Pessoal, bom dia.
Todos já ouvimos ou lemos sobre dezenas (talvez centenas) de histórias de pessoas simples que resolveram problemas enormes de grandes empresas...
Hoje Natal acrescenta ao lendário uma nova página aos inúmeros casos que o mundo corporativo conhece, e que certamente será utilizado como exemplo:
A draga La Belle, aquela que ficou encalhada na praia da redinha por mais de um mês, finalmente foi desencalhada. A solução foi sugerida por um pescador.
Vejam a matéria na íntegra no Jornal Diário de Natal de hoje (09/09/2010):
Cidades
Edição de quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Edição de quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Draga é desencalhada após "consultoria" de pescador
Engenheiros seguiram conselhos de homem que pesca na Redinha há mais de 50 anos e removeram embarcação
Maiara Felipe // maiarafelipe.rn@dabr.com.br
Especial para o Diário de Natal
Maiara Felipe // maiarafelipe.rn@dabr.com.br
Especial para o Diário de Natal
Quase ninguém acredita em conversa de pescador. É popularmente conhecida como "muito criativa", para não dizer mentirosa. Mas foi dando ouvidos a uma história dessas que os funcionários da empresa Bandeirantes, proprietária da draga La Belle, conseguiram desencalhar, na madrugada dessa quarta-feira, o navio que estava preso à Pedra da Baixinha, em frente ao mirante da praia da Redinha, desde o dia 2 de agosto. Depois de várias tentativas de retirar a embarcação levando-a para o alto mar, os marinheiros resolveram escutar a dica do barqueiro José Fraga da Silva, 61 anos, que deveriam puxar a draga para a beira da praia. Agora, a La Belle passará por reparos, inspeções, e depois seguirá para o dique da Marinha.
Um estudo encomendado pela empresa confirmou o caminho já dito pelo pescador: a praia. Por volta das 4h desta quarta-feira, quando a maré atingia os 2,6m de altura, a âncora foi lançada no sentido da praia e, com a ajuda do guincho - que aguenta até 30 toneladas - da maré e do vento, e ainda do motor próprio, foi possível levar o navio até a praia sem prejuízos.
Segundo o chefe de operações Floriano Dantas, a draga deve permanecer no local até passar por todos os consertos necessários e poder navegar com segurança. "Apesar de ter esperado a maré mais alta (2.6m), nós encalhamos ela na areia com a maré na altura de 2,4m. E quando tiver tudo certo e a maré chegar nessa altura, podemos sair por fora (na direção do alto-mar e afastado das pedras) e com segurança", explicou Dantas.
No dia 2 de agosto, parte da pedra entrou no casco do navio, furou a draga e ficou presa dentro da embarcação. A parte que rompeu, inicialmente, tinha 1,9m por 1,6m, e não podia ser soldada quando estava presa à pedra. "Os soldadores mergulhadores soldavam, mas a maré ficava cheia e acabava rompendo o casco", esclareceu Dantas. Até a saída das pedras, a empresa injetou ar nos porões para expulsar a água. Após ser colocada na praia, o rombo da La Belle já estava em 3m por 1,6m. De acordo com o coordenador de salvamentos da Capitania dos Portos, Victor Caputo, uma equipe de novos soldadores chegou há 10 dias. Os trabalhadores abrem a parte de dentro do casco e descem até a falha para soldar as aberturas. "Foram feita quatro tentativas para soldar esse rombo. Mas acho que agora vai ser feito, porque não temos mas o problema de maré cheia", acredita Victor.
O dono da Bandeirantes, Ricardo Sudahia, acredita que os reparos deverão durar cerca de três dias. Nesse período também será realizada a inspeção da Capitania dos Portos. A embarcação deve permanecer em Natal, no dique da Marinha, até ser totalmente recuperada.
Pane no motor
O comandante da La Belle, Claudemiu de Paula, que na época do encalhe era imediato, falou que a draga ficou presa por volta das 20h. "Estava na minha hora de repouso, mas lembro que estava chovendo e ventando muito. O motor apagou, depois o navio começou a ser empurrado para as pedras". Ele não soube informar os motivos da pane.
Clademiu assumiu em 14 de agosto, quando o comandante anterior saiu de férias. A La Belle permaneceu com os 12 tripulantes a bordo e uma média de 40 pessoas trabalhando. "Não ficamos sem fazer nada. Ajudamos as pessoas da manutenção a consertar as coisas do barco", disse o tripulante Renildo de oliveira.
