O mote foi dado: está em curso o policiamento das peças
publicitárias no Brasil.
A polêmica foi estabelecida depois que uma marca de langerie
expôs uma campanha com a mega top modell Gisele Bündchen (tomara que eu tenha
acertado esse palavrório internacional, que deveria ser todo aportuguesado).
Nos “comerciais” Gisele aparece em trajes normais e apenas de calcinha e sutiã,
dando a mesma notícia (ruim) ao marido.
O apelo é de que é melhor dar má notícia mal vestida (desde
que da marca Hope).
A Secretária de Políticas para as Mulheres, da Presidência
da República se manifestou contra. Na visão dela e de milhões de outras
mulheres, a campanha só contribui para a coisificação da mulher e a expõe apenas
como objeto do desejo sexual...
Bem, pegando o fato como mote, sugiro uma faxina (termo da
moda) nos demais comerciais que usam a mulher-objeto para vender carros, pneus,
cerveja, viagens de turismo (sexual) e um zilhão de outros produtos que elas
não são (de fato) o público alvo...
A propósito, a campanha da moralidade podia ir ainda mais
além e sugerir a suspensão de comerciais com propaganda enganosa como o da
Câmera Tek Pix, dos produtos para emagrecer e malhar, expostos até em programas
específicos em canais de venda eletrônica, que enganam um monte de pessoas todos
os dias.
Tem também as propagandas de assinatura de diversas listas
por celular, ao custo de R$ 4,99 a semana (tudo escrito em letrinhas miudinhas que
passam velozes nos comerciais, que nem o Neo da Matrix consegue ler).
O shampoo Francisco Alves podia ser um desses. O produto promete
milagres, além de fazer um alerta importante: para cada um (cabelo branco) que a
gente arranca, nascem outros sete (baseado em que pesquisa científica?).
Até comerciais de veículos incitam o desrespeito às Leis de
Trânsito (numa delas Cauã Reymond surfa em cima de um carro descendo uma serra),
a infidelidade conjugal (Escapade), e até o furto (lembra do comercial em que
um ex-presidiário não resiste e rouba novamente um veículo recém lançado – este
foi suspenso).
No Brasil, como em muitos lugares do mundo, mulher é um garoto-propaganda que vende desde salada de verduras para sanduíches (Mc Donald), refrigerante ("Pode ser"? da Pepsi), desodorante (Axe) e até saco de cimento (que não lembro a marca)... em cujos comerciais elas vêm aos múltiplos - com a sugestão de ser "brinde".
E como nenhum órgão governamental age para banir esse tipo
de publicidade do ar? Ninguém se indignou ainda (por não se sentir ofendido?).
Está na hora de ser mais abrangente e repaginar a história
da propaganda no Brasil, com sugestões de autorizar apenas o que é certo.
E olhe que nem comentei a publicidade destinada a crianças e
nem a permissão de intervalos comerciais nas TVs “pagas”... um verdadeiro
absurdo!
Aliás, o CONAR serve prá que mesmo?
Deve ter a mesma serventia de pegador de gelo, peito de
homem e Procon: nada!
Joserrí de Oliveira Lucena
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