A política do atual governo de juros em queda livre tem impactado negativamente no bolso de quem investe suas economias em caderneta de poupança e títulos públicos.
A gente sabe que nem todo aplicador é um especulador: há também aqueles que durante anos juntaram uns trocados ou venderam uma terrinha e complementam sua renda com aplicações financeiras nesses ativos.
A propósito, as regras da caderneta de poupança vão ser mexidas novamente – a gente vai escrever um artigo falando disso em breve, mas você não deve se assustar, a menos que tenha mais de R$ 120.000,00 nessa modalidade de investimento.
É importante identificar seu perfil de investidor (conservador, moderado ou agressivo) antes de tirar seu dinheiro da poupança e partir para outros investimentos de maior risco.
Caso você seja um investidor de perfil moderado ou agressivo, e aceita correr riscos para obter maiores rendimentos sobre suas aplicações, deve estar considerando ingressar no mercado de ações.
Se você está pensando em começar a investir em ações, ou iniciou há pouco tempo e ainda possui pouca experiência no assunto, é importante que você se mantenha muito bem informado para não cair em armadilhas.
Vamos falar dos cinco erros mais comuns cometidos pelos investidores de primeira viagem, que são:
1º erro: investir no curto prazo
2º erro: agir por impulso, emocionalmente
3º erro: comprar ações quando estão em alta
4º erro: analisar rentabilidade passada
5º erro: investir tudo em ações
1º erro: investir no curto prazo
Investir em ações não é recomendado para quem precisa dos recursos aplicados no curto prazo. Ou seja, aplicar para resgatar em alguns dias ou poucos meses. Embora exista a possibilidade de ganhos rápidos em situações bem singulares, como no lançamento de ofertas públicas, o investimento em renda variável esperando retorno rápido ou na dúvida que venha a precisar sacar logo a aplicação, pode ser perigoso.
A cotação de aplicações é feita diariamente, e até no mesmo dia oscila bastante, existindo a possibilidade do momento de correção (prá cima ou para baixo) coincidir com o prazo no qual você precisará resgatar os recursos aplicados. A recuperação do valor da cota a um patamar melhor ou superior ao atual é uma incerteza que só o tempo pode confirmar, e numa aplicação de curto prazo a probabilidade de perda é bem maior, obrigando o investidor a assumir perdas, pois precisa do dinheiro prá já.
2º erro: agir por impulso, emocionalmente
Sangue frio e autocontrole são pré-requisitos importantes no investidor, pois há momentos em que o preço das ações vai despencar e não se deve tomar nenhuma outra atitude impensada. Correções e flutuações de curto prazo ocorrem, mas os efeitos nas aplicações de longo prazo tendem a seguir inalterados. Quando o investidor vai ficando mais experiente aprende a avaliar esta situação, esperando o momento certo para a decisão correta.
Como os iniciantes não têm este preparo, tornam-se mais impulsivos e agem emocionalmente, vendendo seus ativos sem pensar, o que pode acarretar em perdas financeiras graves e ainda criar um trauma irreparável no novo investidor.
3º erro: comprar ações quando estão em alta
A bolsa fica em evidência, inclusive com grande destaque na mídia, nos momentos de alta. Nesse cenário, atrai investidores ávidos por uma alternativa vantajosa para seus investimentos, sendo normalmente este o momento do investidor experiente e do especulador capitalizarem seus ganhos, vendendo ativos aos novos interessados, que são atraídos pelo lucro fácil.
O caminho geralmente é inversamente proporcional para investidores novatos e experientes: enquanto uns procuram comprar ações em alta, os outros vendem para materializar o lucro de seus investimentos quando as ações custavam barato. O ganho significativo e rápido é um atrativo para os investidores de primeira viagem, que podem até ainda ganhar alguma coisa, mas após grandes valorizações de seus papéis, o mercado tende a se acalmar e até a voltar a patamares anteriores ao período de alta.
4º erro: analisar rentabilidade passada
O bom desempenho da bolsa não garante a mesma rentabilidade no futuro. Essa é uma armadilha bastante perigosa para os iniciantes no mercado de ações e os bons profissionais do mercado devem orientar como usar esta informação de modo correto.
Renda variável é um investimento sujeito a oscilações, com movimentos de alta e baixa, sendo impossível prever o retorno futuro da bolsa apenas comparando o desempenho dos números – um bom retorno no passado não é garantia de retorno no futuro.
As cotações de um ativo não são definidas por eventos passados ou pelo seu histórico na bolsa, embora recebam influência da “perspectiva” que o mercado tem para o futuro desse ativo. Desse modo, de nada importa se uma empresa teve um desempenho brilhante no passado; o que importa é o “daqui para frente”.
5º erro: investir tudo em ações
A palavra de ordem aqui é “diversificar” os investimentos. Esse é um dos conceitos básicos de quem investe. No mercado há uma expressão para isso: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”, ou seja, distribua seus recursos em diversas modalidades de aplicações e outros segmentos como imóveis ou renda fixa, mesmo que a rentabilidade não pareça tão atrativa no curto prazo, mas que representem uma boa estabilidade de seus ativos.
O mercado de ações é um investimento de risco e exige que você esteja preparado, não só financeiramente, mas sobretudo psicologicamente, para lidar com momentos de crise.
Antes de partir para quaisquer modalidades de investimento é importante identificar seu perfil de investidor (conservador, moderado ou agressivo). Porém, para entrar nesse mundo é preciso estar preparado e conhecer algumas regras importantes, pois o arrependimento vem sempre acompanhado de perda financeira significativa.
Joserrí de Oliveira Lucena
MBA em Finanças – PUC-Rio
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