quarta-feira, 31 de março de 2010

Financiamento em 120meses

terça-feira, 30 de março de 2010

Homem x Mulher

Pelo menos é cômico...

Orgulho de ser brasileiro

ORGULHO DE SER BRASILEIROA política externa do governo Lula

 

Por: Geraldo Galindo (*)

 

Recentemente acompanhei de perto dois acontecimentos importantes na política brasileira. Se referem às posições do governo Brasileiro em relação a Cuba e a  Irã/Israel. Confesso que nunca tinha sentido antes orgulho de ser bem representado por um governo. Nada a ver com a pieguice do patriotismo vulgar, com o ufanismo brega ou o nacionalismo xenófobo. 

 

Sema passada ouvi num debate o palestrante dizer que o governo Lula é uma continuidade de FHC.  Fosse isso mesmo, qual seria a razão da artilharia pesada  contra o presidente vinda   da turma do PSDB/Demos e da mídia servil ao imperialismo americano?  Basta lembrar que no desgoverno da Avenida Paulista estava em curso o famigerado  ALCA cujo resultado seria a anexação do Brasil pelos EUA, coisa parecida com o NAFTA, que entrou em vigor em 1992 e  transformou o México num apêndice dos falcões de Washington  -  entregue hoje  aos traficantes  da cocaína que abastece o mercado colonizador.

 

Como sabemos, das primeiras medidas do operário presidente foi desmontar com diplomacia e elegância o acordo que legalizaria o Brasil como colônia do Tio Sam.  Não fosse isso, seríamos hoje uma espécie de Afeganistão e Iraque, onde os governos locais são fantoches da potência invasora. A diferença é que não haveria necessidade de ocupação militar, no que convenhamos, seria uma mina de ouro para os colonizadores – dominar um país sem precisar gastar um centavo nem perder nenhuma vida de seus soldados assassinos .

 

 Lula chegou a Cuba no momento em que  morrera Orlando Zapata em conseqüência da greve de fome. A pessoa citada é um delinqüente comum em Havana, nunca teve militância política e nunca fora citado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU como “preso político”. Neste dia assistia ao Jornal da Globo e à Globo News e houve um verdadeira “comoção” para que o presidente Lula condenasse o governo cubano e exigisse liberdade para os “presos políticos”.

 

Antes é bom lembrar que os 50 “presos políticos” em Cuba nunca receberam acusação de torturas por ninguém, prática comum no mesmo país, só que em Guantânamo, base militar americana em território cubano,  onde cerca 300 presos políticos, acusados sem provas e sem direito a advogados, são humilhados e torturados. É bom esclarecer também, que estes “presos políticos”, se fossem americanos e tramassem alguma atividade política contra o governo do império, seriam condenados a 20 anos de cadeia. Aliás, quase todos os países do mundo punem duramente aqueles que se articulam com outras nações contra seu governo (Veja matéria e vídeo: http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=126100&id_secao=29  

 Nos Estados Unidos existem cinco cubanos presos com penas imorais, porque lá estavam para desbaratar a máfia terrorista de Miami que tramava e trama  ataques contra o povo cubano (ver: http://www.cut.org.br/content/view/2757/170/)

 

O presidente Lula, íntegro e firme, não se submeteu à pressão do império nem da mídia colonizada no Brasil. Não vacilou e disse que respeitava a soberania cubana para tratar de seus problemas internos. Essa mesma mídia que o enxovalhou por uma semana não diz uma nota sobre os cerca de 8.000 presos políticos na Colômbia ou sobre os 11 mil em Israel, sem falar nos assassinatos promovidos por esses dois estados terroristas. Na Colômbia, basta ser sindicalista para que o cidadão  entre no corredor da morte dos grupos “para-militares” que fazem o jogo sujo financiado pelo presidente Uribe e as tropas de ocupação de Barack Obama(ver: http://www.cut.org.br/content/view/19066/ .  . 

 

O outro episódio que me deu uma sensação tão gostosa de viver num país soberano, que não fica de quatro para os EUA (como era o período neoliberal)  foi na visita ao Brasil  de Hillary Clinton, secretária de estado do império. Ela discursou ao lado do nosso competente  ministro das relações exteriores Celso Amorim. Arrotando arrogância, disse tudo aquilo que já conhecemos contra o governo iraniano e contra o suposto  enriquecimento de urânio no país muçulmano para fins bélicos,  fazendo ameaças veladas e diretas. O representante de nosso governo, sem abaixar a cabeça, disse tudo que tinha de dizer, se contrapondo com altivez e equilíbrio aos arroubos e pressões do poderoso do norte.  Foi-se o tempo em que os prepostos dos EUA vinham aqui e nos humilhavam com seus paus mandados do Itamaraty.

 

Logo depois o presidente Lula fez uma visita a Israel e  ao Irã do presidente Mahmoud Ahmadinejad e novamente foi atacado ferozmente por uma imprensa que reproduz a linha do  New York Times e do The Wall Street Journal,  de forma  mais subserviente do que o exigido. Lula não se dobrou aos ditames dos sionistas e seus asseclas e rejeitou a proposta  de sanções econômicas ao povo iraniano alegando que o americanos já tinham usado a mentira para justificar a invasão ao iraque.  Nossa mídia disse que o governo estava indo na contramão da “comunidade internacional”. Ora,  esse mesma "comunidade"  já condenou os EUA e Israel dezenas de vezes, o primeiro pelo cruel bloqueio econômico a Cuba e o segundo pela construção de conjuntos habitacionais em território palestino. Alguém se atreveu a propor retaliações contra ambos?

 

Fosse por esse critério Luiz Inácio não deveria  visitar nem receber líderes destes irmãos siameses, estados terroristas, inimigos dos povos e da democracia. Se o presidente iraniano nega o holocausto (se é que nega mesmo) não devemos negar que as ações dos  judeus  contra os palestinos pouco se diferem dos métodos de Hitler. E se  Irã estiver desenvolvendo energia nuclear  para chegar à bomba atômica, qual o problema? Se Israel tem, porque eles não podem ter?  Quem decidiu que somente uns poucos países podem ter a bomba? Se foi a tal “comunidade internacional”, isso não deve ser aceito por nenhum país soberano, pois significa ficar submetido ao tacão de potências espoliadoras. Parabéns presidente Lula. Se seu governo  tem sérias limitações,  no terreno da política internacional  temos muito do que nos orgulhar.

 

 (*) Geraldo Galindo é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, da Associação dos Funcionários do BNB e membro da Executiva Estadual do PCdoB.

 

domingo, 28 de março de 2010

O fanatismo religioso entre outros

Enviada por um amigo...

