terça-feira, 30 de março de 2010

Orgulho de ser brasileiro

ORGULHO DE SER BRASILEIROA política externa do governo Lula

 

Por: Geraldo Galindo (*)

 

Recentemente acompanhei de perto dois acontecimentos importantes na política brasileira. Se referem às posições do governo Brasileiro em relação a Cuba e a  Irã/Israel. Confesso que nunca tinha sentido antes orgulho de ser bem representado por um governo. Nada a ver com a pieguice do patriotismo vulgar, com o ufanismo brega ou o nacionalismo xenófobo. 

 

Sema passada ouvi num debate o palestrante dizer que o governo Lula é uma continuidade de FHC.  Fosse isso mesmo, qual seria a razão da artilharia pesada  contra o presidente vinda   da turma do PSDB/Demos e da mídia servil ao imperialismo americano?  Basta lembrar que no desgoverno da Avenida Paulista estava em curso o famigerado  ALCA cujo resultado seria a anexação do Brasil pelos EUA, coisa parecida com o NAFTA, que entrou em vigor em 1992 e  transformou o México num apêndice dos falcões de Washington  -  entregue hoje  aos traficantes  da cocaína que abastece o mercado colonizador.

 

Como sabemos, das primeiras medidas do operário presidente foi desmontar com diplomacia e elegância o acordo que legalizaria o Brasil como colônia do Tio Sam.  Não fosse isso, seríamos hoje uma espécie de Afeganistão e Iraque, onde os governos locais são fantoches da potência invasora. A diferença é que não haveria necessidade de ocupação militar, no que convenhamos, seria uma mina de ouro para os colonizadores – dominar um país sem precisar gastar um centavo nem perder nenhuma vida de seus soldados assassinos .

 

 Lula chegou a Cuba no momento em que  morrera Orlando Zapata em conseqüência da greve de fome. A pessoa citada é um delinqüente comum em Havana, nunca teve militância política e nunca fora citado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU como “preso político”. Neste dia assistia ao Jornal da Globo e à Globo News e houve um verdadeira “comoção” para que o presidente Lula condenasse o governo cubano e exigisse liberdade para os “presos políticos”.

 

Antes é bom lembrar que os 50 “presos políticos” em Cuba nunca receberam acusação de torturas por ninguém, prática comum no mesmo país, só que em Guantânamo, base militar americana em território cubano,  onde cerca 300 presos políticos, acusados sem provas e sem direito a advogados, são humilhados e torturados. É bom esclarecer também, que estes “presos políticos”, se fossem americanos e tramassem alguma atividade política contra o governo do império, seriam condenados a 20 anos de cadeia. Aliás, quase todos os países do mundo punem duramente aqueles que se articulam com outras nações contra seu governo (Veja matéria e vídeo: http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=126100&id_secao=29  

 Nos Estados Unidos existem cinco cubanos presos com penas imorais, porque lá estavam para desbaratar a máfia terrorista de Miami que tramava e trama  ataques contra o povo cubano (ver: http://www.cut.org.br/content/view/2757/170/)

 

O presidente Lula, íntegro e firme, não se submeteu à pressão do império nem da mídia colonizada no Brasil. Não vacilou e disse que respeitava a soberania cubana para tratar de seus problemas internos. Essa mesma mídia que o enxovalhou por uma semana não diz uma nota sobre os cerca de 8.000 presos políticos na Colômbia ou sobre os 11 mil em Israel, sem falar nos assassinatos promovidos por esses dois estados terroristas. Na Colômbia, basta ser sindicalista para que o cidadão  entre no corredor da morte dos grupos “para-militares” que fazem o jogo sujo financiado pelo presidente Uribe e as tropas de ocupação de Barack Obama(ver: http://www.cut.org.br/content/view/19066/ .  . 

 

O outro episódio que me deu uma sensação tão gostosa de viver num país soberano, que não fica de quatro para os EUA (como era o período neoliberal)  foi na visita ao Brasil  de Hillary Clinton, secretária de estado do império. Ela discursou ao lado do nosso competente  ministro das relações exteriores Celso Amorim. Arrotando arrogância, disse tudo aquilo que já conhecemos contra o governo iraniano e contra o suposto  enriquecimento de urânio no país muçulmano para fins bélicos,  fazendo ameaças veladas e diretas. O representante de nosso governo, sem abaixar a cabeça, disse tudo que tinha de dizer, se contrapondo com altivez e equilíbrio aos arroubos e pressões do poderoso do norte.  Foi-se o tempo em que os prepostos dos EUA vinham aqui e nos humilhavam com seus paus mandados do Itamaraty.

 

Logo depois o presidente Lula fez uma visita a Israel e  ao Irã do presidente Mahmoud Ahmadinejad e novamente foi atacado ferozmente por uma imprensa que reproduz a linha do  New York Times e do The Wall Street Journal,  de forma  mais subserviente do que o exigido. Lula não se dobrou aos ditames dos sionistas e seus asseclas e rejeitou a proposta  de sanções econômicas ao povo iraniano alegando que o americanos já tinham usado a mentira para justificar a invasão ao iraque.  Nossa mídia disse que o governo estava indo na contramão da “comunidade internacional”. Ora,  esse mesma "comunidade"  já condenou os EUA e Israel dezenas de vezes, o primeiro pelo cruel bloqueio econômico a Cuba e o segundo pela construção de conjuntos habitacionais em território palestino. Alguém se atreveu a propor retaliações contra ambos?

 

Fosse por esse critério Luiz Inácio não deveria  visitar nem receber líderes destes irmãos siameses, estados terroristas, inimigos dos povos e da democracia. Se o presidente iraniano nega o holocausto (se é que nega mesmo) não devemos negar que as ações dos  judeus  contra os palestinos pouco se diferem dos métodos de Hitler. E se  Irã estiver desenvolvendo energia nuclear  para chegar à bomba atômica, qual o problema? Se Israel tem, porque eles não podem ter?  Quem decidiu que somente uns poucos países podem ter a bomba? Se foi a tal “comunidade internacional”, isso não deve ser aceito por nenhum país soberano, pois significa ficar submetido ao tacão de potências espoliadoras. Parabéns presidente Lula. Se seu governo  tem sérias limitações,  no terreno da política internacional  temos muito do que nos orgulhar.

 

 (*) Geraldo Galindo é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, da Associação dos Funcionários do BNB e membro da Executiva Estadual do PCdoB.

 

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