Os diversos braços da Polícia têm seu mecanismo para aferir
o quanto se fatura com drogas, prostituição, contrabando... proponho que os
governos se valham da mesma eficiência para calcular o que se deixa de
arrecadar.
Pela experiência acumulada ao longo de 14 anos de trabalho e
consultoria junto a mini, micro e pequenos empresários, arrisco o palpite de
que a sonegação é cerca de 5 vezes maior que a arrecadação oficial. Estou sendo
pessimista; pode ser até maior.
Isso porque, se formalizar é uma pequena parte do processo.
Transparência é fato raro.
O impostômetro é um indicador de que está se sonegando menos
– o que dificulta as poupudas contas dos caixas 2, a evasão de divisas e o
patrocínio dos candidatos convenientes.
Quem não consegue dar o “drible da vaca” na legislação,
recorre a mecanismos como terceirização, quarteirização… que, por vezes chegam
ao requinte da sublocação de licitações, subpleitamento de obras… tudo dentro
da Lei.
Se nossa cultura fosse marcada pelos princípios da moral e
ética propagada, não precisaríamos de programas de Qualidade Total.
Aliás, qualidade total não deveria ser um desafio de mudança
de cultura, mas sim de caráter…
O caráter é
formado pela soma das crenças, valores, princípios e fatores subjetivos aprendidos
de geração a geração, passado de pai para filho… portanto, é fruto de décadas,
séculos, de educação… não raro marca toda uma civilização. Falaremos disso em
artigo específico.
A política de punição não pode ser a solução para corrigir o
mau caratismo de quem sonega impostos. Isso seria equivalente a legitimar o
“direito” do mais esperto, e penalizar o pequeno, que morreria por asfixia.
Para fazer companhia ao impostômetro, sugiro instituir o
Sonegômetro.
Nele seriam expostos os valores apropriados indevidamente, e
que deveriam se reverter em serviços públicos de excelência.
Num país sério, não teríamos, vinculado ao impostômetro, um
movimento que faz campanha contra a arrecadação (http://www.horadeagir.com.br/). Num
país sério, cobraríamos correta aplicação dos valores arrecadados, ao invés de
se aliar aos que se corrompem para fraudar a nação.
Esp Joserrí de
Oliveira Lucena
Historiador e MBA em Gestão Financeira
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