Os bancários iniciaram o movimento da campanha salarial 2012, tendo em vista que sua data-base é setembro de cada ano.
Após analisar a proposta da FENABAN, que oferece apenas 6% de reajuste, vários sindicatos regionais já votaram por deflagrar greve geral a partir do próximo dia 18/09/2012 - o movimento grevista é nacional e inclui os bancários da rede pública e privada. A proposta da FENABAN representa um retrocesso na retomada de perdas históricas, com "ganhos reais" acima da inflação do período.
Ganho real é um conceito para quanto o salário aumenta acima do índice de inflação oficial medida nos últimos 12 meses. É um termo inadequado, neste caso, pois a categoria dos bancários tem perdas históricas criadas por GOLPES como o plano Bresser, os planos Verão 1 e 2, o famigerado plano Collor e tantos outros da Era FHC, que gerou perdas salariais irreparáveis - estas perdas são admitidas mas não reconhecidas pelos governantes, e sobretudo são sentidas no bolso não só dos bancários, mas também de toda a massa trabalhadora do país - um exemplo de perda histórica é o da inflação de março de 1989, que chegou a 81% e foi solapada dos reajustes dos trabalhadores.
Na atual proposta de reajuste salarial (2012), a FENABAN sinaliza com míseros 0,6% de GANHO REAL. Dá prá acreditar?
Como forma de contribuir para ampliar o debate sobre o tema "GREVE", compartilho um artigo enviado pelo colega bancário Kennedy Wanderley de Sousa (Por que a Greve se prolonga).
Um abraço, e vamos à luta!
Joserrí de Oliveira Lucena
POR QUE A GREVE SE PROLONGA...
O piso salarial do bancário é cerca de metade do piso no Paraguai, Chile e Argentina; que junto aos comissionados passam o ano todo sofrendo com a exploração das metas abusivas. Diante disso é preciso ter claro que a campanha salarial é o momento mais adequado para lutar por melhorias. Tem alguns colegas que se esquecem do desrespeito dos bancos e ficam com pena do patrão na hora de aderir à greve, que é a nossa única forma de defesa; e ainda se valem de desculpas equivocadas, que na verdade só interessam ao patrão:
- não estou atendendo clientes; só fazendo serviços internos;
- não tem ninguém que faça meu serviço; se eu não fizer o banco vai se prejudicar;
- eu só estou processando envelopes (que é um grande ataque a luta dos bancários);
- eu não sei se a greve resolve nossos problemas; etc.
- não veio ninguém fazer piquete aqui;
Agir assim é contrariar todo objetivo da greve, que é diminuir os exorbitantes lucros do patrão. Não tenham dúvidas companheiros, esse é o escopo fundamental de uma greve; pois greve que não causa problemas ao patrão, que não lhes causam preocupações, será sempre greve demorada e derrotada. A greve é o momento do trabalhador pensar exclusivamente em si; sem ter pena do patrão (pra isso ele teve e terá o ano inteiro). Na verdade, não há justificativa aceitável para o trabalhador que fura uma greve justa de sua categoria. Seria bom que só ficasse na agência o gerente geral; mas temos aceito mais uma pessoa, para ajudar na compensação e para abastecer máquinas de saque e atender as exigências míninas da legislação.
Outro equívoco é achar que a greve é contra os clientes; a greve deve ser contra o patrão e deve interromper seus negócios, causar-lhes problemas e reduzir seus lucros; pois só assim ele vai negociar. Em auto-atendimento e em sistemas já são feitas cerca de 90% das transações, mesmo assim a greve ainda surte efeito; isso mostra a importância do trabalho do bancário. No entanto, um dos maiores equívocos da greve é permitir que se processem envelopes de depósitos, que é o único serviço do auto-atendimento que é verdadeiramente interrompido na greve; do contrário todos os serviços bancários estariam sendo feitos. Portanto, fazer depósitos é um ataque à greve e uma tentativa de anular o seu efeito.
É uma vergonha que ainda seja preciso ter piquete em banco público para que alguns colegas não furem a greve. O fura-greve é o motivo da greve se alongar e de ser derrotada, pois se serviços do tipo análises e deferimento de pleitos, concessões de LRCs, balancetes, audiências, custódia, depósitos, etc., são feitos, não há por quê o patrão ter pressa ou necessidade de negociar. Ou seja, o fura greve dá fôlego ao patrão para derrotar a ele próprio e a seus colegas. Furar a greve é um equívoco que contraria a lógica secular da luta dos trabalhadores e uma agressão aos escritos daqueles que dedicaram toda uma vida a mostrar como se processa efetivamente a exploração de uma classe por outra; é uma atitude na maioria das vezes, egoísta, pusilânime, sem espírito coletivo e desprovida de consciência social e política, que indica uma covardia inexplicável contra a sua própria classe.
Alguns gestores ignoram que não adianta ter crescimento econômico se não for também para mehorar a vida de todos; e portanto não sentem nenhum pudor de serem capatazes da exploração dos bancos, inclusive durante a greve. Porém muitos ao se aposentarem tentam tardiamente se redimir, mas o tempo é cruel e não volta atrás; visto que já perderam o bonde e com certeza serão castigados por suas próprias consciências.
TER PENA DO PATRÃO PROLONGA A GREVE E ENCURTA AS CONQUISTAS...
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