2014
Para Alex, com carinho. By Jean Wyllys
O texto abaixo foi escrito por Jean Wyllys. Merece ser lido cada palavra; relata seu sentimento quanto à morte do pequeno Alex, espancado por seu pai para que "tomasse jeito de homem"... a matéria oficial está em O Globo.
Joserrí
Para Alex, com carinho - por Jean Wyllys
"Quem me acompanha por aqui sabe que não tenho, por hábito, tratar de minha vida privada nem de minha intimidade. Concentro-me em debater idéias e fatos, sobretudo os ligados ao meu trabalho ou ao meu consumo cultural. Mas hoje vou abrir uma exceção...
Talvez seja a proximidade do aniversário de 40 anos, talvez seja o acúmulo de sentimentos não processados devido ao trabalho árduo dos últimos três anos, mas a verdade é que ando à flor da pele...
Hoje tive uma crise de choro ao ouvir, vinda da lanchonete da esquina, a música "No dia em que eu saí de casa". A letra descreve quase que em detalhes um episódio de minha vida (e, por isso mesmo, as lembranças de minha mãe foram tão inevitáveis quanto as lágrimas):
"No dia em que saí de casa, minha mãe me disse 'filho, vem cá'; passou a mão em meus cabelos; olhou em meus olhos e começou falar: 'por onde você for, eu sigo com meu pensamento sempre, onde estiver; em minhas orações, eu vou pedir a Deus que ilumine os passos seus'.
Eu sei que ela nunca compreendeu os meus motivos de sair de lá, mas ela sabe que, depois que cresce, o filho vira passarinho e quer voar. Eu bem queria continuar ali, mas o destino quis me contrariar... E o olhar de minha mãe na porta, eu deixei chorando a me abençoar!
A minha mãe, naquele dia, me falou do mundo como ele é; parece que ela conhecia cada pedra que eu iria por o pé. E sempre ao lado do meu pai, da pequena cidade, ela jamais saiu... Ela me disse assim: 'meu filho, vá com Deus que este mundo inteiro é seu!".
Depois de ouvir essa música, ainda sentado ao computador para concluir uns textos, li a matéria de O Globo com a história completa do garotinho Alex, morto a pancadas pelo próprio pai para que "tomasse jeito de homem". Alex, natural de Mossoró, RN, fora enviado, pela mãe, ao Rio de Janeiro para viver com o pai, desempregado e envolvido com o tráfico de drogas, porque ela, mãe de outros três filhos (também criados por terceiros), poderia perder a guarda de Alex por não enviá-lo à escola, já que não tinha meios para tal.
Olhei a foto do enterro de Alex e meu coração se apertou ao perceber que não havia quase ninguém lá... Sozinha, aquela semente indefesa esmagada violentamente por sua natural exuberância, não tinha ninguém por ela na despedida dessa vida que lhe foi tão injusta.
Meu coração se partiu e não pude controlar os soluços de choro. Por um instante, vi-me naquele caixão, sem futuro...
Semelhante a Alex, quando criança, eu também não tinha "jeito de homem"; gosta de brincar com as meninas, de roda; de desenhar no chão com palitos de fósforo riscados e pegava, escondido, as bonecas de plástico baratas de minhas primas; semelhante a Alex, eu gostava de cantar e dançar e essa minha diferença me tornava alvo de injúrias e insultos desde que me entendo por gente. Cresci sob apelidos grosseiros e arremedos feitos pelos de fora. Naquela miséria em que eu vivia na infância, trabalhando desde os dez anos de idade nas ruas, o meu "jeitinho" me fazia vulnerável... e eu sabia disso ou, ao menos, intuía; por isso, dediquei-me aos estudos e ao exercício da minha inteligência. Busquei ser um menino admirável na escola e na Igreja para que meus pais não tivessem desculpas para me bater por aquilo que eu não podia mudar em mim. Nem minha mãe amada nem meu pai que já se foi me espancaram por eu ser diferente, mas, ante os insultos e as injúrias de que eu era vítima, ambos me pressionavam com olhares e cobranças e meu pai, em particular, com um distanciamento.
Minha estratégia de sobrevivência deu certo, em casa e na escola. Transformei-me num adolescente inteligente e admirado. No movimento pastoral, aprendi a me levantar contra as injustiças (inclusive contra aquelas de que eu era vítima); aprendi o que era a homossexualidade e que havia outros iguais a mim, o que me levou a passar da vergonha para o orgulho do que era. Cursei, depois de um disputado vestibular, um dos mais cobiçados colégios técnicos da Bahia. E virei orgulho de meus pais, irmãos e de todos os meus familiares e vizinhos que me insultaram. Tanto que, no dia em que saí de casa de vez, rumo a Salvador, os olhos de minha mãe amada diziam: "Meu filho, vá com Deus que esse mundo inteiro é seu". E é!
