segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sim, sim! Não, não!

Você já deve ter ouvido esta expressão diversas vezes. É bíblica. É de um dos trechos do Sermão da Montanha, proferido por Jesus a seus seguidores, conforme narrado no Evangelho de São Mateus (capítulos 5, 6 e 7).

É bíblica, mas não é apenas religiosa.

Você deve também conhecer uma pá de gente 'duas caras', cuja palavra vale menos que um risco n'água. São pessoas nas quais a gente não pode confiar, pois o seu “sim” ou o seu “não” não significam nada; suas ações não confirmam suas palavras.

O “não” mecânico dessas pessoas é sinônimo de falta de empatia; por vezes é expressado antes mesmo de o interlocutor terminar sua fala… Apressado em negar qualquer atenção às necessidades alheias, o insensível e sonoro “NÃO!” é frio e cortante no coração de quem o ouve.

Ainda que o 'não' por vezes vire um 'sim' (pelo agir), seu resultado naquele que o ouviu pode ser marcante a ponto de diminuir ou mesmo anular o efeito pretendido, pois essa 'mudança' a tentativa de 'consolo'. Um 'não' deveria ser um 'não'.

Entretanto, o 'não' pode produzir reflexões naquele que o sentenciou. É o 'não' que produz mudança de atitude, compaixão, arrependimento, ante o quebrantamento do outro. SE for eficaz, pode se converter em algo positivo e bom, principalmente quando mover-se na direção do 'sim'.

O 'sim' fácil, por sua vez, pode significar apenas a chance de postergar o 'agir'; há muitos que dizem 'sim', mas não movem-se na direção de fazê-lo acontecer; não convertem o verbo em prática.

Os palanques e gabinetes estão cheios do 'sim' protocolar, do 'sim' da boca pra fora. É o 'sim' do elogio gratuito e fútil, da técnica de ganhar tempo para não fazer nada – apenas para dispensar o 'importúnio' do momento.

O 'sim' descompromissado é o 'sim' da preguiça; é o 'sim' de quem não irá fazer nada mais do que apenas isso: dizer o 'sim'.

A dupla que se completa é composta de falar-agir, prometer-fazer, criar expectativas e atendê-las; isso requer um único ditongo possível: “Sim, sim; Não, não”.

Ser “Sim, sim!; Não, não!” é ser honesto; é não defraudar o outro com promessas vãs.

Verdade e Justiça, Fé e Obras, prometer e cumprir são exemplos de situações em que o 'sim, sim!' ou o 'Não, não!' fazem toda a diferença no resultado.

Nessas situações, ainda que a primeira sentença seja a desejável, e que ouví-la crie boas expectativas, é na segunda parte da sentença que deve estar o foco principal. Vale pouco dizer 'sim' ou 'não' se as atitudes não confirmarem o enunciado. As nossas ações é que realmente confirmam ou negam o que nossa boca professa.

“Sim, sim!” ou “Não, não!” não podem ser classificadas em bem ou mal. O “Não” para o que é errado, ilícito ou injusto deve ser seguido por ações de repúdio (ao errado, ilícito ou injusto). Dizer “Não” para o ilícito em público, mas abraçá-lo no reservado, é tão incoerente quanto dizer “Sim” na promessa de pé-de-ouvido mas decepcionar na hora de ter que honrar a palavra empenhada.

Que nossas atitudes sejam tão marcantes e inequívocas, que não precisemos declarar o primeiro 'sim' ou o primeiro 'não', mas que eles (quando necessários) sejam apenas e tão somente a expectativa que nosso agir confirmará (a história de vida é um bom termômetro para verificar o 'modus operandi').

“Sim, sim; Não, não” firmes, indicam ética, caráter, coerência, personalidade forte, respeito a si mesmo e ao próximo, e sintetizam um ensinamento tão importante que deveria ser objeto de conversas entre amigos e repassados de pais para filhos…

Sim, sim!; Não, não!” podem ser compreendidos como o ditongo Fé o Obras; sem Obras, a Fé é morta (conforme descrito em São Tiago). As Obras expressam Fé – ainda que negada – pois Fé não é um atributo apenas de religiosos.

