Afinal, para tantos outros problemas graves de saúde o transplante tem sido a solução definitiva - indicada até para casos de mutilação.
No caso do diabetes tipo 1 o transplante até existe e se apresenta de 2 formas: o transplante de fígado ou o transplante de ilhotas de Langerhans - este último ainda em fase experimental.
Ambos, porém, representam a tentativa do paciente em evoluir do tratamento à base de insulina, mas não significam a independência de outras substâncias - haja vista que a necessidade de ingestão de imunossupressores (drogas para evitar a rejeição das células ou órgão transplantado) para o resto da vida.
A título de esclarecimento, postamos matéria que trata do assunto, logo abaixo, como sugestão de leitura.
Temos uma esperança de que nosso filho Samuel e outros milhões de pessoas ainda consigam ser beneficiados pela evolução do tratamento dessa doença.
Hoje estamos em Caicó - RN - graças à autonomia e liberdade "vigiada" que o controle da glicemia com insulina permitem
Um abraço,
Joserrí e Joana Darc
Transplante de Ilhotas ou de Pâncreas Total
Pode ser esta a cura para o diabetes?
Muito se tem falado sobre transplantes, mas afinal, quem realmente pode fazê-lo? Quais seus benefícios e desvantagens?
O transplante de pâncreas é um procedimento cirúrgico já consagrado, porém, é uma intervenção delicada e o pós-operatório exige que a pessoa fique hospitalizada por um bom período. O implante de células do pâncreas no fígado do paciente, embora ainda experimental, é encarado como uma alternativa de tratamento para a independência da insulina.
Tanto um como outro, são indicados para pacientes que apresentam risco de vida, devido a hipoglicemias assintomáticas, ou seja, quando o paciente não sente os sintomas da hipo, por exemplo. Os especialistas Dr. Tércio Genzini e Dr. Freddy Goldberg Eliaschewitz falam sobre os progressos e as pesquisas da ciência e mostram também quais são os prós e os contras.
Transplante de Pâncreas
O paciente mantém-se em tratamento para manutenção do novo pâncreas.
O Dr. Tércio Genzini é cirurgião especialista em transplantes. Para ele, o transplante de pâncreas – e de rim – é indicado quando o paciente apresentar insuficiência renal. Trata-se, nesse caso, de transplante duplo de órgãos e em determinadas situações é realizado simultaneamente. O primeiro transplante duplo foi realizado em 1966, nos Estados Unidos, e no Brasil em 1985.
Segundo o médico, o transplante é recomendado para os pacientes que tenham complicações secundárias do diabetes ou hipoglicemias assintomáticas que representam risco de vida.
A indicação de transplante de pâncreas é para insulino-dependentes que se submeteram ao transplante de rim, e que já usam imunossupressores (medicamentos contra a rejeição) e caso permaneçam com dificuldades de controle, ou evoluindo com complicações secundárias.
Riscos de rejeição existem, mas o sucesso dos transplantes é verificado em pelo menos 80% dos casos. Segundo Genzini, o paciente deixa de usar insulina ao término da operação e recebe alta hospitalar entre 10 e 14 dias depois.
O médico esclarece que no pós-transplante pode ocorrer perda do órgão transplantado em 15% a 20% dos casos. “Importante salientar que não removemos o pâncreas do paciente que fará o transplante, pois ele ainda cumpre as funções digestivas. O novo pâncreas será responsável pela produção de insulina”, diz o médico.
O SUS dá cobertura a todos os tipos de transplantes de pâncreas e a lei 9654/98 obriga os planos de saúde a darem cobertura ao transplante renal; espera-se que a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar – deixe de excluir quem tem diabetes deste benefício e modifique esta lei, obrigando os planos de saúde a cobrir os transplantes simultâneos de pâncreas-rim.
Transplante de Células Pancreáticas
Esta pode ser uma grande conquista da ciência
O envolvimento do endocrinologista Dr. Freddy G. Eliaschewitz, no estudo do transplante de células pancreáticas começou há mais de dez anos. “Preocupado com as limitações da insulinoterapia (complicações crônicas, hipoglicemia intermitente grave), o transplante de ilhotas de Langerhans aparecia como uma alternativa atraente, embora o processo de isolamento e purificação destas ilhotas estivesse ainda em franco desenvolvimento”, afirma.
Com esse objetivo, formou-se o Grupo Multidisciplinar de Transplante de Ilhotas do Instituto de Química da Universidade de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein. Em dezembro de 2002, a equipe realizou o primeiro transplante brasileiro de células pancreáticas.
O transplante de ilhotas consiste na retirada das ilhotas de Langerhans (agrupamento das células responsáveis pela produção de insulina) do pâncreas de um cadáver; depois de separadas e passadas por um processo de purificação no laboratório, são injetadas através da veia porta, levando-as direto para o fígado, onde passarão a produzir insulina.
A cirurgia dura cerca de 35 minutos e é feita com anestesia local. O paciente volta para casa no dia seguinte e a recuperação é muito rápida. Mas são necessários alguns cuidados como acompanhamento e repouso, e manutenção com imunossupressores por toda a vida. Indica-se que o paciente tenha a mesma dieta, atividades físicas e mantenha hábitos de vida saudáveis.
É importante dizer que, quando se faz o transplante, tanto de ilhotas como de pâncreas, não se pode garantir que o paciente ficará independente das aplicações de insulina. Na grande maioria dos casos, a quantidade de insulina necessária fica, no mínimo, diminuída, o que já é um grande conforto para as pessoas que sofriam de hipoglicemias assintomáticas.
Ainda é cedo para comemorar
Segundo o Dr. Eliaschewitz, o desenvolvimento desta técnica representa um progresso, mas ainda é cedo para grandes comemorações.
O candidato a este tipo de transplante deve ter diabetes tipo 1 há mais de 5 anos, com idade superior a 18 anos, sem complicações e com a função renal normal, peso não superior a 60 kg, uso de menos de 30U de insulina por dia e com freqüentes crises de hipoglicemia severa que passam despercebidas. Nesses casos, a substituição da insulina pela imunossupressão é totalmente justificada.
Atualmente o transplantado fica dependente de medicamentos imunossupressores, assim como ocorre em outros tipos de transplante. Por isso, o encapsulamento de ilhotas é uma forma de protegê-las contra a rejeição, sem a necessidade de utilizar imunossupressores, é um assunto que já está sendo estudado e os resultados têm sido promissores.
“Muitos pacientes querem saber se o SUS cobre transplante de ilhotas. Respondo que o procedimento é experimental, o que significa que o SUS não cobre, e apenas os hospitais onde o procedimento foi aprovado pelas Comissões de Ética em Pesquisa, local e nacional, podem fazê-lo. Por ser experimental também não é possível ainda se calcular o preço, e, além disso, a cirurgia é apenas uma parte do processo todo”, enfatiza o médico.
Pelo menos até agora, para a maioria dos pacientes que têm um controle adequado, não compensa trocar esta terapêutica pelo transplante, pois a pessoa fica mais sujeita a infecções e com maior risco de desenvolvimento de câncer, devido ao efeito do uso contínuo de imunossupressores.
É necessário que fique bem claro que o transplante de ilhotas não é uma cura, é um tratamento.Se forem retirados os imunossupressores, a doença volta. “Mas devemos nos manter otimistas em relação à cura. Para isso, continuamos trabalhando e investindo com máximo empenho”, afirma Dr. Freddy, entusiasmado.
Fonte: Revista “De Bem com a Vida” (Roche Diagnostica do Brasil)
Tel: 0800 77 20 126
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