terça-feira, 16 de novembro de 2010

Poder de consumo de classes C, D e E

Mais um EXCELENTE texto do Paulo Henrique Amorim, que reproduzo na íntegra. vale a pena ler tudinho!


A classe “C” não quer ser “A”. Quer ser ela mesma, o vizinho


Meirelles e as cores, a extravagância que muita gente acha brega


Conversa Afiada tem o prazer de reproduzir (com uma certa liberdade …) a entrevista que Renato Meirelles, sócio-diretor do Instituto Data Popular, deu à RecordNews e será exibida nesta terça-feira, às 21h15.


São três as razões que explicam por que as classes “C”,  “D” e “E”  vieram para ficar – explicou o Meirelles.

Primeiro
, o “bônus demográfico”: mais gente que produz do que gente que gasta sem produzir. Ou seja, quando há mais pessoas em idade de trabalhar do que idosos e crianças.



As classes “C”, “D” e “E” se beneficiam deste “bônus”.


As classes “A” e “B” têm mais idosos e crianças do que gente em idade de trabalhar e produzir.  

Segundo
, é a lei do “vamos em frente que atrás vem gente”.



Quem passou a dar iogurte ao filho não quer voltar a dar leite C. 
 classes “C”, “ D” e “E” não querem voltar pra trás.


E querem consumir.


Eles seguiram a sugestão do Lula, quando houve a crise de 2008, aquela crise da urubóloga Miriam Leitão, e o Lula mandou o povo “gastar !”.


O povão foi lá e gastou.


E tem mais: se aparecer um governante que queira mudar as regras do jogo e obrigar a classe “C” a reduzir o padrão de consumo, o eleitor vai lá e troca de governante.


Terceiro, as chamadas condições “macro-econômicas”, ou como dizia este ordinário blogueiro, como “o Lula vai pendurar o FHC no pescoço o Serra”.


O aumento real do salário mínimo.


A distribuição de renda.


O Bolsa Família, que joga todo ano R$ 12 bilhões na economia e beneficia 45 milhões de pessoas.


O programa “Minha Casa Minha Vida”, por exemplo, observou o Meirelles.


É importante não só porque dá acesso à casa própria, mas porque emprega mão de obra das classes “C”, “D” e “E”.


Resultado: sete de cada dez cartões de crédito são de pessoas das classes “C”, “D” e “E”.


E a inadimplência no cartão está em queda.


Em resumo, diz o Meirelles, o voto obrigatório ajuda a classe “C”. 

Clique aqui
 para ler sobre a entrevista que este ordinário blogueiro também fez para a RecordNews com o professor Durval Albuquerque: “o PiG engrossa o preconceito contra o nordestino”.



Classe “D” é aquela que tem renda mensal entre um e três salários mínimos.


A classe “D” tem um poder de consumo maior do que o da classe “A” e o da “B” – só perde para a “C”.


As classes “C”, “D” e “E” são mais jovens que as classes “A” e “B”.


Para cada adulto da classe “A” há 4 das classes “C”, “D”, e “E”.


Para cada criança da classe “A”, há 10 – veja bem, amigo navegante, 10 para as classes mais pobres.


Na classe “C”, 50% são não-brancos.


Na classe “D”, não-brancos são mais de 50%.


Pergunto ao Meirelles se a indústria da publicidade do Brasil sabe dessas coisas.


Não, ele diz.


A maioria dos publicitários vem da elite e tende a fazer publicidade com o público de classe “A” e “B” na cabeça.


Eles não gostam de rap, não frequentam Orkut.


Meirelles vai mais longe: a publicidade brasileira acha brega a alegria, o colorido, o barulho, a extravagância, o São João, o exagero, Carnaval, o frevo, o artesanato popular das classes “C”, “D” e “E”.


Mas, as grandes empresas começaram a se mexer em direção à base da pirâmide de renda.


A Nestlé passou a vender porta-a-porta.


Qual a vantagem disso ?


No supermercado, ninguém explica as características do produto.


O vendedor na porta de casa, não: ele conhece o que vende.


A TAM passou a vender passagens nas Casas Bahia.


Até julho de 2011, em doze meses 8,7 milhões de passageiros das classes “C”, “D” e “E” vão viajar de avião.


Que horror, diria o Jabor (a observação foi do entrevistador e, não,  do entrevistado).


E quem vai viajar ?


O migrante que vai do Sul, Sudeste para visitar a família no Nordeste.


Sabe quantos migrantes nordestinos moram na Grande São Paulo, Paulo Henrique ?, perguntou o Meirelles.


Sabe ?, amigo navegante ?


São migrantes: não são filhos de migrantes.


Sabe quantos ?


5,5 milhões !


É a maior cidade nordestina do  Brasil.


São Paulo é a maior cidade nordestina do Brasil e não sabe (ou não quer saber – diz este ordinário blogueiro). 


E os publicitários pensam que os Jardins ficam perto da Avenida Paulista. 


E se esquecem do Jardim Ângela, diz o Meirelles 


E do Jardim Romano, lembrou este ordinário blogueiro.


(Jardim Romano é aquele que a inépcia do Serra deixou alagado uns seis meses – PHA).


E quem é o “tipo ideal” da classe “C” e “D” ?


Quem eles querem imitar ?, perguntei. 


A classe “A” ?


Negativo !, respondeu o Meirelles.


Eles não querem ser ninguém.


Querem ser eles mesmos.


Eles não querem imitar a classe “A”.


Eles querem ser o vizinho que deu certo !


Resumo da história, segundo o Meirelles: empresa que não for líder nas classes “C” e “D” dança.


Em tempo: este ordinário blogueiro lembrou que, durante a campanha, dizia que o Serra e o FHC pensam que “classe “C” fica entre a Executiva e a Primeira.


Paulo Henrique Amorim

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