Mas eu e outros poucos que escapamos dos destinos imperfeitos ainda somos exceções. A regra é ser expulso de casa ou fugir como meio de sobreviver; é descer ao inferno da exclusão social e da falta de oportunidades; ou ter o futuro abortado pela violência doméstica, como aconteceu com o pequeno Alex...
Hoje eu quis, do fundo de meu coração, ter encontrado Alex antes de sua morte violenta e trazê-lo para preto de mim; quis voltar o tempo e livrá-lo da miséria em Mossoró e das mãos de seu algoz; de chamá-lo de "filho"; olhar em seus olhos e dizer "Por onde você for, eu te seguirei com meu pensamento pra te proteger"; quis apresentá-lo à minha mãe para que ela dissesse, a ele, "seu pai era igual a você quando criança e hoje eu tenho muito orgulho dele"...
Não deu, Alex. O destino nos contrariou: não nos quis juntos. Mas, em minhas orações, eu vou pedir a Deus, se é que ele existe mesmo, que ilumine sua alma..."
Jean Wyllys
Deputado Federal
PSOL-RJ
Horas depois, Jean acrescentou à postagem acima, um pequeno acréscimo:
Meus amigos e minhas amigas, obrigado pelas palavras e pelo carinho. Estou mesmo aos pedaços. Cada vez que penso naquele pobre garotinho vindo, de ônibus, ao encontro do pai, enviado pela mãe... Cada vez que penso nos pensamentos que podem ter passado pela sua cabecinha, as esperanças que ele carregava, a idealização do pai que não conhecia; cada vez que penso nisso, meu peito se aperta... Há um buraco de dor em minha alma. Sofro como se essa criança fosse mesmo meu filho; como se eu tivesse responsabilidade por ela... Peço desculpas aos crentes por vacilar quanto a existência de Deus, mas creio que tenho esse direito na medida em que um ser tão frágil é vítima de tanto sofrimento enquanto canalhas enriquecem em nome dEle, de Deus. O Deus em que eu creio há que dar alento ao que chamamos de alma (de Alex) e há que me ajudar a recuperar as forças para seguir. Obrigado!
Alex beija a barriga da mãe |
Joserrí
Para Alex, com carinho - por Jean Wyllys
"Quem me acompanha por aqui sabe que não tenho, por hábito, tratar de minha vida privada nem de minha intimidade. Concentro-me em debater idéias e fatos, sobretudo os ligados ao meu trabalho ou ao meu consumo cultural. Mas hoje vou abrir uma exceção...
Talvez seja a proximidade do aniversário de 40 anos, talvez seja o acúmulo de sentimentos não processados devido ao trabalho árduo dos últimos três anos, mas a verdade é que ando à flor da pele...
Hoje tive uma crise de choro ao ouvir, vinda da lanchonete da esquina, a música "No dia em que eu saí de casa". A letra descreve quase que em detalhes um episódio de minha vida (e, por isso mesmo, as lembranças de minha mãe foram tão inevitáveis quanto as lágrimas):
"No dia em que saí de casa, minha mãe me disse 'filho, vem cá'; passou a mão em meus cabelos; olhou em meus olhos e começou falar: 'por onde você for, eu sigo com meu pensamento sempre, onde estiver; em minhas orações, eu vou pedir a Deus que ilumine os passos seus'.
Eu sei que ela nunca compreendeu os meus motivos de sair de lá, mas ela sabe que, depois que cresce, o filho vira passarinho e quer voar. Eu bem queria continuar ali, mas o destino quis me contrariar... E o olhar de minha mãe na porta, eu deixei chorando a me abençoar!
A minha mãe, naquele dia, me falou do mundo como ele é; parece que ela conhecia cada pedra que eu iria por o pé. E sempre ao lado do meu pai, da pequena cidade, ela jamais saiu... Ela me disse assim: 'meu filho, vá com Deus que este mundo inteiro é seu!".
Depois de ouvir essa música, ainda sentado ao computador para concluir uns textos, li a matéria de O Globo com a história completa do garotinho Alex, morto a pancadas pelo próprio pai para que "tomasse jeito de homem". Alex, natural de Mossoró, RN, fora enviado, pela mãe, ao Rio de Janeiro para viver com o pai, desempregado e envolvido com o tráfico de drogas, porque ela, mãe de outros três filhos (também criados por terceiros), poderia perder a guarda de Alex por não enviá-lo à escola, já que não tinha meios para tal.