Que as nossas atitudes falem tão alto e claro que nem precisemos do primeiro 'sim' ou 'não', e que se a eles recorrermos sejam para honra mútua, confirmada no segundo 'sim' ou 'não'.


Joserrí de Oliveira Lucena

(o texto acima foi a base para uma conversa no Caminho da Graça em Natal-RN, no sábado 29 de agosto de 2015 - conforme ilustração).


Um dia de Merda! - texto apócrifo

Em tempos de profusão de frases novas atribuídas a gente que já morreu, e impossíveis de serem checadas, prefiro publicar meus próprios rabiscos, e replicar uns de poucas fontes que conheço e posso dar o crédito adequado.

Meus textos em geral são sérios, mas abro aqui parênteses para expor um do tipo  humor e fake. 

"Um dia de merda!" é texto atribuído a Luis Fernando Veríssimo, e tido como verídico. Não é uma coisa, nem outra; o texto abaixo é muito engraçado, tem um estilo semelhante aos que o próprio escreve, tem até aquele "quê" de qualquer semelhança com experiências pessoais que já vivemos em algum momento, mas nem é de Veríssimo, e muito provavelmente não é verídico.

Narrar como Verídico e atribuir a Veríssimo, foi uma tentativa de dar status ao texto. Não precisava.

Apesar de amplamente divulgado como sendo de Luis Fernando, o texto é apócrifo (até que alguém reivindique a autoria).

Eu sempre rio muito relendo e imaginando a cena toda.

Divirta-se... e previna-se de viver um dia de merda.

Joserrí de Oliveira Lucena



Luis Fernando Veríssimo, é um excelente escritor.
Tem várias obras publicadas, como "As mentiras que os homens contam".



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Um dia de merda (texto apócrifo)

Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo”. O avião só sairia às 16:30.

Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

sábado, 29 de agosto de 2015

Quando todos falam a mesma coisa, ninguém está falando coisa alguma.

Se esta frase já existir, parabéns a quem a criou; se não existir, não terá graça tê-la criado, de tão óbvia que me parece.



Lembro que num dos cursos de Gestão que fiz há uns anos atrás, tivemos umas sessões de brainstorm em que éramos incentivados a simplesmente deixar o cérebro destravado de amarras e liberar a imaginação para proposição de ideias. Ao longo da atividade, primeiro individualmente e depois em grupos, íamos refinando a profusão de sugestões até que ficasse o resumo do resumo do resumo; na prática, o refinamento é a sistematização do pensamento pasteurizado, e o resultado por vezes não guarda qualquer relação com a ideia original, senão o fato de ter sido o interruptor que a gerou.

Sintetizando, o brainstorm serve para criar sinergia, mas o que se quer é que no final todos estejam falando a mesma coisa.

Prá mim, quando todos falam a mesma coisa, perdeu-se a essência do grupo e todos são dispensáveis – menos um qualquer do grupo, que possa fazer uma apresentação do resultado a outros grupos (e se necessário, posto que se tiverem produzido um manual, todos mesmo poderão ser dispensados).

Fuja da ditadura do pensamento, que quer te fazer apenas reproduzir o que já foi ruminado e remastigado. Não desligue o cérebro do modo brainstorm, e se possível, quebre a “peneira” entre o cérebro e a boca, para expor sem filtros tudo o que a massa cinzenta conseguir elucubrar.

Quando todos falam a mesma coisa, ninguém está falando coisa alguma; não seja todos. Não reproduza o discurso uniforme da massa. Ouse discordar, nem que seja pelo exercício de não aceitar passivamente o sobejo das ideias alheias.


