terça-feira, 27 de setembro de 2011
Festejou? Limpe a Rua!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Religião sustentável
O texto abaixo é uma preciosidade. De linguagem simples e acessível, resume para leigos (como eu) o que o escritor chama de "religião light".
Se você está em busca de uma religião diferente - politicamente correta - conheça o budismo tibetano.
E constate que nada substitui o Evangelho de Jesus Cristo.
Joserrí de Oliveira Lucena
LUIZ FELIPE PONDÉ
Religião sustentável
No Oriente, o budismo é uma religião como qualquer outra, cheia de vícios e abusos |
Recebemos, recentemente, a visita do líder religioso budista tibetano Dalai Lama. Os iniciados tiveram surtos místicos?
Nada contra ele. De fato, o líder budista tem uma imagem positiva no Ocidente, ao contrário do papa Bento 16, que é visto como conservador.
O Dalai Lama defende tudo que gente legal defende: o verde, a tolerância com o "outro", um capitalismo do bem, enfim, uma religião sustentável nos termos que ocidentais que migram pra religiões orientais costumam gostar, ou seja, de baixo comprometimento religioso. Além de, nela, não ter nenhum parente chato.
Uma religião sustentável é uma religião na qual ninguém tem de sustentar nada além de uma dieta balanceada, uma bike legal e um pouco de meditação durante a semana. De empresários "do bem" aos falantes da língua tibetana, muita gente correu pra ouvir essa sabedoria "estrangeira".
Religiões são sistemas de sentido. A vida, aparentemente sem muito sentido, precisa de tais sistemas. A profissão pode ser um. A dedicação aos filhos, outro. A história, a natureza, grana também serve. Enfim, muita coisa pode dar sentido a uma existência precária como a nossa, mas nada se compara a uma religião.
Para funcionar, as religiões têm de garantir crenças e constranger comportamentos a partir de liturgias, mitos, exercícios de poder sacerdotais e regras cotidianas munidas de "sentido cósmico".
Você não "acessa" o sentido oferecido sem "pagar", com a própria adesão, o pacote completo. Isso serve para o catolicismo e para o budismo, ao contrário do que pensa nossa vã filosofia "nova era". No Oriente, o budismo é uma religião como qualquer outra, cheia de vícios e abusos.
A crítica à religião no Ocidente passou pela mão de grandes pensadores. Freud disse que religiosos são obsessivos que não sobreviveram bem à falta de amor incondicional da mãe e à miserável castração do pai verdadeiro, daí creem num Deus todo-poderoso que os ama.
Nietzsche identificou o ressentimento como marca dos religiosos que são todos uns covardes. Feuerbach sacou que Jesus é a projeção alienante de nosso próprio potencial.
Marx acrescentou que essa alienação é concreta e que se ganha dinheiro com isso. Enfim: o religioso é um retardado, ressentido, alienado e pobre, porque gasta dinheiro com o que não deve, a saber, os "profissionais de Deus".
O que eu acho hilário é como muito "inteligentinho" acha que o budismo seja uma religião diferente das "nossas".
Ela seria sem "vícios" e "imposições". Pensam, em sua visão infantil das religiões orientais, que dramas sexuais só afetam celibatários de Jesus e não os de Buda, e que o budismo, por exemplo, é "legal", porque não tem a noção de pecado.
O budismo ocidental que cultua o Dalai Lama é o que eu chamo de budismo light. O perfil desse budista light é basicamente o seguinte.
Vem de classe social elevada, fala línguas estrangeiras, é cosmopolita, se acha melhor do que os outros (apesar de mentir que não se acha melhor, claro), tem formação superior, mora na zona oeste ou na zona de sul de São Paulo, come alimentos orgânicos (caríssimos) e é altamente orientado para assuntos de saúde do corpo (um ganancioso com a vida, claro).
E, acima de tudo, acha sua religião de origem (judaísmo ou catolicismo, grosso modo) "medieval", dominada pelo interesse econômico, e sempre muito autoritária.
Na realidade, as causas da migração para o budismo light costumam ser um avô judeu opressivo, uma freira chata e feia na escola e uma revolta básica contra os pais.
Em extremos, a recusa em arrumar o quarto quando adolescente ou um escândalo de pedofilia na Igreja Católica. Além da preguiça de frequentar cultos e de ter obrigações religiosas.
Enfim, essas são a bases reais mais comuns da adesão ao budismo light, claro, associadas à dificuldade de ser simplesmente ateu.
A busca por uma espiritualidade light é como a busca por uma marca de jeans, uma pousadinha numa praia deserta no Nordeste ou um restaurante de comida étnica da moda.
A espiritualidade do budismo light é semelhante a uma Louis Vuitton falsa. Brega.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2609201118.htm
sábado, 24 de setembro de 2011
Jesus sofre Bullying no Mid Way Mall
Se isso não for Bullying...
