segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sim, sim! Não, não!

Você já deve ter ouvido esta expressão diversas vezes. É bíblica. É de um dos trechos do Sermão da Montanha, proferido por Jesus a seus seguidores, conforme narrado no Evangelho de São Mateus (capítulos 5, 6 e 7).

É bíblica, mas não é apenas religiosa.

Você deve também conhecer uma pá de gente 'duas caras', cuja palavra vale menos que um risco n'água. São pessoas nas quais a gente não pode confiar, pois o seu “sim” ou o seu “não” não significam nada; suas ações não confirmam suas palavras.

O “não” mecânico dessas pessoas é sinônimo de falta de empatia; por vezes é expressado antes mesmo de o interlocutor terminar sua fala… Apressado em negar qualquer atenção às necessidades alheias, o insensível e sonoro “NÃO!” é frio e cortante no coração de quem o ouve.

Ainda que o 'não' por vezes vire um 'sim' (pelo agir), seu resultado naquele que o ouviu pode ser marcante a ponto de diminuir ou mesmo anular o efeito pretendido, pois essa 'mudança' a tentativa de 'consolo'. Um 'não' deveria ser um 'não'.

Entretanto, o 'não' pode produzir reflexões naquele que o sentenciou. É o 'não' que produz mudança de atitude, compaixão, arrependimento, ante o quebrantamento do outro. SE for eficaz, pode se converter em algo positivo e bom, principalmente quando mover-se na direção do 'sim'.

O 'sim' fácil, por sua vez, pode significar apenas a chance de postergar o 'agir'; há muitos que dizem 'sim', mas não movem-se na direção de fazê-lo acontecer; não convertem o verbo em prática.

Os palanques e gabinetes estão cheios do 'sim' protocolar, do 'sim' da boca pra fora. É o 'sim' do elogio gratuito e fútil, da técnica de ganhar tempo para não fazer nada – apenas para dispensar o 'importúnio' do momento.

O 'sim' descompromissado é o 'sim' da preguiça; é o 'sim' de quem não irá fazer nada mais do que apenas isso: dizer o 'sim'.

A dupla que se completa é composta de falar-agir, prometer-fazer, criar expectativas e atendê-las; isso requer um único ditongo possível: “Sim, sim; Não, não”.

Ser “Sim, sim!; Não, não!” é ser honesto; é não defraudar o outro com promessas vãs.

Verdade e Justiça, Fé e Obras, prometer e cumprir são exemplos de situações em que o 'sim, sim!' ou o 'Não, não!' fazem toda a diferença no resultado.

Nessas situações, ainda que a primeira sentença seja a desejável, e que ouví-la crie boas expectativas, é na segunda parte da sentença que deve estar o foco principal. Vale pouco dizer 'sim' ou 'não' se as atitudes não confirmarem o enunciado. As nossas ações é que realmente confirmam ou negam o que nossa boca professa.

“Sim, sim!” ou “Não, não!” não podem ser classificadas em bem ou mal. O “Não” para o que é errado, ilícito ou injusto deve ser seguido por ações de repúdio (ao errado, ilícito ou injusto). Dizer “Não” para o ilícito em público, mas abraçá-lo no reservado, é tão incoerente quanto dizer “Sim” na promessa de pé-de-ouvido mas decepcionar na hora de ter que honrar a palavra empenhada.

Que nossas atitudes sejam tão marcantes e inequívocas, que não precisemos declarar o primeiro 'sim' ou o primeiro 'não', mas que eles (quando necessários) sejam apenas e tão somente a expectativa que nosso agir confirmará (a história de vida é um bom termômetro para verificar o 'modus operandi').

“Sim, sim; Não, não” firmes, indicam ética, caráter, coerência, personalidade forte, respeito a si mesmo e ao próximo, e sintetizam um ensinamento tão importante que deveria ser objeto de conversas entre amigos e repassados de pais para filhos…

Sim, sim!; Não, não!” podem ser compreendidos como o ditongo Fé o Obras; sem Obras, a Fé é morta (conforme descrito em São Tiago). As Obras expressam Fé – ainda que negada – pois Fé não é um atributo apenas de religiosos.

Que as nossas atitudes falem tão alto e claro que nem precisemos do primeiro 'sim' ou 'não', e que se a eles recorrermos sejam para honra mútua, confirmada no segundo 'sim' ou 'não'.


Joserrí de Oliveira Lucena

(o texto acima foi a base para uma conversa no Caminho da Graça em Natal-RN, no sábado 29 de agosto de 2015 - conforme ilustração).


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