domingo, 22 de maio de 2011

A tampa da chaleira e a água fervente...

Geraldo Melo foi muito hostilizado em seus 4 anos de (des)governo no Rio Grande do Norte.


Lembro como se fosse hoje vê-lo ser vaiado (para em seguida ser aplaudido) em vários eventos no Estado; a vaia, pelo fato de atrasar em até 60 dias o pagamento dos servidores; os aplausos, pela excelente oratória, que conseguia reverter a platéia a seu favor, com palavras bonitas e promessas vãs.


Eu fui um Barnabé (apelido que os jornais da época deram aos funcionários do Estado). Naquela época pedia-se para arrochar o cinto, e no meu, de tão magro que era, dava um nó. Quem quiser que pense que isso é ironia, gracejo ou coisa do gênero. Tudo que eu escrever é pouco para retratar a angústia dos servidores do Estado naqueles idos.


Para mim, pelo fato de ter considerado os servidores públicos como "ninguém", o cidadão hoje vive o ostracismo da política, tentando ressuscitar dando pitaco no tema homofobia, não sem antes ter passado uma temporada no Céu (termo cunhado pelo curraisnovense Agenor Maria: "Se existe Céu, é aqui no Senado!").

Decorridos mais de 20 anos daquele Governo dos Ventos, outro governador do Estado opta por viver situação semelhante - prevejo que será ainda mais ojerizada. Imagine que em seu rincão natal, Mossoró, ela passou vexame. Mas ela, a Rosa(do), não tem a envergadura e a oratória de Geraldo.

Durante evento na cidade do famosíssimo espetáculo "Chuva de Balas no País de Mossoró", a governadora precisou de aparato policial para enfrentar (ou se esconder?) dos protestos de professores e policiais civis, que a receberam com faixas e palavras de protesto. Seu estado emocional foi abalado, sendo perceptível sua instabilidade durante as entrevistas concedidas. Numa delas, chegou a tergiversar, soltando a pérola de tiro pela culatra:


"Eu não governo para servidores, governo para o povo".




A que "povo" se refere? A governadora acaba de anunciar propaganda de sua logomarca pessoal de governo, ao custo de R$ 1.000.000,00, com recursos do erário, sob a nomenclatura de "patrocínio" ao futebol do Estado. O "povo" seria a si própria?



Uma pena que ache que os servidores e seus familiares não são povo. Ou ainda, acredite que os servidores do Estado são "todos" seus asseclas, e não servidores PÚBLICOS.

Estranho que governe para o povo, e esteja exigindo dos que ocupam cargos comissionados, desde o início de seu (des)governo, TRABALHAR SEM RECEBER PELOS SERVIÇOS (gratificação de Comissionamento). Isso mesmo. Há servidores comissionados, em diversos níveis de hierarquia, que estão ocupando seus postos, trabalhando carga horária integral e recebendo proventos de sua função de origem - a desculpa é a de que estão sob avaliação e que o momento é difícil para o Estado (financeiramente).

Para mim, o que está se criando é um problema jurídico. Quando no futuro próximo, esses servidores forem dispensados e não receberem o retroativo, irão todos recorrer aos tribunais para receber pelo serviço que ora prestam. É bem verdade que levará os próximos 30 anos de apelações para que seus filhos (ou netos) recebam, mas é direito líquido e certo (ainda tenho esperança de receber, e gastar, meu naco nas indenizações movidas contra aquele governo em que eu era Barnabé).

No cenário nacional o DEM (partido da governadora) está afundando. Espero que não leve o Estado do Rio Grande do Norte inteiro junto.

A repercussão dos vários movimentos populares está aumentando. A Professora Amanda Gurgel é só a tampa da chaleira. A água fervente está sob suas palavras de indignação, compartilhada por servidores de várias secretarias do Estado. 

Leia mais sobre o assunto nos posts abaixo e assista ao vídeo com o pronunciamento clicando nos links desses posts.

Joserrí de Oliveira Lucena

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