 

O fanatismo religioso entre outros

Breve Ensaio

"O diabo empalidece comparado a quem dispõe de uma única verdade" (Emil Cioran)
"...todos os crentes parecem escandalosos e indiscretos: procura evitá-los" (Nietzsche)

Em nossa época, supostamente dominada pela ciência e pela tecnologia, o fanatismo parece ser uma reação made inrecalcado do inconsciente da humanidade. Fanatismo, vem do latim fanaticus, quer dizer "o que pertence a um templo", fanum. O indivíduo fanático  ocupa o lugar de escravo diante do senhor absoluto, que, pode ser uma divindade, um líder mundano, uma causa suprema ou uma fé cega. O fanatismo é alimentado por um sistema de crenças absolutas e irracionais  que visa  servir [1] à um ser  poderoso empenhado na luta contra o Mal. Ou seja, o fanático acha que pode exorcizar pessoas e coisas supostamente possuídas pelo demônio" [2] , "combater as forças do Mal" ou "salvar a humanidade" do caos.

Tendo origem no dogma religioso, o fanatismo não se restringe a esse campo único; existe fanatismo por uma raça, um time de futebol, por um partido político, sobretudo por ideologias revolucionárias quando extrapolam a dimensão racional, sentindo-se guiada pela "fantasia da escolha divina".  Foi fanatismo religioso que fez muitos seguirem Jin Jones (Templo do Povo), Asahara (Verdade suprema), David Koresh (Ramo davidiano), Jo Dimambro (Templo Solar) e tantos outros místicos ou charlatães que terminaram causando tragédias coletivas, noticiadas no mundo todo. A história conheceu também os histerismos coletivos da "caça as bruxas", a perseguição aos negros, índios, comunistas, homossexuais, prostitutas.  O movimento da Jihad islâmica contra os "infiéis do ocidente" e a "guerra aos terroristas" do ocidente cristão, demonstram que o fanatismo está vivo e atuante em nossa época supostamente "científica" e "tecnológica". Precisamos admitir que, a história da humanidade é também a história dos vários fanatismos dominando grupos humanos, sempre com conseqüências trágicas. Esse pedaço da história renegado nos causa vergonha, medo e sinalizam alertas para possíveis efeitos negativos no rumo da civilização.

Como dissemos, o fanatismo atua para além do efeito religioso, mas não extrapola ao campo ideológico como um todo. Há fanatismo entre crentes de todo o tipo, do menos ao mais irracional. Mas, não existe fanatismo racional, em que pese o fato de um certo tipo de razão (instrumental, cínica, etc) também ter cometidos os seus desatinos e crimes [3] . Assim, para o fanático religioso, não basta adorar um Deus visto como Senhor absoluto, é necessário ser soldado dele na terra, lutar pela causa superior, pregar, exorcizar, forçar os "infiéis" ou "divergentes" à conversão absoluta, à qualquer preço. O fanático está sempre disposto a dar provas do quanto sua causa suprema vale mais do que as próprias vidas: dele, de sua família ou mesmo de toda a humanidade. Ele mata por uma idéia e igualmente morre por ela.

Os sintomas do fanatismo

Os sintomas do fanatismo, em grupo, são: orações, privações, peregrinações, jejum, discursos monológicos e martírios que podem terminar com o sacrifício da própria vida visando salvar o mundo das "trevas" ou do que ele entende ser "o mal" [4] .

O fanático não fala, faz discursos; é portador de discursos [5] prontos cujo efeito é a pregação de fundo religioso ou a inculcação política de idéias que poderá vir a se tornar ato agressivo ou violento, tomado sempre como revelação da "ira de Deus" ou "a inevitável marcha da história" ou, ainda, a suposta "superioridade de uns sobre os demais". Faz discursos e não fala, porque enquanto a fala é assumida pelo sujeito disposto ao exercício do diálogo, da dialética, do discernimento da verdade, osdiscursos - especialmente o discurso fanático - fazem sumir os sujeitos para que todos virem meros objetos de um desejo divinizado; servir ao desejo divino e à produção da repetição de algo já pronto, onde o retorno do recalcado do sujeito faz do Eu (ego) um porta-voz de um sistema de crenças moralistas carregado de ódio em relação ao suposto inimigo ou adversário que precisa ser destruído para reinar o Bem.

Os textos sagrados, tomados literalmente, fornecem a sustentação "teórica" do discurso fundamentalista religioso; com ele, o indivíduo acredita, a priori, estar de posse de toda a verdade e por isso não se dá ao trabalho de levantar possíveis dúvidas, como confrontar com outro ponto de vista, ou desvelar outro sentido de interpretação, ou ainda, contextualizá-lo, etc. O fanático tem certeza e isso lhe basta. Creio porque é absurdo, já dizia Tertuliano. Certeza para ele é igual a verdade. (Segundo Popper, no campo científico, a certeza nada vale porque é "raramente objetiva: geralmente não passa de um forte sentimento de confiança, ou convicção, embora baseada em conhecimento insuficiente", já a verdade tem estatuto de objetividade, na medida em que "consiste na correspondência aos factos", na possibilidade da discussão racional com sentido de comprovação. (Popper, 1988, p. 48).

O problema da religião não é a paixão "fé", mas a inquestionalidade de seu método. O método de qualquer religião traz uma certeza divulgada em forma de monólogo,jamais de diálogo ou debate de idéias. O pastor, padre, rabino, ou qualquer pregador de rua, vivem o circuito repetitivo do monólogo da pregação; acreditam que "vale tudo" para difundir a "verdade única" que o tocou e o transformou para sempre! O estilo fanático usa e abusa do discurso monológico delirante, declarações, comunicados, que jamais se voltam para  escuta ou o diálogo, exercício esse que faria emergir a verdade - não a "certeza" [6] .

Psicopatologia do fanatismo

Do ponto de vista psicopatológico, todo fanatismo parece ter relação com a fuga da realidade.  A crença cega ou irracional parece loucura quando se manifesta em momentos ou situações específicas, porém se sua inteligência não está afetada, o fanático aparentemente é um sujeito normal. No entanto, torna-se um ser potencialmente explosivo, sobretudo se o fanatismo se combinar com uma inteligência  tecnologicamente preparada. Fanático inteligente é um perigo para a civilização. O terrorismo, por exemplo, que atua com a única meta de destruir inimigos [7] aleatórios é realizado por indivíduos fanáticos cuja inteligência é instrumentada apenas para essa finalidade. No terrorismo é uma das expressões do fanatismo combinado com uma inteligência tecnológico, mas totalmente incapaz de exercitá-la por meios mais racionais, políticos e legais. Para o terrorismo sustentado no fanatismo, os inocentes devem pagar pelos inimigos; a destruição deve ser a única linguagem possível e a construção de um novo projeto político-econômico, não está em questão, porque a realidade no seu todo é forcluída [8] .

