Ainda assim, quem assistiu o programa garante que o "MAIS VOCÊ" deu a oportunidade da mãe de Joanna, Cristiane Cardoso Marcenal, apresentar a história que a traumatiza, e afirmar categoricamente: minha filha "foi vítima do Judiciário desse país".
Creio que pertinho de cada um de nós, aí na sua cidade mesmo, existem outras histórias como essa. Ler tudo que puder é importante para nos informamos e poder agir, evitando que o desfecho desse caso e a dor que dilacera os corações de pais e mães que têm que enterrar seus filhos - vítimas de processos mal conduzidos e viciados, cheios de influência dos poderes econômico e político.
Vejam a reportagem publicada no site do programa, inclusive com um vídeo:
Mãe
da menina Joanna revela que filha foi espancada pelo pai em 2007
Nesta
terça-feira, Ana Maria recebeu a mãe da pequena Joanna Marcenal, de 5 anos, que
morreu semana passada, no Rio, sob suspeita de maus tratos. A menina ficou
quase um mês internada em coma, mas a causa da morte só será conhecida daqui a
45 dias. Revoltada, Cristiane Cardoso Marcenal disse que Joanna "foi
vítima do Judiciário desse país".
Em maio
deste ano, o pai, André Rodrigues, conseguiu a guarda da menina sob a alegação
de alienação parental, que ocorre quando o pai ou a mãe coloca o filho contra o
parceiro. Além de perder a guarda, a mãe ficou impedida de ver a filha por 90
dias.
Cristiane
revelou ao Mais Você que o pai já havia agredido a filha em
2007.
“Em 2007
ele agrediu a Joanna, existe um inquérito sobre o caso. Nós a levamos ao
pediatra e havia indícios de espancamento. Fizemos exames no Instituto Médico
Legal. Quando existe espancamento logo culpa-se o padrasto. Nessa época ela
tinha 2 anos e meio e, quando falávamos, no assunto, Joanna só chorava. Depois
eu perguntava se ela queria que eu ligasse pra ele e ela disse que o papai era
mau e que ‘papai André me bateu na cabeça’. ”, disse emocionada.
'Joanna
nunca teve convulsão, catapora ou outras doenças comuns de criança'
A médica
disse ainda que o que a mais incomoda é que nem pôde tratar a filha direito
durante o tempo em que ela esteve internada. “Todo o tratamento começa com uma
história de doença, mas a gente não teve essa história. Nenhuma das histórias
que o pai contou foi coerente com o quadro clínico dela. A Joanna nunca teve
convulsão, nem catapora e outras doenças comuns. Por isso, quando fiquei
sabendo da notícia achei que fosse trote. Antes de ter ido embora com ele ela
fez todos os exames e estavam totalmente normais”, disse.
A médica
contou que o pai da criança, André, foi ausente durante todo o crescimento da
filha. “No período de gravidez ele nem me viu grávida. Quando a Joanna nasceu
ele a registrou e depois apareceu pouquíssimas vezes pra ver a criança. A
Joanna cresceu sabendo que tinha o papai André. Eu falei para os meus outros
filhos o que aconteceu e eles dizem que ela está com o ‘papai André e que vai
voltar’”, contou.
Ana Maria
perguntou como era a relação de André com a madrasta de Joanna. “Há relatos de
que ele era agressivo com ela. Também existe um boletim de ocorrência que
mostra que certa vez ele foi hospitalizado depois de ser atingido por uma
cadeira que ela jogou nele. Porque ela não queria a Joanna lá”, revelou.
'A minha
vida parou, mas a do André continuou normalmente'
Cristiane
condenou a atitude do pai de Joanna enquanto a filha estava em coma. “A minha
vida parou, mas ele continuou com a vida dele normalmente. Eu fiquei com ela
até o último batimento dela. No dia em que ela morreu ele chegou, ficou parado
olhando pra ela. Eu perguntei se ele não ia chorar e a resposta foi ‘primeiro
eu vou tentar entender o que houve’ e foi embora. A partir daí não o vi mais”,
falou.
Sobre a
perda da guarda da filha, a mãe da Joanna explicou que a juíza determinou que a
filha fosse entregue imediatamente ao pai. “Ela foi arrancada de mim. Para
evitar que isso fosse mais traumático, eu disse à Joanna que a mamãe ia voltar.
Imagine uma criança ter que ficar 90 dias longe de uma mãe? Pedi na justiça, em
todas as ONGs que pudessem me ajudar, procurei mil advogados, vendi um
apartamento pra pagar advogado. A juíza, em nenhum momento, parou pra ouvir
qualquer tipo de negociação que eu fizesse”, lamentou.
Emocionada,
Cristiane disse que ainda não consegue entender o que foram os hematomas encontradas
no corpo da filha quando deu ela entrada no hospital. “Se fosse queimadura de
água quente deveria ter atingido a vulva. Se tivessem a escaldado em água
quente deveria ter escorrido. A impressão que se dá é que sentaram a Joanna em
uma chapa quente”, falou muito emocionada.
'A Joanna
foi vítima do Judiciário desse país', diz a mãe da menina
Ao final
da conversa, a mãe de Joanna fez um apelo. “Peço às pessoas que tenham visto ou
que saibam de alguma coisa, de alguma história de a Joanna ter se machucado,
por favor denunciem. O que mais me indigna nisso tudo é que a história com o
menino João Hélio foi ocasionada por marginais. A da menina Isabella Nardoni
ocorreu com pessoas que não detinham as leis. No meu caso, a Joanna foi vítima
do Judiciário desse país. A juíza tirou ela dentro de casa e a entregou pra ser
morta”, revoltou-se.
Saiba
mais sobre o caso
O enterro
de Joanna Cardoso Marcenal Marins, 5 anos, foi marcado pela revolta com a
presença da madrasta da menina, Vanessa Marins. Ela foi colocada pra fora do
cemitério Jardim Mesquita, na Baixada Fluminense, onde 300 pessoas acompanham o
velório, na tarde deste domingo. Joanna estava com o pai e a madrasta quando
foi internada no Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, dia
19, com convulsões, hematomas e queimaduras. Ela morreu após 26 dias internada
e a polícia investiga maus-tratos.
A família
da menina acusa o técnico judiciário André Rodrigues Marins, pai da criança e
responsável por sua guarda desde 26 de maio, de maltratá-la. Ele não apareceu
no cemitério para o enterro da filha. "Ela estava linda, bem vestida, com
brinquinhos de ouro, quando foi morar com o pai e voltou um cadáver",
disse, aos prantos, Luciene Marcenal, tia da menina. "Ele é um safado,
acabou com uma família, não pode ficar impune", sentenciou ela, pouco
antes de Vanessa Marins, madrasta da menina, tentar entrar no cemitério.
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