terça-feira, 13 de março de 2012

Carga Tributária – parte 1 de 3


Dias atrás num diálogo interessante com um empresário, o mesmo sintetizava sua indignação com o fato de o governo manter uma carga tributária tão desumana, que praticamente inviabiliza a sobrevivência das empresas.

Em nossa conversa, aquele empresário atribuía o fato de as empresas não terem condições de fazer novos investimentos e crescer, gerando mais empregos, ao fato de o fardo dos tributos, por vezes em cascata, comprometer o pouco lucro auferido.

O tom de nosso breve diálogo tornou-se quase áspero quando o indaguei se sua empresa declarava todo o faturamento realizado.

Conforme é amplamente sabido e conhecido pelos reinos mineral, vegetal e o éter, a cultura brasileira da sonegação é arraigada na ética comercial, e convive lado a lado com os discursos agressivos por desoneração, incentivos fiscais e subsídios governamentais a fundo perdido.

É uma incoerência sem tamanho que o mesmo cidadão que cobre transparência e melhor distribuição de renda, sonegue descaradamente o imposto devido, e tenha caixa 2, caixa 3… inclusive perceptível num simples cruzamento de declarações de imposto de rendas pessoa física e jurídica, comparativamente ao padrão de vida de sócios e acumulação de bens duráveis e patrimoniais.

O pobre do Contador sofre. E como sofre. Tem que apresentar diversas “versões” de situação econômica e demonstrativos financeiros e fiscais da empresa, a depender do interesse do empresário, destacando-se pelo menos 3 delas:

1)      Governos (Federal, Estadual e Municipal), para recolher o mínimo de tributos;
2)      Bancos, para conseguir limites de crédito;
3)      Empresário – essa a mais difícil, pois patrimônios civil e jurídico se entrelaçam, num labirinto em que receita vira lucro, e até o contador perde a noção do verdadeiro cenário, e faz remendos para “fechar” a conta.
Com um empresariado pouco ou nada profissional, a empresa caminha a passos largos para a bancarrota, não raro embarcando na ilusão de postergar pagamentos a fornecedores, credores e compromissos inadiáveis (como custos fixos, operacionais e de mão-de-obra). As estatísticas comprovam a taxa de mortalidade de empresas nos primeiros anos de constituída, mesmo que seus “empreendedores” atuem no segmento anos a fio antes da “legalização”.

Esses empresários, mal logrado sucesso, justificam erros e amadorismo a carga tributária.

E o totem dos que vivem essa hipocrisia é o Impostômetro.

O bode expiatório não podia ser mais conveniente, mas é tema para outro post.


Esp Joserrí de Oliveira Lucena
Historiador e MBA em Gestão Financeira

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