O fanatismo parece surgir de uma estrutura psicótica. O fato do sujeito se ver como o único que está no lugar de certeza absoluta, de "ter sido escolhido por Deus para uma missão "x", já constitui sintoma suficiente para muitos psiquiatras diagnosticarem aí uma loucura ou psicose. Mas, seguindo o raciocínio de Freud, vemos que"aquilo que o psicótico paranóico vivencia na própria pele, o parafrênico experiência na pele do outro" [9] , ou seja, somos levados a supor que o fanatismo está mais para a parafrenia que para a paranóia. Hitler, antes considerado um paranóico, hoje é mais aceito enquanto parafrênico [10] , pois seus atos indicam sua idéia fixa pela supremacia da raça ariana e a eliminação dos "impuros"; mais ainda, o gozo psíquico do parafrênico não se limita "ser olhado" ou "ser perseguido", tal como acontece com paranóicos, mas sim se desenvolve "uma ação inteligente de perseguição e extermínio de milhares de seres humanos", donde extrai um quantum de gozo sádico. Portanto, deve existir membros de um grupo de fanáticos paranóicos, mas certamente o pior fanático é o determinado pela parafrenia, pois visa de fato destruir em atos calculados "os impuros", "os infiéis", enfim, todos os que não concordam com ele.

Hitler e seus comparsas usaram de inteligência para inventar e administrar a chamada "solução final" contra os judeus, porém, antes de ser este um fato criminoso era uma exigência interna de seu próprio psiquismo. Na parafrenia vigora a compulsão de observar e atuar o ser do Outro como alimentador de seu delírio interno. O parafrênico "faz acting out em nome de..." e jamais assume seu ato criminoso, pondo a responsabilidade em alguém que para ele encarna o "mal". Para sua "lógica", as vítimas são os únicos responsáveis. É curioso observar que ontem os judeus se agarravam ao sacrifício do holocausto [11] como modo de explicação da tragédia em que eram vítimas, mas hoje a ultra direita israelense, no poder, parece resgatar dos nazistas essa terrível idéia da "solução final" contra os palestinos. "Quem lutou muito contra dragão, também vira dragão", diz um antigo provérbio chinês.

Os fanáticos pela "solução final" dos judeus, no Julgamento de Nuremberg, não se consideravam culpados ou com remorsos pelo extermínio coletivo. Goering, considerado o segundo homem depois de Hitler, tentou se defender segundo o princípio de sua lealdade e fidelidade para com o Führer; "cumprira ordens" e "nenhuma vez ele se considerou um criminoso" [12] . Eis a "razão cínica": a culpa pelo genocídio era dos próprios judeus gananciosos por dinheiro, não de seus carrascos nazistas. Os israelenses da "era Sharon" também não se responsabilizam pelos atos criminosos de Israel contra os palestinos generalizados como terroristas.

Se no fanatismo o sujeito inexiste para dar lugar ao Senhor absoluto e maravilhoso, então faz sentido não assumir a sua própria responsabilidade, porque ela é "obra do Senhor" [Werk de herrn.] [13] , "o Senhor quer que eu faça", "foi a mão de Allah" [14] , etc. São mais do que frases, são efeitos de uma poderosa "fantasia da eleição divina" [sic!] onde o sujeito é nadificado para dar lugar ao discurso delirante da salvação messiânica [15] . O mundo fanático foi dividido entre "os eleitos" e os que continuam nas trevas e que precisam ser salvos ou serem combatidos por todos os meios, pois "são forças do mal".

O famoso caso Schreber, analisado por Freud [16] , que acreditava ter recebido um chamado de Deus para salvar o mundo, que lhe era transmitido por uma linguagem particular - só entre ele e Deus - , tornou-se o modelo psicanalítico para se pensar a relação loucura e fanatismo. Como já dissemos, o fanatismo é sustentado por sistema de crença delirante, psicótico, dominado por uma autoridade absoluta e invisível (Deus ou a causa da "supremacia da raça ariana", ou a "missão do povo judeu", ou "a Jihad islâmica", "ou salvar o mundo do diabo", enfim, um significante posto no lugar "absoluto" que comanda a ação do grupo fanático [17] ,etc). Segundo a psicanálise, isso poderia apontar para a hipótese de um "complexo paterno" de origem.

A leitura lacaniana fala de "um buraco no Nome-do-Pai, que produz no sujeito um buraco correspondente, no lugar da significação fálica, o que provoca nele, quando é confrontado com essa significação fálica, a mais completa confusão. É  isso que desencadeia a psicose de Schreber, no momento em que ele próprio é chamado a ocupar uma função simbólica de autoridade, situação à qual só teria podido reagir com manifestações alucinatórias agudas, às quais a construção de seu delírio iria pouco a pouco fornecer uma solução, constituindo, no lugar da metáfora paterna fracassada, uma "metáfora delirante", destinada a dar um sentido àquilo que, para ele, era totalmente desprovido de sentido" [18] .

Os primeiros sintomas de fanatismo e suas estratégias de sedução

O início de qualquer fanatismo consiste, em primeiro, reconhecermos um sujeito ou grupo estarem convictos, quando julgam de posse de uma certeza que recusa o teste da realidade. Nietzsche dizia que "as convicções são piores inimigas da verdade do que as mentiras", porque quem mente sabe que está mentindo, mas quem está convicto não se dá conta do seu engano. "O convicto sempre pensa que sua bobeira é sabedoria" [19] . Até no campo científico, há cientistas correndo o perigo de tornar-se convictos de suas teses. Edgar Morin analisa que quando algumas idéias se tornam supervalorizadas e adquirem um caráter de grandiosidade e absolutismo tendem a levar os seus sujeitos a abdicarem de seu raciocínio crítico e se tornarem meros objetos dessas idéias. Indivíduos assim submetidos a tão grandes idéias, fazem qualquer coisa para "salva-las" de um possível furo de morte; elas funcionam como muleta existencial. Isso acontece principalmente no meio religioso, mas também pode ocorrer nos meios político, filosófico  e científico. 

O segundo sinal do fanatismo é quando alguém quer impor a todos de modo tirânico a "verdade" única extraída de sua inspiração ou crença absoluta. Pretende assim a uniformização via linguagem, através de aparência física, rituais e slogans do tipo: "O único Deus é Allah", "só Cristo salva", "Jesus Cristo é o Senhor", "somos o Bem contra o Mal", "Em nome do Senhor Jesus eu ordeno..." São expressões de caráter estereotipado, sustentado por uma "estrutura de alienação do saber" [20] , onde o discurso passa a falar sozinho, é uma resposta que está no gatilho, pronta para qualquer emergência que o sujeito não quer pensar. Observem o caráter tirânico, narcisista e excludente dessas afirmativas. Todos possuem uma visão que nega outros modos de crer e pensar. O mesmo acontece nos auto-elogios das pessoas de raça branca e o desprezo pelas outras como proclamam os fanáticos da extrema direita, nas ações violentas de uma torcida sobre a outra, todos, sinalizam que o indivíduo se rende ao grupo e este "a causa". Os recém convertidos de qualquer seita religiosa ou política estão sempre convictos que, finalmente, contemplam a verdade e essa tem que ser imposta a todos, custe o que custar.

