domingo, 26 de setembro de 2010
Até jornal tucano diz: Baixaria de José Serra na internet é o vale-tudo da campanha eleitoral
Para se apresentar ao eleitor, um presidenciável se ampara em três grandes mídias: TV, rádio e web. E precisa adotar uma estratégia diferente em cada uma delas.
Nesse sentido, a internet é o "inferno": espaço do vale-tudo eleitoral, onde as pancadas são mais fortes para levar logo o adversário à lona.
Caso do vídeo encomendado pelo PSDB que alia a candidata Dilma Rousseff aos "radicais do PT", representados por cães rottweilers.
Na campanha de José Serra (PSDB), distribuída apenas na rede, o rosto de Dilma se metamorfoseia até virar o de José Dirceu. Na sequência, o Planalto é coberto de tinta vermelha _alusão a uma suposta ditadura do PT.Passado o ringue virtual, é a vez do rádio, "purgatório" mais ameno do que a web.
Um programa da semana passada, por exemplo, pôs Dilma como quem domou o "apagão do FHC".No mesmo dia, ela foi descrita na TV como a responsável por livrar "o Rio Grande [do Sul] do racionamento de energia que parou o país" _mas nada do nome do ex-presidente aparecer.
Professor da USP e especialista em marketing político, Gaudêncio Torquato acompanha o quadro eleitoral há 30 anos e nunca achou "que agenda negativa em TV desse resultado".Para ele, bater de frente na TV não pega bem com o eleitorado. Ataques ao rival podem resvalar no "efeito joão bobo": você bate, e ele volta para o mesmo lugar.Aqui, valem imagens e cenas otimistas para construir o "Brasil dos sonhos".
Bem-vindo ao "paraíso" da propaganda eleitoral.
Não à toa, segundo o professor, Serra recuou dos ataques que vinha fazendo a Dilma. Pela primeira vez em semanas, o tucano evitou agredir a petista no programa da última quinta-feira.
Vitima
Para Torquato, pesquisas qualitativas mostraram aos tucanos que, ao atacar Dilma, eles corriam o risco de transformá-la em vítima. E, na TV, não se deve subestimar o "fator emoção".
"É o 'efeito bolo'. Quanto mais [Serra] bateu, mais ela cresceu", afirma.
Já o rádio precisa ser mais direto, ou não prenderá a atenção do ouvinte. "Como não tem imagem, há dificuldade maior na compreensão. Por isso, deve-se simplificar a linguagem. É o veículo mais popular", avalia Torquato.
Por isso, uma das táticas nessa mídia é criar "personagens do povo", adotando a informalidade de uma conversa no balcão da padaria.Jornal do serra Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário