Achei a matéria bem interessante, e por isso transcrevi literalmente... é da revista Pensecarros.
O sexo das
multas
Enquanto a multa mais aplicada às
mulheres é por excesso de velocidade, homens são mais punidos por alterar o
carro
Eles se preocupam com a beleza de seus carros. Elas pisam fundo. O
resultado disso é um saldo de 76,3 mil multas aplicadas no Rio Grande do Sul em
2010. A inversão de estereótipos revelada por um levantamento sobre as
autuações registradas no primeiro semestre deste ano surpreende especialistas e
preocupa autoridades.
As mulheres estão
mostrando uma outra face – bem menos prudente do que se imaginava. De acordo
com dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a infração número 1
entre as condutoras gaúchas é o excesso de velocidade. Isso significa, segundo
a psiquiatra Carla Bicca, da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul,
que as mulheres podem estar buscando, também no trânsito, a igualdade entre os
sexos. E estão fazendo isso de uma forma perigosa.
Os homens, embora continuem sendo multados por acelerar além da conta,
tornaram-se campeões em personalizar seus carros sem respeitar a lei. Se no
passado os motoristas turbinavam motores, hoje o investimento tem foco na
estética. Muitos optam por rodas esportivas, películas escuras e suspensão
rebaixada e alteram as características do veículo, o que é proibido pelo Código
de Trânsito Brasileiro.
– Ao mesmo tempo em que as mulheres ficaram mais agressivas na direção,
os homens estão mais preocupados em ter um carro bonito, cheio de detalhes. É o
reflexo das mudanças em curso na nossa sociedade – explica Carla.
Nessa guerra dos sexos às avessas, os homens ainda são mais imprudentes
do que as mulheres. Apesar de representarem cerca de 70% dos 3,8 milhões de
condutores habilitados, eles respondem por 88% das infrações registradas nos
seis primeiros meses de 2010.
Excesso de vaidade
A vaidade masculina está por trás de 28% das infrações cometidas pelos gaúchos em 2010. Das 235 mil multas registradas até junho no Estado, 66 mil estão relacionadas à circulação de veículos com acessórios proibidos pelo Código de Trânsito Brasileiro ou dispositivos de segurança e identificação fora dos padrões legais. Já os flagrantes por excesso de velocidade, captados por radares e lombadas eletrônicas, ficaram em segundo lugar no ranking das autuações, elaborado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS).
A vaidade masculina está por trás de 28% das infrações cometidas pelos gaúchos em 2010. Das 235 mil multas registradas até junho no Estado, 66 mil estão relacionadas à circulação de veículos com acessórios proibidos pelo Código de Trânsito Brasileiro ou dispositivos de segurança e identificação fora dos padrões legais. Já os flagrantes por excesso de velocidade, captados por radares e lombadas eletrônicas, ficaram em segundo lugar no ranking das autuações, elaborado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS).
Nas últimas
décadas, os gaúchos passaram a investir na personalização estética de suas
máquinas. Rodas e escapamentos esportivos, suspensão rebaixada, películas
escuras são as modificações mais comuns. E as que mais se convertem em multas
nos prontuários desses motoristas.
– O homem é mais vaidoso com seu carro. A mulher é vaidosa com ela
mesma. O problema é que, muitas vezes, o condutor não respeita a legislação –
avalia o psicólogo Paulo Afonso da Rosa Santos Filho, chefe da Coordenadoria
Psicológica e Médica do Detran.
No trânsito, porém, a vaidade estaria acompanhada da vontade de
transgredir. Mesmo sabendo que o veículo mexido pode ser autuado na esquina de
casa, os condutores insistem em investir em mudanças que desrespeitam as normas
de segurança.
– É como se dissessem: eu transgrido, e daí?! Isso já não acontece tanto
com as mulheres, até por uma questão de formação – afirma a psiquiatra Nina
Furtado.
Excesso de velocidade
O mito de que as mulheres são mais cautelosas ao volante ficou para trás –
estatisticamente. Segundo números do Detran, elas estão pisando mais no
acelerador, e as consequências da imprudência já começaram a aparecer: nos
últimos seis meses, as multas por excesso de velocidade atingiram o topo do
ranking das infrações entre as motoristas gaúchas.
Na raiz do
comportamento de risco, especialistas identificam um processo mais amplo de
mudanças. A origem do fenômeno, conforme a psiquiatra Carla Bicca, da
Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, está nas fileiras da revolução
feminina e remonta às décadas de 1960 e 70.
Elas conquistaram o mercado de trabalho e conseguiram acumular economias
para comprar o próprio carro, até então uma exclusividade dos homens. Na
primeira década do século 21, elas já representam 30% dos 3,8 milhões de
condutores brasileiros.
– O reflexo desse processo está nas meninas de hoje. Fazem tudo que os
homens fazem, inclusive correr de carro – afirma Carla.
Para a psicóloga Maria Luísa Pereira de Oliveira, as mulheres estão cada
vez mais sobrecarregadas. A imprudência, nesse caso, seria reflexo de uma
contingência.
Para Eduardo Cortez Balreira, consultor do Sindicato dos Centros de
Formação de Condutores (CFCs) do Estado, a tendência é preocupante:
– Pode ser necessária uma mudança nos CFCs. As mulheres merecem atenção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário