terça-feira, 26 de abril de 2011

Jesus e Genésio, por Olavo Saldanha

Tenho publicado alguns artigos de Olavo Saldanha, pela identidade com os textos.

 

Há quem pense que o Evangelho e a Religião não devam ser objeto da crítica; são os fundamentalistas, que acham que a Bíblia cair no chão é um sacrilégio, mesmo que em seu coração não tenham suas verdades em tanta consideração.

 

Não há blasfêmia contra o senhor Jesus ou contra Deus no texto abaixo;  blasfemam os que falam em nome de Deus e reivindicam seu aval para acrescentarem "jotas e tils" ao cânon... em benefício próprio. Ver Apocalipse 22:18-19.

 

O texto de Olavo está um pouco extenso, mas com paciência você devora em 5 minutos.

 

Um abraço,

 

Joserrí de Oliveira Lucena

Jesus e Genésio 

Por Olavo Saldanha

Os ladrões exigem a bolsa ou a vida; a religião rouba-nos os dois.

Antigamente o pacote de adesão ao evangelho era uma escolha geográfico-atemporal. O individuo escolhia entre o céu e o inferno para passar o resto da vida.  O inferno sempre acompanhado de tortura física em temperaturas escaldantes e o céu coberto com a textura sólida dos minerais nobres, encantador como um colar de pérolas, mas carregado do drama de não ter dele uma projeção diferente da monotonia da religião, até porque, pensar em algo fora dos padrões religiosos em que se vive para se viver na eternidade, seria resvalar para o território da ambigüidade.  

Hoje, o pacote de adesão é mais agradável, traz benefícios. Há uma troca, uma reciprocidade entre o seguidor e o seguido. O sujeito jura fidelidade ao conceito e passa a ser tratado como um vip na fé. A questão de céu e inferno para os vips que fazem o jogo da fé ? ... Ah! Dá-se um jeito.

Com essa criatividade toda, o homem jogou no consciente coletivo a necessidade da religiosidade formal e ritualística como um pré-caminho. Se Jesus é o caminho, a religião é o caminho para o caminho.

Até pouco tempo atrás, enquanto a disputa estava apenas entre católicos e protestantes, evangelizar impunha uma dúvida ao evangelizado.

- De que religião você é?

Hoje, como o fatiamento da disputa se acentuou e milhares de novos representantes surgiram, a pergunta também mudou.

- De que igreja você é?

Por que será que o inconsciente coletivo foi preparado para fazerem aquelas perguntas e Jamais a seguinte:

- É mesmo? Jesus quer se relacionar comigo sem nenhuma exigência de que eu me torne um padrão robotizado de santidade?  Sem nenhum esquema comportamental formalizado?

A verdade é que o individuo foi educado a só associar Jesus com Genésio.  Porque se ele associar Jesus com Jesus, o Filho de Deus, ele passa a ser um cidadão disponível ao próximo de qualquer credo, raça ou escolha sexual. Ele passa a não ter mais barreiras que o impeça de mostrar-se humano suficiente para estar entre os humanos e recolhê-los para o Pai sem criar expectativas nem neles e nem em si mesmo. Apenas mostrando-se como uma espetacular manifestação da graça de Deus. O resto são relacionamentos despretensiosos e amor ao próximo que vai nos confirmar que somos de Deus. A única coisa que pode nos confirmar se somos ou não de Deus é o amor e não a confissão religiosa:

“E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;  E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.

E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus.”  (Marcos 12: 32-34)

“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.” (I João 4:12,16)

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.

Este é o primeiro e grande mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22: 37-39)

Se o sistema está errado, porque mesmo sem concordar, ajudamos a construir este império do engano? Às vezes eu recebo declarações que dizem assim:

- Esses problemas existem porque a igreja (como instituição) é mantida por homens e eles são falhos, Deus conhece e um dia separará o joio do trigo.

O problema é se justamente devido essa nossa passividade diante do que está ocorrendo na igreja, e a nossa falta de atitude em denunciar os vendilhões do templo, formos o próprio joio no meio do trigo.

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!  Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” (Apocalipse 3:15,16)

Não está claro?

A insatisfação crescente dos cristãos com a fé não é senão a própria combustão espontânea do lixo teológico que foi jogado nas mentes durante centenas de anos. Tudo é sutil demais porque foi criado pelo homem em nome de Jesus.

Jesus não é credor do que Ele não fala e nem é avalista do que falam no nome dele.

Para manter  essa autoridade durante todo este tempo em nome de Jesus, o cristianismo dominou com violência, degladiou-se consigo mesmo e com os desafetos da fé, barganhou com o estado, com a cultura e, infelizmente, até com o diabo.

Hoje, o mote é viver uma fantasia Harryportiana. Vive-se no mesmo clima de fantasias da história do bruxinho, e ainda, a igreja ousou criar apenas duas classes de homens existentes no mundo, os feiticeiros e os trouxas. (Quem assistiu o filme sabe o que estou falando).

 

 

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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus.
O maior é aquele que mais serve.


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OlavoSaldanha

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