Joserrí de Oliveira Lucena




segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Chinarização

Há cerca de 20 anos o mundo vivia o ápice de um movimento chamado Globalização. Tal escola direcionava hábitos como consumo, investimentos, cultura, economia, política e informação para serem homogêneos - o planeta seria uma Aldeia Global. Assim, uma calça jeans é vestimenta comum nos EUA, no Brasil ou na África. Artistas fazem sucesso desprendidos da cultura local, e de alguns nem se sabe a nacionalidade desde que o "inglês" seja a língua de suas músicas...
 
Uma moeda única, um governo supranacional, uma metarreligião seriam os paradigmas desse movimento, que parece ter estagnado diante do surgimento de um gigante que engoliu a globalização e tornou-se dono do modo de produção capitalista.
 

 
Paradoxalmente, é a China (a maior nação Comunista do Mundo) o Centro de Produção Global (tendo o controle da produção de alicates para unhas a apetrechos de alta tecnologia, de brinquedos infantis a equipamento bélico).
 
Todas as marcas famosas do planeta valem-se da China para fazer uso da Mais-Valia, usando-a numa escala jamais imaginada por Marx.
 
O mundo "globalizado" assiste passivamente a China desrespeitar regras ambientais, trabalhistas e humanitárias. Aliás, passivamente não; Ativamente.
 
Num movimento consciente, empresas do mundo inteiro desmontaram seus parques industriais e mudaram-se para a China de mala e cuia. É a Chinarização.
 
Vivemos uma crise global no emprego, que deteriora qualidade vida, saúde e finanças, e a reação esboçada é seguir o modelo que flexibiliza direitos e reivindica cometer ou tolerar os mesmos abusos. É a Chinarização.
 
Gostaria que o mundo acordasse para essa realidade e passasse a exigir da China o atendimento a todas as legislações e direitos que se exigem de qualquer outro país do mundo. Para acordar, precisaria estar dormindo; mas está tudo "acordadíssimo!"
 
Chegará o dia em que todos lamentarão o mundo não ser mais como era antes; aliás, nesse dia, nem a China será mais o Tigre de outrora. Até lá, de tão diminuídos que estarão os trabalhadores, a China poderá ser bem aqui.
 
 
Joserrí de Oliveira Lucena
Historiador (UFRN)
MBA Negócios Financeiros (PUC-Rio)
Esp Desenvolvimento Sustentável (UFRN)
Bel.ndo Direito (UERN)
 
Frase de rodapé não diz quem a gente é.
 



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Crise? (2/2)


- E a Crise?
 
Duas amigas conversam; uma delas empolgada fala sobre os ótimos preços dos produtos para reformar a casa.
 
A outra interrompe:
- E a crise?
- É alérgica! - retruca a primeira.
 
O breve diálogo acima é proposta de comercial de TV de um varejista local, e mostra como a nossa percepção tem impacto significativo na nossa reação.
 
Este é o retrato de um momento cuja dimensão psicológica pode redundar em mudança de comportamentos, reduzindo o consumo e gerando efeito no mercado financeiro e na Economia.
 
Aí você pode me questionar quem está alienado da realidade, e eu prefiro não discutir teorias macro-econômicas. Sugiro algo mais simples: dê uma olhada no extrato do seu plano de previdência privada e compare rentabilidade esperada e realizada.
Certamente o resultado realizado está aquém do benchmark "esperado"; ainda que nessa conta esteja a soma da expectativa dos últimos anos, o que aponta para uma falsa percepção de prejuízo. A expectativa frustrada pode ser lida como resultado de Crise.
 
De outro prisma, percebe-se que a rentabilidade alcançada está bem superior à média de outras aplicações em ativos financeiros (e em algum recorte, é superior à meta atuarial do próprio plano).
 
Mas que Crise é essa que permite um retorno bem superior a ativos semelhantes no chamado Primeiro Mundo, de forma quase perene?
 
Querer retorno de 15% a.a. (acima da inflação) e conseguir "só" 7% é ruim?
 