O terceiro indicativo de fanatismo, já dissemos, é quando uma pessoa passa a colocar uma causa suprema (podendo esta ser justa ou delirante) acima da vida dela e dos outros.

Quarto, quando um indivíduo e/ou grupo se isolam da convivência familiar e social e adotam um modo de vida narcísico [21] (no igual modo de vestir, de cortar ou não cortar o cabelo, no jeito de falar, nas regras de comer, na ritualística, etc), enfim, quando uniformizam seu discurso, gestos, postura, atitudes em geral e punem os que se recusam a seguir as regras impostas. Entrar para um grupo de fanáticos implica em renunciar: pai, mãe, os filhos, os amigos, o lugar onde viveu, o trabalho, enfim, os membros são persuadidos a matarem os vestígios simbólicos da vida anterior para fazer renascer a vida em outra base moral e de fé.

Quinto, quando o indivíduo e/ou grupo perdem o bom-senso na lógica da comunicação e nas ações do cotidiano. O discurso passa a ser repetitivo e estranho à vida comum.

O sexto indício de fanatismo é quando se perde o sentido de respeito e humanidade para com os diferentes, em nome de uma causa transcendente.

O psicólogo francês, J-M. Abgrael, resume o método de doutrinação fanática em 3 etapas: 1o) sedução das pessoas para a "causa"; 2o) destruição da antiga personalidade, eliminação dos elos familiares, sociais e profissionais e 3o) construção de uma nova personalidade "renascida" ou "renovada", de acordo com o modelo e as regras da seita.  Geralmente essa passagem da vida normal para a vida "renovada", há um ritual, algum tipo de batismo, onde se inicia a adoção de um novo nome, novos hábitos, apresentação de novas "famílias". Sentir-se incluso num grupo "de irmãos" ou "de luta pela causa" "é como estar apaixonado; surge uma sensação maravilhosa, tudo passa a fazer sentido na vida, a pessoa se sente acolhida e imensamente alegre". O indivíduo passa a se ver se modo especial, diferente dos demais para realizar a missão elevada; se vê inundado por um sentimento grandioso que Freud chama de "sentimento oceânico". Imagine um indivíduo desesperado, desgarrado de seu grupo social, sem uma forte identidade psicossocial cuja vida perdeu o sentido, ao ser acolhido em um grupo fanático, recebe mensagens confortadoras, do tipo: "nós amamos você", "você é muito importante para o projeto de Deus", "você faz parte de nossa vida", "Deus te ama", etc Diz P. Demo (2001) "o sentimento de ser amado, move o entusiasmo mais do de qualquer coisa".

Faz parte da estratégia para atrair pessoas para novas seitas e igrejas, investir em programas produzidos para solitários que sofrem insônia e depressão nas madrugadas. Os desesperados sentem-se acolhidos com tais palavras mágicas e facilmente se sentem inclusos e maravilhados pela ilusão de nova vida e sentimento extremo de felicidade,  numa igreja em que o fanatismo é o seu ponto cego.

Todo fanático é intolerante.

O fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes. Um evangélico fanático é incapaz de diálogo e respeito para com um católico ou um budista. Um fanático de direita não quer diálogo com os de esquerda. Organizações como a Ku Klux Klan são intolerantes igualmente com negros adultos, mulheres e crianças. Por isso se diz que há em cada fanático um fascista camuflado, pronto para emergir em atos de exclusão e eliminação.

O semiólogo e filósofo italiano, Umberto Eco, reconhece que o protofascismo está presente nos movimentos fanáticos [22] . No campo político, não importa auto denominar-se de "esquerda" ou de "direita" pode existir um protofascismo. No fundo os atos terroristas são produzidos e sustentados por fanatismos de inspiração místico-fascista [23] incapazes de diálogo ou argumento racional que esclarece sua causa objetiva. Não é sem sentido que os atos terroristas deixaram de dizer algo pela palavra e passaram a ser apenas o ato, o acting out.  S. P. Rouanet diz que "os terroristas são agentes de uma ideologia religiosa extrema direita ... que funciona como ópio do povo..." (A coroa e a estrela, FSP, Mais!, 18/11/01)

O fascismo, tanto o de Estado dos fundamentalistas religiosos, como o que está pulverizado nos atos do cotidiano das relações humanas, é fanático porque desrespeita, desconsidera, é intolerante quanto ao modo de ser, pensar e agir do outro [24] , é tradicionalista-fundamentalista.  Enquanto o fascista "quer o poder pelo poder", há o fanático "autêntico" que anseia dominar o mundo com sua crença, e o "fanático terrorista" que "deseja apenas destruir a estrutura de sustentação do inimigo". Mas, ambos, o fascismo e o fanatismo não são compatíveis com a democracia. Ambos pregam intolerância multirreligiosa, a intolerância multicultural e multirracial e usam o espaço de liberdade democrática para espalhar o seu ódio e sua crença.

O sentimento que no fundo sustenta o fanatismo e o fascismo não é a fé, nem o amor [Eros], mas o ódio [Thanatos] e a intolerância. O desejo do fanático "autêntico" é dominar o mundo com seu sistema de crença cheio de certeza. No plano psíquico, o lugar do recalque torna-se depósito de ódio e desejo de eliminar todos os que atrapalham o seu ideal de sociedade. Certa dose de paciência doutrinada o faz esperar-agindo para que a "idade de ouro puro" possa um dia acontecer. 

São tão fanáticos os terroristas-suicidas muçulmanos como os fundamentalistas cristãos norte-americanos que atacam clínicas de abortos, perseguem homossexuais, proíbem o ensino da teoria evolucionista de Darwin, obrigando aos professores ensinarem a doutrina criacionista tal como está na Bíblia, ou ainda, os protestantes da Irlanda do Norte que atacam crianças católicas ou os bascos que querem ser um país independente a qualquer preço, por meio do terror.

