O que você faria se fosse a única testemunha ocular de um assassinato? Fingiria que não viu nada? Sairia de fininho para não ser percebido(a) pelos assassinos? Ligaria para a Polícia informando detalhes?
Digamos que tomada a decisão de ligar para o 190, reconsideraria se os assassinos fossem da própria Polícia? Você confia que teria credibilidade ou que haveria punição para colegas de farda? Você confia no Programa de Proteção à Testemunha?
Pois bem, ignorando todos os aspectos de risco, uma senhora que presenciou uma execução em Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, ousou avisar à PM o que acabara de presenciar: De uma viatura, 2 policiais tiraram um homem e o executaram com um tiro no peito, era Dileone Lacerda Aquino, de 27 anos. O fato ocorreu num cemitério, essa aquela cidadã de coragem estava visitando o túmulo do pai. Ela sacou sua "arma" e ligou para o 190, informando o que acabara de ver.
Mesmo que o morto fosse um sem futuro, criminoso, com ficha policial, não há justificativa para a pena de morte sumária, pois ela não tem amparo no nosso sistema judiciário, o que torna ainda mais grave o fato, pois foi executada por agentes públicos.
Para sua sorte ou azar, os policiais a avistaram e foram ao seu encontro (ela ainda informando os detalhes como placa do veículo, etc); tentaram, em vão, demovê-la do gesto incriminador...
... resultado: ambos acabaram presos.
Num trecho da ligação, divulgado pela polícia, ela diz: "O senhor que estava naquela viatura ali? O senhor que efetuou o disparo?" Antes, avisou que estava com um policial ao telefone.
O PM assassino do cemitério desconversa, e diz que estavam socorrendo o rapaz, ao que ela, convicta afirma: "É mentira, eu não quero conversar com o senhor".
Mas, o que é de arrepiar mesmo, e o que a tem assustado mais, é que a IMPRENSA do PIG teve acesso a seus dados (que deveriam ser sigilosos, principalmente porque está no Programa de Proteção à Testemunha) e contataram-na. A matéria foi ao ar no programa global da Ana Maria Braga, e ontem ela foi "entrevistada" pelo jornal Folha.
Reagiu indignada ao fato de como ficaram sabendo de informações como seu nome, telefone e endereço, o que é prova inequívoca que o o Programa de Proteção à Testemunha, pelo menos no Estado de São Paulo, não funciona.
Quanto vale a vida dessa senhora, agora?
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