quinta-feira, 21 de abril de 2011

Intimidade com poder e paixão por dinheiro: tinha que ser em Brasília!

Desde os primórdios do "Descobrimento do Brasil", pelos idos de 1500, que se tem notícias de alguém querendo levar vantagem em tudo. A tão propalada "Lei do Gerson", cunhada pelo jogador do mesmo nome, ao lançar campanha publicitária na década de 1970, sintetiza esse jeito brasileiro retratado ora por Zé Carioca (Walt Disney), ora por João Grilo  (Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida).


Os tablóides adoram um escândalo envolvendo corrupção. Os deputados e senadores, idem. É pauta prá mais de metro, e discursos desvirgulados, aparteados, incoerentes e chatos nas tribunas de ambas as casas (Câmara e Senado), até que surja o próxima tema, e alguém encontre sua verdadeira vocação: criar projetos de Lei (que vão acabar esquecidos e mofando em alguma subcomissão - são quase 100). No máximo, cria-se uma CPI, que pode até nem ser instalada...


É assim semana após semana, escândalo após escândalo.


Esse Mensalão do DEM, do Distrito Federal do governo Arruda bem que já rendeu. Notícias são liberadas a conta-gotas por um "dedo-duro-vira-casaca" e não se tem, ainda, a real motivação para tamanha santidade repentina... e esse desmontar de castelo tão lentamente...


Vejam aí a notícia mais badalada de ontem (pena que não foi no Fantástico, seria a pauta do Congresso a semana toda) - vai ser muito comentada depois da semana santa, mas já terá perdido o calor da emoção:






Saiba quem é a promotora que tem intimidade com poder e gosto por dinheiro

Publicação: 21/04/2011 07:10 Atualização:

Reunião no nono andar do Ministério Público do DF. Promotores discutem assunto de rotina, mas não conseguem tirar os olhos de Deborah Guerner, época em que ela ainda frequentava o local de trabalho e não era acusada de cometer crimes. A cada gesto, a atenção dos colegas era atraída por um bizarro anel de ouro, cravejado de brilhantes, em formato de uma cobra prestes a dar o bote. A promotora de Justiça presa ontem sempre destoou de ambientes de sobriedade. Mais recentemente, acentuou seus trejeitos exagerados na tentativa de provar que é maluca, o que seria uma saída mais vantajosa para os processos de corrupção a que responde. Acabou presa por tentativa de forjar loucura.

O primeiro chilique de Deborah de que se tem notícia ocorreu quando a Polícia Federal cumpria mandado de busca e apreensão e achou um cofre enterrado no jardim da casa da promotora, cheio de dinheiro, documentos e gravações. Nesse dia, ela aparentemente se descontrolou, chegou a tirar peças de sua roupa na tentativa de frear os policiais. Mais recentemente, ao receber uma intimação para depor, simulou um desmaio. De roupão e camisola, caiu no chão. Foi socorrida pelo próprio oficial de Justiça, que avaliou o ritmo cardíaco (90 batimentos por minuto) e a pressão da promotora (12 por 8). Tudo dentro da mais perfeita ordem.

Durante o julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Deborah mais uma vez recorreu aos ensinamentos do psiquiatra Luis Altenfelder. O médico e o casal Guerner foram denunciados por tentativa de enganar a Justiça sobre a condição mental de Deborah. A promotora passou a primeira meia hora da sessão no auditório do conselho. Em seguida, saiu da sala e deu um show à parte. Esbravejou, esperneou, xingou. Domada com um copo de água com açúcar, saiu escoltada por brigadistas do CNMP.

Encontros gravados
Deborah Guerner nunca teve poder de decisão no MPDF. Designada para uma promotoria de Fazenda Pública, tinha a atribuição apenas de elaborar pareceres sem possibilidade de conduzir investigações e propor ações. Ela era chamada a participar de reuniões no nono andar do prédio, onde funciona o gabinete do procurador-geral de Justiça. Mantinha esse trânsito pela amizade que nutria com o chefe da instituição, Leonardo Bandarra, embora toda a equipe dele torcesse o nariz com a presença dela.

Foi a promotora que aproximou Bandarra do então vice-governador Paulo Octávio, a quem conhece há mais de duas décadas e com quem teve um affair. Na casa dela, onde todos os encontros eram gravados pelas câmeras do circuito interno, houve reuniões com a presença do governador José Roberto Arruda para que ele conhecesse melhor Bandarra. Antes mesmo da eleição de Arruda, Deborah aproximou o amigo Bandarra do poder. Ela mantinha uma boa relação com o Executivo na gestão de Joaquim Roriz, especialmente pela amizade com Cláudia Marques, integrante da assessoria especial do ex-governador. Com esse currículo, Deborah chegou a ser convidada, em 2006, para o cargo de secretária-adjunta de Governo.

Só não foi despachar no Buriti porque o Conselho Superior do Ministério do Público do DF não a liberou. Deborah, no entanto, foi útil ao GDF quando tentou intermediar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para dividir o milionário contrato de lixo do DF. No governo, dizia-se que o acordo fora escrito por ela. Uma das cláusulas previa a entrega, sem licitação, da construção do aterro sanitário do DF para a WRJ Engenharia. Os donos da empresa, Roberto e Renato Cortopassi, segundo o MP, são sócios de Jorge Guerner.

Deborah tenta provar que é bipolar. Pelo menos no site de relacionamentos, a promotora de Justiça dá sinais de que vai bem, obrigada. No mundo virtual, Deborah parece alheia ao escândalo que ameaça a carreira e pode prolongar sua estada na prisão. Entre 9 e 13 de outubro, postou fotos comentadas de viagens que fez a várias partes do mundo. Em conversa com os amigos, parece descontraída. “Estou no QG brasiliense”, “Êta mundinho bom”, “Marcinha! Adorei que me encontrasse no Face. Obrigada por dizer que continuo linda. Meu marido costuma dizer que tem mulheres que são como vinho. Cada vez ficam melhores”.

No Facebook, a promotora diz ser amante das artes, de design, de viagens, do trabalho e de pessoas do bem. Em entrevista ao Correio em 5 de abril, Deborah afirmou: “Um dos sintomas das minha doença é gastar, gastar”. Talvez por isso ela tenha batizado seus dois cachorros Yorkshire com nomes de grifes famosas e caras. Um se chama Chanel, o outro Armani. Na cela da superintendência da PF, no entanto, terá que se adaptar a outra rotina.

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