Alguns personagens "messiânicos" de nosso tempo, como Hitler, Idi Amin, Reagan, G. W. Bush, Sharon, os grupos dos martírios suicidas do Oriente Médio, entre outros, tem algo em comum: cada um se sente o escolhido para cumprir uma especial missão [25] . Hitler discursou que "as lágrimas da guerra preparariam as colheitas do mundo futuro". G. Bush, na sua ânsia de guerra contra o ditador S. Hussein, não estaria delirando no mesma linha ? Não é sem sentido que os EUA, tem sido o solo fértil de seitas cristãs fanáticas. Uma delas, A Casa dos Filhos de Jeová, torce para o mundo se acabar logo, porque seus membros acreditam que depois surgirá uma nova civilização do Bem.

Fanáticos e suicidas carecem de humor

O fanatismo parece ser uma doença contagiosa, pois tem o poder de atrair adeptos geralmente em crise profunda de vida pessoal. Fanáticos e suicidas tem em comum a falta de humor e o desapego pela própria vida. A certeza cega tira-lhes o humor e os colocam no caminho do sacrifício místico.

O escritor e pacifista israelense, Amós Oz, numa carta ao escritor japonês Kenzaburo Oe, Prêmio Nobel de 1994, escreve ter encontrado a "cura para o fanatismo": o bom humor. Diz que: "nunca vi um fanático bem-humorado, nem alguém bem-humorado se tornar fanático". Oz imagina uma forma mágica de prevenir o fanatismo: um novo tipo de messias que "chegará rindo e contando piadas".

Emil Cioran, um filósofo amargo e pessimista, vê nas atitudes dos céticos, dos preguiçosos e dos estetas, os únicos que verdadeiramente estão a salvo do fanatismo. Já os religiosos estreitos, os políticos sectários, os dogmáticos que habitam em todas as áreas do conhecimento, tendem ao fanatismo com seus instrumentos próprios. O fanática jamais se pensa ser fanático [26] .

Enfim, é preciso estarmos atentos e preparados para resistir os apelos do fanatismo que como erva daninha não escolhe lugar para germinar e se alastrar. Os grupos fanáticos exercem um atrativo para os indivíduos que possuem uma estrutura psíquica vulnerável, os desesperados, os desgarrados, os avessos ao espírito crítico ou predispostos à crendice, ao desejo de encontrar uma certeza e a se "contentar-se com pouco" na terra, porque ele tem certeza de que ganhará na suposta vida após a morte. Tanto o fanatismo como a guerra estão entre as situações que se encontram na contramão da sabedoria. 

Para prevenção do fanatismo

Freud, como pensador evolucionista, pensava que só quando a civilização ascendesse à maturidade psíquica é que descartaria os mecanismos infantis ou alienantes cuja matriz é a religião. Segundo o fundador da psicanálise, a religião infantiliza as pessoas e as arrasta ao delírio de massa. O homem não poderia viver nesse estado de infantilismo para sempre, daí a urgente necessidade de um projeto de uma "educação para a realidade" [27] , que fortaleceria a vida intelectual, facilitando o acesso de todos ao conhecimento científico, por ser este verdadeiro. Ademais, a religião não fez e nem faz as pessoas felizes, mas, dá-lhes uma ilusão de felicidade; sem dúvida, ela tem o poder de controla os impulsos primitivos psicossexuais e proporciona alguma direção moral, que costuma ir além do necessário, ou seja, reprimindo o potencial criativo ou de prazer genuíno das pessoas.

Amós Oz [28] , o escritor pacifista, sugere a criação de escolas em todo o mundo da disciplina "fanatismo comparado". Tal disciplina não apenas serviria para entender os fanatismos: religioso, nacionalista, racial, político, desportivo, mas também outros que passam desapercebidos, como o "antitabagista" que poderia queimar os que fumam, o "vegetariano" que comeria vivo quem come carne, "o ecologista" que prefere salvar as baleias às pessoas famintas, etc. Uma disciplina como essa, teria uma função mais que educativa, teria uma preocupação preventiva quanto a possibilidade de "contágio" social do fanatismo, já que pode-se pegá-lo ao tentar curar alguém desse mal. "Conheço o perigo de se tornar um fanático antifanatismo", alerta o escritor.

Concluindo, resumimos que, previne-se o fanatismo com uma educação de boa qualidade, que saiba promover a cultura geral - mais do que a fé - e o sentido degrupo, de criatividade e humor.