Mas, me admira que o relato tenha ganhado os blogs do Estado do Rio Grande do Norte com o tema:
"O constrangimento de Jesus no Mid Way Mall".
Já virou jargão... mas não ficar só nisso.
Pode esperar os desdobramentos, pois envolve mais que um estabelecimento comercial. O episódio, que como muitíssimos poucos, conseguiu ultrapassar as Avenidas Salgado Filho, Bernardo Vieira e Romualdo Galvão vai render... e até poderia virar uma peça jurídica daquelas que duram uns 30 anos de trâmite (ou mofar numa gaveta esperando parecer)...
Acho que este é daqueles episódios que vai ter muitas versões e talvez até um desmentido, com pedido de desculpas e tudo.
Façam suas apostas. Leia o teor logo abaixo...
Joserrí de Oliveira Lucena
O Constrangimento de Jesus no Midway
Regra adotada pela equipe de segurança do Midway constrange clientes do shopping
Bullying? Parte 2 - século XXI
Todo-fino, friso e grilo, são apenas alguns dos apelidos que meus colegas me insultavam; e não raras vezes tive vontade de fazer alguma coisa, mas pelo apelido já dá prá imaginar que não podia fazer nada diante dos colegas com apelidos gigantes...
... mas sobrevivi.
Hoje as pessoas rotulam de outras coisas, pois no ambiente adulto - inclusive o corporativo - se eufemiza os apelidos, substituindo-os por adjetivos não menos agressivos, desqualificadores da pessoa e do profissional.
A ironia, o sarcasmo, o bullying, ou qualquer outro nome que batizem a prática, faz parte de nossa cultura brasileira - só que temos aprendido a fazer isso pelas costas dos insultados... por causa das regras de etiqueta, ou para respeitar o status quo...
O que precisamos, mais do que combater a prática do chamado bullying, é de criar um clima mais harmonioso para o convívio dos diferentes e dos que não se toleram (mas têm que se suportar), pois as pessoas não são iguais.
Sempre vai existir o gordo, o magro, o careca...
... e o humor em torno das caricaturas - que tem público cativo.
Então, pelas minhas contas, será em outro século que avançaremos na direção de um mundo sem troça - não no presente!
Joserrí de Oliveira Lucena
Bullying? Parte 1 - século XX
A presente geração é ávida por neologismos que a distingua das anteriores, e os jargões modernos excluem a massa da compreensão do que é discutido, por vezes apenas ao criar um apelido novo para uma prática antiga. É o caso de Bullying.
No meu tempo de menino, era "mangar", fazer troça, gozar da cara de alguém... com apelidos, pejorativos ou não, que acabavam substituindo os nomes de batismo e tornando-se a marca registrada de alguém: rato branco, pé-de-quenga, esqueleto, queixada, dentuço, bola, meiota, tisgo, todo-fino e outra infinidade de sobrenomes de animais como louro, macaco, guiné, baleia, grilo (o que transformava nossa sala de aula numa espécie de zoológico).
Os pais, por sua vez, sabedores que não adiantava chiar ou tomar satisfação, pois podiam arranjar um apelido pior, geralmente aconselhavam os filhos a não reagir e se adaptar (se é que podemos dizer assim). A frase mais usual, diante de um quadro de depressão ou de baixa auto-estima por causa da situação, era:
- Deixe de frescura!
E assim nossa geração sobreviveu aos humilhantes apelidos, e homens feitos, decidiram se adotavam a "marca registrada" como fonte de rendas, ou se revertiam a "parada" mediante o estabelecimento profissional...
... mas isso foi no Século XXX; hoje os tempos são outros.
Joserrí de Oliveira Lucena
Continua...
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Discurso da Presidente Dilma na ONU - 21/09/2011
Abaixo postamos o histórico discurso da Presidente Dilma na abertura da 66ª Assembléia Geral da ONU.
Histórico por ser o primeiro de uma mulher - mesmo que esta não tenha sido a razão para tal, uma vez que a tradição é a de que o presidente do Brasil faça o discurso.
Joserrí de Oliveira Lucena
Íntegra do discurso da Presidenta Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia-Geral da ONU
Nova Iorque-EUA, 21 de setembro de 2011
Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,
Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e senhores,
Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.
É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.
Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.
Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.
Senhor Presidente,
O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.
Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.
Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.
Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.
Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.
O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.
Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.
Senhor Presidente,
É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.
Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.
Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.
O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política.
Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.
As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.
Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.
Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.
Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.
Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.
A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.
O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta.
Senhor Presidente,
O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.
Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.
Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.
Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança; e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.
É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.
Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.
Senhor Presidente,
Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.
É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.
Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.
Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.
Senhor Presidente,
A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.
O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.
O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.
No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.
O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.
Senhor Presidente,
Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.
Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.
O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser.
Senhor Presidente,
O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.
Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações, com novas metas no Protocolo de Quioto, para além de 2012.
Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os Chefes de Estado e de Governo compareçam.
Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.
O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.
No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.
Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.
Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.
Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.
E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.
Muito obrigada.
O papel higiênico nosso de cada vez!
Lembro que quando menino, os pacotes davam para "alimentar" uma família de 10 pessoas no café diário (mesmo que os pais distribuíssem a "cota" de cada um de nós - geralmente umas 4 ou 5 bolachas por vez). E quem de nós naqueles tempos não comeu bolacha com gosto de sabão, de querosene... e até de sol (pelo tempo que o produto ficava exposto nas prateleiras das bodegas)?
Esse tempo ficou prá trás. Hoje o padrão de consumo está quilômetros melhor que nas décadas de 1960 e 1970... e surgiram as embalagens para o consumidor "especialista" no gosto individual e com qualidades cada vez mais variadas (diet, light, sem glúten, com adição de vitaminas...) e em doses que variam entre o petisco para "abrir e comer", até a opção "a granel", na qual o usuário define que porção quer levar.
Hoje também existe um rigor muito maior quanto à validade do produto, o que faz com que, mesmo que o comerciante queira vender a mercadoria após o prazo indicado na etiqueta (que pode ser trocada várias vezes), seja vencido pelos fungos, bactérias, besouros, pelo padrão de exigência do consumidor e pelos órgãos de fiscalização e saúde pública (pelo menos nas grandes cidades).
Pois bem, aqui vai nossa sugestão: os mesmos órgãos que atuam bem no zelo com a saúde do consumidor, deveriam arbitrar um padrão de comercialização das mercadorias (a quantidade de produto por embalagem, as amostragens nos rótulos, com a especificação de gordura, açúcar e outros ítens da fórmula - conforme o produto) - e fiscalizar.
Só prá citar um outro exemplo, que não deveria ter nada a ver com saúde pública (mas tem, já que há alguns ítens vencidos oferecem a opção vitaminado, perfumado e com estampas em alto relevo...): o Papel Higiênico.
Você já observou a variedade de tamanhos disponíveis para comercialização?
Ontem fiquei surpreso ao ver o produto nas quantias: 60 metros, 50 metros, 40 metros, 30 metros e 20 metros... no andar da carruagem, vai ter a opção para A VEZ!
Como normalmente nosso parâmetro de comparação na escolha para compra é o PREÇO, muito consumidor está sendo lesado ao comparar grandezas de porte diferente, sem que haja orientação nesse sentido... além do que as quantias escondem o quesito Qualidade...
Está na hora de termos um basta nessa festa de desrespeito ao consumidor... isso para não termos que voltar no tempo, o que no caso dos tarecos, seria comer conscientemente mercadoria avariada e no caso da higiene, voltar a usar jornal...
Ademais, não estamos nem questionando se a quantidade anunciada é a que realmente está sendo comercializada... tópico para outro tema.
Joserrí de Oliveira Lucena
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Está preparado prá virar churrasco?
Foto: Reprodução |
Todo mundo acharia melhor acertar os números da Loteria (e ficar rico) do que ser acertado por fragmentos de um Satélite despencando do espaço sideral.
Acontece que as chances de acertar na Loteria é 15 vezes menor do que ser acertado por pelo menos um dos prováveis 26 pedaços do Satélite (morto) UARS, que pesa cerca de 6 toneladas e está em rota de colisão com o Planeta - previsão para o "encontro": 23 de setembro, podendo ser antecipada em 1 dia (como a Viagem de Júlio Verne: A volta ao mundo em 80 dias).
Animador, não acha?
A lógica é que nenhum ser humano inteligente (nem burro) queira virar churrasco.
Em 1979, então com 11 anos de idade, eu e um monte de gente ficavamos horas olhando para o céu para ver o Skylab (a tochinha), que em rota de colisão com a Terra poderia nos fritar. Foram dias e noites de muita angústia, até que enfim a "estrovenga" caiu na costa da Austrália e no Oceano Índico - felizmente sem vitimar ninguém (pelo menos é o que divulgou-se oficialmente). Um alívio!
Agora a tecnologia está mais avançada; a NASA acompanha a trajetória do brinquedo e já anunciou que ninguém deve sequer tocar nos fragmentos que caírem. E não é por preocupação com a saúde dos curiosos... é porque os pedaços são propriedade dos Estados Unidos e não poderão ser apropriados para leilões virtuais...
Muito interessante. Partindo desse princípio, uma vez que são propriedade da potência decadente, as famílias dos atingidos poderão reclamar indenização em dólar?
Bem, pelo sim, pelo não, vou manter o carro abastecido, os documentos e remédios guardados em lugar seguro, e uma rota de fuga, além de torcer para ter ainda mais azar de ser acertado por pedaços do satélite do que acertar na Loteria - já que nesta a chance é zero, pois não jogo.
Se não creu na informação, leia a matéria com links por tema clicando aqui.
Joserrí de Oliveira Lucena
Faça o que digo, mas não faça o que eu faço!
Colaboração para o UOL