quinta-feira, 7 de abril de 2011
Segurança presidencial em risco: piloto embarca "amiga" em vôo
As aspas no nome "amiga" no título são sugestivas e intencionais.
O amigo consegue imaginar quantos jeitinhos são dados em viagens de autoridades de todos os naipes, patrocinados com dinheiro público país afora, para levar acompanhantes "amigas" de última hora?
Esse piloto é atrevido: trouxe a "amiga" dele e irmã de uma comissária de bordo. Ficaram os 3 hospedados em Hotel na cidade do Natal... fazendo o quê? É muita audácia!
Que falta faz a senadora Heloísa Helena numa hora dessas, para esbravejar contra essa suruba patrocinada com dinheiro público!
E pensar que isso pode ser rotina em muitas "repartições" no 2o, 3o... escalões da República.
Basta de imoralidade!
Veja a cobertura do Estadão. O jornal é da Direita, como dizem os bajuladores de plantão, mas tem sua utilidade no desvendar desse tipo de safadeza.
Piloto de Dilma infiltra amiga em avião presidencial e põe em xeque segurança
O comandante do avião da Presidência da República, coronel Geraldo Corrêa de Lyra Júnior, infiltrou uma amiga nos voos de ida e volta que levaram Dilma Rousseff para descansar em Natal (RN) no carnaval. O episódio abriu uma crise no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança da presidente. O coronel botou no avião presidencial a professora de educação física Amanda Correa Patriarca, irmã de Angélica Patriarca, comissária da mesma aeronave.
Ao Estado, Amanda disse que o coronel ajudou a colocá-la no avião de última hora porque ele é 'amigo' de sua família (veja entrevista abaixo). Ela afirmou que a presidente Dilma Rousseff não sabia de sua presença. Todos viajaram a Natal e ficaram na cidade a passeio entre 4 e 8 de março.
Ousadia. A presença de uma estranha alojada de improviso no avião presidencial, sem a ciência de Dilma, foi considerada internamente um risco às regras no aparato de segurança e uma ousadia ao rigor militar. Ontem, questionado pelo Estado, o GSI entrou numa operação com o Palácio do Planalto para evitar expor o episódio.
A 'carona' despertou a atenção dos integrantes da base aérea em Brasília, também comandada pelo coronel Lyra Júnior. Contrariados, funcionários despacharam, no voo de volta, a mala de Amanda Patriarca diretamente para o gabinete da presidente Dilma Rousseff, para que, assim, o caso fosse descoberto pela alta cúpula do Palácio do Planalto. A professora, aliás, usou uma mala do Grupo de Transporte Especial (GTE), entregue a todos os passageiros, para que sua presença no avião presidencial não fosse notada.
Procurada pelo Estado, Amanda Patriarca confirmou que viajou no avião presidencial para passear em Natal no carnaval. Segundo ela, a autorização foi dada pelo coronel Lyra Júnior um dia antes do embarque.
Missões. O comandante Geraldo Corrêa de Lyra Júnior foi quem recebeu o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na base aérea de Brasília no dia 18 de março.
Na última segunda-feira, o Diário Oficial da União publicou autorização para Lyra Júnior integrar o comando aéreo da viagem de dez dias que a presidente Dilma Rousseff fará à China a partir de amanhã.
Na avaliação interna do Palácio do Planalto, a atitude do comandante da base aérea poderia colocar em xeque a autoridade de Dilma já que, teoricamente, somente ela teria a prerrogativa de convidar passageiros para seu voo. Na viagem a Natal, no carnaval, ela levou a filha Paula, o neto Gabriel, o genro Rafael, a mãe, Dilma Jane, a tia, e o ex-marido, Carlos Araújo.
Todos se hospedaram no hotel de trânsito do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, que pertence à Aeronáutica. Já a tripulação do avião presidencial - incluindo o coronel Lyra Júnior e a comissária Angélica Patriarca - e a professora Amanda ficaram num hotel em Natal.
Justificativas. A reportagem procurou ontem o GSI para se manifestar oficialmente sobre o episódio. A assessoria do órgão repassou o caso para a Presidência da República.
O Estado perguntou, por exemplo, a razão pela qual o coronel Lyra autorizou a presença de um estranho ao voo presidencial. A reportagem questionou ainda se é uma prática rotineira dar carona de última hora a amigos e parentes de tripulantes no avião oficial e se há alguma investigação interna para apurar a conduta do coronel.
A assessoria do Planalto, oficialmente, disse, numa breve nota, que somente autoridades dos Três Poderes têm autorização para solicitar ao GTE, comandado pelo coronel Lyra Júnior, a presença de passageiros. Ou seja, ele não poderia ter colocado uma amiga no voo presidencial. A assessoria não quis comentar sobre a presença de Amanda Patriarca na aeronave. 'Esclarecemos que as autoridades dos três Poderes legalmente habilitadas a solicitar os serviços do Grupo de Transporte Especial (GTE) têm autonomia para, diretamente ou por intermédio de suas assessorias, determinar quais passageiros estarão presentes nos voos destinados ao atendimento de sua solicitação. Em relação a listas de passageiros de voos presidenciais, informamos que as mesmas não são passíveis de divulgação, total ou parcial', disse a assessoria.
A comissária Angélica faz parte da equipe de nove mulheres militares selecionadas, entre 37 candidatas, pela Força Aérea Brasileira (FAB) para serem comissárias de bordo do avião presidencial. Elas são sargentos e foram treinadas para atuar ao lado de Dilma Rousseff nas viagens.
Fonte: Estadão
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