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* Psicanalista, docente na UEM e doutorando na Universidade de São Paulo
[1] Geralmente os fanáticos que se tornam assassinos o fazem "em nome de Deus", ou em nome de um Outro qualquer. Ele é apenas um comandado. Já os assassinatos múltiplos disparados por um franco atirador anônimo, nos EUA,  parecem não ser movidos por um Outro, ou "Grande ser", isto porque o assassino se diz que é o próprio "Deus".
[2] Basta ir a um templo evangélico ou, nas madrugadas, assistir pela televisão um show de exorcismo
[3] Nesse sentido, o Prof. Hilton Japiassu, costuma citar F. Jacob, que diz: "Não é somente o interesse que leva os homens a se matarem. Também é odogmatismo. Nada é tão perigoso quanto a certeza de ter razão. Nada causa tanta destruição quanto a obsessão de uma verdade considerada como absoluta. Todos os crimes da História são consequência de algum fanatismo. Todos os massacres foram realizados por virtude: em nome da religião verdadeira, doracionalismo legítimo, da política idônea, da ideologia justa; em suma, em nome do combater contra a verdade do outro, do combate contra Satã" . Cf.: Crise da razão no ocidente. In: Japiassu, H. Desistir de penar? Nem pensar, 2001.
[4] Zusman, W. 2001.
[5] Para uma melhor compreensão dessa distinção, ver Juranville, A. Lacan e a filosofia. Rio: Jorge Zahar, 1987, principalmente a segunda parte.
[6] Ossama Bin Laden é um bom exemplo de um fanático tecnológico que faz comunicados, monólogos, declarações ou discursos, jamais se oferece para um diálogo franco e aberto para confrontar com outros pontos de vista.
[7] "O terrorismo é uma das expressões do fanatismo fundamentalista".
[8]   Cf.: Chemama, R.1995, p. 79-81.
[9] Cf.: conforme análise de Becker, S., 1999.
[10] Essa é a tese de S. Becker, 1999.
[11] Originariamente o holocausto [gr. Holókauston] era o "sacrifício em que a vítima era queimada inteira". Entre os hebreus, o holocausto era também o sacrifício em que se queimavam inteiramente as vítimas, tendo assim um sentido de imolação ou expiação. No período nazista, entre 1935 e 1945, os judeus se viram diante de um novo holocausto, sendo obrigados a perda da cidadania, a trabalhos forçados, a serem fuzilados em massa, serem transportados pela força para os campos de concentração onde terminavam sendo exterminados coletivamente em câmaras de gás. Durante esse holocausto, cerca de 6 milhões de judeus pereceram.
[12] Cf.: Manvell, R, e Fraenkel, H. 1962, p. 262. Conferir pelo menos todo o capítulo final "Nuremberg". 
[13] Dito por Hitler, em Mein Kampf. Apud Becker, S. 1999, p. 157.
[14] Dito por Ossama Bin Laden, por ocasião do ataque aos EUA.
[15] "É o saber instituído no discurso universitário, quando o S1 vem no lugar da verdade. Com a extinção desse lugar ético, acontece a forclusão do Nome-do-Pai e a formação da holófrase parafrênica". (Becker, S., 1999, p. 158).
[16] Cf.: S. Freud. [1911] Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (dementia paranoides), v. XII, p. 15 -105.
[17] Raciocínio parecido fez o ensaista, poeta e dramaturgo alemão, Hans Magnus Enzensberger, onde escreve: "Não importa saber de qual alucinação se trata. Qualquer instância superior serve - uma missão divina, uma pátria sagrada, a uma revolução qualquer. Em caso de emergência, no entanto, o suicida assassino [refere-se aos kamisazes de 11 de setembro, entre outros atos suicídas]pode se arranjar até com uma justificativa qualquer de segunda mão. Seu triunfo consiste no fato de que não poderá ser atacado nem punido; disso ele mesmo se encarrega. E também o mandante à distância aguarda em seu "bunker " o  momento da própria extinção; deleita-se  - como Elias Canetti já há meio século formulava - só com a idéia de que antes dele possivelmente todos os outros, inclusive seus correligionários, serão mortos" (grifo meu). Enzensberger, H. M. Paranóia da autodestruição. Folha de S. Paulo - Mais, 11/11/2001.
[18] Cf.: Chemama, R. 1995, p. 161-2.
[19] Cf.: R. Alves. 2001, p. 105-10.
[20] Trata-se de uma conceito de R. Barthes, trabalhado por L. Mrech 1999) . As "estruturas de alienação do saber" são formas estereotipadas de saber, mas que perderam o contato real  com a realidade entre os sujeitos. É uma estrutura  programada para filtrar o que o sujeito deve escutar, o que dizer e o que fazer em um determinado momento. Não incorpora nada novo, apenas repete.
[21] Observamos que o narcisismo visa um resultado de gozo místico que implica, sobretudo, "amar a si mesmo", tal como o Mito de Narciso, que morre diante de sua imagem refletida na água, ignorante que era sua própria imagem. O êxtase do místico, que faz um ato de terror, ou de suicídio ou, ainda, de ambos, é a intenção de "ultrapassagem do limiar do gozo-Outro" (Nasio, 1993) ; de um gozar que implicam o corpo e o psíquico, na crença suposta de uma vida após a morte.
[22]   Cf.: Nebulosa fascista. FSP, 1995.
[23] O fascista não é necessariamente nazista. Esclarece Eco que enquanto o nazista é obcecado pela raça pura, o fascista é pelo comando total das pessoas, que perdem suas liberdades.
[24] Estamos nos baseando nas teses de U. Eco, escritas no artigo ensaio "Nebulosa fascista", que aproveitamos em nosso artigo "Tolerância zero ao profofascismo", publicado na revista virtual www.espacoacademico.com.br , ano 1, n. 4, set. 2001.
[25] O tamanho do cinismo de Hitler está na frase: "pela graça de Deus, eu sempre evitei oprimir meus inimigos" (apud Chalita, M., s.d., p. 186). Tem sido frequente, ditadores se verem os eleitos de Deus para cumprir uma missão na terra. Idi Amim Dada, o ditador-açougueiro de Uganda, certa vez declarou: "Eu só atuo conforme as instruções de Deus". (apud Chalita, M., s. d., p. 186).
[26] Segundo pesquisa de P. Demo (20000) 3/4 dos crentes da Igreja Universal do Reino de Deus negam com veemência que a religião fosse uma forma de fuga. Também é frenética a exacerbação do nome de Jesus, que é visto como única solução de todos os problemas.
[27] Freud, S. Futuro de uma ilusão, p. 64.
[28] A. Óz. Folha de S. Paulo - Cad. Mais!

 

Referências bibliográficas

ALVES, R. Entre a ciência e a sapiência. São Paulo: Loyola, 2001

BECKER, S. A fantasia da eleição divina; Deus e o homem. Rio de Janeiro: C. de Freud, 1999.

CHEMAMA, R. Dicionário de psicanálise. Porte Alegre: Artes Médicas, 1995.

CIORAN, E. Genealogia do fanatismo. In: Breviário da decomposição. Rio de Janeiro: Rocco, 1989, p.11-100.

DEMO, P. Dialética da felicidade; felicidade possível. V. 3. Petrópolis: Vozes, 2001.

ECO, U. A nebulosa fascista. In: Folha de S. Paulo – Mais!, 14/05/95.

ENZENSBERGER, H. M. Paranóia da autodestruição. Folha de S. Paulo - Cad. Mais! 11/11/2001, 5-7.

FREUD, S.  [1911] Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (dementia paranoides). Rio de Janeiro: Imago, 1974, v. XII, p. 15 -105.

_____. [1917] O futuro de uma ilusão. Rio: Imago, 1974, v. XX1.

GARCIA-ROZA, L.A. O Mal radical em Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.

JAPIASSU, H. Desistir de pensar? Nem pensar! São Paulo: Letras & Letras, 2001.

JURANVILLE, A. Lacan e a filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.

KILLER CULTS. Documentário dirigido por Catherine Berthillier e Bernard Vaillot. France 3 - canal Vie, 1998.

KURZ, R. A síndrome do obscurantismo. Folha de S.Paulo - Mais! 05/11/1995,  p. 12.

LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

MANVELL, R. & FRAENKEL, H. Göering. Rio de Janeiro: 1962.

MORIN. E. Entrevista ao programa Roda Viva. São Paulo: TV-Cultura, 2000.

MRECH, L. Psicanálise e educação: novos operadores de leitura. São Paulo: Pioneira, 1999.

NASIO, J.-D. Cinco lições sobre a teoria de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal. São Paulo: Hemus, s.d.

ROUANET, S. P. Os três fundamentalismos. Folha de S.Paulo- Mais! 21/10/2001.

ZUSMAN, W. Terrorismo: um bolo em camadas. Vértice-revista virtual de psicanálise. out/ 2001.