Entrevista >> José Fraga da Silva, pescador
A equipe do Diário de Natal chegou até José Fraga da Silva após escutar os pedidos de agradecimento do dono da empresa Bandeirantes, Ricardo Sudahia, ao pescador. "Foi ele quem deu a dica", apontou Ricardo. O homem simples com 54 anos de mar quase não falava com a reportagem de tanta timidez, mas resumiu em poucas palavras sua experiência. Atualmente, ele está usando seu barco para levar os funcionários da praia até a draga e a empresa paga R$ 100 diariamente pelo serviço.
Há quantos anos o senhor pesca na região da praia da Redinha?
Eu tenho 61 anos de idade e desde os 7 anos pesco aqui na Redinha. Todos os dias.
Como o senhor deduziu que o desencalhe poderia ser feito trazendo o navio para a praia?
Como eu pesco, conheço a praia. Onde é fundo, onde tem pedra, quando fica seco, quando fica cheia, essas coisas.
Quando o senhor avisou à empresa sobre sua ideia?
Desde o primeiro dia que eu digo: "por esse lado (do mar) vocês não vão conseguir tirar". O dono da empresa até disse que se perdesse o barco eu pagaria.... ( risos). Eu respondi: "então se o senhor tirar me paga o preço dele também?"
Segundo o chefe de operações Floriano Dantas, a draga deve permanecer no local até passar por todos os consertos necessários e poder navegar com segurança. "Apesar de ter esperado a maré mais alta (2.6m), nós encalhamos ela na areia com a maré na altura de 2,4m. E quando tiver tudo certo e a maré chegar nessa altura, podemos sair por fora (na direção do alto-mar e afastado das pedras) e com segurança", explicou Dantas.
No dia 2 de agosto, parte da pedra entrou no casco do navio, furou a draga e ficou presa dentro da embarcação. A parte que rompeu, inicialmente, tinha 1,9m por 1,6m, e não podia ser soldada quando estava presa à pedra. "Os soldadores mergulhadores soldavam, mas a maré ficava cheia e acabava rompendo o casco", esclareceu Dantas. Até a saída das pedras, a empresa injetou ar nos porões para expulsar a água. Após ser colocada na praia, o rombo da La Belle já estava em 3m por 1,6m. De acordo com o coordenador de salvamentos da Capitania dos Portos, Victor Caputo, uma equipe de novos soldadores chegou há 10 dias. Os trabalhadores abrem a parte de dentro do casco e descem até a falha para soldar as aberturas. "Foram feita quatro tentativas para soldar esse rombo. Mas acho que agora vai ser feito, porque não temos mas o problema de maré cheia", acredita Victor.
O dono da Bandeirantes, Ricardo Sudahia, acredita que os reparos deverão durar cerca de três dias. Nesse período também será realizada a inspeção da Capitania dos Portos. A embarcação deve permanecer em Natal, no dique da Marinha, até ser totalmente recuperada.
Pane no motor
O comandante da La Belle, Claudemiu de Paula, que na época do encalhe era imediato, falou que a draga ficou presa por volta das 20h. "Estava na minha hora de repouso, mas lembro que estava chovendo e ventando muito. O motor apagou, depois o navio começou a ser empurrado para as pedras". Ele não soube informar os motivos da pane.
Clademiu assumiu em 14 de agosto, quando o comandante anterior saiu de férias. A La Belle permaneceu com os 12 tripulantes a bordo e uma média de 40 pessoas trabalhando. "Não ficamos sem fazer nada. Ajudamos as pessoas da manutenção a consertar as coisas do barco", disse o tripulante Renildo de oliveira.
Entrevista >> José Fraga da Silva, pescador
A equipe do Diário de Natal chegou até José Fraga da Silva após escutar os pedidos de agradecimento do dono da empresa Bandeirantes, Ricardo Sudahia, ao pescador. "Foi ele quem deu a dica", apontou Ricardo. O homem simples com 54 anos de mar quase não falava com a reportagem de tanta timidez, mas resumiu em poucas palavras sua experiência. Atualmente, ele está usando seu barco para levar os funcionários da praia até a draga e a empresa paga R$ 100 diariamente pelo serviço.
Há quantos anos o senhor pesca na região da praia da Redinha?
Eu tenho 61 anos de idade e desde os 7 anos pesco aqui na Redinha. Todos os dias.
Como o senhor deduziu que o desencalhe poderia ser feito trazendo o navio para a praia?
Como eu pesco, conheço a praia. Onde é fundo, onde tem pedra, quando fica seco, quando fica cheia, essas coisas.
Quando o senhor avisou à empresa sobre sua ideia?
Desde o primeiro dia que eu digo: "por esse lado (do mar) vocês não vão conseguir tirar". O dono da empresa até disse que se perdesse o barco eu pagaria.... ( risos). Eu respondi: "então se o senhor tirar me paga o preço dele também?"
Nenhum comentário:
Postar um comentário