Essa convivência pacífica é tolerada, em parte, porque o
financiamento privado de campanhas políticas cria o ambiente no qual o agente
público é refém do agente financiador de sua eleição.
A origem dos recursos para tal finalidade é disponibilizada
via caixa 2, 3… e essa simbiose torna a ambos parasitas da coisa pública – o
empresário sonega e o fiscalizador não tem legitimidade para reverter o
processo, por receio da chantagem e da exposição pública do ilícito.
Corrupção é a
palavra que melhor define esse comportamento hipócrita dos que têm mais de uma
ética e usa dois pesos e duas medidas – e se inicia com coisas “bobas” como
furar uma fila, corromper um guarda de trânsito para rasgar uma multa…
O impostômetro é
o melhor aliado e principal instrumento visível da tentativa de nos induzir a
crer que arrecadação elevada é um problema. Quando replicamos essa falsa
verdade, legitimamos a sonegação, pois que nosso foco está borrado e não vemos o
que fato deveríamos.
O impostômetro tem até site na internet www.impostometro.com.br e placares instalados em várias cidades do país, indicando, em tempo real, uma estimativa da arrecadação, e faz cálculos "bem interessantes", como: com o valor arrecadado, daria para comprar "x" celulares, "x" geladeiras... como se as pessoas comessem celulares, e se locomovessem em geladeiras...
Ora, mas sem aumento da carga tributária, nem criação de novos tributos, os recordes seguidos em aumento de arrecadação é sinal de economia aquecida, de pleno emprego… ainda mais quando o cenário geral internacional é de recessão.
É verdade que tal aumento de arrecadação também pode ser
sintoma de fiscalização mais rígida, o que cria alguns problemas, mas isso é
tema para a terceira parte dessa trilogia.
Esp Joserrí de
Oliveira Lucena
Historiador e MBA em Gestão Financeira
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