 


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Joserrí de Oliveira Lucena
Natal/RN

Vídeo: Bush tem nojo de haitiano, como Serra de criança

Do site de Paulo Henrique Amorim:

Vídeo: Bush tem nojo de haitiano, como Serra de criança






Classificação do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 2010 - UOL Esporte

Classificação do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 2010 - UOL Esporte

Site oficial da Fórmula1: http://www.formula1.com/results/driver/2010/

Pos Driver Nationality Team Points
1 Fernando Alonso Spanish Ferrari 37
2 Felipe Massa Brazilian Ferrari 33
3 Jenson Button British McLaren-Mercedes 31
4 Lewis Hamilton British McLaren-Mercedes 23
5 Nico Rosberg German Mercedes GP 20
6 Robert Kubica Polish Renault 18
7 Sebastian Vettel German RBR-Renault 12
8 Michael Schumacher German Mercedes GP 9
9 Vitantonio Liuzzi Italian Force India-Mercedes 8
10 Mark Webber Australian RBR-Renault 6
11 Rubens Barrichello Brazilian Williams-Cosworth 5
12 Jaime Alguersuari Spanish STR-Ferrari 0
13 Pedro de la Rosa Spanish BMW Sauber-Ferrari 0
14 Adrian Sutil German Force India-Mercedes 0
15 Heikki Kovalainen Finnish Lotus-Cosworth 0
16 Nico Hulkenberg German Williams-Cosworth 0
17 Karun Chandhok Indian HRT-Cosworth 0
18 Sebastien Buemi Swiss STR-Ferrari 0
19 Jarno Trulli Italian Lotus-Cosworth 0
20 Timo Glock German Virgin-Cosworth 0
21 Lucas di Grassi Brazilian Virgin-Cosworth 0
22 Bruno Senna Brazilian HRT-Cosworth 0
23 Vitaly Petrov Russian Renault 0
24 Kamui Kobayashi Japanese BMW Sauber-Ferrari 0

Após pódio inédito, Massa celebra seu melhor início de temporada - 28/03/2010 - UOL Esporte - F-1

Após pódio inédito, Massa celebra seu melhor início de temporada - 28/03/2010 - UOL Esporte - F-1

Parabéns a Josita, minha irmã!

Seja bem vinda ao time dos que passaram dos 30...

... não dá prá comprar um presente prá você dizendo sua idade, porque as opções não condizem com seu aspecto, postura e comportamento jovial.

Que Deus te dê muitos anos de vida, com qualidade, para você tenha muito tempo para usufruir das bênçãos mais importantes que Ele te deu: sua família.

Um abraço,
Joserrí, Joana Darc, Jesiel e Samuel

quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Samuel engatinhando...

AUTOMÓVEL-BEBIDAS-DROGAS


Depois da mensagem deste vídeo, 40% da população da Inglaterra, deixou de usar drogas e se alcoolizar pelo menos nas datas comemorativas:

Pedido de Empréstimo

(não sei se a história merece crédito, mas é um bom exercício de inteligência)

 

 

PEDIDO DE EMPRÉSTIMO

  
Um advogado de Nova Orleães pediu um empréstimo em nome de um cliente que perdera sua casa quando do furacão Katrina e queria reconstruí-la.

 
Foi-lhe comunicado que o empréstimo seria concedido logo que ele pudesse apresentar o título de propriedade original da parcela da propriedade que estava a ser oferecida como garantia.
 
O advogado levou três meses para seguir a pista do título de propriedade datado de 1803.

 
Depois de enviar as informações para o Banco, recebeu a seguinte resposta.

 
"Após a análise do seu pedido de empréstimo, notamos que foi apresentada uma certidão do registro predial. Cumpre-nos elogiar a forma minuciosa do pedido, mas é preciso salientar que o senhor tem apenas o título de propriedade desde 1803. Para que a solicitação seja aprovada, será necessário apresentá-lo com o registro anterior a essa data."

 
Irritado, o advogado respondeu da seguinte forma:


"Recebemos a vossa carta respeitante ao processo nº. 189156. Verificamos que os senhores desejam que seja apresentado o título de propriedade para além dos 194 anos abrangidos pelo presente registro. De fato, desconhecíamos que qualquer pessoa que fez a escolaridade neste país, particularmente aqueles que trabalham na área da propriedade, não soubesse que a Luisiana foi comprada, pelos E.U à França, em 1803.

 
Para esclarecimento dos desinformados burocratas desse Banco, informamos que o título da terra da Luisiana antes dos E.U. ter a sua propriedade foi obtida a partir da França, que a tinha adquirido por direito de conquista da Espanha.

 
A terra entrou na posse da Espanha por direito de descoberta feita no ano 1492 por um capitão da marinha chamado Cristóvão Colombo, a quem havia sido concedido o privilégio de procurar uma nova rota para a Índia pela rainha Isabel de Espanha.


A boa rainha Isabel, sendo uma mulher piedosa e quase tão cautelosa com os títulos de propriedade como o vosso Banco, tomou a precaução de garantir a bênção do Papa, ao mesmo tempo em que vendia as suas jóias para financiar a expedição de Colombo.

 
Presentemente, o Papa - isso temos a certeza de que os senhores sabem - é o emissário de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e Deus - é comumente aceito - criou este mundo. Portanto, creio que é seguro presumir que Deus também foi possuidor da região chamada Luisiana. Deus, portanto, seria o primitivo proprietário e as suas origens remontam a antes do início dos tempos, tanto quanto sabemos e o Banco também.


Esperamos que, para vossa inteira satisfação, os senhores consigam encontrar o pedido de crédito original feito por Deus.

Agora, que está tudo esclarecido, será que podemos ter o nosso empréstimo?

Que %$&@#*!!!”


O empréstimo foi concedido.

terça-feira, 23 de março de 2010

Jesus levou mesmo a sério...

notícia enviada pelo amigo Guilherme R Basilio

 

... o lance de multiplicar pães e vinho

Porções em quadros da 'Última Ceia'
aumentaram com o passar dos séculos

veja no link: http://migre.me/qJ66

Joserrí de Oliveira Lucena 

Natal/RN


Iberê, os nódulos e o governo do RN

do Blog de Roberto Guedes (http://www.nominuto.com/blog/roberto-guedes/)

Iberê ficará muito tempo longe de campanha

Não me surpreendi nem um pouco com a informação fornecida na manhã desta segunda-feira, 22, pelo boletim médico do hospital paulista que definiu como maligno o nódulo extraído na semana passada de um dos pulmões do vice-governador Iberê Ferreira. Não vou longe como o portal "Folha do Mato Grande", que já nesta manhã assegurou que Iberê desistiu de disputar a sucessão da governadora Wilma de Faria, mas desde sexta-feira passada encontrava nas informações divulgadas sobre o estadual de saúde do vice-governador muitos furos que balizavam para uma situação muito mais grave do que procuravam sugerir os geradores das notícias.

Faço parte de um grupo que prevê para breve a posse do desembargador Rafael Godeiro na cadeira de governador, porque ao terceiro nome da sucessão no cargo, o deputado estadual Robinson Faria, presidente regional do PMN, pode não interessar assumi-lo agora e assim impedir-se de ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada pela senadora Rosalba Ciarlini (Dem).

É que fizeram demais para dourar a pílula, impondo-nos a necessidade profissional da desconfiança e do questionamento.

Para começo de conversa, não foi em São Paulo e durante um checape que lhe localizaram o nódulo. Quem examinar a agenda que Iberê seguida poucos dias antes constata que ele não havia agendado nenhum conjunto de exames na capital paulista. O nódulo havia sido descoberto em Natal em meados da segunda semana desde mês e Iberê fez questão de informar a governadora Wilma de Faria a respeito assim que teve certeza do que lhe ocorria e da necessidade, aí, sim, de viajar a São Paulo para submeter-se a exames mais direcionados e mais rigorosos.

O telefonema em que ele transmitiu a notícia, na quinta-feira 12, aliás, pode estar na raiz do pico hipertensivo que Wilma sofreu em Mossoró, obrigando-se a se internar às pressas num hospital local. Uma visita inesperada até então a alguns dos mais renomados especialistas brasileiros passou a ser divulgada aqui como um "checape". Foram distribuindo a informação em doses homeopáticas por diversos motivos. Diluir o impacto, minimizar o significado e o estrago que a constatação de um câncer provocaria nos planos de Iberê e, principalmente, a letalidade deste diagnóstico para a candidatura de Wilma a Senador.

Muito antes de as fontes oficiais dizerem que o resultado da biópsia sairia nesta segunda-feira, parentes de Iberê em Natal admitiam, reservadamente, que a gravidade de sua situação era muito maior do que mostravam os meios potiguares de comunicação. Um deles admitiu que talvez os médicos nem lhe deixassem vir tomar posse no último dia deste mês, porque vôos a esta altura podem prejudicá-lo muito. Diante de pressões políticas, teriam concordado em que viesse tomar posse mas logo em seguida retornasse a São Paulo porque ali o aguarda um tratamento rigorosíssimo. Hoje dizem que ele pode enfrentar a quimioterapia e a radioterapia em Natal, mas não mais sob os cuidados da equipe paulista que o tem assistido.

A sucessão de condutas que forçaram o observador à conclusão de que o quadro clínico era mais grave foi salientada na última sexta-feira quando disseram aqui em Natal que, em decorrência da biópsia, Iberê precisaria se submeter a fisioterapia. Conversei com alguns amigos que extraíram nódulos do pulmão e nenhum deles necessitou deste tipo de terapia. A tese deles é a de que em lugar de fazer biópsia, os cirurgiões paulistas haviam feito mesmo era uma grande cirurgia para extirpar um corpo maligno no pulmão de Iberê. Esta tese reforçaria a que o nódulo havia sido identificado em Natal e ao desembarcar em São Paulo Iberê lutaria era com a dimensão do problema, suas possibilidades de vencer a guerra contra o câncer e até que ponto este seria fatal para sua candidatura a governador.

Casal Nardoni: cobertura completa

Leia tudo sobre o julgamento do ano de 2010: Caso Isabella Nardoni http://g1.globo.com/Sites/Especiais/0,,15528,00.html

vitória no primeiro turno?

Enviado por um amigo, que diz algo interessante:

 

"Pessoal, eu venho apostando que Dilma liquida a fatura no primeiro turno. Antes de ontem o presidente do Ibope, que dissera que Dilma não passaria dos 15% disse não acreditar que tenha dito tamanha besteira (em entrevista na Veja).  Agora, o diretor do Vox Populi, tem palpite parecido com o meu".   

 

Diretor do Vox Populi prevê vitória de Dilma já no primeiro turno

23/03/2010

    “Não é impossível imaginar que a Dilma ganhe a eleição já no primeiro turno”, afirmou ontem o diretor do instituto Vox Populi, João Francisco Meira, durante debate promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas que reuniu, em São Paulo, diretores dos principais institutos do país e mais o professor Marcus Figueiredo, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro”.

     De acordo com reportagem veiculada na noite de ontem pelo portal estadao.com.br, o crescimento da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, “ante a estagnação de seu provável adversário”, José Serra (PSDB), “tem impressionado”, além do diretor do Vox Populi, a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, e os diretores dos institutos Datafolha e Seunsus, respectivamente Mauro Paulino e Ricardo Guedes.

     João Francisco Meira, diz a reportagem, “deu o palpite mais ousado” do debate ao considerar a hipótese de que Dilma seja eleita presidente já no primeiro turno. Pela análise do diretor do Vox Populi, a decisão da disputa presidencial será fortemente influenciada pela economia, que é, segundo Meira, o principal trunfo do Governo Lula. Outro aspecto decisivo, na avaliação dele, será o ideológico. “Nesse caso”, observou,

“56% das pessoas se definem como sendo de esquerda e 30% como eleitores do PT”.

    O diretor do Vox Populi citou também como decisivo para o pleito presidencial o tempo a ser ocupado pelos candidatos nos espaços de propaganda eleitoral gratuita da TV. E observou que a construção das alianças deve garantir tempo maior a Dilma.

    De acordo com a reportagem do estadão.com.br, a avaliação do diretor do Vox Populi sobre as chances de eleição da candidata do PT “é parecida com a de Ricardo Guedes” do instituto Sensus.

    “Dilma tem produto para mostrar, a economia. O Serra não tem. Hoje a tendência é muito mais pró-Dilma”, afirmou Guedes.

   Márcia Cavallari, do Ibope, e Mauro Paulino, do Datafolha, também admitiram que o cenário é favorável a Dilma, segundo o relato do estadão.com.br.

   “O que a gente sabe é que o eleitor se sente muito confortável de ter votado no Lula e agora fazer essa avaliação de que acertou. Ele pensa: ‘Acertei, e o país está tendo avanços’. O eleitor considera que os avanços foram muito mais profundos no Governo Lula. A comparação com o governo FHC é prejudicial para o Serra”, afirmou a diretora do Ibope.

    A reportagem do estadão.com.br informa que, “reservadamente”, Márcia Cavallari destacou que “não só a Dilma está crescendo, como há tendência de queda de Serra, ainda que dentro da margem de erro” das pesquisas.

   Mauro Paulino, do Datafolha, lembrou que, na pesquisa realizada em dezembro pelo seu instituto, 15% dos eleitores não sabiam que Dilma era a candidata do Lula, mas queriam votar na candidata do Lula.

    ”E o que nós observamos em fevereiro, é que ainda há margem de crescimento para Dilma”.

   Segundo o diretor do Datafolha, a dúvida é saber se Dilma vai transmitir ao eleitorado que tem a mesma capacidade de administração que Lula tem.

   “O eleitor vai poder comparar Serra com Dilma, Dilma com Lula”.

 

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