quarta-feira, 6 de abril de 2011

GASOLINA NO RN: R$ 2,99 - Até quando agüentaremos calados?

GASOLINA NO RN: R$ 2,99 – Até quando agüentaremos calados?

 

Por Antônio Roberto Gama

 

Até parece um teste, não amigos? Um teste cruel imposto pelo poderio econômico contra os consumidores de todos os níveis, mais particularmente os de classe média. Sim, porque os da classe alta não tem do que reclamar, afinal são comumente empresários ou autônomos de grande porte que normalmente sempre dão um jeito de repassar os seus custos para serem pagos por nós mesmos: trabalhadores assalariados de classe média. Mas este não é o foco do meu comentário, esta parte fica para outra ocasião.

 

Quero destacar é que, em menos de 30 dias, fomos surpreendidos na calada da noite (até parece votação de aumento de deputado) por dois aumentos no preço da gasolina impostos pelo cartel que atua neste setor aqui em solo potiguar. Primeiro, um aumento de R$ 2,69/ litro para R$ 2,79/litro, ou seja R$, 0,10. Seria irrisório, se isto não representasse um aumento percentual de 3,72%. Engolimos. Ontem, amanhecemos com a nova surpresa, novo preço: R$ 2,99, ou seja, aumento de R$ 0,20, novamente aparentemente irrisório. Nem um mendigo quer aceitar R$ 0,20 de esmola hoje em dia, não dá nem para um pão. É, mas representa 7,17% de aumento no mesmo produto em menos de 1 mês. Para clarear mais as idéias: um aumento total de 11,15% em um mês. Fora os possíveis políticos que possam ler este artigo, alguém teve no último ano de trabalho este aumento em seus vencimentos? O que justifica isto? Certamente que mil e duas justificativas aparecerão, serão mais que as alternativas do Bombril. Mas e nosso salário? E a tabela do imposto de renda que só subiu 4,5%? E os largos resultados que a Petrobrás vem alcançando e obtendo cada vez mais petróleo nos transformando em auto-suficientes e até mesmo exportadores desta matéria prima da gasolina?

 

Amigos o que mais me intriga e que me faz pela primeira vez pegar em “armas” (antigamente seriam o lápis e a caneta, atualmente são o computador e o Word), para expressar minha profunda revolta e indignação com estas atitudes. E não apenas contra os empresários, que ao fim de tudo estão é querendo mais lucros, mas também contra a inércia governamental e do judiciário estadual, que se estabeleceu em relação a este setor. O ministério público local é super atuante no tocante a algumas áreas, especialmente ambiental, onde vemos hotéis proibidos de construir, estradas que não se podem alargar-se ou ampliar seu traçado, prédios não podem ser erguidos, porém quando se defronta com um poder econômico maior, como parece ser o caso do setor de combustíveis, os olhos da justiça apresentam-se vendados. Este setor é o exemplo prático mais clássico de cartel que pode existir em qualquer livro: numa avenida como a Prudente de Morais existem cerca de 12 postos de um lado e de outro, onde apesar das “bandeiras” serem diferentes, todos os preços são rigorosamente iguais, quando há uma variação mínima, de R$ 0,03 ela só existe porque o posto não aceita cartão de crédito. E, no entanto, isto não é investigado. Este cartel institucionalizado atua inclusive, intimidando e ameaçando com retaliações, donos de postos que ousam tentar não obedecê-los. Claro que estes proprietários que já tentaram fugir do cartel não se revelam a todo mundo, eles tem amor à vida, tem família para cuidar, vivem de seu negócio, vão arriscar tudo para quê? Em prol de uma sociedade que não se une em busca dos seus direitos? Pelos ditos representantes do povo que aparentemente só legislam pelo interesse próprio ou de determinados grupos?

 

Temos um exemplo prático bem aqui ao lado, no Estado da Paraíba, onde o Ministério Público agiu como deve e colocou, ainda que por período curto, 5 empresários de grande porte na cadeia. Eles logo se safaram, evidente, mas vai ver quanto custa a gasolina por lá. Vai ver se não tem diferença significativa entre um posto e outro. Eu vi, abasteci inclusive, no domingo passado por R$ 2,49/litro, mas existem postos variando entre R$ 2,45 até 2,59/litro. Será que isto tem a ver com a ação do Ministério Público paraibano?

 

Uma pergunta não quer calar aos meus ouvidos: Por que é que nossos empresários tem que ganhar um lucro maior que os de outros estados? Sim, porque li há algum tempo que nossa margem de lucro aqui é maior que em outros estados. Somos um Estado produtor de petróleo, brevemente seremos de gasolina também e nossa gasolina aqui é a mais cara do Brasil. Será que é porque somos todos ricos por igual em solo Potiguar e não sabemos?

 

Já que nossa sociedade pensa e aceita as coisas assim, então eu é que estou errado. Alguém distribuiu uma fortuna por aqui e nesta divisão de renda eu sou rico e não sabia. Se todo mundo tem no bolso para pagar este preço que nos é imposto nas caladas da noite, eu certamente devo ter também. Eu agora vou brigar é para saber quem ficou com minha parte...

 

Antônio Roberto Gama

Administrador de empresas, pós-graduado em administração financeira, com MBA em Finanças pela PUC-Rio; profissional com 33 anos de trabalho no ramo Financeiro.

 

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