O que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições.
Provérbios Bíblicos
O repórter Jacson Damasceno escreveu artigo muito oportuno sobre a indiferença, mesmo que o tema não seja esse. O poder público não enxerga (ou não quer enxergar) a miséria em que vive seus "eleitores"... exceto em época de campanha política, quando vem com suas promessas incumpríveis e incoerentes.
Que nós nos sintamos incomodados a fazer algo. Olhar e fingir que não vê é negar-se a oportunidade de demonstrar amor. Não seja indiferente: veja, sinta, ame e aja.
O texto da matéria está logo abaixo:
segunda-feira, 18 abril 2011 09:06
Hoje pela manhã, cedinho, por volta das 7h, ia do centro da cidade para Lagoa Nova e segui em direção ao viaduto do baldo. Logo depois do Passo da Pátria algo me cortou o coração. Vi três senhores sentados no canteiro central, cobertos com lona. Procuravam um pouco de abrigo e calor na manhã chuvosa de hoje. Ali tem um monte de gente dormindo no meio da rua. Há não sei quanto tampo. Já fiz matéria com eles e muita gente já fez. Mas ninguém ”Du pudê” parece se lembrar daquele povo. Que precisa de muita coisa, mas em manhãs chuvosas precisam mim. E me lembrei do poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, que li ainda no primário e fixei na cabeça.
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
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