http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ercio-quaresma-agora-cria-apelidos-e-chama-policiais-de-quinteto-das-trevas
Tenho aprendido que advogado que defende cliente ruim e causa perdida, abusa da estratégia de partir para o ataque... não seria o caso em questão?
Ércio Quaresma cria apelidos para policiais do Caso Bruno
Provocações que advogado de defesa do goleiro Bruno incluiu na peça de defesa prévia entregue à Justiça pode render processo por infração ética
Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)
Provocações também para as mulheres: Ana Maria Santos, chefe da Delegacia de Homicídio de Contagem, e Alessandra Wilke, receberam os respectivos apelidos “Mega Hair” e "Paquita"
Depois de colecionar frases polêmicas em entrevistas e de atazanar a vida dos investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais, o advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro Bruno e sete acusados da morte de Eliza Samudio, resolveu registrar, na defesa prévia entregue à Justiça na quinta-feira, apelidos e provocações aos policiais que apontaram o goleiro como mandante do crime. O documento protocolado no último dia de prazo para entrega da defesa por escrito foi publicado no blog de Quaresma, e trata Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil, como “Neandertal” – subespécie humana desaparecida há 30 mil anos. Wagner Pinto, chefe da alcunha de “Mudinho”, enquanto o delegado Júlio Wilke, foi chamado de “Galinho de Briga”.
As provocações mais hilárias, no entanto, foram reservadas às mulheres: as delegadas Ana Maria Santos, chefe da Delegacia de Homicídio de Contagem, e Alessandra Wilke, receberam os respectivos apelidos “Mega Hair”, devido aos longos cabelos, e "Paquita", por ser loira.
Além dos apelidos, os seis delegados são classificados por Quaresma na peça de “Quinteto das Trevas”, referente ao procedimento adotado para tomar o depoimento dos oitos dos noves envolvidos no seqüestro e morte de Eliza. Edson Moreira e Wagner Pinto informaram na tarde de sexta-feira que não iria comentar sobre os apelidos que ganharam do advogado. Outros nomes relacionados pelo defesor de Bruno foram o do promotor Gustavo Fantini, que acompanhou o trabalho policial, o da mãe o goleiro, e do adolescente J. de 17 anos, primo do jogador sentenciado por envolvimento no crime.
Infração ética - Para o presidente da Comissão de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Ronaldo Armon, a situação pode ser considerada uma infração ética. “Caso os envolvidos considerem a ação do advogado uma ofensa pessoal, eles devem fazer uma representação à OAB e nós investigaremos o caso. Entretanto, precisamos verificar o conteúdo do documento enviado à Justiça e não o que consta no blog”, afirmou Armon. Sobre a divulgação do documento, o presidente da OAB afirma que como o caso não corre em segredo na Justiça, o defensor não cometeu nenhuma infração disciplinar. “A maneira como foi divulgado o documento, porém, pode caracterizar uma falta ética”, diz o representante da OAB.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Ministério Público chegou a fazer o pedido para que o caso corresse em segredo de Justiça, mas por escolha do próprio Ércio Quaresma, o andamento do processo seguirá em aberto.
Ércio Quaresma também relacionou 20 itens para novas apurações. Entre eles, contra provas dos exames de DNA, obtidos com os vestígios de sangue encontrado no Range Rover do jogador. O veículo teria sido usado para transportar Eliza Samúdio do Rio de Janeiro para Minas Gerais. O defensor pediu ainda a fita original das imagens obtidas dentro do avião, pela rede Globo, com a requisição do inquérito da Corregedoria de Polícia sobre o vazamento da conversa, e o bate-papo entre Eliza e amiga, pelo MSN, também divulgadas na emissora de TV.
Acusação. Além das testemunhas da defesa, 17 pessoas foram arroladas pelo Ministério Público e serão ouvidas pela juíza Marixa Fabiane Lopes, do 1º Tribunal do Júri do Fórum de Contagem, na fase de instrução criminal.
Acusações - Eliza Samúdio está desaparecida desde 10 de junho. Segundo denúncia do Ministério Público, com base nas investigações da Polícia Civil, Eliza foi sequestrada no dia 4 de junho em um hotel, no Rio de Janeiro, e mantida em cárcere privado na casa do goleiro, no Recreio dos Bandeirantes, até seguir para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eliza ela teria sido levada para a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, onde teria sido estrangulada.
Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Dayanne Souza (mulher de Bruno), Elenílson Vítor da Silva (administrador do sítio), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques, o Coxinha, Sérgio Rosa Sales (primo do goleiro), e Fernanda Gomes de Castro (atual amante do jogador) foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos responderá por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário