Um dos requisitos fundamentais para que algo seja considerado referência de valor é sua capacidade de permanecer estável por um longo período.
Foi por isso que eras da História tiveram suas bases de troca – “moedas” – alteradas, conforme a Época e a expectativa dos proprietários de determinado bem. Isso é estabelecido pela “mais-valia”, que tem em Karl Marx um referencial, embora haja outras escolas que abordam valor, meios de produção e trabalho – e não vamos adentrar no assunto, pois esse não é o objetivo desse artigo.
Ao longo dos séculos, tivemos, por exemplo: Mercantilismo, Feudalismo, Capitalismo...
... onde poder e dinheiro vão mudando de mãos ao longo do processo.
Há anos atrás, durante aulas de MBA em Gestão Financeira, eu quase apanhava por afirmar duas coisas, resumidas abaixo:
- A queda das Torres Gêmeas é um Marco Histórico – é uma questão de tempo para que o Império dê sinais de ruína – para mim, o horizonte seria uns 20 anos;
- A economia dolarizada está passando sua fase de apogeu, e as referências bibliográficas em breve deverão ser atualizadas, carecendo de novo referencial;
O professor daquela cadeira específica e alguns colegas, que preservarei os nomes mais por pena que por ética, me rotularam de louco (não que eu seja totalmente são) - para eles, a economia americana JAMAIS perderia sua hegemonia como referencial Econômico.
Faz algum tempo que tenho acompanhado a mudança, que, para mim, que sou também Historiador, está acontecendo mais rápido do que pensei. Dez anos na História é menos que um soluço.
Pois bem, vejam o que é notícia hoje e tirem suas próprias conclusões.
Joserrí de Oliveira Lucena
O real faria parte da cesta de moedas que pode substituir o dólar?
qua , 11/5/2011
Redação Época
Negócios & Carreira Tags: 100511, Der Spiegel
A revista alemã Der Spiegel publicou na terça-feira reportagem sobre a posição do dólar como moeda corrente da economia mundial. A publicação retoma a ideia de que a moeda americana, cada vez mais fraca, pode ser substituída no futuro por uma cesta de moedas que daria à economia mundial uma estabilidade que os EUA, sozinhos, não conseguem mais promover. E questiona quais países poderiam contribuir nesta empreitada.
A Spiegel lembra o trabalho do economista Barry Eichengreen, e diz que o euro e o yuan chinês são os principais competidores do dólar. Entrevistado pela revista, Ansgar Belke, professor da Universidade de Duisburg-Essen e diretor de pesquisa do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, afirma que o real e a rúpia também têm chances de participar da cesta, desde que Brasil e Índia cumpram alguns requisitos básicos.
Essas moedas são de países com economias altamente dinâmicas e, ao contrário da Europa, populações também crescentes. Esses meios de negociação poderiam servir como moedas chaves para regiões adjacentes, assim como o euro faz hoje, e assim reduzir a influência do dólar. Mas esses países antes teriam que cumprir um grande número de condições, segundo Belke. Eles teriam que garantir que suas moedas pudessem ser facilmente trocadas em qualquer outra moeda, a qualquer tempo. Além disso, teriam que desenvolver mercados financeiros fortes. Atualmente, essas duas condições são cumpridas de forma limitada apenas. |
José Antonio Lima
Fonte: Época
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