Hospital público faz mais uma vítima

Há tempos os hospitais de Caicó não têm condição de prestar um serviço decente à população da cidade e da região.

Os casos de óbito ocorrem com freqüência por falta de insumos básicos como remédios, seringas, oxigênio e medicamentos de suporte às ocorrências de maior gravidade.

Ninguém tem coragem de denunciar, e as denúncias feitas não são levadas a sério, ou não prosperam por ação de forças ocultas. O último médico que denunciou a precária situação de trabalho teve que pedir exoneração e amargou o infortúnio de ver uma ação movida pelo MPF um mês depois - o que levou o médico a internação com suspeita de AVC... que coincidências!

Acredito que toda família da região Seridó tem histórico de parente falecido sob cuidados das casas de saúde da cidade, e cuja morte não foi apenas em decorrência da causa da internação, mas da má vontade, do erro médico, da negligência, da precariedade...

Hoje mais um jovem foi vítima desse ambiente de descaso, no Hospital Regional do Seridó. Vou declinar de nomes, pois não estou autorizado pela família a falar de detalhes.

Infelizmente não li sobre essa notícia em nenhum blog local. Por quê?

Prá não criar pânico?

Na verdade o episódio deveria ser encarado com a seriedade que merece toda circunstância que envolve a morte de um ser humano. A Polícia Civil deveria interditar a "cena" da ocorrência, recolher seringas, ampolas, soros, prontuários, interrogar profissionais e analisar o que de fato aconteceu. Isso porque hospital é lugar de salvar vidas, sendo o óbito a exceção. A suspeita deve-se ao fato de o jovem ter falecido exatamente após a aplicação de uma determinada medicação.

Hospital é lugar de ir buscar a vida... e não de encontrar a morte.

Lamentável que mais uma família chore e sepulte um dos seus, enquanto nada muda para melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados aos Caicoenses.

Meus pêsames!

Joserrí de Oliveira Lucena