Essa rentabilidade "ruim" tem atraído cada vez mais investidores estrangeiros de todos os segmentos para o Brasil: seguradoras, construtoras, montadoras, empresas de grifes famosas (e outras nem tão) e inclusive agentes financeiros (o mais recente um Banco chinês) - nenhuma instituição de caridade, pode crer.
 
Que a Crise (alérgica) passe rápido!
 
Boa semana de trabalho para todos!
 
Sds,
 
Joserrí de Oliveira Lucena
Historiador
MBA Negócios Financeiros (PUC-Rio)
Esp Desenvolvimento Sustentável (UFRN)
Bel.ndo Direito (UERN)
 
 
Frase de rodapé não diz quem a gente é.
Passa logo, crise alérgica!
 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Medo



Estou vendo um crescente de pensamento e atitude pessimista contaminando mais pessoas que a cota normal.
 
E não falo isso apenas pelo cenário econômico-político-partidário. SE fosse, seria natural, dado o catastrófico e desastroso cenário de degradação que aflige TODAS as nações do globo.
 
O sentimento disseminado é:
- Ai meu Deus, se acabou tudo!!!
 
 
Falo da contaminação das pessoas com um sentimento de derrota que permeia até o seio familiar em conflitos banais; estamos divididos em greis, discussões tolas sobre sexualidade (que a ninguém mais do que às 4 paredes deveria bastar), laicismo x fundamentalismo, etc... temas sérios e banais usados como pretexto para agredir o "outro", e que da forma conduzida em nada contribuem para o estabelecimento de um bem estar individual e coletivo.
 
Nesse exacerbamento de discussão monocromática entre preto e branco, ignoram-se as escalas de cinza (no plural mesmo) e perdemos a oportunidade de construir um futuro melhor (sem a necessidade de apor um carimbo de paternidade para A ou B).
 
Não estou preocupado com a "crise"; estou preocupado com a onda de pessimismo que presta um excelente DESSERVIÇO à nação e que impregna inclusive formadores de opinião qualificados, que deveriam usar um caleidoscópio como lente, e mudar esse discurso de túnel sem luz no fundo.
 
Parece ufanismo, mas faço parte de uma empresa que há 63 anos trabalha arduamente para mudar a realidade de uma região que já foi considerada "peso morto" para o país. Eu e outros cerca de 7000 colegas atuamos como AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO da realidade cruel do Semi-Árido. O nordeste dá certo, em grande parte pelo trabalho que fazemos aqui.
 
Não é uma tarefa fácil, mas a gente precisa PENSAR e AGIR positivo, e FAZER DAR CERTO. Sim: Atitudes Positiva e Proativa são determinantes para um resultado diferente do fracasso.
 
Clientes e consumidores mudam hábitos. É assim desde que sempre. Por exemplo: a fotografia impressa teve seu auge, mas hoje é uma indústria em decadência (apesar de hoje as pessoas registrarem bilhões de vezes mais fotos que há décadas atrás)... as empresas inteligentes se adaptaram a essa realidade que parece não ter volta.
 
Quanto à crise...
Conta-se que foi visitar um reino perfeito e pediu autorização ao Rei para ficar ali uma temporada. Prometeu atingir apenas 500 súditos durante a estadia.
Após longa negociação, concordaram, desde que o número de afetados fosse apenas 100 súditos.
Passado o tempo determinado, a Crise voltou ao palácio para agradecer a hospitalidade, mas o Rei mostrou-se indignado pelo fato de a Crise ter prejudicado mais de 1000 de seus cidadãos, não respeitando nem mesmo membros da mais alta nobreza.
A Crise, pacientemente prestou relatório daqueles que havia deliberadamente escolhido para seu intento; 100 pessoas ao todo.
As demais, disse ela, foram atingidas pelo MEDO.
 