Olhei a foto do enterro de Alex e meu coração se apertou ao perceber que não havia quase ninguém lá... Sozinha, aquela semente indefesa esmagada violentamente por sua natural exuberância, não tinha ninguém por ela na despedida dessa vida que lhe foi tão injusta.
Meu coração se partiu e não pude controlar os soluços de choro. Por um instante, vi-me naquele caixão, sem futuro...
Semelhante a Alex, quando criança, eu também não tinha "jeito de homem"; gosta de brincar com as meninas, de roda; de desenhar no chão com palitos de fósforo riscados e pegava, escondido, as bonecas de plástico baratas de minhas primas; semelhante a Alex, eu gostava de cantar e dançar e essa minha diferença me tornava alvo de injúrias e insultos desde que me entendo por gente. Cresci sob apelidos grosseiros e arremedos feitos pelos de fora. Naquela miséria em que eu vivia na infância, trabalhando desde os dez anos de idade nas ruas, o meu "jeitinho" me fazia vulnerável... e eu sabia disso ou, ao menos, intuía; por isso, dediquei-me aos estudos e ao exercício da minha inteligência. Busquei ser um menino admirável na escola e na Igreja para que meus pais não tivessem desculpas para me bater por aquilo que eu não podia mudar em mim. Nem minha mãe amada nem meu pai que já se foi me espancaram por eu ser diferente, mas, ante os insultos e as injúrias de que eu era vítima, ambos me pressionavam com olhares e cobranças e meu pai, em particular, com um distanciamento.
Minha estratégia de sobrevivência deu certo, em casa e na escola. Transformei-me num adolescente inteligente e admirado. No movimento pastoral, aprendi a me levantar contra as injustiças (inclusive contra aquelas de que eu era vítima); aprendi o que era a homossexualidade e que havia outros iguais a mim, o que me levou a passar da vergonha para o orgulho do que era. Cursei, depois de um disputado vestibular, um dos mais cobiçados colégios técnicos da Bahia. E virei orgulho de meus pais, irmãos e de todos os meus familiares e vizinhos que me insultaram. Tanto que, no dia em que saí de casa de vez, rumo a Salvador, os olhos de minha mãe amada diziam: "Meu filho, vá com Deus que esse mundo inteiro é seu". E é!
Mas eu e outros poucos que escapamos dos destinos imperfeitos ainda somos exceções. A regra é ser expulso de casa ou fugir como meio de sobreviver; é descer ao inferno da exclusão social e da falta de oportunidades; ou ter o futuro abortado pela violência doméstica, como aconteceu com o pequeno Alex...
Hoje eu quis, do fundo de meu coração, ter encontrado Alex antes de sua morte violenta e trazê-lo para preto de mim; quis voltar o tempo e livrá-lo da miséria em Mossoró e das mãos de seu algoz; de chamá-lo de "filho"; olhar em seus olhos e dizer "Por onde você for, eu te seguirei com meu pensamento pra te proteger"; quis apresentá-lo à minha mãe para que ela dissesse, a ele, "seu pai era igual a você quando criança e hoje eu tenho muito orgulho dele"...
Não deu, Alex. O destino nos contrariou: não nos quis juntos. Mas, em minhas orações, eu vou pedir a Deus, se é que ele existe mesmo, que ilumine sua alma..."
Jean Wyllys
Deputado Federal
PSOL-RJ
Jean Wyllys e sua mãe |
Horas depois, Jean acrescentou à postagem acima, um pequeno acréscimo:
Meus amigos e minhas amigas, obrigado pelas palavras e pelo carinho. Estou mesmo aos pedaços. Cada vez que penso naquele pobre garotinho vindo, de ônibus, ao encontro do pai, enviado pela mãe... Cada vez que penso nos pensamentos que podem ter passado pela sua cabecinha, as esperanças que ele carregava, a idealização do pai que não conhecia; cada vez que penso nisso, meu peito se aperta... Há um buraco de dor em minha alma. Sofro como se essa criança fosse mesmo meu filho; como se eu tivesse responsabilidade por ela... Peço desculpas aos crentes por vacilar quanto a existência de Deus, mas creio que tenho esse direito na medida em que um ser tão frágil é vítima de tanto sofrimento enquanto canalhas enriquecem em nome dEle, de Deus. O Deus em que eu creio há que dar alento ao que chamamos de alma (de Alex) e há que me ajudar a recuperar as forças para seguir. Obrigado!
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