 
A maioria de nós nasceu nu, careca e banguela. Se a realidade hoje é melhor, não caiu do céu, nem foi presente de nenhum líder terreno.
Escolhi não desistir nunca de sobreviver - mesmo quando tudo parece perdido; Ao longo do percurso, já me reinventei diversas vezes, ajustando o foco, direcionando esforços, experimentando dezenas de ofícios diferentes... (algumas das quais caíram na obsolescência pela produção em larga escala, como fabricar e vender cabides de porta em porta).
 
Intuitivamente adotei a premissa de fugir de pessoas pessimistas e negativas; Pessimismo é uma doença contagiosa e que pode até não matar, mas causa muitos estragos.
 
Desse modo, estou sempre atento para não ser contaminado pelo MEDO, que gera pessimismo e suas consequências. É preciso reagir (a menos que você ache que "já chegou lá" e nada mais faz seus olhos brilharem).
 
Um abraço e boa semana!
 
Sds,
 
Joserrí de Oliveira Lucena
Historiador
MBA Negócios Financeiros (PUC-Rio)
Esp Desenvolvimento Sustentável (UFRN)
Bel.ndo Direito (UERN)
 
 
Frase de rodapé não diz quem a gente é.
Basta de Medo. Faça dar Certo!
Se não passar o Medo, vai com Medo mesmo!
 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Cri$e (1/2)




Breves saídas de casa no penúltimo fim de semana, e pude ver efeitos da "Crise" (vide fotos):
 
1. sábado de manhã bem cedo, numa das avenidas aqui de Natal-RN, o trânsito já estava como de costume; em plena crise não conheço ninguém que deixou de tirar o carro da garagem para sair (inclusive às compras, certamente, porque sábado não é um dia de semana, que a mobilidade fica caótica todo dia);
 
2. Fomos ao shopping apenas passear, como milhares de outras pessoas; como ninguém é de ferro, o ticket médio de uma saidinha assim (que a gente diz que está "só olhando") fica por volta dos R$ 100,00;
 
4. Compras básicas no supermercado (espremi mais de 30 produtos num cestinho para ir ao caixa rápido, que é reservado para compras de até 20 ítens)... porque os caixas normais estavam tumultuados com famílias empurrando 2, 3 carrinhos lotados...
 
5. Um bom círculo de amigos e colegas de trabalho estão trocando seus carros por modelos mais novos; a expectativa é grande, mas o tempo de espera tem sido por volta de 60 dias APÓS O PEDIDO do brinquedo...
 
Ah... cadê o número 3?
Estávamos num aniversário (onde ninguém vai de mãos abanando, e quem não recebe um convite faz beicinho...); os anfitriões, com toda economia possível, fizeram a festa em casa mas não gastaram menos de R$ 3.000,00 (em cenário, lancheiras, miçangas, bolos e refrigerantes - que ninguém é de ferro).
 
 
Ô Crise danada!
 
Falando não menos sério que nos tópicos acima, prá mim, CRISE no Brasil é o nome de uma novela que passa nos folhetins noturnos; tem a maior audiência dentre as demais novelas - mesmo na emissora consagrada nos anos de chumbo. Há quem dê uma dimensão maior do que a realidade, e esteja impregnado de pessimismo.
 
Dentre tantas mensagens pessimistas que ouvi dizer que circulam, até uma faz menção à venda de estatais, e que nossos empregos estariam em risco.
 
VAMOS DESIMPREGNAR?
 
Busque alimentar-se de informações que corroborem o que seus olhos vêem, e não das que embaçam suas lentes para não enxergar.
 
Boa semana!
 
Sds,
 
Joserrí de Oliveira Lucena
Historiador
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Bel.ndo Direito (UERN)
 
Frase de rodapé não diz quem a gente é.
 
Momento 1 - Trânsito na Salgado Filho, sábado, 8h
Momento 2 - Shopping Midway
Momento 3 - Supermercado Nordestão
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Se fizer citação, favor indicar a fonte.

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